o, principalmente nas duas primeiras semanas de lactação. Isto é resultado dos desafios em se adaptar à [...]" />

Adaptações hormonais de vacas leiteiras no período de transição

O período de transição é crítico para a saúde da vaca leiteira. Apesar de a maioria delas ser capaz de responder ao desafio metabólico sem dificuldade, em média, uma de cada duas ou três vacas sofre algum problema de saúde no período de transição, principalmente nas duas primeiras semanas de lactação. Isto é resultado dos desafios em se adaptar à [...]

Publicado por: vários autores

Publicado em: - 6 minutos de leitura

Ícone para ver comentários 6
Ícone para curtir artigo 2

O período de transição é crítico para a saúde da vaca leiteira. Apesar de a maioria delas ser capaz de responder ao desafio metabólico sem dificuldade, em média, uma de cada duas ou três vacas sofre algum problema de saúde no período de transição, principalmente nas duas primeiras semanas de lactação. Isto é resultado dos desafios em se adaptar à lactação que se inicia, gerando desequilíbrios fisiológicos, que culmina com um alto risco de um complexo de problemas digestivo, metabólico e infeccioso. Esse é um período marcado por mudanças nutricionais, metabólicas, imunológicas e hormonais.

As alterações hormonais ocorrem em diferentes padrões durante o período de transição com o objetivo de preparar a vaca para o parto e a lactação. Já antes do parto, o desenvolvimento da glândula mamária, a produção de colostro e o início da produção de leite desencadeiam grandes alterações no úbere. Além disso, nas últimas três semanas de gestação, a demanda de nutriente para o feto alcança o seu máximo e a ingestão de matéria seca (IMS) diminui de 10 a 30% comparada ao início do período seco. Dessa forma, as mudanças no estado endócrino (hormonal) e a redução na IMS no final da gestação exercem influência sobre o metabolismo.

O sistema endócrino, juntamente com os sistemas nervoso e imune, desempenha um papel importante na regulação metabólica e partição de nutrientes. Essa regulação é necessária para manter o organismo em equilíbrio mesmo quando o ambiente em que o animal se encontra apresenta grandes desafios. Isto é conhecido como homeostase, ou seja, a manutenção do equilíbrio em relação ao ambiente de minuto a minuto.

A vaca, ao ar pelo período de transição sofre invariavelmente algum grau de mobilização corporal, ou balanço energético negativo e experimentos que tentaram cessar a mobilização corporal não têm tido sucesso. Esse fenômeno não é exclusivo das vacas de leite, pois em quase todas as espécies de mamíferos a mãe sacrifica parte de suas reservas corporais para produzir o leite e alimentar a cria. Essas observações demonstram existir um controle genético que coordena o perfil hormonal da vaca no período de transição e o direciona para a mobilização de reservas corporais, priorizando a produção de leite. Essas mudanças coordenadas no metabolismo são resultado da evolução das espécies e necessárias para auxiliar o animal a se adaptar a novos estados fisiológicos, como ocorre do estágio de gestante para lactante. Esse processo ocorre ao longo de dias ou semanas e é chamado de homeorrexia.
Continua depois da publicidade
Ao selecionar vacas com produções de leite cada vez maiores, a regulação endócrina foi alterada, assim como os mecanismos de utilização de nutrientes pela glândula mamária, de forma a priorizar a produção. Dessa forma, o organismo utiliza fontes alternativas para suprir suas exigências, como por exemplo, a quebra de gordura corporal e proteína muscular, fornecendo energia para o animal e glicose para a síntese do leite.

Dentre os hormônios envolvidos no metabolismo de vacas leiteiras no período de transição, destacam-se hormônio do crescimento (GH), insulina, catecolaminas, glicocorticoides, progesterona e estrógeno. Todos eles desempenham funções específicas durante esse período que favorecem a demanda metabólica da vaca para produzir leite.

