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Aumento na produção de leite com tratamento anti-helmíntico

Veja aqui uma revisão que reuniu mais de 80 estudos no mundo inteiro e visou entender o efeito dos parasitas sobre a produção de leite de vacas leiteiras.

Publicado em: - 2 minutos de leitura

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Renata de Oliveira Souza Dias

Os prejuízos causados pelos parasitas nematódeos ou vermes redondos nos animais jovens é um assunto já bastante difundido. No entanto, a ação desses parasitas sobre os animais adultos é um assunto pouco explorado.

Com o objetivo de elucidar o efeito dos parasitas sobre a produção de leite de vacas leiteiras foi publicado um artigo de revisão que buscou comparar os resultados de mais de 80 experimentos conduzidos em diferentes regiões do mundo. Neste trabalho de revisão pode-se destacar a grande prevalência e as grandes perdas envolvidas com os parasitas nematódeos.
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Na Alemanha, Bélgica, Inglaterra e EUA cerca de 83% das vacas leiteiras enviadas para o abate estão infectadas com nematódeos gastrointestinais, sendo que a Ostertagia e a Cooperia são os gêneros de parasitas predominantes.

Foram reunidos 19 trabalhos da América do Norte e do Sul, do Leste e Oeste Europeu, do Sul da Ásia e Austrália onde vacas infectadas com parasitas foram tratadas durante a lactação. Em resumo, 15 dos 19 trabalhos de pesquisa compilados, mostraram um significativo aumento na produção de leite quando foram istrados vermífugos. Os resultados médios do aumento de produção foram de 0,8 kg/dia. Vale a pena ressaltar que somente poucos vermífugos, quando istrados, não são descartados no leite.

Um aumento da produção foi também observado nas pesquisas que trataram as vacas durante o período seco ou no início da lactação. Das 43 pesquisas conduzidas nos EUA, Europa, Austrália e Nova Zelândia, em 34 ocorreu um aumento médio na produção de leite de 2.07 kg/dia. A média dos 43 trabalhos foi ainda positiva, com um aumento de 0,42 kg/dia.

Em 16 trabalhos onde os tratamentos foram contínuos durante a lactação ou foram feitos tratamentos estratégicos (em épocas estratégicas para a redução da infestação destes parasitas), as vacas produziram, em média, 0,75 kg de leite por dia a mais.

Nesta revisão, pôde ser observado também que os anti-helmínticos mais antigos tais como, Tiabendazole, Imidatiazois, Benzimidazoles foram menos efetivos que os medicamentos mais modernos tais como as Ivermectinas, Abanectinas, Doramectina e Eprinomectina.

Até no desempenho reprodutivo foi observada uma melhora nos trabalhos compilados, sendo que vacas tratadas no período seco com Ivermectinas apresentaram uma redução no período de serviço de 4 a 8 dias quando comparadas às vacas não tratadas.

Em última análise, estes estudos acenam para a extensão do impacto dos parasitas sobre a produção de leite e, em mais de 80 trabalhos reunidos, pôde-se observar um efeito positivo de, em valores médios, 0,6 kg/dia a mais como resultado do tratamento anti-helmíntico sobre a produção de leite. Somando uma lactação, este aumento pode chegar a 180 kg adicionais. Os trabalhos também mostraram que os melhores rebanhos respondem melhor ao tratamento.

A justificativa para tal efeito sobre a produção de leite está fundamentada na redução do apetite nos animais parasitados causada pelos nematóides gastrointestinais. Sabidamente, qualquer redução no apetite tem um grande impacto na produção da vaca leiteira. Este efeito é ainda maior quando consideramos uma vaca no pós-parto, em balanço energético negativo e com dificuldades de ingerir a quantidade necessária de alimento para sua manutenção.

 

********



fonte: Veterinary Record, 144, p.581-587, 1999.

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Material escrito por:

Renata de Oliveira Souza Dias

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Alan Barbosa de Paiva
ALAN BARBOSA DE PAIVA

CAMPINAS - SÃO PAULO - ESTUDANTE

EM 15/03/2004

Existe algum estudo da concentração residual de anti-helmíntico e carrapatidas sistêmicos no leite?

<b>Resposta de Marcos Veiga dos Santos, FMVZ/USP</b>:

Prezado Alan,

Não tenho conhecimento de nenhum estudo sobre a presença de resíduos de ecto ou endoparasiticidas no leite. Tive informações não oficiais de que o Ministério da Agricultura por meio dos laboratórios oficiais faria algum tipo de controle, mas não tenho conhecimento sobre os resultados.

