Deu a louca nos preços

O primeiro trimestre deste ano fechou de modo surpreendente, com uma elevação generalizada de preços em toda a cadeia do leite, dos insumos ao consumidor, culminando com o mercado internacional.

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O primeiro trimestre deste ano fechou de modo surpreendente, com uma elevação generalizada de preços em toda a cadeia do leite, dos insumos ao varejo, com destaque para o mercado internacional.

Normalmente, o que se espera é que o primeiro trimestre apresente os preços bem comportados, os mais baixos do ano, com pequeno início de elevação, tendência que acaba se consolidando no segundo trimestre. Tem sido assim nos últimos anos. Mas, este ano, não foi o que ocorreu.

No mercado de insumos, a equipe de economia da Embrapa Gado de Leite apurou que, entre março de 2006 e março de 2007, o preço do farelo de algodão se elevou 22,9% acima do preço recebido pelo produtor de leite. Nesse mesmo período, a ração para vaca em lactação subiu 15,6% acima do preço do leite ao produtor.

A decisão do Governo americano de estimular a produção de etanol via milho já começa a ter efeito no mercado brasileiro. Os dados do Instituto de Economia Agrícola mostram que o milho no mercado interno teve uma elevação de preços de 42,4% nos últimos doze meses. Já a soja teve seu preço elevado em 23,8%, em igual período. Portanto, está mais caro alimentar os animais.
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Também os laticínios estão com custos mais elevados, pois estão comprando leite mais caro. Ainda de acordo com o Instituto de Economia Agrícola, os laticínios estão comprando o produto neste mês a preços 4,3% mais caros que nos últimos trinta dias. Isso é onze vezes mais que a inflação dos últimos trinta dias, que ficou em 0,37%, de acordo com o IBGE. Como produtora de leite, a Embrapa Gado de Leite produz em suas fazendas, distribuídas em três estados (Minas Gerais, Rio de Janeiro e Goiás), e é testemunha do fenômeno, pois está recebendo preços acima do padrão para esse período, crescendo todos os meses.

Também no atacado, os preços começam a se elevar. A Embrapa Gado de Leite e o Cepea produzem um boletim de monitoramento quinzenal do mercado no atacado, denominado SimLeite. Na primeira quinzena de fevereiro em relação a janeiro, os primeiros soluços começaram a ser registrados. Por exemplo, teve praça de comercialização que chegou a registrar 10% de elevação de preços para o Leite em Pó. Já entre a segunda quinzena de fevereiro em relação à primeira, ocorreram registros de praças com preços para essa commodity se elevando em até 18,6%.

Nas quinzenas subseqüentes, valores próximos a elevação de até 3% em cada quinzena foram registrados, o que é muito para uma quinzena. É muito até para um mês. Afinal, os preços médios da economia tem se mantido bem comportados. Como os efeitos da elevação de preços ns mercados interno e externo começam a ser totalmente incorporados, o que se percebe é que praças de comercialização começam claramente a revelar aumentos no atacado, em patamares elevados. E o Leite em Pó é o produto que sofre o impacto mais claro, pois uma importante fonte dessa elevação vem do mercado internacional, como veremos mais à frente.

Também no varejo a elevação de preços do Leite em Pó já é visível. De acordo com o IPCA, que é o Índice que o Governo considera para monitorar a inflação, este ano o custo de vida subiu 1,3%, enquanto o Leite em Pó já subiu 5,0%, como média do Brasil, conforme o gráfico 1.

Gráfico 1. Variação do IPCA e do Preço do Leite em Pó. Brasil. Dez/2006 a Mar/2007.

Figura 1

Fonte: IBGE

Mas, é no mercado internacional que os preços estão com tendência altista mais nítida. Na Oceania, os preços se elevaram 20% em dólar, no primeiro trimestre deste ano, enquanto na Europa a variação ficou muito próxima, ou seja, 19%, conforme tabela 2. E, tudo leva a crer que o céu é o limite. Afinal, o ministério da Agricultura dos EUA informa que já há negócios em tonelada de Leite em Pó sendo comercializado a US$ 4,4 mil, neste mês de abril.

Gráfico 2. Preço do Leite em Pó na Europa e Oceania em ton./US$. Dez/2006 a Mar/2007.

Figura 2

Fonte: Banco de Dados MilkPoint.

Redução brusca dos subsídios, na Europa para o Leite em Pó; seca na Oceania; crescimento do consumo nos países em desenvolvimento, motivado por crescimento do PIB, são variáveis que ajudam a entender este fenômeno altista de preço no mercado internacional. Elevação de preços de insumos e crescimento do consumo, motivado por uma pequena onda de euforia no mercado interno, são variáveis que ajudam a explicar o fenômeno por estas bandas tupiniquins. Ademais, há o produtor ressabiado, com o trauma de 2005, que está pensando muito se deve ou não aumentar sua produção. Além disso, há a feroz disputa entre as empresas de laticínios, em busca de leite, que pressiona o preço ao produtor para cima.

Nesse cenário, é muito pouco provável que os preços caiam neste início do segundo trimestre. Ou você acha o contrário?
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Marcelo
MARCELO

RONDÔNIA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 30/11/2014

Os produtores prescisa. De melhoras!
valdinei grapiglia
VALDINEI GRAPIGLIA

CONSTANTINA - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 06/08/2007

Muito bom o debate, vê-se pelo grande número de participações e comentários. Nestes últimos dias tem surgido uma situação preocupante. Sou produtor e Técnico em Agropecuária, e nós da cadeia produtiva sabemos dos anos difíceis que amos, falo principalmente das pequenas propriedades, que são o caso daqui da região, onde a escala de produção é baixa, muitas propriedades estão descapitalizadas e os preços recebidos pelos produtores chegaram a níveis abaixo de R$ 0,30/litro.

Nestes últimos meses que a situação está mais favorável aos produtores (na verdade começamos a trabalhar com mais tranquilidade). Tenho observado aqui na região e no estado (Rio Grande do Sul) uma polêmica criada pela mídia, principalmente a televisão, de que o preço do leite está muito elevado. Pesquisas, reportagens, etc.

Convenhamos, temos bem claro que na formação do preço final do leite ocorrem certos abusos para chegar nos R$ 2,20 a R$ 2,40 pagos pelo consumidor pela caixinha do longa vida, mas com certeza este "abuso" não é do produtor e sim da porteira para fora.

Devemos ainda levar em consideração de que o leite é um alimento, e diga-se de pasagem, um alimento nobre, muito importante e se formos comparar com outros produtos da "cesta básica", com certeza o leite é um dos alimentos mais baratos.

Outro dia vi um comentário, neste mesmo artigo, referente a outros produtos pelos quais paga-se mais caro e ninguém reclama, como refrigerante, água mineral, cerveja entre outros e em nem um momento a mídia faz comentários sobre isto! Por quê?

Outro ponto interessante é o marketing. Onde estão nossas associações de raça, nossas entidades da cadeia produtiva, organizações, sindicatos?

