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P em indústrias de laticínios: por que fazer?

O Planejamento e Controle da Produção (P) é um sistema de gestão utilizado nas indústrias de laticínios para traçar estratégias de otimização e alocação de recursos.

Publicado em: - 4 minutos de leitura

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O Planejamento e Controle da Produção (P) é um sistema de gestão utilizado nas indústrias de laticínios para traçar estratégias de otimização dos processos produtivos e alocação de recursos. 

Em várias conversas com proprietários ou gestores de laticínios de pequeno porte é comum escutar, ao perguntar como é feito o planejamento, o jargão “aqui a gente mata um leão por dia”, não dá tempo de planejar. Nesses locais, a importância do P é ignorada, seja pela falta de tempo evocada no jargão ou mesmo pela falta de conhecimento sobre o assunto.

Porém, é justamente em empresas de pequeno porte como os laticínios que o P pode fazer a diferença quando se trata de atendimento dos consumidores, redução de desperdícios e aumento da lucratividade. De acordo com Slack et al. (2002) o propósito do P é permitir que os processos da produção sejam eficazes e que sejam produzidos produtos e serviços conforme o desejo dos consumidores.

Mais além, o P vai de encontro às necessidades atuais das indústrias do setor lácteo com relação à entrega de produtos de qualidade superior, no momento certo e no local desejado. O atendimento às exigências do mercado consumidor é fator imperativo para que as empresas consigam aumentar a parcela de mercado ou mesmo se manter nele.

Além disso, atualmente, as empresas se veem obrigadas a usar técnicas e ferramentas gerenciais que permitam a redução de custos, o aumento de produtividade e consequentemente maiores ganhos. Assim, por meio da utilização do P as empresas podem se planejar de forma estratégica para competir nesse ambiente tão concorrido.

As peculiaridades das indústrias de laticínios, que são caracterizadas por trabalharem com uma matéria-prima altamente perecível, sazonal e com variações na qualidade; por produzirem produtos intermediários utilizados na fabricação de outros produtos e por fabricarem produtos, geralmente, com pequeno tempo de vida útil, exigem o emprego de técnicas e métodos de gerenciamento eficazes e de alocação ótima dos recursos.

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Neste contexto, o P  parte de uma análise ampla para gerenciar processos, garantindo eficiência e atendimento do mercado. A partir dele a indústria irá determinar:

  • O que será produzido? — quais produtos (em quais tamanhos, com quais sabores e com que tipo de embalagem?)
  • Quanto será produzido? — qual o tamanho do lote?
  • Como será produzido? — qual método de processamento/tecnologia será utilizado(a)?
  • Onde? — em qual sala/área do ambiente fabril?
  • Quem? — qual funcionário será responsável pela produção?
  • Quando? — em que momento/turno?

Como exemplo:

A indústria pode processar 100 litros/dia de iogurte de morango — quanto, em unidades de 1 litro, embalados em garrafa PET — o que será produzido, pela fermentação do leite por bactérias láticas —como será produzido, na sala 2 — onde, pelo funcionário João — quem, no turno da noite — quando.

Para responder a estas perguntas, a indústria terá que analisar:

  • Processo produtivo
  • Estoques de matéria-prima, insumos e produtos finais
  • Análise do mercado no qual os produtos serão vendidos
  • Rotina industrial
  • Processos de compra
  • Gerenciamento de recursos humanos

A partir destas informações, por meio do P serão traçadas estratégias para a utilização eficiente seus recursos possibilitando entregar ao mercado o produto desejado no momento e no local certos.

Níveis do P

  • Nível 1: Planejamento global de produção - Quanto?

Abrange um plano de produção estratégico, traçado de acordo com os objetivos organizacionais. Normalmente é anual, sendo caracterizado por ser um plano de produção agregado, ou seja, é definida a quantidade a ser produzida, sem especificar os produtos.

  • Nível 2: Plano diretor de produção - Quanto, O quê?

Inclui o plano de produção em caráter tático/operacional. Normalmente é mensal ou semanal, sendo um plano de produção desagregado, no qual se define o quê e quanto produzir, ou seja, define-se o mix de produção. Neste plano, que tem relação direta com o estoque de produtos, os pedidos são transformados em ordens de produção.

  • Nível 3: Planejamento de materiais - Como?

