es <i>B. decumbens, B. humidicola, B. brizantha e B. Ruzizienses</i>, sendo alto o grau de degradação observado na área, poucos anos após sua formação (Alvim et al., 2002)." />

Consumo de matéria seca de animais mestiços manejados em sistema silvipastoril

Em estudo conduzido por pesquisadores da Embrapa gado de leite, estima-se que dos 100 milhões de hectares de pastagens cultivados no Brasil, mais de 70% são constituídos por forrageiras do gênero <i>Brachiaria</i>, com merecido destaque para as espécies <i>B. decumbens, B. humidicola, B. brizantha e B. Ruzizienses</i>, sendo alto o grau de degradação observado na área, poucos anos após sua formação (Alvim et al., 2002).

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Em estudo conduzido por pesquisadores da Embrapa gado de leite, estima-se que dos 100 milhões de hectares de pastagens cultivados no Brasil, mais de 70% são constituídos por forrageiras do gênero Brachiaria, com merecido destaque para as espécies B. decumbens, B. humidicola, B. brizantha e B. Ruzizienses, sendo alto o grau de degradação observado na área, poucos anos após sua formação (Alvim et al., 2002).

Dentre as diferentes tecnologias existentes para a recuperação destas áreas, o sistema silvipastoril apresenta-se como uma ferramenta economicamente viável, principalmente em regiões de pecuária leiteira, principalmente na consorciação com leguminosas arbóreas com elevada capacidade de fixação de nitrogênio, gerando benefícios para o sistema solo/planta/animal, devido à melhoria das atividades físicas, químicas e biológicas do solo, na fixação e captura de carbono, redução do uso de fertilizantes e riscos de erosão eólica (atuando como quebra vento) ou pluvial (maior conservação do solo e água), além de propiciar conforto aos animais, com a formação de áreas de sombra.

Um requisito fundamental para o sucesso de sistemas silvipastoris sustentáveis é a escolha acertada das espécies componentes do sistema. No caso das espécies forrageiras, não basta que estas sejam tolerantes ao sombreamento, é necessário selecionar espécies com boa capacidade produtiva, adaptadas ao manejo e ambientadas às condições edafoclimáticas da região onde serão implantadas (Andrade et al., 2003).

Na literatura nacional, pouco são os estudos disponíveis sobre o consumo voluntários da pastagem neste tipo de sistema. Com base neste fato, este artigo tem por objetivo mostrar brevemente os resultados de um estudo conduzido por Pereira et al. (2006), onde foi avaliado o consumo voluntário de novilhas mestiças Holandês x Zebu em pastagens exclusivas de braquiária ou no sistema silvipastoril, no período das águas.
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O presente estudo foi conduzido na Estação experimental da Embrapa Gado de leite no município de Coronel Pacheco (MG), no período de dezembro de 2005 a janeiro de 2006. A área experimental consistia em doze piquetes de 0,5 ha, sendo 6 destinados ao sistema silvipastoril e os outros 6 exclusivos de B. decumbens. No sistema silvipastorial, as espécies arbóreas presentes foram Acacia mangium, A. angustissima, Mimosa arthemisiana e Eucaliptus grandis, distribuídas em faixas de 10 m, intercaladas por 30 m de pastagem de capim-braquiária. Os piquetes foram manejados sob lotação rotacionada, com sete dias de ocupação e 35 de descanso, por cinco novilhas mestiças com peso médio de 340,9 Kg.

Os dados de composição bromatológica (Tabela 1) obtidos apresentam menores valores de proteína e fibra aos observados na publicação "Tabelas Brasileiras de composição de alimentos para bovinos" (Valadares Filho, 2002).

Tabela 1. Composição bromatológica das áreas experimentais em comparação à publicação de Valadares Filho (2002).

Figura 1

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A Tabela 2 mostra as médias de consumo voluntário estimado da pastagem de braquiária e do sistema silvipastoril. Pode-se evidenciar que não houve efeito do mês e do tipo de pastagem no consumo dos animais, valores muito semelhantes ao obtido por Aroeira et al. (2005) na mesma área experimental (1,5 a 1,8% PV), e inferiores aos obtidos por Malaquias Jr et al. (2006), também na mesma área experimental (2,2 e 2,3% PV). Os ganhos de peso médio foram 440 e 520 g/d, para as áreas de silvipastoril e braquiária exclusiva, respectivamente.

Tabela 2. Estimativas médias de consumo voluntário de MS de pasto de novilhas Holandês x Zebu, manejadas em sistema silvipastoril (SSP) ou em pastagem exclusiva de Brachiaria decumbens (BRA), no período das águas.

Figura 2


A estimativa do consumo voluntário da forragem em sistemas silvipastoris é essencial no auxilio a formulação de dietas, com o intuito de maximizar os ganhos de peso nestas áreas.

Bibliografia

ALVIM, M.J.; BOTREL, M.A.; XAVIER, D.F. As principais espécies de Brachiária utilizadas no País. In: CNPGL, Comunicado Técnico, 22, p. 4, 2002.