O hormônio de crescimento (GH) ou somatotropina desempenha um papel fundamental na coordenação homeorrética da utilização de reservas corporais. Ao parto, suas concentrações encontram-se aumentadas, facilitando a liberação de energia dos adipócitos (células que armazenam gordura). Mudanças similares ocorrem na musculatura, onde ocorre proteólise (quebra de proteína) e os aminoácidos oriundos desse processo contribuem como fonte para a formação de glicose e de proteína do leite, principalmente nas duas primeiras semanas após o parto.

Muitos hormônios exercem sua função ao se ligarem a receptores na superfície de células, o que é o caso do GH. No fígado, o GH estimula a secreção de fator de crescimento semelhante à insulina (IGF-I), que em situações fisiológicas normais, altas concentrações de IGF-I e do próprio GH inibem a sua liberação. No entanto, em situações de alta demanda de nutrientes, como durante o período de transição, a inibição da liberação de GH pelo IGF-I não ocorre, havendo diminuição da circulação total de IGF-I e elevação das concentrações de GH pela sua contínua liberação. Além disso, as vacas nessa fase tem menor número de receptores de GH nos hepatócitos, reduzindo em aproximadamente 70% a concentração de IGF-I. Tudo isso ocorre como um mecanismo homeostático, permitindo a mobilização de tecidos corporais, numa fase em que a ingestão de matéria seca encontra-se abaixo do necessário para fornecer os nutrientes requeridos para a produção.

No tecido adiposo, o hormônio do crescimento inibe a ação da insulina, criando-se um estado de resistência à insulina. A insulina é um hormônio que estimula o armazenamento de gordura, contrariando as ações do GH. Os baixos níveis de insulina e a menor resposta desse hormônio pelos tecidos muscular e adiposo (resistência à insulina) ocorrem simultaneamente no início da lactação, sendo esse comportamento exacerbado em vacas selecionadas para alta produção de leite, as quais sofrem maior resistência à insulina e acabam por ter maior mobilização de gordura corporal.

A maior parte das células do organismo necessita da insulina para poder captar a glicose circulante e utilizá-la. As principais exceções são as células do sistema nervoso como os neurônios e as células da glândula mamária. Isso possibilita que essas células possam captar a glicose sanguínea mesmo em situações de escassez desse nutriente quando as concentrações de insulina estão baixas. Nesse cenário de altas concentrações de GH e baixas concentrações de IGF-1 e insulina, a absorção de glicose pelos tecidos extramamários é dificultada, conservando glicose para a síntese do leite.

Com o avanço da lactação, os níveis de insulina aumentam, a produção de leite reduz e o consumo de alimento retorna ao normal. Dessa forma, a vaca ganha condição corporal. Ademais, tanto insulina quanto IGF-I, agem diretamente no ovário e aumentam a sensibilidade a hormônios ligados à reprodução, podendo ser responsáveis por mediar efeito da condição corporal no retorno à atividade reprodutiva da vaca.

As catecolaminas, tais como adrenalina e noradrenalina, são hormônios relacionados ao estresse e agem como potentes estimuladores da quebra de gordura. Além disso, o cortisol, o glicocorticóide endógeno predominante em bovinos, tem suas concentrações sanguíneas baixas durante a gestação até imediatamente antes do parto, quando eles apresentam um pico e podem permanecer elevados até a terceira semana após o parto. No sangue, os glicocorticóides encontram-se ligados a uma proteína, a globulina ligadora de corticosteróide (CBG), que os inativam, no entanto, durante o período periparto, a CBG diminui e os glicocorticóides livres aumentam. A elevada secreção de glicocorticóides no período periparturiente é associada com supressão do sistema imune, que pode contribuir com a maior incidência de doenças no período de transição. O cortisol também é um indicador de estresse e estimula a liberação de glicose para a corrente sanguínea.