Acredito que este seja um dos principais fatores que esteja faltando para nossa classe. Organização.
João Siqueira
JOÃO SIQUEIRA

CAMPOS DOS GOYTACAZES - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 31/07/2007

Paulo, gostei muito de seu artigo, e também das colocações de outros leitores, principalmente de Roberto Antonio Pinto de Melo Carvalho, em que faz a mesma analogia sua, mas em longo prazo, invertendo a boa posição que o preço do leite se encontra.

Concordo com todo o seu parecer, e digo mais, arrisco dizer que esse quadro de alta de precos deverá se manter por pelo menos ate o primeiro semestre de 2008, vamos atravessar "as águas" com precos altos, pois, apesar de o mercado obedecer a velha regra da "oferta e procura", até que o produto sobre de novo, ainda tem muita "agua para rolar".

Mas, aconselho que todos nao se afobem com os preços e entrem investindo desenfreiadamente, mas aos poucos, pois está na hora de produtores brasileiros com tanto potencial, melhorarem a nutrição de seu rebanho, a genética e implantarem tecnologias básicas, pensando sempre em produtividade sustentável e principalmente em qualidade!
Abraços, Joao Siqueira.
sebastiao suelo vilanova
SEBASTIAO SUELO VILANOVA

SÃO MIGUEL DO OESTE - SANTA CATARINA - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 25/05/2007

Tenho acompanhado esta turbulência de preço do leite tanto no mercado nacional como no mercado internacional, onde se constatou vários motivos do aumento de preço do leite.

Um dos fatores é que alguns países como Estados Unidos, UE, Nova Zelandia, Austrália e a Argentina estão muito próximos do limite de aumento da oferta de leite in natura. Exemplo: a Nova Zelândia, que exporta a maioria de sua produção, além da seca que está enfrentando, atingiu o pico da producão por causa da pouca terra fértil que se tem para produzir leite.

Já está se pensando na troca de animais de genética para a produção de leite por animais mistos, para aumentar o número de animais por ha de terra, já que a produção é a base de pasto e a vaca mista tambem produziria 15 lt de leite por dia.

Outro fator importante é o aumento do comsumo a nível mundial, a avaliação que se tem hoje é que o preço continue aumentando até outubro, pelo menos.
Duilio Mata de Souza Lima
DUILIO MATA DE SOUZA LIMA

BOM SUCESSO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 07/05/2007

Sr. Paulo Carmo, se não me falha a memória, em seus artigos anteriores o Sr. afirma que caminhávamos para o excedente. Analisando a produção mundial desde 2000, houve um maior volume produzido do que consumido, conforme o Sr. comparou para fazer aquelas afirmações a respeito do leite no Brasil.

Aonde está este excedente de leite brasileiro e mundial? Será que as estatísticas e as informações são "Made in Brazil"?

<b>Resposta do autor:</b>

Dr. Duilio,

Os artigos aos quais o senhor se refere ainda continuam disponíveis para consulta neste site e retratam uma visão de longo prazo, para o ano de 2025. O artigo atual trata da conjuntura, ou seja, reproduz o que aconteceu no primeiro trimestre deste ano e que deverá a continuar a ter impacto pelo menos neste segundo trimestre.

Portanto, são questões diferentes. Aqueles retratam abordagem estrutural, de longo prazo. O atual mais que de curto prazo, retrata o presente. Se me permite lançar mão de uma figura de linguagem, não é porque no presente estamos em periodo de baixas temperaturas que iremos desconhecer o previsível fenômeno de aquecimento global.

Paulo Martins
Guilherme Alves de Mello Franco
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 05/05/2007

Prezado Paulo:

O que analiso deste enxame de cartas a seu brilhante artigo é que todos os produtores temos, como gatos escaldados frente à água fria, verdadeiro pavor de elevações acentuadas no preço de nosso produto, porque sabemos que tudo não a de um estágio no mercado comprador.

Isso, como muitos fizeram questão de lembrar (feridas enormes ainda cicatrizam) já aconteceu antes e a corda arrebentou, pelo lado mais fraco (o nosso). Assim, como todo bom mineiro, aconselho a meus pares "prudência e caldo de galinha", já que não fazem mal a ninguém.

As pertinentes respostas dos colegas e técnicos que militam no setor lácteo, fizeram com que nossa análise, exarada em 18 de Abril de 2007 (publicada cartas acima), fosse corroborada. Não que não se possa - ou não se deva - aproveitar o momento refrescante. Mas, muito cuidado com ampliações de benfeitorias, compra de mais gado, automóvel novo (lembremo-nos do "Plano Collor", que provocou uma explosão consumista para, depois, evidenciar uma explosão de falências).

O mercado não está para isto e a beira do precipício é logo ali. Nosso produto, não se esqueçam, continua perecível e nós, ainda, estamos acorrentados, subjugados pelo "senhor laticínio", como verdadeiros escravos de sua vontade.

GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO
Gustavo Fernandes Santos
GUSTAVO FERNANDES SANTOS

SÃO PAULO - SÃO PAULO - EMPRESÁRIO

EM 02/05/2007

Como já resaltou nosso amigo Alexandre Matarazzo, a reação do mercado nos últimos meses, principalmente no mês de abril, foi absurda. Já tem gente falando em leite a R$0,70 lá na minha região.

Concordo com a diminuição na produção de outros países devido ao clima, mas vamos devagar. Há uns 10 anos estava eu em um congresso de compradores de leites na minha região e o assunto da vez era a IN 51, com seus tanques de expansão e tudo mais.

Nesse dia pedi a a palavra e resumi: estamos discutindo baboseiras, pois quando todos estiverem dentro da norma o preço do leite será negociado da mesma forma, e nós continuaremos nas mãos das grandes empresas - esse cenário é o que vivemos hoje.

Quantas vezes já vi laticínios e cooperativas que negociam no "spot" quase morrem afogadas em leite, e acho que não fui só eu que vi. A irresponsabilidade de alguns presidentes de cooperativas pagando fortunas nos seu produto inflacionando ainda mais o mercado também é um ponto a ser pensado.

Não podemos nos esquecer que os contratos de exportações têm cotas, sendo assim, essa procura descabida por leite uma hora vai acabar, e o que faremos?

Lleite abaixando em plena entresafra? Isso já aconteceu, não se esqueçam.

Fazendo um paralelo com a super valorização da informação nos anos 90 culminando em uma crise no setor com quedas atronômicas na Nasdaq me põe a pensar.
Sandro Costa Nunes
SANDRO COSTA NUNES

ITANHÉM - BAHIA - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 30/04/2007

Primeiro parabenizar pela excelente matéria.
Há uns dias estava achando estranho não haver nenhum comentário a respeito do comportamento de leite no MilkPoint, pois estava havendo um decréscimo na produção e um respectivo aumento de preço aqui na região. Eu que estive acompanhando no campo estas mudanças, pegando depoimentos sobre este comportamento do leite com os produtores, vi expressamente a preocupação dos mesmos quanto à elevação dos preços, pois, quando isto acontece geralmente abre-se uma porta para um aumento de produção. Quer dizer mais investimento na propriedade, mas conseqüentemente vem logo após uma queda acentuada no preço por aumento de produção.