AROEIRA, L.J.M.; PACIULLO, D.S.C.; LOPES, F.C.F. Disponibilidade, composição bromatológica e consumo de matéria seca em pastagem consorciada de Brachiaria decumbens com Stylosanthes guianensis. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.40, n.4, p.413-418, 2005.

ANDRADE, C.M.S.; GARCIA, R.; COUTO, L.; PEREIRA, O.G.; SOUZA, A.L. Desempenho de seis gramíneas solteiras ou consorciadas com o Stylosanthes guianensis cv. Mineirão e eucalipto em sistema silvipastoril. Revista Brasileira de Zootecnia, v.32, n.6, supl. 2, 2003.

PEREIRA, J.C.; COSTA, F.J.N.; LOPES, F.C.F.; GOMES, F.T.; PACIULLO, D.S.C.; XAVIER, D.F.; MOTTA, A.C.S.; LANES, E.C.M.; RODRIGUES, G.S.; CARVALHO, K.M. Consumo de matéria seca de novilhas Holandês x Zebu manejadas em sistema silvipastoril e em pastagem exclusiva de Brachiaria decumbens na estação das chuvas. In: XXIX Semana de Biologia e XII Mostra de Produção Científica - Universidade federal de Juiz de Fora, 2006.

VALADARES FILHO, S.C.; ROCHA JUNIOR, V.R.; CAPPELLE, E.R. Tabelas brasileiras de composição de alimentos para bovinos. Universidade Federal de Viçosa/DZO. Viçosa, 2002.
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Rafaela Carareto Polycarpo

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Profa. Dra. Universidade de Brasília - UnB

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Arlindo José Dias Pacheco Junior

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Rafaela Carareto Polycarpo
RAFAELA CARARETO POLYCARPO

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL - PESQUISA/ENSINO

EM 14/10/2008

Prezado Ricardo Silva,
Neste artigo o ganho de peso animal não foi muito discutido, talvez pelo número de animais que foi utilizado. Geralmente, experimentos que têm finalidade de discutir os dados de desempenho animal possuem maior número de animais justamente para reduzir possíveis efeitos dos "animais"na resposta do tratamento.
Ricardo Silva
RICARDO SILVA

CATANDUVA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 26/09/2008

Parabéns pelo artigo, na medida exata: sintético e completo.

Rafaela, existe alguma explicação para a diferença encontrada no ganho de peso entre as áreas? Trata-se de um valor pequeno, mas que pode ser levado em consideração quando falamos em uma escala maior.

Obrigado.
Qual a sua dúvida hoje?

Consumo de matéria seca de animais mestiços manejados em sistema silvipastoril

Em estudo conduzido por pesquisadores da Embrapa gado de leite, estima-se que dos 100 milhões de hectares de pastagens cultivados no Brasil, mais de 70% são constituídos por forrageiras do gênero <i>Brachiaria</i>, com merecido destaque para as espécies <i>B. decumbens, B. humidicola, B. brizantha e B. Ruzizienses</i>, sendo alto o grau de degradação observado na área, poucos anos após sua formação (Alvim et al., 2002).

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Em estudo conduzido por pesquisadores da Embrapa gado de leite, estima-se que dos 100 milhões de hectares de pastagens cultivados no Brasil, mais de 70% são constituídos por forrageiras do gênero Brachiaria, com merecido destaque para as espécies B. decumbens, B. humidicola, B. brizantha e B. Ruzizienses, sendo alto o grau de degradação observado na área, poucos anos após sua formação (Alvim et al., 2002).

Dentre as diferentes tecnologias existentes para a recuperação destas áreas, o sistema silvipastoril apresenta-se como uma ferramenta economicamente viável, principalmente em regiões de pecuária leiteira, principalmente na consorciação com leguminosas arbóreas com elevada capacidade de fixação de nitrogênio, gerando benefícios para o sistema solo/planta/animal, devido à melhoria das atividades físicas, químicas e biológicas do solo, na fixação e captura de carbono, redução do uso de fertilizantes e riscos de erosão eólica (atuando como quebra vento) ou pluvial (maior conservação do solo e água), além de propiciar conforto aos animais, com a formação de áreas de sombra.

Um requisito fundamental para o sucesso de sistemas silvipastoris sustentáveis é a escolha acertada das espécies componentes do sistema. No caso das espécies forrageiras, não basta que estas sejam tolerantes ao sombreamento, é necessário selecionar espécies com boa capacidade produtiva, adaptadas ao manejo e ambientadas às condições edafoclimáticas da região onde serão implantadas (Andrade et al., 2003).