No período periparturiente, ocorre um rápido declínio na secreção de progesterona enquanto as concentrações de estrógeno encontram-se elevadas ao final da gestação e diminuem acentuadamente. A progesterona é citada por inibir diversas funções de leucócitos, relacionando-se à prevenção da rejeição fetal durante a gestação, considerada, portanto, um hormônio imunossupressor. Já o estrógeno, é um importante fator contribuinte para a diminuição do consumo próximo ao parto. Esses hormônios, consequentemente, justificam, em parte, o desafio imunológico e metabólico que esses animais enfrentem durante esse período.


Adaptado de O’Diam et al. (2011)

Portanto, diversos hormônios estão envolvidos, de forma complexa, nas adaptações fisiológicas que as vacas leiteiras am durante o período de transição. No entanto, eles representam um grande desafio metabólico e imunológico para esses animais, especialmente para as vacas de alta produção. Dessa forma, medidas que proporcionem melhores condições de saúde à vaca são necessárias.
 

QUER AR O CONTEÚDO? É GRATUITO!

Para continuar lendo o conteúdo entre com sua conta ou cadastre-se no MilkPoint.

Tenha o a conteúdos exclusivos gratuitamente!

Ícone para ver comentários 6
Ícone para curtir artigo 2

Material escrito por:

Elias Jorge facury Filho

Elias Jorge facury Filho

ar todos os materiais
Tiago Facury Moreira

Tiago Facury Moreira

ar todos os materiais
Antonio Ultimo de Carvalho

Antonio Ultimo de Carvalho

ar todos os materiais
Rodrigo Melo Meneses

Rodrigo Melo Meneses

Possui graduação em Medicina Veterinária e especialização em Clínica e Cirurgia de Grandes Animais pela UFV. Mestre em Ciência Animal pela UFMG e atualmente é aluno de doutorado nessa instituição.

ar todos os materiais

Deixe sua opinião!

Foto do usuário

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração.

Daniel Junior
DANIEL JUNIOR

EM 30/07/2022

Como fazer indução de lactação em vacas secas holandês?
Sergio nicolau
SERGIO NICOLAU

BARRETOS - SÃO PAULO

EM 07/09/2015

. Soube da existência de um hormônio natural que servido as vacas ,aumentam a produção leiteira,bem como o aproveitamento da ração proteica oferecida. Segundo sei a fórmula seria a seguinte:

Hormonio GH Grownt lac 5%

Hormonio sintetizador de proteína 5%

Veículo 90%

Gostaria de saber onde obter e como usar

Igualmente a Andre Murrad solicito por gentileza informações.

Obrigado
Overland Amaral Costa
OVERLAND AMARAL COSTA

ARACAJU - SERGIPE - INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS

EM 24/07/2015

. Soube da existência de um hormônio natural que servido as vacas ,aumentam a produção leiteira,bem como o aproveitamento da ração proteica oferecida. Segundo sei a fórmula seria a seguinte:

Hormonio GH Grownt lac 5%

Hormonio sintetizador de proteína 5%

Veículo 90%

Gostaria de saber onde obter e como usar

Igualmente a Andre Murrad solicito por gentileza informações.

Obrigado
André murad
ANDRÉ MURAD

BARUERI - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 13/05/2015

Boa noite. Soube da existência de um hormônio natural que servido as vacas ,aumentam a produção leiteira,bem como o aproveitamento da ração proteica oferecida. Segundo sei a fórmula seria a seguinte:

Hormonio GH Grownt lac 5%

Hormonio sintetizador de proteína 5%

Veículo 90%

Gostaria de saber onde obter e como usar

Obrigado
Fernando de L. Amorim
FERNANDO DE L. AMORIM

MAGÉ - RIO DE JANEIRO - ESTUDANTE

EM 11/02/2014

Muito bom, nota 10, parabéns.
Rodrigo Melo Meneses
RODRIGO MELO MENESES

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 08/02/2014

Prezado Rômulo,



A referência de O'Diam et al. (2011) consiste em um palestra presente nos Anais do I Simpósio Internacional Leite Integral apresentada pela Drª Kristy Daniels da Universidade do Estado de Ohio, a qual abordou o tema "Bovine Mammary Growth and Development: a Lifecycle View".



