Queijos azuis são aqueles queijos colonizados por fungos. Os fungos crescem no queijo e formam aqueles veios azul-esverdeados. Fazem parte dos queijos azuis o queijo gorgonzola italiano, o roquefort francês, o queijo de valdeon e o queijo cabrales espanhol.
Confira o áudio:
Bom, o fungo azul mais comum é o Penicillium roqueforti, da mesma família do fungo que produz a penicilina. Este fungo habita as montanhas altas da Europa e contaminava naturalmente o queijo feito nessas montanhas. Estudiosos demonstraram que os esporos desses fungos estavam em todos os lugares nessas montanhas, nas cavernas, nas casas e, é claro, nas queijarias. É costume nesses lugares maturar os queijos dentro de cavernas, onde a temperatura é ideal, e, como a caverna está cheia de fungos, eles am a crescer nos queijos.
Quando os fungos crescem em frutas ou pães consideramos esses alimentos estragados, mas, no queijo, não. O Penicillium confere sabor e aroma muito apreciáveis, tornando os queijos fortes, para comer pouco, e de preferência com um bom vinho. São muito bons também para fazer molhos e patês.
Onde não há montanhas como as européias, também é possível fazer queijos azuis, simulando as condições das cavernas, comprando e adicionando o Penicillium, que é vendido desidratado para as queijarias. Assim como se faz com outras bactérias láticas, utilizadas como fermentos, o laticínio coloca o Penicillium no leite e faz o queijo, que depois vai para câmaras de maturação com temperatura e umidade que simulam as cavernas européias, e pronto!
Assim, pode-se fazer queijos azuis em qualquer lugar do mundo, inclusive no Brasil. Mas esses queijos não podem se chamar gorgonzola ou roquefort fora dos seus lugares de origem. Quando se faz queijo gorgonzola no Brasil, deve estar escrito na embalagem “queijo tipo gorgonzola” ou “queijo tipo roquefort”, para indicar que é parecido com aquele, mas não é igual, não é original.