Para os produtores, realmente é dificil acompanhar tais mudanças, há uma preferência em manter a produção que já existe, por medo de correr tais riscos. Abraços cordiais.

Sandro Nunes
Produtor e Zootecnista
Juan Ignacio Peyrou Soares de Lima
JUAN IGNACIO PEYROU SOARES DE LIMA

MONTEVIDEO - MONTEVIDEO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 27/04/2007

Estimado Paulo: primero aprovecho para saludarte y luego, felicitarte por el artículo. La verdad es que el momento que vive el mercado internacional de lácteos no lo soñó nunca el más optimista de los productores o industriales de la leche. No entiendo cómo los precios internos de nuestra región (Argentina Brasil y Uruguay) se mantienen en niveles tan bajos. Lo de Argentina es un caso aparte.

Ayer el USDA publicó el precio internacional para la semana 17 de este año. En Europa la leche entera en polvo llegó a USD 4900/t!. En Oceania tanto la entera como la descremada están arriba de los USD 4000/t. Los precios de las commodities lecheras deben arbitrarse seguramente y si bien no se puede esperar que la leche en polvo se mantenga en estos niveles, sí será a precios bien superiores a los históricos.-

Felicitaciones y nos veremos algún día en algún evento lechero.
Aluízio Lindenberg Thomé
ALUÍZIO LINDENBERG THOMÉ

FARIA LEMOS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 26/04/2007

Prezado Marcelo Carvalho,

O produtor Roberto Melo enviou uma oportuna consideração à respeito da evolução dos preços de leite.

O que nos manteve na atividade foram nossos ganhos de produtividade, redução forçada de custos, cortando em setores importantes na fazenda, à custa inclusive de deterioração de patrimônio, por absoluta falta de capacidade de manutenção.

Realmente ainda falta bastante para atingirmos velocidade de cruzeiro para depois entrarmos em céu de brigadeiro.

Quanto às séries históricas, apesar delas serem publicadas em outros veículos, é uma boa sugestão, poderiam compor dentro da seção "Estatísticas"

Abçs,

ALThomé.
Alexandre Matarazzo
ALEXANDRE MATARAZZO

SÃO PAULO - SÃO PAULO - DISTRIBUIÇÃO DE ALIMENTOS (CARNES, LÁCTEOS, CAFÉ)

EM 25/04/2007

A grande problemática do sobe e desce em relação ao preço do leite justifica-se por um único motivo: o produto é realmente escasso em uma parte do ano e sobra numa determianda época.

Se há grandes volumes de exportação de leite em pó, aumento de preços internacionais, aumento de preço de insumos, a disputa pelo produto entre os grandes compradores de leite do país fazem com que haja aumento de preço pago ao produtor. Mas quando o jogo vira, ou porque aumenta a oferta de leite ou a procura pelos lácteos diminue ou a realidade internacional muda, os preços caem.

Nós, aqui em São Paulo, ouvimos muitas explicações a respeito desse conturbado mercado do leite. Mas, como não sou nenhum consultor desta área, faço duas perguntas:

1- Até quando o mercado do leite e o setor queijeiro ficarão dependentes de grandes indústrias que, quando estão comprando elevam o preço do leite e fazem uma disputa ferranha pelo produto, mas quando perdem o interesse, por qualquer motivo, diminuem a procura e os preços despencam?

2- Esse grande sobe e desce de preços não representa falta de palnejamento do setor?

Apenas para constar, os queijos aqui em São Paulo estão subindo drasticamente. Em janeiro o quilo da mussarela média era vendido por volta de R$ 5,50. Atualmente já existe oferta a R$ 7,50. Dizem alguns fabricantes que este ano chega a R$ 10,00. Esse grande aumento de preço já está sendo reado, pelo varejo, ao consumidor. Nós, do segmento distribuidor-atacadista, esperamos uma brutal queda nas vendas se os grandes aumentos se confirmarem.
Roberto Antonio Pinto de Melo Carvalho
ROBERTO ANTONIO PINTO DE MELO CARVALHO

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 22/04/2007

Prezados Paulo Martins e Marcelo Carvalho:

Cumprimento-os pelas oportunas análises a respeito da evolução recente do preço do leite, nos diversos níveis de mercado. A valorização do real contribuiu muito para o aumento do preço pago ao produtor, medido em US$/kg, no mercado interno brasileiro.

A contenção da inflação faz com que o aumento recente do preço do leite seja maior do que a evolução do IPCA, como destaca o artigo do Paulo Martins.
Mas acho que devemos recuar alguns anos para melhor avaliar o que aconteceu com preço do leite ao produtor x IPCA.

Fazendo essa análise por índices de preço, encontrei a seguinte evolução, para o preço médio que recebi, como médio produtor no sudoeste de Minas (hoje cerca de 2000 l), tomando como índice 100 o do ano de 1995 e comparando com o de 2006 (período de 11 anos):

IGP-M: ou de 100 para 279 (179% de aumento em 11 anos)
IPCA: ou de 100 para 210 (110% de aumento)
Leite: ou de 100 para 161 (61% de aumento).

Ou seja: o recentíssimo e bem vindo aumento ainda está muito longe de dar ao produtor a recuperação do poder aquisitivo que tinha há 11 anos, para adquirir produtos da "cesta ampliada" (IPCA).

Seria interessante comparar também a evolução do preço pago pelo leite do produtor com os índices de aumento da ração, do salário, da energia elétrica, do combustível, dos medicamentos.

Sugiro que o MilkPoint, que dispõe de facilidade de o aos dados, faça isso com regularidade (2 vezes por ano?).

Abraço.
Roberto Melo Carvalho
Fernando Antonio de Azevedo Reis
FERNANDO ANTONIO DE AZEVEDO REIS

ITAJUBÁ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 22/04/2007

Com certeza o preço não cairá no começo do segundo trimestre, mas continuará subindo, resta saber se a moeda, preço do litro de leite, irá recuperar o poder de compra.

Recentemente comparei o aumento no preço do litro de leite, que eu vendi no periodo de 1999 com o valor médio do último ano (R$/l 0,53); o aumento foi de 80% enquanto que a média dos insumos aumentou 170%.

Neste mesmo período o volume de leite produzido em minha propriedade aumentou aproximadamente 50%, para compensar.

Já o acréscimo no valor dos animais, de minha criação, que tenho vendido, tem acompanhado o aumento dos insumos.

Como a venda de animais tem tornado a principal fonte de renda de meu negócio "leite", venho portanto, resistindo a este descomo preço de leite e insumos.
Guilherme Gonçalves Teixeira
GUILHERME GONÇALVES TEIXEIRA

CLÁUDIO - MINAS GERAIS - MÉDICO VETERINÁRIO

EM 19/04/2007

Prezado Paulo Martins,

O que se vê hoje no mercado do leite, apesar do alívio transitório proporcionado pelas exportações, pelo avanço da cana-de-açucar e diminuição de subsídios, é a reafirmação em ponto pequeno desse paradoxo de riscos e frustrações embutidos na idéia de progresso, quando ela vem desacompanhada da real percepção dos atores envolvidos na cadeia sobre o que poderá acontecer no futuro.