Att.,

Rodrigo.
Qual a sua dúvida hoje?

Adaptações hormonais de vacas leiteiras no período de transição

O período de transição é crítico para a saúde da vaca leiteira. Apesar de a maioria delas ser capaz de responder ao desafio metabólico sem dificuldade, em média, uma de cada duas ou três vacas sofre algum problema de saúde no período de transição, principalmente nas duas primeiras semanas de lactação. Isto é resultado dos desafios em se adaptar à [...]

Publicado por: vários autores

Publicado em: - 6 minutos de leitura

Ícone para ver comentários 6
Ícone para curtir artigo 2

O período de transição é crítico para a saúde da vaca leiteira. Apesar de a maioria delas ser capaz de responder ao desafio metabólico sem dificuldade, em média, uma de cada duas ou três vacas sofre algum problema de saúde no período de transição, principalmente nas duas primeiras semanas de lactação. Isto é resultado dos desafios em se adaptar à lactação que se inicia, gerando desequilíbrios fisiológicos, que culmina com um alto risco de um complexo de problemas digestivo, metabólico e infeccioso. Esse é um período marcado por mudanças nutricionais, metabólicas, imunológicas e hormonais.

As alterações hormonais ocorrem em diferentes padrões durante o período de transição com o objetivo de preparar a vaca para o parto e a lactação. Já antes do parto, o desenvolvimento da glândula mamária, a produção de colostro e o início da produção de leite desencadeiam grandes alterações no úbere. Além disso, nas últimas três semanas de gestação, a demanda de nutriente para o feto alcança o seu máximo e a ingestão de matéria seca (IMS) diminui de 10 a 30% comparada ao início do período seco. Dessa forma, as mudanças no estado endócrino (hormonal) e a redução na IMS no final da gestação exercem influência sobre o metabolismo.

O sistema endócrino, juntamente com os sistemas nervoso e imune, desempenha um papel importante na regulação metabólica e partição de nutrientes. Essa regulação é necessária para manter o organismo em equilíbrio mesmo quando o ambiente em que o animal se encontra apresenta grandes desafios. Isto é conhecido como homeostase, ou seja, a manutenção do equilíbrio em relação ao ambiente de minuto a minuto.

A vaca, ao ar pelo período de transição sofre invariavelmente algum grau de mobilização corporal, ou balanço energético negativo e experimentos que tentaram cessar a mobilização corporal não têm tido sucesso. Esse fenômeno não é exclusivo das vacas de leite, pois em quase todas as espécies de mamíferos a mãe sacrifica parte de suas reservas corporais para produzir o leite e alimentar a cria. Essas observações demonstram existir um controle genético que coordena o perfil hormonal da vaca no período de transição e o direciona para a mobilização de reservas corporais, priorizando a produção de leite. Essas mudanças coordenadas no metabolismo são resultado da evolução das espécies e necessárias para auxiliar o animal a se adaptar a novos estados fisiológicos, como ocorre do estágio de gestante para lactante. Esse processo ocorre ao longo de dias ou semanas e é chamado de homeorrexia.
Continua depois da publicidade
Ao selecionar vacas com produções de leite cada vez maiores, a regulação endócrina foi alterada, assim como os mecanismos de utilização de nutrientes pela glândula mamária, de forma a priorizar a produção. Dessa forma, o organismo utiliza fontes alternativas para suprir suas exigências, como por exemplo, a quebra de gordura corporal e proteína muscular, fornecendo energia para o animal e glicose para a síntese do leite.

Dentre os hormônios envolvidos no metabolismo de vacas leiteiras no período de transição, destacam-se hormônio do crescimento (GH), insulina, catecolaminas, glicocorticoides, progesterona e estrógeno. Todos eles desempenham funções específicas durante esse período que favorecem a demanda metabólica da vaca para produzir leite.

