O mercado lácteo global enfrenta desafios e oportunidades em 2025, impulsionado por demandas crescentes por sustentabilidade, saudabilidade e eficiência produtiva. Este artigo explora as tendências emergentes para este setor, com foco em exemplos práticos e no mercado brasileiro.
Sustentabilidade na produção
A redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE) está no centro das iniciativas do setor. A produção de leite tradicional é responsável por aproximadamente 4% das emissões globais de GEE (FAO, 2022). No Brasil, cooperativas como a Embrapa Gado de Leite têm implementado sistemas integrados de produção agropecuária, que reduzem emissões e aumentam a eficiência. A adição de suplementos à base de algas na alimentação de bovinos, como o projeto da empresa brasileira Água Viva, também se destaca por reduzir significativamente as emissões de metano.
Personalização e funcionalidade
Os consumidores demandam alimentos que atendam às suas necessidades específicas de saúde. Segundo a Research and Markets (2023), o mercado de alimentos funcionais deve atingir US$ 275 bilhões até 2025. No Brasil, a Itambé tem lançado lácteos enriquecidos com probióticos e vitaminas voltados para públicos específicos, como crianças e idosos. A utilização de tecnologias de fermentação permite criar produtos como iogurtes com propriedades antioxidantes, já explorados por startups nacionais como a BeGreen.
Digitalização da cadeia de suprimentos
A integração de IoT (Internet das Coisas) e blockchain está revolucionando a rastreabilidade e a eficiência na cadeia láctea. No Brasil, a Nestlé implementou sistemas de rastreamento digital que permitem ao consumidor verificar a origem do leite em suas embalagens através de QR codes. Cooperativas como a Castrolanda também estão investindo em soluções digitais para monitorar a qualidade do leite em tempo real, aumentando a confiança do consumidor e reduzindo desperdícios.
Embalagens sustentáveis
A preocupação com o impacto ambiental está levando à adoção de soluções de embalagens recicláveis e biodegradáveis. A Euromonitor International (2023) aponta que, até 2025, 70% das embalagens de lácteos na Europa serão projetadas para serem totalmente recicláveis. No mundo o segmento de embalagens cartonadas investe em alternativas com tampas feitas de plástico vegetal, derivado da cana-de-açúcar.
O setor lácteo está em um ponto de inflexão, com inovações que prometem atender às demandas de consumidores mais conscientes e exigentes. No Brasil, empresas que investirem em soluções adaptadas à realidade local, como sustentabilidade, personalização e digitalização, estarão melhor posicionadas para prosperar nesse mercado dinâmico.
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Referências bibliográficas
FAO. (2022). Greenhouse gas emissions from dairy production.
Fortune Business Insights. (2023). Dairy Alternatives Market Size.
Research and Markets. (2023). Functional Foods Market Report.
Frontiers in Sustainable Food Systems. (2023). Methane Reduction in Dairy Farming.
McKinsey. (2024). Blockchain in Agriculture.
Euromonitor International. (2023). Sustainable Packaging Trends.
Dairy Industry Insights. (2024). Trends in IoT and Blockchain Adoption.
Embrapa Gado de Leite. (2024). Sistemas integrados na produção de leite no Brasil.
Nestlé Brasil. (2024). Relatório de sustentabilidade e inovação.
SIG Combibloc. (2024). Embalagens sustentáveis para o mercado lácteo.