Este vai e vem dos preços já é uma constante na vida dos produtores. E aí eu pergunto até quando o produtor primário "entregará" leite à industria sem o menor poder de negociação? Não seria o momento de efetivamente definir uma política de preço mínimo e o PROP para o leite?

Grande Abraço,
José ricardo Vilkas
JOSÉ RICARDO VILKAS

ANGATUBA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 19/04/2007

É ótimo que o preço do leite esteja de elevando. Como produtor, fico com vontade de aumentar a produção, porém, já perdi noites sem dormir em 2005 com a queda brusca dos preços. Tenho medo!

O mais correto é continuar na produção atual, sem incremento.
José Romeu Kruger Nunes
JOSÉ ROMEU KRUGER NUNES

TOLEDO - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 18/04/2007

Gostei do artigo, pena que notícias boas demoram para influenciar positivamente os preços ao produtor.
Guilherme Alves de Mello Franco
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 18/04/2007

Prezado Paulo: Parabéns pelo artigo. Somente gostaria de salientar que, com o aumento dos insumos de produção, tal como você tão bem descreveu em seu trabalho, o preço do leite não conseguirá, ainda que em histórico de alta recorde, acompanhar a elevação dos elementos componentes do concentrado, que as grandes empresas agropecuárias fornecem às suas vacas em lactação alta e que provocam a viabilidade do negócio.

Lado outro, com a queda no fornecimento de alimentos ao gado, o volume de leite tende a, de igual sorte, despencar e, em contrapartida, haveria uma alta nos preços pagos pelo produto aos pecuaristas. Só que não é bem assim que a máquina funciona e, sabemos nós, que os laticínios se acomodam ante a necessidade do produtor em desfazer-se, cotidianamente, de seu leite, sob pena de crise na armazenagem do mesmo.

Assim, muitos colegas que, por suas baixas produções, não conseguem escudar-se em contratos de preços mínimos, ficarão em maus lençóis. Não acho, como o Otávio, que o "céu é o limite", porque acredito que este estado de elevação, infelizmente, é episódico e os preços tendem a estabilizar-se, se não agora, quando nos encontramos às portas do período seco, em setembro, momento em que as águas tornarem a cair com nornalidade.

Um grande abraço,

GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO
Aluízio Lindenberg Thomé
ALUÍZIO LINDENBERG THOMÉ

FARIA LEMOS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 18/04/2007

Prezado Dr. Paulo,

Em 16 de janeiro, o Sr. escreveu: "... o ambiente é favorável ao leite. É aí que mora o perigo ... , é só mudar o cenário que cada um vai cuidar da sua vida".

Se a crise pela qual amos é como o Sr. vem afirmando, estrutural, mais do que nunca é necessário que o setor aproveite esse momento de dias claros para construir o abrigo contra as tempestades futuras.

Entretanto, em trinta anos de leite, aprendi que em leite a física realmente funciona. A toda ação corresponde uma reação, etc... etc... Por isso seguem algumas questões as quais talvez o Sr. possa nos ajudar a compreender:

1) Até que patamar os preços no mercado externo poderão influenciar nosso preço interno, na suposição de que não tenhamos ainda chegado ao limite do céu, lá fora? Terá o mercado externo capacidade de absorção tão grande assim? Por quanto tempo?

2) Nosso mercado interno, nossos queridos clientes consumidores do leite nosso de cada dia, esses que queremos e precisamos conquistar a todo o momento mais um, até quanto vão querer pagar? E as nossas clientes tradicionais, as simpáticas "Donas de Casa" qual será seu "break-point"?

3) O setor primário precisa recuperar margens em relação ao restante da Cadeia. Conseguirá fazê-lo, ou a boa fase mais uma vez ficará somente em mãos alheias?

4) Como lidar com o setor varejista para que aumentos no atacado, eventualmente reados ao setor primário, não sejam totalmente despejados no bolso do consumidor?

Concluindo, do ponto de vista dos produtores, se a boa fase durar um tempinho a mais que dê para sair do vermelho anterior e ainda respirar sem balão, é segurar a rédea e esperar o próximo fosso. Nada de sonhos delirantes, já apanhamos muito, já deu pra aprender. Da Cadeia espera-se juízo e pressa para cumprir todas as ações, as quais vem sendo discutidas aqui na Conjuntura de Mercado.

Atenciosamente,

Aluízio Lindenberg Thomé
Edson Novaes
EDSON NOVAES

GOIÂNIA - GOIÁS - PESQUISA/ENSINO

EM 18/04/2007

Primeiramente, gostaria de cumprimentá-lo pela sua análise em relação à elevação dos preços do leite no 1º trimestre deste ano, que em minha opinião reflete atualmente a situação do mercado de leite no Brasil e em Goiás em específico.

Em Goiás, segundo dados do Cepea/USP, os preços de leite recebido pelos produtores durante o ano de 2007 (jan/07 à mar/07) aumentaram 8,85%, sendo que nos últimos 12 meses, pelos dados da FAEG, esse aumento foi da ordem de 18,57%. Neste mesmo período os preços dos insumos aumentaram mais do que os preços recebidos pelos produtores. Os preços médios do milho, por exemplo, de mar/06 à mar/07 aumentaram 19,38% e do farelo de soja em torno de 19,37%.

As razões desse cenário de elevação de preços que estamos tendo agora, foram muito bem retratados no seu artigo. No entanto, gostaria de abordar um aspecto que acho poderá, ou não, influenciar essa situação de mercado atual fazendo com que a mesma possa se prolongar um pouco mais além do 2° trimestre deste ano como bem disse.

Tal aspecto diz respeito a queda da captação de leite, que em Goiás de jan/07 à mar/07 caiu mais de 14%, acirrando ainda mais a disputa pelo leite por parte das indústrias de laticínios no Estado.

De um modo geral, os produtores goianos estão cautelosos, pois os preços recuperaram numa velocidade muita rápida, assim como os custos que aumentaram muito, como o ocorrido em 2005. Então os mesmos estão cautelosos, de olho no mercado para tomarem suas decisões de investimento.

O amanhã só a Deus pertence, mas diante de todo esse quadro que se apresenta hoje, não havendo, pelo menos até o momento, nenhum indício de mudança do mercado no curto prazo, qual a sua expectativa para 2007 para a próxima safra de leite?

Edson Alves Novaes
Economista da FAEG
Prof. M.Sc. da Universo Goiânia
Adilson Luís Giacomelli
ADILSON LUÍS GIACOMELLI

CATANDUVA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 18/04/2007

Penso que a abordagem do Paulo de Carmo Martins é bastante "realista". A única questão que gostaria de acrescentar é de que neste ano a tendência do preço da cana é cair muito, portanto, aqueles produtores de leite (que já são muitos) que utilizam-se deste volumoso podem ter algum benefício de custo.
Qual a sua dúvida hoje?

