ode ser de 2 a 3ºC inferior na observada a pleno sol, e que interfere parcialmente a agem da radiação solar, contribuindo na diminuição do incremento calórico dos animais em pastejo. Desta maneira, a implantação de sistemas silvipastoris pode ser ótima opção para reduzir o estresse térmico dos animais, além de contribuir de outras maneiras como citado no artigo anterior." />

Condições térmicas ambientais sob diferentes sistemas silvipastoris

Nas regiões de clima tropical, o estresse calórico é um dos principais fatores que limitam o desenvolvimento dos animais. Estudos realizados no final da década de 90, (Pezo & Ibrahim 1998), relatam que a temperatura do ar sob a copa de árvores pode ser de 2 a 3ºC inferior na observada a pleno sol, e que interfere parcialmente a agem da radiação solar, contribuindo na diminuição do incremento calórico dos animais em pastejo. Desta maneira, a implantação de sistemas silvipastoris pode ser ótima opção para reduzir o estresse térmico dos animais, além de contribuir de outras maneiras como citado no artigo anterior.

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Nas regiões de clima tropical, o estresse calórico é um dos principais fatores que limitam o desenvolvimento dos animais. Estudos realizados no final da década de 90, (Pezo & Ibrahim 1998), relatam que a temperatura do ar sob a copa de árvores pode ser de 2 a 3ºC inferior na observada a pleno sol, e que interfere parcialmente a agem da radiação solar, contribuindo na diminuição do incremento calórico dos animais em pastejo. Desta maneira, a implantação de sistemas silvipastoris pode ser ótima opção para reduzir o estresse térmico dos animais, além de contribuir de outras maneiras como citado no artigo anterior.

Estudo realizado por pesquisadores da Embrapa de Rondônia teve objetivo de comparar as condições térmicas de três sistemas de pastejo distintos. Foram comparados os sistemas silvipastoris: 1) sob sombreamento (pastagem de Brachiaria brizantha cv. Marandu sob seringal adulto - Hevea brasiliensis); 2) parcialmente sombreado (pastagem de B. brizantha cv. Marandu associada a bosque de espécies florestais nativas, cobrindo cerca de 10% da área do pasto) e a pleno sol (pastagem de B. brizantha cv. Marandu).

O experimento foi conduzido na própria Embrapa Rondônia, no município de Presidente Médici, entre os meses de junho e dezembro. O clima é do tipo Aw (Köppen), com temperatura média anual de 24,5ºC, precipitação oscilando entre 2.000 e 2.300mm ao ano, umidade relativa do ar próxima a 89%, apresentando estação seca bem definida (junho a setembro).
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A cada quinze dias, durante os turnos da manhã (por volta das 9:00 h) e da tarde (por volta das 15:00h), foram tomadas três leituras de temperatura em termômetros de globo negro, bulbos seco e úmido. As médias de temperaturas foram agrupadas de acordo com a estação do ano (precipitação mínima ou máxima) conforme apresentado na tabela 1.

Tabela 1. Temperaturas médias (°C) observadas em termômetros de globo negro, bulbos seco e úmido, em diferentes sistemas silvipastoris. Presidente Médici - RO. (Fonte: Townsend et al., 1998)

Figura 1

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Os registros térmicos obtidos na estação de mínima precipitação (junho a setembro) foram superiores aos da máxima (outubro a dezembro), sendo detectadas diferenças de 2,54ºC nos termômetros de globo negro e de 1,10ºC nos de bulbo seco (Tabela 1), não havendo diferença significativa entre turnos, estações e sistemas com relação as temperaturas dos termômetros de bulbo úmido (próximas a 25ºC).

As temperaturas médias registradas nos termômetros de globo negro na pastagem sob seringal foram inferiores às registradas nas pastagens parcialmente sombreada e a pleno sol, tanto na estação chuvosa, como na seca, o diferencial térmico entre esses sistemas foi de 4,30oC. Já com os termômetros de bulbo seco, somente na estação seca foi constatado efeito do sombreamento de seringal na redução térmica, com relação aos pastos parcialmente sombreado e a pleno sol, em média a temperatura do ar nesses pastos foram superiores em 1,63oC.

