O consumo de queijo nos EUA tem atingido níveis recordes ano após ano. De acordo com os dados mais recentes do USDA, em 2023, os americanos consumiram aproximadamente 19,1 kg de queijo por pessoa. Muçarela e cheddar continuam sendo os favoritos, respondendo por cerca de um quarto do consumo per capita. No entanto, o queijo natural e outras variedades, como o hispânico, ganharam destaque nos últimos 12 anos.
Como as marcas de queijo podem elevar a experiência do consumidor em 2025?
Extraímos alguns insights importantes do relatório anual de tendências da Dairy Farmers of Wisconsin.
Sabores ousados
O relatório revela que a busca dos consumidores por sabores ousados e exclusivos está impulsionando o crescimento de queijos internacionais e artesanais.
Dados da Circana, referentes às 52 semanas encerradas em 1º de dezembro de 2024, mostram um aumento nas vendas no varejo de paneer (+34%), burrata (+32%) e queso quesadilla (+23%). Essa tendência indica um crescente interesse por queijos étnicos, com consumidores dispostos a explorar novos sabores e culinárias globais.
Aproximadamente 40% dos entrevistados afirmam que sabores intensos – como o forte e marcante Double Gloucester ou o defumado e apimentado queijo semiduro mexicano – enriquecem as experiências culinárias. Esse cenário aponta oportunidades para inovações de sabores que podem destacar o queijo como ingrediente culinário, item essencial para tábuas de queijos ou até mesmo um lanche independente.
Fome de herança
Queijos clássicos, como o parmesão – o queijo especial mais vendido nos EUA em 2024 – continuam a conquistar os consumidores e impulsionam a demanda por alimentos com inspiração tradicional. Esse cenário oferece às marcas de queijos tradicionais a oportunidade de valorizar suas origens e utilizá-las como um diferencial de marketing.
No setor de foodservice, destacar ingredientes tradicionais pode ajudar a aumentar as vendas ou despertar o interesse dos consumidores por novas opções no cardápio. A pesquisa citada no relatório revela que os consumidores estão divididos: 65% desejam ver mais itens clássicos nas prateleiras, enquanto 64% mostram interesse em experimentar produtos que resgatam receitas do velho mundo.
Promovendo uma conexão
Campanhas de consumo focadas em experiências têm o poder de impulsionar as vendas e fortalecer o vínculo com os clientes – e o relatório sugere que as marcas devem promover seus produtos como algo além de simples alimentos.
Um exemplo é a Cheeselandia, comunidade exclusiva para membros criada pela Dairy Farmers of Wisconsin, que reúne apreciadores de queijo artesanal em eventos virtuais, aulas de fabricação de queijo e compartilhamento de receitas para festas em casa. Essa abordagem não só aumenta o conhecimento sobre a diversidade e qualidade dos queijos artesanais locais, como também fortalece a conexão entre comunidades de consumidores e produtores.
Seja por meio de ativações de marca ou do uso estratégico das mídias sociais, as marcas têm inúmeras oportunidades para engajar o consumidor. O sucesso de uma campanha de marketing está em criar iniciativas criativas e envolventes que atraiam uma ampla variedade de públicos.
Autenticidade
Com a alta demanda e a ampla oferta de queijos, como as marcas podem se destacar nas prateleiras abarrotadas? Em 2025, os consumidores continuarão a valorizar saúde, naturalidade, valor nutricional, preço e prazo de validade, conforme aponta o relatório. Portanto, construir uma narrativa em torno dessas qualidades pode ser um diferencial estratégico para as marcas de queijo.
Utilizar rótulos com informações claras e diretas – ou destacar as raízes tradicionais da marca como prova de autenticidade – pode ser uma estratégia poderosa para impulsionar a inovação no mercado ao longo deste ano.
O bem-estar encontra a indulgência
Embora o queijo seja frequentemente associado à indulgência, variedades naturalmente pobres em gordura e ricas em proteína, como o queijo cottage, estão ganhando popularidade.
Queijos com baixo teor de gordura e lactose também têm conquistado espaço, impulsionados pelas tendências de saúde e bem-estar. Além disso, há indícios de que certas variedades possam ter propriedades terapêuticas.
Queijos duros envelhecidos, como parmesão e cheddar, contêm apenas vestígios de lactose, enquanto outros – como feta, mussarela, camembert, pecorino, brie, gouda e blue – são naturalmente baixos em lactose, conforme informado pelo NHS. Em 2025, o relatório aponta oportunidades para as marcas posicionarem esses queijos como lanches saudáveis e íveis.
Referências bibliográficas
As informações são do Dairy Reporter, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint.