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Gestão e rentabilidade: a pecuária da Rainha do Jersey

Conheça a inspiradora jornada de Marlene Kaiut, a "Rainha do Jersey", que transformou uma fazenda endividada em referência na pecuária leiteira do Paraná!

Publicado em: - 4 minutos de leitura

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O título de "Rainha do Jersey" não é apenas um rótulo para a produtora Marlene Kaiut, mas o reconhecimento de uma história de trabalho árduo e superação na pecuária leiteira. Empresária, mãe de 3 filhos, esposa e produtora de leite, transformou a fazenda herdada pelo marido em uma operação leiteira rentável, superando desafios financeiros e estruturais.

Imagem 1. Produtora Marlene Kaiut, seus filhos mais novos.

Marlene Kaiut

Fonte: Instagram.

Sua jornada começou em 2011, quando decidiu trocar a carreira no mundo da moda pelo desafio de comandar a Chácara São João, em Carambeí, no Paraná. Na época, a operação leiteira estava prestes a ser desativada e enfrentava dívidas significativas. “Quando assumi a propriedade, ela já tinha R$430 mil em dívidas, e não víamos solução”, relata Marlene.

Em uma reunião com a cooperativa, o marido, Anselmo, manifestou a intenção de encerrar a produção leiteira na propriedade herdada pelos avós e renegociar a dívida. Determinada a mudar o rumo da parte leiteira da fazenda, Marlene, que possui formação em istração de empresas, pediu uma oportunidade para comandar a operação.

A primeira reação foi de ceticismo. “O que você entende de vaca?”, perguntaram. Sua resposta foi direta: “Não entendo nada de vaca, mas entendo de números”. Com coragem e força de vontade, ela assumiu o controle da propriedade, aplicando conceitos de gestão e buscando conhecimento técnico.

A transformação não foi fácil. A produção de leite, que era de modestos 500 litros por dia, foi ampliada para cerca de 5 mil litros diários, com um rebanho de quase 500 animais.

Superação

A adaptação de Marlene à nova realidade foi intensa. “Saí do salto para calçar uma bota de borracha”, brinca. Logo no primeiro dia, precisou lidar com a demissão do único funcionário da fazenda, que se recusava a ser comandado por uma mulher.

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“Eu não tinha nem uma bota de borracha e como eu ia explicar para o Anselmo que eu tinha demitido nosso único funcionário sem nem saber como colocar a ordenha para funcionar?”, conta. Sem alternativa, ela teve que aprender rapidamente as tarefas do dia a dia da produção leiteira.

“Já vinha estudando muito sobre a produção de leite, lendo revistas relacionadas ao leite e comecei a correr atras de conhecimento. Todo técnico e vendedor que vinha na fazenda eu absorvia ao máximo as informações.”, relata Marlene. Os três 3 primeiros anos foram os mais difíceis, sem condições financeiras para contratar novos funcionários, ela precisou trabalhar todos os dias. O trabalho intenso e o planejamento cuidadoso foram o caminho para quitar as dívidas e iniciar investimentos.

Entre as primeiras mudanças implementadas, além de um grande investimento em genética, a organização e a gestão se destacaram. Marlene revisou todos os processos da propriedade, desde a farmácia veterinária até a mortalidade dos bezerros. “A farmácia era muito bagunçada, organizei a farmácia, organizei planilhas do que estava entrando e saindo, por que estava morrendo bezerros na propriedade. ei um pente fino para ver onde estava o rombo”, explica a produtora.

Com todo o planejamento e gestão em prática, conseguiram quitar todas as dívidas da fazenda dentro da cooperativa em 5 anos e iniciaram os investimentos. “Fizemos uma sala de ordenha, casa para os funcionários, bezerreiro e confinamento para 250 animais.”, relata.

Imagem 2. Marlene realizando o parto de uma vaca, 3 horas antes do seu casamento.

Marlene Kaiut

Fonte: Instagram.

Paixão pela Raça Jersey

Entre as primeiras decisões, o investimento em genética conquistou seu coração e título de Rainha do Jersey. Marlene encontrou na raça Jersey uma paixão e um diferencial estratégico. Segundo a produtora, o maior teor de sólidos, rusticidade, menos problemas de casco, tornaram a raça o principal foco da propriedade. Hoje, a produção focada na qualidade do leite garante maior valor agregado e rentabilidade.

Imagem 3. Marlene no manejo da fazenda.

Marlene Kaiut

Fonte: Instagram.

Em parceria com o marido, que cuida da agricultura e entrega a alimentação do rebanho, Marlene se dedica à pecuária leiteira. A rotina equilibrada permite que ela continue envolvida no manejo e nas operações da fazenda. “Hoje eu aprendi a fazer tudo dentro da propriedade e, sozinha, faço toda a parte de casqueamentos, mochação dos bezerros e tiro a folga dos funcionários.”, pontua.