Neste estudo podemos observar que para a região avaliada, o sombreamento de seringal (Hevea brasiliensis) em pastagem de B. brizantha cv. Marandu propiciou condições térmicas ambientais mais adequadas do que somente área de pastagens. Demonstrando que a adoção de sistemas silvipastoris na atividade pecuária dos trópicos úmidos pode ser interessante.

Parecem não haver dúvidas quanto aos benefícios obtidos com relação às condições térmicas ambientais quando se utiliza sistemas silvipastoris, porém ainda precisamos de mais estudos para se definir alguns itens, como por exemplo o manejo adequado das pastagens nestes sistemas, a capacidade de e destes pastos e a qualidade da forragem produzida.

Referências:

PEZO, D.; IBRAHIM, M. Sistemas silvipatoriles. Turrialba, Costa Rica: CATIE, Proyecto Agroflorestal CATIE/GTZ, 1998. 258p. (Materiales de Enseñanza/CATIE, 40).

TOWNSEND C. R, MAGALHÃES J.A., COSTA N. L,. PEREIRA R. G., SILVA NETTO F. G. Condições térmicas ambientais sob diferentes sistemas silvipastoris em Presidente Médici - Rondônia. CT/188, EMBRAPA-AF Rondônia, dez/00.
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Rafaela Carareto Polycarpo

Rafaela Carareto Polycarpo

Profa. Dra. Universidade de Brasília - UnB

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Arlindo José Dias Pacheco Junior

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Rafaela Carareto Polycarpo
RAFAELA CARARETO POLYCARPO

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL - PESQUISA/ENSINO

EM 23/10/2008

Prezada Iria Maria Davanese Pieroni,
sugiro que consulte materiais da Embrapa - Rondônia. O site é: http://www.afro.embrapa.br/
Obrigada!
Iria Maria Davanse Pieroni
IRIA MARIA DAVANSE PIERONI

CUIABÁ - MATO GROSSO

EM 22/10/2008

Drª Rafaela Carareto, tenho pequena propriedade no Município de Novo Horizonte D´Oeste - RO. Comprei a mesma desmada, com autorização do IBDF/1986. Agora vou ter que adequá-la ao Decreto 6.514/2008 (averbamento de 50%). Seria possível indicar outros materiais para estudos, além dos já informados aqui. Há outras experiências realizadas em outros municípios do Estado de RO?
Grata.
Íria.
Qual a sua dúvida hoje?

Condições térmicas ambientais sob diferentes sistemas silvipastoris

Nas regiões de clima tropical, o estresse calórico é um dos principais fatores que limitam o desenvolvimento dos animais. Estudos realizados no final da década de 90, (Pezo & Ibrahim 1998), relatam que a temperatura do ar sob a copa de árvores pode ser de 2 a 3ºC inferior na observada a pleno sol, e que interfere parcialmente a agem da radiação solar, contribuindo na diminuição do incremento calórico dos animais em pastejo. Desta maneira, a implantação de sistemas silvipastoris pode ser ótima opção para reduzir o estresse térmico dos animais, além de contribuir de outras maneiras como citado no artigo anterior.

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Nas regiões de clima tropical, o estresse calórico é um dos principais fatores que limitam o desenvolvimento dos animais. Estudos realizados no final da década de 90, (Pezo & Ibrahim 1998), relatam que a temperatura do ar sob a copa de árvores pode ser de 2 a 3ºC inferior na observada a pleno sol, e que interfere parcialmente a agem da radiação solar, contribuindo na diminuição do incremento calórico dos animais em pastejo. Desta maneira, a implantação de sistemas silvipastoris pode ser ótima opção para reduzir o estresse térmico dos animais, além de contribuir de outras maneiras como citado no artigo anterior.

