O trabalho diário no campo é, muitas vezes, pesado e algumas soluções vêm sendo pensadas, para aliviar a vida dos trabalhadores rurais. Uma das propostas são os exoesqueletos, estruturas mecânicas que aliviam o fardo em tarefas rotineiras dos agricultores e pecuaristas, como retirada de grãos ou silagem, mistura de ração, reparo de equipamentos e, até o próprio ato de ordenhar ou colocar as ordenhadeiras mecânicas.
Foto: reprodução PLM
O exoesqueleto visa reduzir a carga dos exercícios nos trabalhadores, além de evitar lesões nas costas e articulações, principalmente à medida que as pessoas envelhecem. Segundo Catherine Trask, presidente de pesquisa em ergonomia e saúde musculoesquelética da Universidade de Saskatchewan, no Canadá, “os produtores rurais têm taxas muito altas de lesões nas costas. Isso é ainda mais alto do que em algumas outras áreas da indústria pesada e certamente mais alto do que alguns tipos de profissões de escritório”.
“Se você se abaixar para pegar algo do chão, ele [o exoesqueleto] dá e às suas costas e seu corpo durante a curva e também quando você levanta e pega um objeto, ele fornece um pouco mais de apoio”, disse ela.
Nas fazendas leiteiras, o equipamento também já foi testado. Veja o vídeo:
Os pesquisadores estão determinando como os exoesqueletos podem reduzir a carga postural e muscular durante a execução de tarefas agrícolas manuais. Além disso, estão avaliando as experiências e percepções do usuário, incluindo possíveis barreiras que podem os impedir de usar o exoesqueleto.
Vários modelos estão disponíveis comercialmente. Unidades menos complexas e mais baratas não requerem uma fonte de energia e são vendidas por cerca de US$ 1.000. Modelos mais caros têm uma bateria integrada e recursos motorizados, e custam até US$ 6.000.
Foto: William DeKay | Reprodução: The Western Producer
Além de medir a frequência cardíaca para determinar o esforço durante uma tarefa, cada exoesqueleto é equipado com sensores que monitoram especificamente a atividade dos músculos.
Os pesquisadores já obtiveram bons resultados com pessoas que testaram o equipamento. “Para minha surpresa, a experiência com o exoesqueleto me deu a capacidade de repetir [exercícios] por mais tempo e com mais peso. Eu diria 25% mais, sem fadiga”, disse Ron Swan, agricultor em Glenside, no Canadá. “Descobri que, sem o exoesqueleto, devo fazer pausas com bastante frequência para deixar os músculos relaxarem no centro das minhas costas. Percebi que minhas pernas fazem muito esse apoio para as costas, mas não percebi que estava tensionando esses músculos para isso. O exoesqueleto aliviou esse esforço e eu pude mover mais produto mais rápido e por mais tempo com o exoesqueleto ligado. Eu me esforcei muito só para ver o que o exoesqueleto faria por mim”, finalizou.
Foto: William DeKay | Reprodução: The Western Producer
De fato, o artefato parece promissor. Em uma pesquisa realizada com quinze trabalhadores também no Canadá, os pesquisadores observaram principalmente a associação do exoesqueleto com termos como: 'segurança', 'conforto', 'empregos e tempo', 'saúde', 'mobilidade', 'facilidade de uso' e 'produtividade'. Contudo, as entrevistas mostraram diversidade nas percepções dos agricultores sobre o desempenho do exoesqueleto, demonstrando que a implementação bem-sucedida nas fazendas exigirá alinhamento entre o design do exoesqueleto, os usuários e as tarefas que estão sendo executadas.
O exoesqueleto já vem sendo usado também em outras profissões com alta demanda dos músculos e de postura, como é o caso das indústrias, por exemplo.
Foto: reprodução ProFood World
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