O hormônio de crescimento (GH) ou somatotropina desempenha um papel fundamental na coordenação homeorrética da utilização de reservas corporais. Ao parto, suas concentrações encontram-se aumentadas, facilitando a liberação de energia dos adipócitos (células que armazenam gordura). Mudanças similares ocorrem na musculatura, onde ocorre proteólise (quebra de proteína) e os aminoácidos oriundos desse processo contribuem como fonte para a formação de glicose e de proteína do leite, principalmente nas duas primeiras semanas após o parto.

Muitos hormônios exercem sua função ao se ligarem a receptores na superfície de células, o que é o caso do GH. No fígado, o GH estimula a secreção de fator de crescimento semelhante à insulina (IGF-I), que em situações fisiológicas normais, altas concentrações de IGF-I e do próprio GH inibem a sua liberação. No entanto, em situações de alta demanda de nutrientes, como durante o período de transição, a inibição da liberação de GH pelo IGF-I não ocorre, havendo diminuição da circulação total de IGF-I e elevação das concentrações de GH pela sua contínua liberação. Além disso, as vacas nessa fase tem menor número de receptores de GH nos hepatócitos, reduzindo em aproximadamente 70% a concentração de IGF-I. Tudo isso ocorre como um mecanismo homeostático, permitindo a mobilização de tecidos corporais, numa fase em que a ingestão de matéria seca encontra-se abaixo do necessário para fornecer os nutrientes requeridos para a produção.

No tecido adiposo, o hormônio do crescimento inibe a ação da insulina, criando-se um estado de resistência à insulina. A insulina é um hormônio que estimula o armazenamento de gordura, contrariando as ações do GH. Os baixos níveis de insulina e a menor resposta desse hormônio pelos tecidos muscular e adiposo (resistência à insulina) ocorrem simultaneamente no início da lactação, sendo esse comportamento exacerbado em vacas selecionadas para alta produção de leite, as quais sofrem maior resistência à insulina e acabam por ter maior mobilização de gordura corporal.

A maior parte das células do organismo necessita da insulina para poder captar a glicose circulante e utilizá-la. As principais exceções são as células do sistema nervoso como os neurônios e as células da glândula mamária. Isso possibilita que essas células possam captar a glicose sanguínea mesmo em situações de escassez desse nutriente quando as concentrações de insulina estão baixas. Nesse cenário de altas concentrações de GH e baixas concentrações de IGF-1 e insulina, a absorção de glicose pelos tecidos extramamários é dificultada, conservando glicose para a síntese do leite.

Com o avanço da lactação, os níveis de insulina aumentam, a produção de leite reduz e o consumo de alimento retorna ao normal. Dessa forma, a vaca ganha condição corporal. Ademais, tanto insulina quanto IGF-I, agem diretamente no ovário e aumentam a sensibilidade a hormônios ligados à reprodução, podendo ser responsáveis por mediar efeito da condição corporal no retorno à atividade reprodutiva da vaca.

As catecolaminas, tais como adrenalina e noradrenalina, são hormônios relacionados ao estresse e agem como potentes estimuladores da quebra de gordura. Além disso, o cortisol, o glicocorticóide endógeno predominante em bovinos, tem suas concentrações sanguíneas baixas durante a gestação até imediatamente antes do parto, quando eles apresentam um pico e podem permanecer elevados até a terceira semana após o parto. No sangue, os glicocorticóides encontram-se ligados a uma proteína, a globulina ligadora de corticosteróide (CBG), que os inativam, no entanto, durante o período periparto, a CBG diminui e os glicocorticóides livres aumentam. A elevada secreção de glicocorticóides no período periparturiente é associada com supressão do sistema imune, que pode contribuir com a maior incidência de doenças no período de transição. O cortisol também é um indicador de estresse e estimula a liberação de glicose para a corrente sanguínea.

No período periparturiente, ocorre um rápido declínio na secreção de progesterona enquanto as concentrações de estrógeno encontram-se elevadas ao final da gestação e diminuem acentuadamente. A progesterona é citada por inibir diversas funções de leucócitos, relacionando-se à prevenção da rejeição fetal durante a gestação, considerada, portanto, um hormônio imunossupressor. Já o estrógeno, é um importante fator contribuinte para a diminuição do consumo próximo ao parto. Esses hormônios, consequentemente, justificam, em parte, o desafio imunológico e metabólico que esses animais enfrentem durante esse período.