Estudo realizado por pesquisadores da Embrapa de Rondônia teve objetivo de comparar as condições térmicas de três sistemas de pastejo distintos. Foram comparados os sistemas silvipastoris: 1) sob sombreamento (pastagem de Brachiaria brizantha cv. Marandu sob seringal adulto - Hevea brasiliensis); 2) parcialmente sombreado (pastagem de B. brizantha cv. Marandu associada a bosque de espécies florestais nativas, cobrindo cerca de 10% da área do pasto) e a pleno sol (pastagem de B. brizantha cv. Marandu).

O experimento foi conduzido na própria Embrapa Rondônia, no município de Presidente Médici, entre os meses de junho e dezembro. O clima é do tipo Aw (Köppen), com temperatura média anual de 24,5ºC, precipitação oscilando entre 2.000 e 2.300mm ao ano, umidade relativa do ar próxima a 89%, apresentando estação seca bem definida (junho a setembro).
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Tabela 1. Temperaturas médias (°C) observadas em termômetros de globo negro, bulbos seco e úmido, em diferentes sistemas silvipastoris. Presidente Médici - RO. (Fonte: Townsend et al., 1998)

Figura 1

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Os registros térmicos obtidos na estação de mínima precipitação (junho a setembro) foram superiores aos da máxima (outubro a dezembro), sendo detectadas diferenças de 2,54ºC nos termômetros de globo negro e de 1,10ºC nos de bulbo seco (Tabela 1), não havendo diferença significativa entre turnos, estações e sistemas com relação as temperaturas dos termômetros de bulbo úmido (próximas a 25ºC).

As temperaturas médias registradas nos termômetros de globo negro na pastagem sob seringal foram inferiores às registradas nas pastagens parcialmente sombreada e a pleno sol, tanto na estação chuvosa, como na seca, o diferencial térmico entre esses sistemas foi de 4,30oC. Já com os termômetros de bulbo seco, somente na estação seca foi constatado efeito do sombreamento de seringal na redução térmica, com relação aos pastos parcialmente sombreado e a pleno sol, em média a temperatura do ar nesses pastos foram superiores em 1,63oC.

Neste estudo podemos observar que para a região avaliada, o sombreamento de seringal (Hevea brasiliensis) em pastagem de B. brizantha cv. Marandu propiciou condições térmicas ambientais mais adequadas do que somente área de pastagens. Demonstrando que a adoção de sistemas silvipastoris na atividade pecuária dos trópicos úmidos pode ser interessante.

Parecem não haver dúvidas quanto aos benefícios obtidos com relação às condições térmicas ambientais quando se utiliza sistemas silvipastoris, porém ainda precisamos de mais estudos para se definir alguns itens, como por exemplo o manejo adequado das pastagens nestes sistemas, a capacidade de e destes pastos e a qualidade da forragem produzida.

Referências:

PEZO, D.; IBRAHIM, M. Sistemas silvipatoriles. Turrialba, Costa Rica: CATIE, Proyecto Agroflorestal CATIE/GTZ, 1998. 258p. (Materiales de Enseñanza/CATIE, 40).

TOWNSEND C. R, MAGALHÃES J.A., COSTA N. L,. PEREIRA R. G., SILVA NETTO F. G. Condições térmicas ambientais sob diferentes sistemas silvipastoris em Presidente Médici - Rondônia. CT/188, EMBRAPA-AF Rondônia, dez/00.
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EM 23/10/2008

Prezada Iria Maria Davanese Pieroni,
sugiro que consulte materiais da Embrapa - Rondônia. O site é: http://www.afro.embrapa.br/
Obrigada!
Iria Maria Davanse Pieroni
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EM 22/10/2008

Drª Rafaela Carareto, tenho pequena propriedade no Município de Novo Horizonte D´Oeste - RO. Comprei a mesma desmada, com autorização do IBDF/1986. Agora vou ter que adequá-la ao Decreto 6.514/2008 (averbamento de 50%). Seria possível indicar outros materiais para estudos, além dos já informados aqui. Há outras experiências realizadas em outros municípios do Estado de RO?
Grata.
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