Atenciosamente,

Marcos Veiga


Qual a sua dúvida hoje?

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Renata de Oliveira Souza Dias

Os prejuízos causados pelos parasitas nematódeos ou vermes redondos nos animais jovens é um assunto já bastante difundido. No entanto, a ação desses parasitas sobre os animais adultos é um assunto pouco explorado.

Com o objetivo de elucidar o efeito dos parasitas sobre a produção de leite de vacas leiteiras foi publicado um artigo de revisão que buscou comparar os resultados de mais de 80 experimentos conduzidos em diferentes regiões do mundo. Neste trabalho de revisão pode-se destacar a grande prevalência e as grandes perdas envolvidas com os parasitas nematódeos.
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Na Alemanha, Bélgica, Inglaterra e EUA cerca de 83% das vacas leiteiras enviadas para o abate estão infectadas com nematódeos gastrointestinais, sendo que a Ostertagia e a Cooperia são os gêneros de parasitas predominantes.

Foram reunidos 19 trabalhos da América do Norte e do Sul, do Leste e Oeste Europeu, do Sul da Ásia e Austrália onde vacas infectadas com parasitas foram tratadas durante a lactação. Em resumo, 15 dos 19 trabalhos de pesquisa compilados, mostraram um significativo aumento na produção de leite quando foram istrados vermífugos. Os resultados médios do aumento de produção foram de 0,8 kg/dia. Vale a pena ressaltar que somente poucos vermífugos, quando istrados, não são descartados no leite.

Um aumento da produção foi também observado nas pesquisas que trataram as vacas durante o período seco ou no início da lactação. Das 43 pesquisas conduzidas nos EUA, Europa, Austrália e Nova Zelândia, em 34 ocorreu um aumento médio na produção de leite de 2.07 kg/dia. A média dos 43 trabalhos foi ainda positiva, com um aumento de 0,42 kg/dia.

Em 16 trabalhos onde os tratamentos foram contínuos durante a lactação ou foram feitos tratamentos estratégicos (em épocas estratégicas para a redução da infestação destes parasitas), as vacas produziram, em média, 0,75 kg de leite por dia a mais.

Nesta revisão, pôde ser observado também que os anti-helmínticos mais antigos tais como, Tiabendazole, Imidatiazois, Benzimidazoles foram menos efetivos que os medicamentos mais modernos tais como as Ivermectinas, Abanectinas, Doramectina e Eprinomectina.

Até no desempenho reprodutivo foi observada uma melhora nos trabalhos compilados, sendo que vacas tratadas no período seco com Ivermectinas apresentaram uma redução no período de serviço de 4 a 8 dias quando comparadas às vacas não tratadas.

Em última análise, estes estudos acenam para a extensão do impacto dos parasitas sobre a produção de leite e, em mais de 80 trabalhos reunidos, pôde-se observar um efeito positivo de, em valores médios, 0,6 kg/dia a mais como resultado do tratamento anti-helmíntico sobre a produção de leite. Somando uma lactação, este aumento pode chegar a 180 kg adicionais. Os trabalhos também mostraram que os melhores rebanhos respondem melhor ao tratamento.

A justificativa para tal efeito sobre a produção de leite está fundamentada na redução do apetite nos animais parasitados causada pelos nematóides gastrointestinais. Sabidamente, qualquer redução no apetite tem um grande impacto na produção da vaca leiteira. Este efeito é ainda maior quando consideramos uma vaca no pós-parto, em balanço energético negativo e com dificuldades de ingerir a quantidade necessária de alimento para sua manutenção.

 

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fonte: Veterinary Record, 144, p.581-587, 1999.

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Alan Barbosa de Paiva
ALAN BARBOSA DE PAIVA

CAMPINAS - SÃO PAULO - ESTUDANTE

EM 15/03/2004

Existe algum estudo da concentração residual de anti-helmíntico e carrapatidas sistêmicos no leite?

<b>Resposta de Marcos Veiga dos Santos, FMVZ/USP</b>:

Prezado Alan,

Não tenho conhecimento de nenhum estudo sobre a presença de resíduos de ecto ou endoparasiticidas no leite. Tive informações não oficiais de que o Ministério da Agricultura por meio dos laboratórios oficiais faria algum tipo de controle, mas não tenho conhecimento sobre os resultados.

Atenciosamente,

Marcos Veiga


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