Deu a louca nos preços

O primeiro trimestre deste ano fechou de modo surpreendente, com uma elevação generalizada de preços em toda a cadeia do leite, dos insumos ao consumidor, culminando com o mercado internacional.

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O primeiro trimestre deste ano fechou de modo surpreendente, com uma elevação generalizada de preços em toda a cadeia do leite, dos insumos ao varejo, com destaque para o mercado internacional.

Normalmente, o que se espera é que o primeiro trimestre apresente os preços bem comportados, os mais baixos do ano, com pequeno início de elevação, tendência que acaba se consolidando no segundo trimestre. Tem sido assim nos últimos anos. Mas, este ano, não foi o que ocorreu.

No mercado de insumos, a equipe de economia da Embrapa Gado de Leite apurou que, entre março de 2006 e março de 2007, o preço do farelo de algodão se elevou 22,9% acima do preço recebido pelo produtor de leite. Nesse mesmo período, a ração para vaca em lactação subiu 15,6% acima do preço do leite ao produtor.

A decisão do Governo americano de estimular a produção de etanol via milho já começa a ter efeito no mercado brasileiro. Os dados do Instituto de Economia Agrícola mostram que o milho no mercado interno teve uma elevação de preços de 42,4% nos últimos doze meses. Já a soja teve seu preço elevado em 23,8%, em igual período. Portanto, está mais caro alimentar os animais.
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Também os laticínios estão com custos mais elevados, pois estão comprando leite mais caro. Ainda de acordo com o Instituto de Economia Agrícola, os laticínios estão comprando o produto neste mês a preços 4,3% mais caros que nos últimos trinta dias. Isso é onze vezes mais que a inflação dos últimos trinta dias, que ficou em 0,37%, de acordo com o IBGE. Como produtora de leite, a Embrapa Gado de Leite produz em suas fazendas, distribuídas em três estados (Minas Gerais, Rio de Janeiro e Goiás), e é testemunha do fenômeno, pois está recebendo preços acima do padrão para esse período, crescendo todos os meses.

Também no atacado, os preços começam a se elevar. A Embrapa Gado de Leite e o Cepea produzem um boletim de monitoramento quinzenal do mercado no atacado, denominado SimLeite. Na primeira quinzena de fevereiro em relação a janeiro, os primeiros soluços começaram a ser registrados. Por exemplo, teve praça de comercialização que chegou a registrar 10% de elevação de preços para o Leite em Pó. Já entre a segunda quinzena de fevereiro em relação à primeira, ocorreram registros de praças com preços para essa commodity se elevando em até 18,6%.

Nas quinzenas subseqüentes, valores próximos a elevação de até 3% em cada quinzena foram registrados, o que é muito para uma quinzena. É muito até para um mês. Afinal, os preços médios da economia tem se mantido bem comportados. Como os efeitos da elevação de preços ns mercados interno e externo começam a ser totalmente incorporados, o que se percebe é que praças de comercialização começam claramente a revelar aumentos no atacado, em patamares elevados. E o Leite em Pó é o produto que sofre o impacto mais claro, pois uma importante fonte dessa elevação vem do mercado internacional, como veremos mais à frente.

Também no varejo a elevação de preços do Leite em Pó já é visível. De acordo com o IPCA, que é o Índice que o Governo considera para monitorar a inflação, este ano o custo de vida subiu 1,3%, enquanto o Leite em Pó já subiu 5,0%, como média do Brasil, conforme o gráfico 1.

Gráfico 1. Variação do IPCA e do Preço do Leite em Pó. Brasil. Dez/2006 a Mar/2007.

Figura 1

Fonte: IBGE

Mas, é no mercado internacional que os preços estão com tendência altista mais nítida. Na Oceania, os preços se elevaram 20% em dólar, no primeiro trimestre deste ano, enquanto na Europa a variação ficou muito próxima, ou seja, 19%, conforme tabela 2. E, tudo leva a crer que o céu é o limite. Afinal, o ministério da Agricultura dos EUA informa que já há negócios em tonelada de Leite em Pó sendo comercializado a US$ 4,4 mil, neste mês de abril.

Gráfico 2. Preço do Leite em Pó na Europa e Oceania em ton./US$. Dez/2006 a Mar/2007.

Figura 2

Fonte: Banco de Dados MilkPoint.

Redução brusca dos subsídios, na Europa para o Leite em Pó; seca na Oceania; crescimento do consumo nos países em desenvolvimento, motivado por crescimento do PIB, são variáveis que ajudam a entender este fenômeno altista de preço no mercado internacional. Elevação de preços de insumos e crescimento do consumo, motivado por uma pequena onda de euforia no mercado interno, são variáveis que ajudam a explicar o fenômeno por estas bandas tupiniquins. Ademais, há o produtor ressabiado, com o trauma de 2005, que está pensando muito se deve ou não aumentar sua produção. Além disso, há a feroz disputa entre as empresas de laticínios, em busca de leite, que pressiona o preço ao produtor para cima.

Nesse cenário, é muito pouco provável que os preços caiam neste início do segundo trimestre. Ou você acha o contrário?
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Marcelo
MARCELO

RONDÔNIA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 30/11/2014

Os produtores prescisa. De melhoras!
valdinei grapiglia
VALDINEI GRAPIGLIA

CONSTANTINA - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 06/08/2007

Muito bom o debate, vê-se pelo grande número de participações e comentários. Nestes últimos dias tem surgido uma situação preocupante. Sou produtor e Técnico em Agropecuária, e nós da cadeia produtiva sabemos dos anos difíceis que amos, falo principalmente das pequenas propriedades, que são o caso daqui da região, onde a escala de produção é baixa, muitas propriedades estão descapitalizadas e os preços recebidos pelos produtores chegaram a níveis abaixo de R$ 0,30/litro.

Nestes últimos meses que a situação está mais favorável aos produtores (na verdade começamos a trabalhar com mais tranquilidade). Tenho observado aqui na região e no estado (Rio Grande do Sul) uma polêmica criada pela mídia, principalmente a televisão, de que o preço do leite está muito elevado. Pesquisas, reportagens, etc.

Convenhamos, temos bem claro que na formação do preço final do leite ocorrem certos abusos para chegar nos R$ 2,20 a R$ 2,40 pagos pelo consumidor pela caixinha do longa vida, mas com certeza este "abuso" não é do produtor e sim da porteira para fora.

Devemos ainda levar em consideração de que o leite é um alimento, e diga-se de pasagem, um alimento nobre, muito importante e se formos comparar com outros produtos da "cesta básica", com certeza o leite é um dos alimentos mais baratos.

Outro dia vi um comentário, neste mesmo artigo, referente a outros produtos pelos quais paga-se mais caro e ninguém reclama, como refrigerante, água mineral, cerveja entre outros e em nem um momento a mídia faz comentários sobre isto! Por quê?

Outro ponto interessante é o marketing. Onde estão nossas associações de raça, nossas entidades da cadeia produtiva, organizações, sindicatos?

