Tais protocolos demandam a associação de agentes luteolítico, pois um corpo lúteo pode estar ainda presente e funcional ao final do tratamento. Em cabras, postula-se que a istração de PGF2α ao início do protocolo com progestágeno permite uma similar e adequada concentração de progesterona exógena durante o tratamento, induzindo regressão de folículos grandes, emergência de uma nova onda folicular e por fim, maior eficiência.
Neste sentido, apresentaremos nesse artigo a compilação de resultados preliminares publicados por nosso grupo sobre o efeito do momento da aplicação de prostaglandina em protocolos de curta duração sobre a sincronização de estro e a taxa de prenhez em ovelhas Santa Inês (Oliveira et al., Acta Scientiae Veterinariae, v. 35, p. 1118, 2007).
Nesse experimento utilizou-se fêmeas cíclicas, as quais foram homogeneamente distribuídas em dois grupos (PGF2α-D0 e PGF2α-D5). Os esquemas dos protocolos de sincronização estão apresentados na figura 1.
Figura 1 - Esquema dos protocolos de curta duração com istração de prostaglandina no D0 ou D5 do tratamento, em ovelhas Santa Inês.

A detecção de estro foi feita com auxílio de rufiões, tendo início doze horas após o término dos tratamentos e repetindo-se a intervalos de 6 horas, por 5 dias. Ao manifestar receptividade sexual, cada fêmea foi coberta uma vez, 12 horas após a detecção do estro, por um reprodutor apresentando fertilidade conhecida. O diagnóstico de gestação foi realizado 30 dias após a última cobertura, por ultrassonografia.
A resposta ao estro não diferiu entre tratamento (P>0,05), observando-se eficiência de 92,31% e 100% para os grupos PGF2-D0 e PGF2α-D5, respectivamente. Verificou-se, entretanto, maior concentração do início do estro nas fêmeas do grupo PGF2α-D5, em relação ao grupo PGF2-D0, como demonstrado na figura 2.
Figura 2 - Histograma da distribuição do início da receptividade sexual entre as fêmeas sincronizadas por protocolos de curta duração com diferentes momentos de aplicação da PGF2α em ovelhas Santa Inês.

A taxa de prenhez também não diferiu estatisticamente entre os grupos (PGF2-D0: 69,23% e PGF2α-D5: 53,85%; P>0,05).
Esses resultados sugerem que o momento da aplicação da PGF2α não interfere significativamente, nas taxas de manifestação do estro e prenhez, no entanto, indicam maior eficiência na concentração do início do estro, quando istrada no D5, fator que pode ter grande impacto em programas de IATF.
Referências consultadas:
Viñoles et al., Theriogenology, v. 55, p.993-1004, 2001.
Menchaca & Rubianes, Reprod. Fertil. Dev., v.16. p.403-413, 2004.