Adaptado de O’Diam et al. (2011)

Portanto, diversos hormônios estão envolvidos, de forma complexa, nas adaptações fisiológicas que as vacas leiteiras am durante o período de transição. No entanto, eles representam um grande desafio metabólico e imunológico para esses animais, especialmente para as vacas de alta produção. Dessa forma, medidas que proporcionem melhores condições de saúde à vaca são necessárias.
 

QUER AR O CONTEÚDO? É GRATUITO!

Para continuar lendo o conteúdo entre com sua conta ou cadastre-se no MilkPoint.

Tenha o a conteúdos exclusivos gratuitamente!

Ícone para ver comentários 6
Ícone para curtir artigo 2

Material escrito por:

Elias Jorge facury Filho

Elias Jorge facury Filho

ar todos os materiais
Tiago Facury Moreira

Tiago Facury Moreira

ar todos os materiais
Antonio Ultimo de Carvalho

Antonio Ultimo de Carvalho

ar todos os materiais
Rodrigo Melo Meneses

Rodrigo Melo Meneses

Possui graduação em Medicina Veterinária e especialização em Clínica e Cirurgia de Grandes Animais pela UFV. Mestre em Ciência Animal pela UFMG e atualmente é aluno de doutorado nessa instituição.

ar todos os materiais

Deixe sua opinião!

Foto do usuário

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração.

Daniel Junior
DANIEL JUNIOR

EM 30/07/2022

Como fazer indução de lactação em vacas secas holandês?
Sergio nicolau
SERGIO NICOLAU

BARRETOS - SÃO PAULO

EM 07/09/2015

. Soube da existência de um hormônio natural que servido as vacas ,aumentam a produção leiteira,bem como o aproveitamento da ração proteica oferecida. Segundo sei a fórmula seria a seguinte:

Hormonio GH Grownt lac 5%

Hormonio sintetizador de proteína 5%

Veículo 90%

Gostaria de saber onde obter e como usar

Igualmente a Andre Murrad solicito por gentileza informações.

Obrigado
Overland Amaral Costa
OVERLAND AMARAL COSTA

ARACAJU - SERGIPE - INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS

EM 24/07/2015

. Soube da existência de um hormônio natural que servido as vacas ,aumentam a produção leiteira,bem como o aproveitamento da ração proteica oferecida. Segundo sei a fórmula seria a seguinte:

Hormonio GH Grownt lac 5%

Hormonio sintetizador de proteína 5%

Veículo 90%

Gostaria de saber onde obter e como usar

Igualmente a Andre Murrad solicito por gentileza informações.

Obrigado
André murad
ANDRÉ MURAD

BARUERI - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 13/05/2015

Boa noite. Soube da existência de um hormônio natural que servido as vacas ,aumentam a produção leiteira,bem como o aproveitamento da ração proteica oferecida. Segundo sei a fórmula seria a seguinte:

Hormonio GH Grownt lac 5%

Hormonio sintetizador de proteína 5%

Veículo 90%

Gostaria de saber onde obter e como usar

Obrigado
Fernando de L. Amorim
FERNANDO DE L. AMORIM

MAGÉ - RIO DE JANEIRO - ESTUDANTE

EM 11/02/2014

Muito bom, nota 10, parabéns.
Rodrigo Melo Meneses
RODRIGO MELO MENESES

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 08/02/2014

Prezado Rômulo,



A referência de O'Diam et al. (2011) consiste em um palestra presente nos Anais do I Simpósio Internacional Leite Integral apresentada pela Drª Kristy Daniels da Universidade do Estado de Ohio, a qual abordou o tema "Bovine Mammary Growth and Development: a Lifecycle View".



Att.,

Rodrigo.
Qual a sua dúvida hoje?