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Salga em queijos: dicas práticas para padronização e manutenção da qualidade

A salga é um processo essencial na fabricação de queijos, influenciando diretamente o sabor, textura, conservação e segurança do produto final. Confira!

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A salga é um processo essencial na fabricação de queijos, influenciando diretamente o sabor, textura, conservação e segurança do produto final. Existem diferentes métodos de salga, cada um com suas particularidades e aplicações específicas. Este artigo técnico explora os principais tipos de salga, os fundamentos teóricos e dicas práticas para otimização do processo de salga.

Salga a seco

A salga a seco envolve a aplicação direta de sal sobre a superfície do queijo. Este método é frequentemente utilizado para queijos de massa prensada, como parmesão e pecorino. O sal é espalhado de forma homogênea sobre o queijo, promovendo a desidratação controlada e a formação de uma crosta protetora.

Para fundamentar este tipo de salga estudam-se os processos de osmose, difusão e desidratação. O sal na superfície cria um gradiente osmótico, atraindo a umidade do interior do queijo para a superfície. A difusão do sal para o interior do queijo é lenta e depende da concentração de sal, temperatura e composição do queijo. A desidratação na superfície ajuda a formar uma crosta que protege o queijo de contaminações microbianas e promove o desenvolvimento de sabor e textura.

Dicas práticas

I) Utilize sal de alta pureza para evitar contaminações;

II) Aplique o sal de forma uniforme para garantir uma distribuição homogênea;

III) Monitore a umidade do ambiente para evitar o ressecamento excessivo do queijo.

Salga em salmoura

Na salga em salmoura, os queijos são imersos em solução de água e sal. Este método é comum em queijos frescos e semiduros, como mozzarella e feta. A salmoura permite uma penetração mais rápida e uniforme do sal em queijos de diferentes formatos e tamanhos.

Devido à concentração do equilíbrio osmótico a concentração de sal na salmoura cria um ambiente hipertônico em relação ao queijo, facilitando a difusão do sal para o interior do queijo. O equilíbrio osmótico entre o queijo e a salmoura é crucial para uma salga eficaz.

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Além disso, a alta concentração de sal na salmoura inibe o crescimento de microrganismos patogênicos, contribuindo para a segurança do produto, por isso é importante realizar um rígido controle microbiano no processo.

Dicas práticas

I) Mantenha a concentração de sal na salmoura entre 18 % e 22 % para evitar o crescimento microbiano;

II) Troque a salmoura regularmente (4 a 6 meses) para evitar o acúmulo de bactérias e resíduos;

III) Controle a temperatura (10 °C) da salmoura para garantir uma penetração uniforme do sal.

Salga mista

A salga mista combina a salga a seco e a salga em salmoura. Primeiro, aplica-se sal na superfície do queijo, seguido de uma imersão em salmoura. Este método é usado em queijos como gouda e edam.

A combinação dos métodos permite um controle mais preciso sobre a quantidade de sal absorvida pelo queijo, promovendo um equilíbrio ideal entre sabor, textura e conservação. A aplicação inicial de sal a seco ajuda a iniciar a formação da crosta, enquanto a imersão em salmoura garante a penetração profunda e uniforme do sal.

Dicas práticas

I) Ajuste o tempo de imersão na salmoura de acordo com o tamanho e a umidade do queijo;

II) Utilize técnicas de salga a seco para corrigir possíveis deficiências após a imersão.

Salga por injeção

A salga por injeção envolve a introdução de sal diretamente na massa do queijo através de agulhas. Este método é menos comum, mas pode ser aplicado em queijos de grande porte, como alguns tipos de cheddar.

A injeção permite uma distribuição rápida, e precisa do sal no interior do queijo, garantindo que áreas de difícil o sejam adequadamente salgadas. A técnica permite ajustar a salinidade de acordo com as necessidades específicas do queijo, evitando excessos ou deficiências.

Dicas práticas

I) Certifique-se de que o equipamento de injeção esteja bem esterilizado para evitar contaminações;

II) Calibre a quantidade de sal injetado para evitar excessos que podem comprometer o sabor.

Cada método de salga tem vantagens e desvantagens, e a escolha do método adequado depende do tipo de queijo e das características desejadas no produto final. Com as dicas práticas, espera-se que os produtores de queijo possam melhorar a qualidade e consistência dos produtos, além de padronizar a fabricação artesanal.

 

 

Autores

Pedro Paulo Alves Pinheiro

Gabriella de Oliveira Nascimento

Marciel Oliveira dos Santos

Sérgio Gonçalves Mota

Wanderson Rodrigues da Silva

Marco Antônio Pereira da Silva

 

Agradecimentos

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) (Processo n. 303505/2023-0), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (FAPEG), Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e IF Goiano - Campus Rio Verde pelo apoio a realização da pesquisa.

 

Referências Bibliográficas

Fox, P. F., et al. (2017). Cheese: Chemistry, Physics and Microbiology. Academic Press.

Guinee, T. P. (2004). Salting and the Role of Salt in Cheese. International Journal of Dairy Technology, 57(2-3), 99-109.

McSweeney, P. L. H., & Fox, P. F. (2004). Metabolism of Residual Lactose and of Lactate and Citrate. In Cheese: Chemistry, Physics and Microbiology (pp. 361-370). Academic Press.