Também tem caráter tático/operacional; nele são detalhadas todas as necessidades de materiais. O plano é função basicamente da lista de materiais por produto e dos leads times de aquisição — tempo que decorre entre o pedido e a entrega do material —. Este plano tem relação direta com o estoque de materiais e insumos, visando minimizar estoques e cumprir prazos de entrega.

  • Nível 4: Programação e controle - Onde, Quem, Quando?

Engloba o programa de execução da produção propriamente dita, ou seja, aqui são definidos quais os equipamentos e linhas de processamento serão usados e quais os funcionários e turnos de produção de cada produto. Além disso, serão efetuados os registros e controles do que ocorre durante o processo.

Vantagens do P

  •  Laticínios de pequeno porte

Permite traçar um norte e visualizar os caminhos que deve seguir para alcançar os resultados pretendidos, principalmente, no que diz respeito ao atendimento dos consumidores e aumento de lucratividade.

 A falta de tempo para planejar e a dedicação apenas ao “executar” darão lugar ao planejamento estratégico, evitando, assim, desperdícios de recursos, às vezes, escassos, propiciando redução de custos e maior produtividade, permitindo competir com os laticínios mais arrojados de forma mais equânime.

  •  Laticínios de grande porte

É improvável que estas consigam gerenciar a quantidade de produtos que produzem, o grande número de funcionários, o alto volume de estoques e, consequentemente, maior volume de negociações, sem a utilização de um sistema arrojado de P.

Para este porte de indústria, o P possibilitará traçar estratégias para aumentar ou mesmo manter a parcela de mercado e  competir com os grandes players em condições de igualdade.

 

Referências 

SLACK, Nigel; CHAMBERS, Stuart; JOHNSTON, Robert. istração da Produção. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

*Fonte da foto do artigo: Freepik

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Material escrito por:

Laura Fernandes Melo Cabral

Laura Fernandes Melo Cabral

Professora do Departamento de Tecnologia de Alimentos da UFV

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Antonio Paulo Almeida
ANTONIO PAULO ALMEIDA

CAMPO DO MEIO - MINAS GERAIS - ESTUDANTE

EM 12/02/2021

muito bom o artigo...
Parabéns
Sergio Chavez
SERGIO CHAVEZ

INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 25/01/2021

Es asi como se debe hacer, grato e listrativo articulo.
Qual a sua dúvida hoje?

P em indústrias de laticínios: por que fazer?

O Planejamento e Controle da Produção (P) é um sistema de gestão utilizado nas indústrias de laticínios para traçar estratégias de otimização e alocação de recursos.

Publicado em: - 4 minutos de leitura

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O Planejamento e Controle da Produção (P) é um sistema de gestão utilizado nas indústrias de laticínios para traçar estratégias de otimização dos processos produtivos e alocação de recursos. 

Em várias conversas com proprietários ou gestores de laticínios de pequeno porte é comum escutar, ao perguntar como é feito o planejamento, o jargão “aqui a gente mata um leão por dia”, não dá tempo de planejar. Nesses locais, a importância do P é ignorada, seja pela falta de tempo evocada no jargão ou mesmo pela falta de conhecimento sobre o assunto.

Porém, é justamente em empresas de pequeno porte como os laticínios que o P pode fazer a diferença quando se trata de atendimento dos consumidores, redução de desperdícios e aumento da lucratividade. De acordo com Slack et al. (2002) o propósito do P é permitir que os processos da produção sejam eficazes e que sejam produzidos produtos e serviços conforme o desejo dos consumidores.

Mais além, o P vai de encontro às necessidades atuais das indústrias do setor lácteo com relação à entrega de produtos de qualidade superior, no momento certo e no local desejado. O atendimento às exigências do mercado consumidor é fator imperativo para que as empresas consigam aumentar a parcela de mercado ou mesmo se manter nele.

Além disso, atualmente, as empresas se veem obrigadas a usar técnicas e ferramentas gerenciais que permitam a redução de custos, o aumento de produtividade e consequentemente maiores ganhos. Assim, por meio da utilização do P as empresas podem se planejar de forma estratégica para competir nesse ambiente tão concorrido.

As peculiaridades das indústrias de laticínios, que são caracterizadas por trabalharem com uma matéria-prima altamente perecível, sazonal e com variações na qualidade; por produzirem produtos intermediários utilizados na fabricação de outros produtos e por fabricarem produtos, geralmente, com pequeno tempo de vida útil, exigem o emprego de técnicas e métodos de gerenciamento eficazes e de alocação ótima dos recursos.

