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Qual a melhor idade para juntar bezerras?

Você já se perguntou qual é o melhor momento para juntar bezerras em duplas? Um estudo brasileiro buscou responder essa dúvida avaliando como diferentes idades de pareamento afetam as bezerras. Confira!

Publicado em: - 2 minutos de leitura

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Você já se perguntou qual é o melhor momento para juntar bezerras leiteiras em duplas? Embora diversos estudos tenham investigado os efeitos da convivência social no bem-estar de bezerros, o momento ideal para iniciar essa prática ainda é pouco explorado. Apesar dos benefícios reconhecidos, muitos produtores ainda têm receio quanto aos possíveis impactos na saúde dos animais.

Não há um consenso claro sobre a relação entre a idade do pareamento e a incidência de doenças. Por isso, mais pesquisas são necessárias para compreender qual o momento mais apropriado, considerando saúde, comportamento e desempenho. Cada fase da vida do bezerro traz vantagens e riscos: parear muito cedo (na primeira semana de vida) pode coincidir com o período crítico para doenças gastrointestinais; parear aos 30 dias pode coincidir com o pico de risco para doenças respiratórias; e parear após os 50 dias pode ser tarde demais para aproveitar os benefícios do convívio precoce.

Um estudo brasileiro recente, realizado em uma fazenda leiteira no Paraná, buscou responder essa dúvida avaliando como diferentes idades de pareamento afetam as bezerras.

No estudo foram acompanhados 140 bezerros da raça Holandesa, divididas em três grupos:

  • Pareadas precoce: com 6 a 7 dias de vida.
  • Pareadas intermediário: com 29 a 30 dias.
  • Pareadas tardio: com 49 a 50 dias.

Todas foram inicialmente alojadas individualmente e desmamadas por volta dos 78 dias de idade. O peso foi monitorado em diferentes fases (nascimento, 30, 50, 60 dias e no desmame), e o comportamento dos animais foi observado cinco vezes por semana.

O que o estudo descobriu?

Os pesquisadores não encontraram diferenças significativas na incidência de diarreia ou doença respiratória entre os grupos. Ou seja, parear cedo não aumentou os riscos de doenças, o que é uma ótima notícia para quem teme juntar os animais muito novos.

Além disso, as bezerras que foram pareadas ainda na primeira semana de vida se mostraram mais exploradoras e brincalhonas, menos paradas ou entediadas e com menos comportamentos anormais, como chupar objetos ou consumir a cama do curral. Mais dispostas a experimentar alimentos novos (menos neofobia alimentar).

As bezerras pareadas mais novas, criaram laços sociais mais fortes, expressos em comportamentos como lamber a companheira de baia (allogrooming). Comeram mais ração inicial nos primeiros 15 dias e tiveram ganho de peso mais rápido até os 50 dias. Elas, também, apresentaram pesos mais homogêneos no desmame (ou seja, menos diferença entre os pares).

Apesar de no final todas terem ganho peso de forma parecida até o desmame, as bezerras pareadas cedo começaram com mais vantagem.

E a temida “mamada cruzada”?

O famoso "cross-sucking", comportamento indesejado onde uma bezerra tenta mamar na outra, não foi mais comum em nenhum dos grupos. Ou seja, parear cedo também não aumentou esse problema.

Conclusão: quanto mais cedo, melhor

O estudo mostra que o pareamento precoce, ainda na primeira semana de vida, promove importantes ganhos para o bem-estar, o comportamento e o desenvolvimento das bezerras, sem causar impactos negativos na saúde ou gerar comportamentos indesejados.

Para quem busca formar animais mais sociáveis, saudáveis e produtivos, o pareamento precoce deixa de ser uma preocupação e a a ser uma estratégia valiosa. Incorporar essa prática ao manejo pode fazer a diferença desde os primeiros dias de vida do rebanho.

 

Hora de testar seus conhecimentos com a nossa cruzadinha:

Referências bibliográficas

Moroz, M.S. et al. When to pair: Effects of different pairing ages on dairy calf health, behavior, and performance. Journal of Dairy Science, Volume 108, Issue 3, 2839 – 2855. DOI: 10.3168/jds.2024-25686

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Maria Luíza Terra

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Não há um consenso claro sobre a relação entre a idade do pareamento e a incidência de doenças. Por isso, mais pesquisas são necessárias para compreender qual o momento mais apropriado, considerando saúde, comportamento e desempenho. Cada fase da vida do bezerro traz vantagens e riscos: parear muito cedo (na primeira semana de vida) pode coincidir com o período crítico para doenças gastrointestinais; parear aos 30 dias pode coincidir com o pico de risco para doenças respiratórias; e parear após os 50 dias pode ser tarde demais para aproveitar os benefícios do convívio precoce.

Um estudo brasileiro recente, realizado em uma fazenda leiteira no Paraná, buscou responder essa dúvida avaliando como diferentes idades de pareamento afetam as bezerras.

No estudo foram acompanhados 140 bezerros da raça Holandesa, divididas em três grupos:

  • Pareadas precoce: com 6 a 7 dias de vida.
  • Pareadas intermediário: com 29 a 30 dias.
  • Pareadas tardio: com 49 a 50 dias.

Todas foram inicialmente alojadas individualmente e desmamadas por volta dos 78 dias de idade. O peso foi monitorado em diferentes fases (nascimento, 30, 50, 60 dias e no desmame), e o comportamento dos animais foi observado cinco vezes por semana.

O que o estudo descobriu?

Os pesquisadores não encontraram diferenças significativas na incidência de diarreia ou doença respiratória entre os grupos. Ou seja, parear cedo não aumentou os riscos de doenças, o que é uma ótima notícia para quem teme juntar os animais muito novos.

Além disso, as bezerras que foram pareadas ainda na primeira semana de vida se mostraram mais exploradoras e brincalhonas, menos paradas ou entediadas e com menos comportamentos anormais, como chupar objetos ou consumir a cama do curral. Mais dispostas a experimentar alimentos novos (menos neofobia alimentar).

As bezerras pareadas mais novas, criaram laços sociais mais fortes, expressos em comportamentos como lamber a companheira de baia (allogrooming). Comeram mais ração inicial nos primeiros 15 dias e tiveram ganho de peso mais rápido até os 50 dias. Elas, também, apresentaram pesos mais homogêneos no desmame (ou seja, menos diferença entre os pares).

Apesar de no final todas terem ganho peso de forma parecida até o desmame, as bezerras pareadas cedo começaram com mais vantagem.

E a temida “mamada cruzada”?

O famoso "cross-sucking", comportamento indesejado onde uma bezerra tenta mamar na outra, não foi mais comum em nenhum dos grupos. Ou seja, parear cedo também não aumentou esse problema.

Conclusão: quanto mais cedo, melhor

O estudo mostra que o pareamento precoce, ainda na primeira semana de vida, promove importantes ganhos para o bem-estar, o comportamento e o desenvolvimento das bezerras, sem causar impactos negativos na saúde ou gerar comportamentos indesejados.

Para quem busca formar animais mais sociáveis, saudáveis e produtivos, o pareamento precoce deixa de ser uma preocupação e a a ser uma estratégia valiosa. Incorporar essa prática ao manejo pode fazer a diferença desde os primeiros dias de vida do rebanho.

 

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Referências bibliográficas

Moroz, M.S. et al. When to pair: Effects of different pairing ages on dairy calf health, behavior, and performance. Journal of Dairy Science, Volume 108, Issue 3, 2839 – 2855. DOI: 10.3168/jds.2024-25686

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