Acredito que este seja um dos principais fatores que esteja faltando para nossa classe. Organização.
João Siqueira
JOÃO SIQUEIRA

CAMPOS DOS GOYTACAZES - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 31/07/2007

Paulo, gostei muito de seu artigo, e também das colocações de outros leitores, principalmente de Roberto Antonio Pinto de Melo Carvalho, em que faz a mesma analogia sua, mas em longo prazo, invertendo a boa posição que o preço do leite se encontra.

Concordo com todo o seu parecer, e digo mais, arrisco dizer que esse quadro de alta de precos deverá se manter por pelo menos ate o primeiro semestre de 2008, vamos atravessar "as águas" com precos altos, pois, apesar de o mercado obedecer a velha regra da "oferta e procura", até que o produto sobre de novo, ainda tem muita "agua para rolar".

Mas, aconselho que todos nao se afobem com os preços e entrem investindo desenfreiadamente, mas aos poucos, pois está na hora de produtores brasileiros com tanto potencial, melhorarem a nutrição de seu rebanho, a genética e implantarem tecnologias básicas, pensando sempre em produtividade sustentável e principalmente em qualidade!
Abraços, Joao Siqueira.
sebastiao suelo vilanova
SEBASTIAO SUELO VILANOVA

SÃO MIGUEL DO OESTE - SANTA CATARINA - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 25/05/2007

Tenho acompanhado esta turbulência de preço do leite tanto no mercado nacional como no mercado internacional, onde se constatou vários motivos do aumento de preço do leite.

Um dos fatores é que alguns países como Estados Unidos, UE, Nova Zelandia, Austrália e a Argentina estão muito próximos do limite de aumento da oferta de leite in natura. Exemplo: a Nova Zelândia, que exporta a maioria de sua produção, além da seca que está enfrentando, atingiu o pico da producão por causa da pouca terra fértil que se tem para produzir leite.

Já está se pensando na troca de animais de genética para a produção de leite por animais mistos, para aumentar o número de animais por ha de terra, já que a produção é a base de pasto e a vaca mista tambem produziria 15 lt de leite por dia.

Outro fator importante é o aumento do comsumo a nível mundial, a avaliação que se tem hoje é que o preço continue aumentando até outubro, pelo menos.
Duilio Mata de Souza Lima
DUILIO MATA DE SOUZA LIMA

BOM SUCESSO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 07/05/2007

Sr. Paulo Carmo, se não me falha a memória, em seus artigos anteriores o Sr. afirma que caminhávamos para o excedente. Analisando a produção mundial desde 2000, houve um maior volume produzido do que consumido, conforme o Sr. comparou para fazer aquelas afirmações a respeito do leite no Brasil.

Aonde está este excedente de leite brasileiro e mundial? Será que as estatísticas e as informações são "Made in Brazil"?

<b>Resposta do autor:</b>

Dr. Duilio,

Os artigos aos quais o senhor se refere ainda continuam disponíveis para consulta neste site e retratam uma visão de longo prazo, para o ano de 2025. O artigo atual trata da conjuntura, ou seja, reproduz o que aconteceu no primeiro trimestre deste ano e que deverá a continuar a ter impacto pelo menos neste segundo trimestre.

Portanto, são questões diferentes. Aqueles retratam abordagem estrutural, de longo prazo. O atual mais que de curto prazo, retrata o presente. Se me permite lançar mão de uma figura de linguagem, não é porque no presente estamos em periodo de baixas temperaturas que iremos desconhecer o previsível fenômeno de aquecimento global.

Paulo Martins
Guilherme Alves de Mello Franco
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 05/05/2007

Prezado Paulo:

O que analiso deste enxame de cartas a seu brilhante artigo é que todos os produtores temos, como gatos escaldados frente à água fria, verdadeiro pavor de elevações acentuadas no preço de nosso produto, porque sabemos que tudo não a de um estágio no mercado comprador.

Isso, como muitos fizeram questão de lembrar (feridas enormes ainda cicatrizam) já aconteceu antes e a corda arrebentou, pelo lado mais fraco (o nosso). Assim, como todo bom mineiro, aconselho a meus pares "prudência e caldo de galinha", já que não fazem mal a ninguém.

As pertinentes respostas dos colegas e técnicos que militam no setor lácteo, fizeram com que nossa análise, exarada em 18 de Abril de 2007 (publicada cartas acima), fosse corroborada. Não que não se possa - ou não se deva - aproveitar o momento refrescante. Mas, muito cuidado com ampliações de benfeitorias, compra de mais gado, automóvel novo (lembremo-nos do "Plano Collor", que provocou uma explosão consumista para, depois, evidenciar uma explosão de falências).

O mercado não está para isto e a beira do precipício é logo ali. Nosso produto, não se esqueçam, continua perecível e nós, ainda, estamos acorrentados, subjugados pelo "senhor laticínio", como verdadeiros escravos de sua vontade.

GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO
Gustavo Fernandes Santos
GUSTAVO FERNANDES SANTOS

SÃO PAULO - SÃO PAULO - EMPRESÁRIO

EM 02/05/2007

Como já resaltou nosso amigo Alexandre Matarazzo, a reação do mercado nos últimos meses, principalmente no mês de abril, foi absurda. Já tem gente falando em leite a R$0,70 lá na minha região.

Concordo com a diminuição na produção de outros países devido ao clima, mas vamos devagar. Há uns 10 anos estava eu em um congresso de compradores de leites na minha região e o assunto da vez era a IN 51, com seus tanques de expansão e tudo mais.

Nesse dia pedi a a palavra e resumi: estamos discutindo baboseiras, pois quando todos estiverem dentro da norma o preço do leite será negociado da mesma forma, e nós continuaremos nas mãos das grandes empresas - esse cenário é o que vivemos hoje.

Quantas vezes já vi laticínios e cooperativas que negociam no "spot" quase morrem afogadas em leite, e acho que não fui só eu que vi. A irresponsabilidade de alguns presidentes de cooperativas pagando fortunas nos seu produto inflacionando ainda mais o mercado também é um ponto a ser pensado.

Não podemos nos esquecer que os contratos de exportações têm cotas, sendo assim, essa procura descabida por leite uma hora vai acabar, e o que faremos?

Lleite abaixando em plena entresafra? Isso já aconteceu, não se esqueçam.

Fazendo um paralelo com a super valorização da informação nos anos 90 culminando em uma crise no setor com quedas atronômicas na Nasdaq me põe a pensar.
Sandro Costa Nunes
SANDRO COSTA NUNES

ITANHÉM - BAHIA - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 30/04/2007

Primeiro parabenizar pela excelente matéria.
Há uns dias estava achando estranho não haver nenhum comentário a respeito do comportamento de leite no MilkPoint, pois estava havendo um decréscimo na produção e um respectivo aumento de preço aqui na região. Eu que estive acompanhando no campo estas mudanças, pegando depoimentos sobre este comportamento do leite com os produtores, vi expressamente a preocupação dos mesmos quanto à elevação dos preços, pois, quando isto acontece geralmente abre-se uma porta para um aumento de produção. Quer dizer mais investimento na propriedade, mas conseqüentemente vem logo após uma queda acentuada no preço por aumento de produção.

