Recentemente, reunidos com um grupo de técnicos, discutíamos sobre assuntos relacionados com a produção de silagens, particularmente sobre abastecimento e compactação da massa, quando um deles nos questionou sobre pesquisas já realizadas na naquela área e resultados conclusivos acerca do tema. Foi quando respondemos: ‘Não há nada sobre isso na literatura’. Então, disse o técnico: ‘se não há nada de científico, não existe nenhuma tecnologia que possa ser aplicada na prática’. Correto! Respondemos a ele.
Bem, este fato nos intrigou, pois quando consultamos a literatura científica, uma ‘avalanche’ de artigos científicos é encontrada sobre o uso de aditivos. Não somente na área de conservação de forragens, mas sobre muitos temas da produção animal. E raríssimos trabalhos são encontrados sobre MANEJO. Como disse o técnico citado anteriormente, se a ciência não produz tecnologia, o produtor sofre no campo.
Portanto, podemos concluir algo sobre este cenário: Estamos gerando muita informação sobre o uso de aditivos e quase nada sobre MANEJO. Façamos uma pergunta aos leitores: Vocês imaginam quantos trabalhos foram publicados até hoje sobre os fatores que afetam densidade em silos trincheira? (Lembrando que alta densidade é fundamental). Resposta: Não temos meia-dúzia. A tendência da indústria atualmente é criar aditivo para qualquer tipo de situação e ela não está errada, pois o comércio fala mais alto nesse ramo. Parece-nos que as mensagens no futuro serão mais ou menos assim: ‘Use aditivo e durma tranquilo’; ‘Use aditivo e os teus animais irão produzir’; ‘Use aditivo e esqueça-se de compactar a tua silagem’....
Um dos pesquisadores que mais realiza estudos sobre uso de aditivos em silagens em todo o mundo, o Prof. Limin Kung da Universidade de Delaware (Estados Unidos) escreveu a sábia frase em um dos seus artigos: ‘High quality silage can be made without the use of silage additives assuming that producers have control over the many management aspects that can affect the process’. Ou seja, silagem de alta qualidade pode ser produzida SEM o uso de aditivos, desde que o produtor tenha conhecimentos sobre MANEJO.
Mas o que é MANEJO? MANEJO é investir no dia-a-dia, é praticar o simples! É olhar diante do que existe na propriedade e pensar: O que eu posso melhorar? No caso da produção de silagens é acompanhar ponto de colheita da cultura, afiar as facas da colhedora, compactar bem a massa, vedar o silo e retirar silagem para que não ocorra entrada de ar....
Por fim, nos parece que técnicos e produtores estão sendo ‘contaminados com a doença dos aditivos’, a qual tem causado a ‘febre dos aditivos’, como intitulamos este artigo. Aditivos podem e devem ser utilizados na produção animal, mas com cautela. Aditivos não curam erros provocados por um MANEJO deficiente. Aditivos podem potencializar a qualidade de uma silagem ou de uma dieta, mas desde que o ‘entorno’ esteja indo bem.
Pesquisadores, técnicos e produtores, vamos pensar mais em MANEJO e menos em aditivos. Esse é o alerta para 2014!
Um bom final de ano a todos os leitores e sucesso na atividade no próximo ano!
Conservação de Forragens: A 'Febre' dos Aditivos
Os aditivos podem ser utilizados na conservação de forragens e na produção animal. Eles podem potencializar a qualidade de uma silagem ou de uma dieta. Confira!
Publicado em: - 2 minutos de leitura
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Material escrito por:
Thiago Bernardes
Professor do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras (UFLA) - MG. www.tfbernardes.com
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BELÉM - PARÁ - ESTUDANTE
EM 11/04/2014
Abraço

BRAGANÇA PAULISTA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
EM 12/03/2014
LAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO
EM 12/03/2014
Outro detalhe da tua colocação: O valor nutritivo da forragem hidropônica não é superior aquela cultivada no campo. Conforme o exemplo que citei anteriormente, o milho naqueles países, na maioria das situações, é colhido sem os grãos porque fisiologicamente a planta não é capaz de completar o seu ciclo. Milho sem grãos é considerado nutricionalmente uma forragem comum.
Portanto, por estes e outros motivos nós estudamos, aperfeiçoamos e insistimos em produzir silagem como alimento suplementar. Aqui no Brasil nós precisamos praticar o simples. Somos um país de terceiro mundo, com a maioria dos produtores descapitalizados e sem condição de investir em tecnologia devido a falta de apoio do governo. Somado a isso a nossa extensão é falha, devido a vários motivos. O país tem tradição em produzir silagem e é nisso que nós precisamos investir.
Att,
Prof. Thiago Bernardes

BRAGANÇA PAULISTA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
EM 10/03/2014
Por que se fala tão pouco em Forragem Verde Hidropõnica no Brasil enquanto que em outros países é um alimento muito utilizado, sendo considerado melhor e mais barato que as silagens tradicionalmente utilizadas?
BARRA DO GARÇAS - MATO GROSSO - ESTUDANTE
EM 26/02/2014
parabéns pelo comentário e para fica mais aleta sobre aditivo, e sabemos que ser implanta técnica de manejo podemos diminuir custo da produção da silagem fazendo que a sua atividades seja mais rentável.
CASTRO - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
EM 17/02/2014

PARÁ DE MINAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO
EM 07/01/2014

DOIS VIZINHOS - PARANÁ - PESQUISA/ENSINO
EM 06/01/2014
MONTE ALEGRE DE MINAS - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
EM 05/01/2014
att

PIRACICABA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
EM 03/01/2014
Pois é basicamente isso! O inoculante/aditivo não faz milagre no processo de fabricação da silagem, SE não estiver acoplado junto a TODOS os outros aspectos, como compactação, tamanho da partícula, regulagem da ensiladeira, quantidade e sazonalidade da retirada do alimento, tipo de lona, entre outros.

RIO DE JANEIRO - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 03/01/2014

XAXIM - SANTA CATARINA - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
EM 02/01/2014
CAMPINA GRANDE - PARAIBA
EM 01/01/2014