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Neste contexto, o P  parte de uma análise ampla para gerenciar processos, garantindo eficiência e atendimento do mercado. A partir dele a indústria irá determinar:

  • O que será produzido? — quais produtos (em quais tamanhos, com quais sabores e com que tipo de embalagem?)
  • Quanto será produzido? — qual o tamanho do lote?
  • Como será produzido? — qual método de processamento/tecnologia será utilizado(a)?
  • Onde? — em qual sala/área do ambiente fabril?
  • Quem? — qual funcionário será responsável pela produção?
  • Quando? — em que momento/turno?

Como exemplo:

A indústria pode processar 100 litros/dia de iogurte de morango — quanto, em unidades de 1 litro, embalados em garrafa PET — o que será produzido, pela fermentação do leite por bactérias láticas —como será produzido, na sala 2 — onde, pelo funcionário João — quem, no turno da noite — quando.

Para responder a estas perguntas, a indústria terá que analisar:

  • Processo produtivo
  • Estoques de matéria-prima, insumos e produtos finais
  • Análise do mercado no qual os produtos serão vendidos
  • Rotina industrial
  • Processos de compra
  • Gerenciamento de recursos humanos

A partir destas informações, por meio do P serão traçadas estratégias para a utilização eficiente seus recursos possibilitando entregar ao mercado o produto desejado no momento e no local certos.

Níveis do P

  • Nível 1: Planejamento global de produção - Quanto?

Abrange um plano de produção estratégico, traçado de acordo com os objetivos organizacionais. Normalmente é anual, sendo caracterizado por ser um plano de produção agregado, ou seja, é definida a quantidade a ser produzida, sem especificar os produtos.

  • Nível 2: Plano diretor de produção - Quanto, O quê?

Inclui o plano de produção em caráter tático/operacional. Normalmente é mensal ou semanal, sendo um plano de produção desagregado, no qual se define o quê e quanto produzir, ou seja, define-se o mix de produção. Neste plano, que tem relação direta com o estoque de produtos, os pedidos são transformados em ordens de produção.

  • Nível 3: Planejamento de materiais - Como?

Também tem caráter tático/operacional; nele são detalhadas todas as necessidades de materiais. O plano é função basicamente da lista de materiais por produto e dos leads times de aquisição — tempo que decorre entre o pedido e a entrega do material —. Este plano tem relação direta com o estoque de materiais e insumos, visando minimizar estoques e cumprir prazos de entrega.

  • Nível 4: Programação e controle - Onde, Quem, Quando?

Engloba o programa de execução da produção propriamente dita, ou seja, aqui são definidos quais os equipamentos e linhas de processamento serão usados e quais os funcionários e turnos de produção de cada produto. Além disso, serão efetuados os registros e controles do que ocorre durante o processo.

Vantagens do P

  •  Laticínios de pequeno porte

Permite traçar um norte e visualizar os caminhos que deve seguir para alcançar os resultados pretendidos, principalmente, no que diz respeito ao atendimento dos consumidores e aumento de lucratividade.

 A falta de tempo para planejar e a dedicação apenas ao “executar” darão lugar ao planejamento estratégico, evitando, assim, desperdícios de recursos, às vezes, escassos, propiciando redução de custos e maior produtividade, permitindo competir com os laticínios mais arrojados de forma mais equânime.

  •  Laticínios de grande porte

É improvável que estas consigam gerenciar a quantidade de produtos que produzem, o grande número de funcionários, o alto volume de estoques e, consequentemente, maior volume de negociações, sem a utilização de um sistema arrojado de P.

Para este porte de indústria, o P possibilitará traçar estratégias para aumentar ou mesmo manter a parcela de mercado e  competir com os grandes players em condições de igualdade.

 

Referências 

SLACK, Nigel; CHAMBERS, Stuart; JOHNSTON, Robert. istração da Produção. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

*Fonte da foto do artigo: Freepik

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Material escrito por:

Laura Fernandes Melo Cabral

Laura Fernandes Melo Cabral

Professora do Departamento de Tecnologia de Alimentos da UFV

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Antonio Paulo Almeida
ANTONIO PAULO ALMEIDA

CAMPO DO MEIO - MINAS GERAIS - ESTUDANTE

EM 12/02/2021

muito bom o artigo...
Parabéns
Sergio Chavez
SERGIO CHAVEZ

INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 25/01/2021

Es asi como se debe hacer, grato e listrativo articulo.
Qual a sua dúvida hoje?