Para os produtores, realmente é dificil acompanhar tais mudanças, há uma preferência em manter a produção que já existe, por medo de correr tais riscos. Abraços cordiais.

Sandro Nunes
Produtor e Zootecnista
Juan Ignacio Peyrou Soares de Lima
JUAN IGNACIO PEYROU SOARES DE LIMA

MONTEVIDEO - MONTEVIDEO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 27/04/2007

Estimado Paulo: primero aprovecho para saludarte y luego, felicitarte por el artículo. La verdad es que el momento que vive el mercado internacional de lácteos no lo soñó nunca el más optimista de los productores o industriales de la leche. No entiendo cómo los precios internos de nuestra región (Argentina Brasil y Uruguay) se mantienen en niveles tan bajos. Lo de Argentina es un caso aparte.

Ayer el USDA publicó el precio internacional para la semana 17 de este año. En Europa la leche entera en polvo llegó a USD 4900/t!. En Oceania tanto la entera como la descremada están arriba de los USD 4000/t. Los precios de las commodities lecheras deben arbitrarse seguramente y si bien no se puede esperar que la leche en polvo se mantenga en estos niveles, sí será a precios bien superiores a los históricos.-

Felicitaciones y nos veremos algún día en algún evento lechero.
Aluízio Lindenberg Thomé
ALUÍZIO LINDENBERG THOMÉ

FARIA LEMOS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 26/04/2007

Prezado Marcelo Carvalho,

O produtor Roberto Melo enviou uma oportuna consideração à respeito da evolução dos preços de leite.

O que nos manteve na atividade foram nossos ganhos de produtividade, redução forçada de custos, cortando em setores importantes na fazenda, à custa inclusive de deterioração de patrimônio, por absoluta falta de capacidade de manutenção.

Realmente ainda falta bastante para atingirmos velocidade de cruzeiro para depois entrarmos em céu de brigadeiro.

Quanto às séries históricas, apesar delas serem publicadas em outros veículos, é uma boa sugestão, poderiam compor dentro da seção "Estatísticas"

Abçs,

ALThomé.
Alexandre Matarazzo
ALEXANDRE MATARAZZO

SÃO PAULO - SÃO PAULO - DISTRIBUIÇÃO DE ALIMENTOS (CARNES, LÁCTEOS, CAFÉ)

EM 25/04/2007

A grande problemática do sobe e desce em relação ao preço do leite justifica-se por um único motivo: o produto é realmente escasso em uma parte do ano e sobra numa determianda época.

Se há grandes volumes de exportação de leite em pó, aumento de preços internacionais, aumento de preço de insumos, a disputa pelo produto entre os grandes compradores de leite do país fazem com que haja aumento de preço pago ao produtor. Mas quando o jogo vira, ou porque aumenta a oferta de leite ou a procura pelos lácteos diminue ou a realidade internacional muda, os preços caem.

Nós, aqui em São Paulo, ouvimos muitas explicações a respeito desse conturbado mercado do leite. Mas, como não sou nenhum consultor desta área, faço duas perguntas:

1- Até quando o mercado do leite e o setor queijeiro ficarão dependentes de grandes indústrias que, quando estão comprando elevam o preço do leite e fazem uma disputa ferranha pelo produto, mas quando perdem o interesse, por qualquer motivo, diminuem a procura e os preços despencam?

2- Esse grande sobe e desce de preços não representa falta de palnejamento do setor?

Apenas para constar, os queijos aqui em São Paulo estão subindo drasticamente. Em janeiro o quilo da mussarela média era vendido por volta de R$ 5,50. Atualmente já existe oferta a R$ 7,50. Dizem alguns fabricantes que este ano chega a R$ 10,00. Esse grande aumento de preço já está sendo reado, pelo varejo, ao consumidor. Nós, do segmento distribuidor-atacadista, esperamos uma brutal queda nas vendas se os grandes aumentos se confirmarem.
Roberto Antonio Pinto de Melo Carvalho
ROBERTO ANTONIO PINTO DE MELO CARVALHO

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 22/04/2007

Prezados Paulo Martins e Marcelo Carvalho:

Cumprimento-os pelas oportunas análises a respeito da evolução recente do preço do leite, nos diversos níveis de mercado. A valorização do real contribuiu muito para o aumento do preço pago ao produtor, medido em US$/kg, no mercado interno brasileiro.

A contenção da inflação faz com que o aumento recente do preço do leite seja maior do que a evolução do IPCA, como destaca o artigo do Paulo Martins.
Mas acho que devemos recuar alguns anos para melhor avaliar o que aconteceu com preço do leite ao produtor x IPCA.

Fazendo essa análise por índices de preço, encontrei a seguinte evolução, para o preço médio que recebi, como médio produtor no sudoeste de Minas (hoje cerca de 2000 l), tomando como índice 100 o do ano de 1995 e comparando com o de 2006 (período de 11 anos):

IGP-M: ou de 100 para 279 (179% de aumento em 11 anos)
IPCA: ou de 100 para 210 (110% de aumento)
Leite: ou de 100 para 161 (61% de aumento).

Ou seja: o recentíssimo e bem vindo aumento ainda está muito longe de dar ao produtor a recuperação do poder aquisitivo que tinha há 11 anos, para adquirir produtos da "cesta ampliada" (IPCA).

Seria interessante comparar também a evolução do preço pago pelo leite do produtor com os índices de aumento da ração, do salário, da energia elétrica, do combustível, dos medicamentos.

Sugiro que o MilkPoint, que dispõe de facilidade de o aos dados, faça isso com regularidade (2 vezes por ano?).

Abraço.
Roberto Melo Carvalho
Fernando Antonio de Azevedo Reis
FERNANDO ANTONIO DE AZEVEDO REIS

ITAJUBÁ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 22/04/2007

Com certeza o preço não cairá no começo do segundo trimestre, mas continuará subindo, resta saber se a moeda, preço do litro de leite, irá recuperar o poder de compra.

Recentemente comparei o aumento no preço do litro de leite, que eu vendi no periodo de 1999 com o valor médio do último ano (R$/l 0,53); o aumento foi de 80% enquanto que a média dos insumos aumentou 170%.

Neste mesmo período o volume de leite produzido em minha propriedade aumentou aproximadamente 50%, para compensar.

Já o acréscimo no valor dos animais, de minha criação, que tenho vendido, tem acompanhado o aumento dos insumos.

Como a venda de animais tem tornado a principal fonte de renda de meu negócio "leite", venho portanto, resistindo a este descomo preço de leite e insumos.
Guilherme Gonçalves Teixeira
GUILHERME GONÇALVES TEIXEIRA

CLÁUDIO - MINAS GERAIS - MÉDICO VETERINÁRIO

EM 19/04/2007

Prezado Paulo Martins,

O que se vê hoje no mercado do leite, apesar do alívio transitório proporcionado pelas exportações, pelo avanço da cana-de-açucar e diminuição de subsídios, é a reafirmação em ponto pequeno desse paradoxo de riscos e frustrações embutidos na idéia de progresso, quando ela vem desacompanhada da real percepção dos atores envolvidos na cadeia sobre o que poderá acontecer no futuro.

