José Roberto Peres
Os pontos-chave para a prevenção de doenças em bezerros recém-nascidos são a transferência de imunidade iva através do colostro e a diminuição da exposição dos animais aos patógenos do ambiente. Normalmente se dá grande ênfase ao primeiro ponto e muito pouca atenção ao segundo. Minimizar a exposição dos bezerros aos patógenos é com certeza um dos métodos mais fáceis e de melhor custo benefício para se melhorar a sobrevivência dos bezerros. E isto não depende de grande esforço.
Os patógenos que causam as doenças em bezerros (rotavírus, salmonela, E. coli, Cryptosporidium, etc.) são usualmente ados para o bezerro através do ambiente. Cama ou esterco que contém organismos ou seus oocistos são um fonte imediata de contaminação. A própria mãe pode alojar organismos que podem infectar o bezerro - seja através do próprio colostro e do leite (p. ex.: tuberculose e paratuberculose) ou através do esterco grudado em seu corpo.
Os bezerros recém-nascidos estão em real desvantagem quando se trata de se defender de doenças. Eles não somente estão altamente estressados, mas suas defesas imunológicas são mínimas até que ele comece a consumir colostro. Em adição, o animal tem uma porta aberta para seu sistema circulatório - o cordão umbilical. A infecção do cordão umbilical pode resultar rapidamente em doença (septicemia - em outras palavras, a entrada de bactérias na corrente sangüínea) e morte. É de extrema importância minimizar o potencial de infecção do cordão umbilical através da desinfecção do umbigo. Infelizmente, uma recente pesquisa realizada nos EUA revelou que apenas 47% dos bezerros têm seu umbigo desinfetado. Estudos têm mostrado que a mortalidade dos bezerros é reduzida quando o umbigo é imerso em desinfetante logo após o nascimento. Portanto, esta deve ser uma prática consistente de manejo por todos produtores de leite.
Certifique-se de mergulhar o umbigo numa tintura de iodo (pelo menos 7% de iodo). Isto irá inibir a migração dos microorganismos para dentro do corpo do bezerros. Não dilua soluções de iodo utilizadas, por exemplo, na imersão dos tetos das vacas. A tintura de iodo também contém álcool, que irá auxiliar na vedação e secagem do cordão. Mergulhe o umbigo, não use aerosol. Os aerosóis não proporcionam cobertura adequada, a menos que se dispense grande atenção a isto.
De acordo com o Dr. G. A. Donovan, da Universidade da Flórida, o umbigo deve ser mergulhado no iodo o mais cedo possível após o parto, quando se move o bezerro para uma casinha ou baia e, novamente após 12 a 18 horas.
Lembre-se: a imersão do umbigo é uma forma efetiva de reduzir a exposição do animal a patógenos causadores de doenças. É um procedimento fácil e barato e dá grande retorno na forma de redução na taxa de mortalidade, morbidez e despesas com tratamentos.
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fonte: Quigley, J., Navel Disinfection. APC Calf NotesTM #14.