Na literatura nacional, pouco são os estudos disponíveis sobre o consumo voluntários da pastagem neste tipo de sistema. Com base neste fato, este artigo tem por objetivo mostrar brevemente os resultados de um estudo conduzido por Pereira et al. (2006), onde foi avaliado o consumo voluntário de novilhas mestiças Holandês x Zebu em pastagens exclusivas de braquiária ou no sistema silvipastoril, no período das águas.
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O presente estudo foi conduzido na Estação experimental da Embrapa Gado de leite no município de Coronel Pacheco (MG), no período de dezembro de 2005 a janeiro de 2006. A área experimental consistia em doze piquetes de 0,5 ha, sendo 6 destinados ao sistema silvipastoril e os outros 6 exclusivos de B. decumbens. No sistema silvipastorial, as espécies arbóreas presentes foram Acacia mangium, A. angustissima, Mimosa arthemisiana e Eucaliptus grandis, distribuídas em faixas de 10 m, intercaladas por 30 m de pastagem de capim-braquiária. Os piquetes foram manejados sob lotação rotacionada, com sete dias de ocupação e 35 de descanso, por cinco novilhas mestiças com peso médio de 340,9 Kg.

Os dados de composição bromatológica (Tabela 1) obtidos apresentam menores valores de proteína e fibra aos observados na publicação "Tabelas Brasileiras de composição de alimentos para bovinos" (Valadares Filho, 2002).

Tabela 1. Composição bromatológica das áreas experimentais em comparação à publicação de Valadares Filho (2002).

Figura 1

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A Tabela 2 mostra as médias de consumo voluntário estimado da pastagem de braquiária e do sistema silvipastoril. Pode-se evidenciar que não houve efeito do mês e do tipo de pastagem no consumo dos animais, valores muito semelhantes ao obtido por Aroeira et al. (2005) na mesma área experimental (1,5 a 1,8% PV), e inferiores aos obtidos por Malaquias Jr et al. (2006), também na mesma área experimental (2,2 e 2,3% PV). Os ganhos de peso médio foram 440 e 520 g/d, para as áreas de silvipastoril e braquiária exclusiva, respectivamente.

Tabela 2. Estimativas médias de consumo voluntário de MS de pasto de novilhas Holandês x Zebu, manejadas em sistema silvipastoril (SSP) ou em pastagem exclusiva de Brachiaria decumbens (BRA), no período das águas.

Figura 2


A estimativa do consumo voluntário da forragem em sistemas silvipastoris é essencial no auxilio a formulação de dietas, com o intuito de maximizar os ganhos de peso nestas áreas.

Bibliografia

ALVIM, M.J.; BOTREL, M.A.; XAVIER, D.F. As principais espécies de Brachiária utilizadas no País. In: CNPGL, Comunicado Técnico, 22, p. 4, 2002.

AROEIRA, L.J.M.; PACIULLO, D.S.C.; LOPES, F.C.F. Disponibilidade, composição bromatológica e consumo de matéria seca em pastagem consorciada de Brachiaria decumbens com Stylosanthes guianensis. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.40, n.4, p.413-418, 2005.

ANDRADE, C.M.S.; GARCIA, R.; COUTO, L.; PEREIRA, O.G.; SOUZA, A.L. Desempenho de seis gramíneas solteiras ou consorciadas com o Stylosanthes guianensis cv. Mineirão e eucalipto em sistema silvipastoril. Revista Brasileira de Zootecnia, v.32, n.6, supl. 2, 2003.

PEREIRA, J.C.; COSTA, F.J.N.; LOPES, F.C.F.; GOMES, F.T.; PACIULLO, D.S.C.; XAVIER, D.F.; MOTTA, A.C.S.; LANES, E.C.M.; RODRIGUES, G.S.; CARVALHO, K.M. Consumo de matéria seca de novilhas Holandês x Zebu manejadas em sistema silvipastoril e em pastagem exclusiva de Brachiaria decumbens na estação das chuvas. In: XXIX Semana de Biologia e XII Mostra de Produção Científica - Universidade federal de Juiz de Fora, 2006.

VALADARES FILHO, S.C.; ROCHA JUNIOR, V.R.; CAPPELLE, E.R. Tabelas brasileiras de composição de alimentos para bovinos. Universidade Federal de Viçosa/DZO. Viçosa, 2002.
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Rafaela Carareto Polycarpo

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Rafaela Carareto Polycarpo
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BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL - PESQUISA/ENSINO

EM 14/10/2008

Prezado Ricardo Silva,
Neste artigo o ganho de peso animal não foi muito discutido, talvez pelo número de animais que foi utilizado. Geralmente, experimentos que têm finalidade de discutir os dados de desempenho animal possuem maior número de animais justamente para reduzir possíveis efeitos dos "animais"na resposta do tratamento.
Ricardo Silva
RICARDO SILVA

CATANDUVA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 26/09/2008

Parabéns pelo artigo, na medida exata: sintético e completo.

Rafaela, existe alguma explicação para a diferença encontrada no ganho de peso entre as áreas? Trata-se de um valor pequeno, mas que pode ser levado em consideração quando falamos em uma escala maior.

Obrigado.
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