Este vai e vem dos preços já é uma constante na vida dos produtores. E aí eu pergunto até quando o produtor primário "entregará" leite à industria sem o menor poder de negociação? Não seria o momento de efetivamente definir uma política de preço mínimo e o PROP para o leite?

Grande Abraço,
José ricardo Vilkas
JOSÉ RICARDO VILKAS

ANGATUBA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 19/04/2007

É ótimo que o preço do leite esteja de elevando. Como produtor, fico com vontade de aumentar a produção, porém, já perdi noites sem dormir em 2005 com a queda brusca dos preços. Tenho medo!

O mais correto é continuar na produção atual, sem incremento.
José Romeu Kruger Nunes
JOSÉ ROMEU KRUGER NUNES

TOLEDO - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 18/04/2007

Gostei do artigo, pena que notícias boas demoram para influenciar positivamente os preços ao produtor.
Guilherme Alves de Mello Franco
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 18/04/2007

Prezado Paulo: Parabéns pelo artigo. Somente gostaria de salientar que, com o aumento dos insumos de produção, tal como você tão bem descreveu em seu trabalho, o preço do leite não conseguirá, ainda que em histórico de alta recorde, acompanhar a elevação dos elementos componentes do concentrado, que as grandes empresas agropecuárias fornecem às suas vacas em lactação alta e que provocam a viabilidade do negócio.

Lado outro, com a queda no fornecimento de alimentos ao gado, o volume de leite tende a, de igual sorte, despencar e, em contrapartida, haveria uma alta nos preços pagos pelo produto aos pecuaristas. Só que não é bem assim que a máquina funciona e, sabemos nós, que os laticínios se acomodam ante a necessidade do produtor em desfazer-se, cotidianamente, de seu leite, sob pena de crise na armazenagem do mesmo.

Assim, muitos colegas que, por suas baixas produções, não conseguem escudar-se em contratos de preços mínimos, ficarão em maus lençóis. Não acho, como o Otávio, que o "céu é o limite", porque acredito que este estado de elevação, infelizmente, é episódico e os preços tendem a estabilizar-se, se não agora, quando nos encontramos às portas do período seco, em setembro, momento em que as águas tornarem a cair com nornalidade.

Um grande abraço,

GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO
Aluízio Lindenberg Thomé
ALUÍZIO LINDENBERG THOMÉ

FARIA LEMOS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 18/04/2007

Prezado Dr. Paulo,

Em 16 de janeiro, o Sr. escreveu: "... o ambiente é favorável ao leite. É aí que mora o perigo ... , é só mudar o cenário que cada um vai cuidar da sua vida".

Se a crise pela qual amos é como o Sr. vem afirmando, estrutural, mais do que nunca é necessário que o setor aproveite esse momento de dias claros para construir o abrigo contra as tempestades futuras.

Entretanto, em trinta anos de leite, aprendi que em leite a física realmente funciona. A toda ação corresponde uma reação, etc... etc... Por isso seguem algumas questões as quais talvez o Sr. possa nos ajudar a compreender:

1) Até que patamar os preços no mercado externo poderão influenciar nosso preço interno, na suposição de que não tenhamos ainda chegado ao limite do céu, lá fora? Terá o mercado externo capacidade de absorção tão grande assim? Por quanto tempo?

2) Nosso mercado interno, nossos queridos clientes consumidores do leite nosso de cada dia, esses que queremos e precisamos conquistar a todo o momento mais um, até quanto vão querer pagar? E as nossas clientes tradicionais, as simpáticas "Donas de Casa" qual será seu "break-point"?

3) O setor primário precisa recuperar margens em relação ao restante da Cadeia. Conseguirá fazê-lo, ou a boa fase mais uma vez ficará somente em mãos alheias?

4) Como lidar com o setor varejista para que aumentos no atacado, eventualmente reados ao setor primário, não sejam totalmente despejados no bolso do consumidor?

Concluindo, do ponto de vista dos produtores, se a boa fase durar um tempinho a mais que dê para sair do vermelho anterior e ainda respirar sem balão, é segurar a rédea e esperar o próximo fosso. Nada de sonhos delirantes, já apanhamos muito, já deu pra aprender. Da Cadeia espera-se juízo e pressa para cumprir todas as ações, as quais vem sendo discutidas aqui na Conjuntura de Mercado.

Atenciosamente,

Aluízio Lindenberg Thomé
Edson Novaes
EDSON NOVAES

GOIÂNIA - GOIÁS - PESQUISA/ENSINO

EM 18/04/2007

Primeiramente, gostaria de cumprimentá-lo pela sua análise em relação à elevação dos preços do leite no 1º trimestre deste ano, que em minha opinião reflete atualmente a situação do mercado de leite no Brasil e em Goiás em específico.

Em Goiás, segundo dados do Cepea/USP, os preços de leite recebido pelos produtores durante o ano de 2007 (jan/07 à mar/07) aumentaram 8,85%, sendo que nos últimos 12 meses, pelos dados da FAEG, esse aumento foi da ordem de 18,57%. Neste mesmo período os preços dos insumos aumentaram mais do que os preços recebidos pelos produtores. Os preços médios do milho, por exemplo, de mar/06 à mar/07 aumentaram 19,38% e do farelo de soja em torno de 19,37%.

As razões desse cenário de elevação de preços que estamos tendo agora, foram muito bem retratados no seu artigo. No entanto, gostaria de abordar um aspecto que acho poderá, ou não, influenciar essa situação de mercado atual fazendo com que a mesma possa se prolongar um pouco mais além do 2° trimestre deste ano como bem disse.

Tal aspecto diz respeito a queda da captação de leite, que em Goiás de jan/07 à mar/07 caiu mais de 14%, acirrando ainda mais a disputa pelo leite por parte das indústrias de laticínios no Estado.

De um modo geral, os produtores goianos estão cautelosos, pois os preços recuperaram numa velocidade muita rápida, assim como os custos que aumentaram muito, como o ocorrido em 2005. Então os mesmos estão cautelosos, de olho no mercado para tomarem suas decisões de investimento.

O amanhã só a Deus pertence, mas diante de todo esse quadro que se apresenta hoje, não havendo, pelo menos até o momento, nenhum indício de mudança do mercado no curto prazo, qual a sua expectativa para 2007 para a próxima safra de leite?

Edson Alves Novaes
Economista da FAEG
Prof. M.Sc. da Universo Goiânia
Adilson Luís Giacomelli
ADILSON LUÍS GIACOMELLI

CATANDUVA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 18/04/2007

Penso que a abordagem do Paulo de Carmo Martins é bastante "realista". A única questão que gostaria de acrescentar é de que neste ano a tendência do preço da cana é cair muito, portanto, aqueles produtores de leite (que já são muitos) que utilizam-se deste volumoso podem ter algum benefício de custo.
Qual a sua dúvida hoje?