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Material escrito por:

PEDRO PAULO ALVES PINHEIRO

PEDRO PAULO ALVES PINHEIRO

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Gabriella de Oliveira Nascimento

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Marciel Oliveira dos Santos

Marciel Oliveira dos Santos

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Wanderson  Rodrigues da  Silva

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Marco Antônio Pereira da Silva

Marco Antônio Pereira da Silva

Doutor em Ciência Animal pela Universidade Federal de Goiás, Professor do IF Goiano - Campus Rio Verde, GO

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A salga é um processo essencial na fabricação de queijos, influenciando diretamente o sabor, textura, conservação e segurança do produto final. Existem diferentes métodos de salga, cada um com suas particularidades e aplicações específicas. Este artigo técnico explora os principais tipos de salga, os fundamentos teóricos e dicas práticas para otimização do processo de salga.

Salga a seco

A salga a seco envolve a aplicação direta de sal sobre a superfície do queijo. Este método é frequentemente utilizado para queijos de massa prensada, como parmesão e pecorino. O sal é espalhado de forma homogênea sobre o queijo, promovendo a desidratação controlada e a formação de uma crosta protetora.

Para fundamentar este tipo de salga estudam-se os processos de osmose, difusão e desidratação. O sal na superfície cria um gradiente osmótico, atraindo a umidade do interior do queijo para a superfície. A difusão do sal para o interior do queijo é lenta e depende da concentração de sal, temperatura e composição do queijo. A desidratação na superfície ajuda a formar uma crosta que protege o queijo de contaminações microbianas e promove o desenvolvimento de sabor e textura.

Dicas práticas

I) Utilize sal de alta pureza para evitar contaminações;

II) Aplique o sal de forma uniforme para garantir uma distribuição homogênea;

III) Monitore a umidade do ambiente para evitar o ressecamento excessivo do queijo.

Salga em salmoura

Na salga em salmoura, os queijos são imersos em solução de água e sal. Este método é comum em queijos frescos e semiduros, como mozzarella e feta. A salmoura permite uma penetração mais rápida e uniforme do sal em queijos de diferentes formatos e tamanhos.

Devido à concentração do equilíbrio osmótico a concentração de sal na salmoura cria um ambiente hipertônico em relação ao queijo, facilitando a difusão do sal para o interior do queijo. O equilíbrio osmótico entre o queijo e a salmoura é crucial para uma salga eficaz.

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I) Mantenha a concentração de sal na salmoura entre 18 % e 22 % para evitar o crescimento microbiano;

II) Troque a salmoura regularmente (4 a 6 meses) para evitar o acúmulo de bactérias e resíduos;

III) Controle a temperatura (10 °C) da salmoura para garantir uma penetração uniforme do sal.

Salga mista

A salga mista combina a salga a seco e a salga em salmoura. Primeiro, aplica-se sal na superfície do queijo, seguido de uma imersão em salmoura. Este método é usado em queijos como gouda e edam.

A combinação dos métodos permite um controle mais preciso sobre a quantidade de sal absorvida pelo queijo, promovendo um equilíbrio ideal entre sabor, textura e conservação. A aplicação inicial de sal a seco ajuda a iniciar a formação da crosta, enquanto a imersão em salmoura garante a penetração profunda e uniforme do sal.

Dicas práticas

I) Ajuste o tempo de imersão na salmoura de acordo com o tamanho e a umidade do queijo;

II) Utilize técnicas de salga a seco para corrigir possíveis deficiências após a imersão.

Salga por injeção

A salga por injeção envolve a introdução de sal diretamente na massa do queijo através de agulhas. Este método é menos comum, mas pode ser aplicado em queijos de grande porte, como alguns tipos de cheddar.

A injeção permite uma distribuição rápida, e precisa do sal no interior do queijo, garantindo que áreas de difícil o sejam adequadamente salgadas. A técnica permite ajustar a salinidade de acordo com as necessidades específicas do queijo, evitando excessos ou deficiências.

Dicas práticas

I) Certifique-se de que o equipamento de injeção esteja bem esterilizado para evitar contaminações;

II) Calibre a quantidade de sal injetado para evitar excessos que podem comprometer o sabor.

Cada método de salga tem vantagens e desvantagens, e a escolha do método adequado depende do tipo de queijo e das características desejadas no produto final. Com as dicas práticas, espera-se que os produtores de queijo possam melhorar a qualidade e consistência dos produtos, além de padronizar a fabricação artesanal.

 

 

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Marciel Oliveira dos Santos

Sérgio Gonçalves Mota

Wanderson Rodrigues da Silva

Marco Antônio Pereira da Silva

 

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Referências Bibliográficas

Fox, P. F., et al. (2017). Cheese: Chemistry, Physics and Microbiology. Academic Press.

Guinee, T. P. (2004). Salting and the Role of Salt in Cheese. International Journal of Dairy Technology, 57(2-3), 99-109.

McSweeney, P. L. H., & Fox, P. F. (2004). Metabolism of Residual Lactose and of Lactate and Citrate. In Cheese: Chemistry, Physics and Microbiology (pp. 361-370). Academic Press.

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