Atualmente, com o apoio de três funcionários e um sistema de ordenha moderno, a fazenda ordenha cerca de 100 vacas em uma hora.

Sobre os novos desafios, a produtora relata que é a mão de obra. “A parte mais desafiadora hoje, tirando os custos, é a mão de obra. Mas temos uma equipe muito boa, dois funcionários já estão conosco há 4 anos, o outro tinha oito anos saiu, mas agora retornou. “, explica Marlene.

“Aprendemos a trabalhar com bonificação e metas, e assim melhoramos muito a qualidade do nosso leite. Somos bonificados pelo laticínio pelas boas práticas da fazenda, qualidade, sólidos. Ganho cerca de 3,5% a mais.”, diz Marlene.

Ela destaca que o rebanho da propriedade é focado na produção do leite A2A2, acreditando no potencial desse nicho no mercado lácteo brasileiro.

A busca por mais eficiência e qualidade também inclui modernização e sustentabilidade. A propriedade utiliza energia solar e reaproveita dejetos para adubação. Entre os planos futuros está a tecnologia com ordenhas robôs, trincheira de silos e aumentar o espaço e números de funcionários, para que ela consiga acompanhar a produção um pouco mais de longe.

Reconhecimento e empoderamento feminino

Os resultados alcançados por Marlene não aram despercebidos. Em 2014, ela conquistou o primeiro lugar no Prêmio Sebrae Mulher de Negócios na etapa estadual, destacando-se entre 953 mulheres no Paraná, e alcançou a segunda colocação na etapa nacional, concorrendo com mais de 11 mil participantes. Essas conquistas a tornaram uma referência, inspirando outras mulheres no agronegócio.

Além participar de programas de televisão e de palestrar em eventos por todo o Brasil, Marlene é empreendedora e fundadora da grife Rainha do Jersey, especializada em macacões funcionais para o trabalho no campo. Ela também utiliza suas redes sociais como plataforma para compartilhar suas experiências e incentivar a participação feminina na pecuária leiteira.


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Material escrito por:

Maria Luíza Terra

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Podão Teixeira Araújo
PODÃO TEIXEIRA ARAÚJO

ITAÍ - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 30/01/2025

Parabéns pela coragem e dedicação está luta não fácil que Deus abençoe sempre
Qual a sua dúvida hoje?

Gestão e rentabilidade: a pecuária da Rainha do Jersey

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O título de "Rainha do Jersey" não é apenas um rótulo para a produtora Marlene Kaiut, mas o reconhecimento de uma história de trabalho árduo e superação na pecuária leiteira. Empresária, mãe de 3 filhos, esposa e produtora de leite, transformou a fazenda herdada pelo marido em uma operação leiteira rentável, superando desafios financeiros e estruturais.

Imagem 1. Produtora Marlene Kaiut, seus filhos mais novos.

Marlene Kaiut

Fonte: Instagram.

Sua jornada começou em 2011, quando decidiu trocar a carreira no mundo da moda pelo desafio de comandar a Chácara São João, em Carambeí, no Paraná. Na época, a operação leiteira estava prestes a ser desativada e enfrentava dívidas significativas. “Quando assumi a propriedade, ela já tinha R$430 mil em dívidas, e não víamos solução”, relata Marlene.

Em uma reunião com a cooperativa, o marido, Anselmo, manifestou a intenção de encerrar a produção leiteira na propriedade herdada pelos avós e renegociar a dívida. Determinada a mudar o rumo da parte leiteira da fazenda, Marlene, que possui formação em istração de empresas, pediu uma oportunidade para comandar a operação.

A primeira reação foi de ceticismo. “O que você entende de vaca?”, perguntaram. Sua resposta foi direta: “Não entendo nada de vaca, mas entendo de números”. Com coragem e força de vontade, ela assumiu o controle da propriedade, aplicando conceitos de gestão e buscando conhecimento técnico.

A transformação não foi fácil. A produção de leite, que era de modestos 500 litros por dia, foi ampliada para cerca de 5 mil litros diários, com um rebanho de quase 500 animais.

Superação

A adaptação de Marlene à nova realidade foi intensa. “Saí do salto para calçar uma bota de borracha”, brinca. Logo no primeiro dia, precisou lidar com a demissão do único funcionário da fazenda, que se recusava a ser comandado por uma mulher.

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“Eu não tinha nem uma bota de borracha e como eu ia explicar para o Anselmo que eu tinha demitido nosso único funcionário sem nem saber como colocar a ordenha para funcionar?”, conta. Sem alternativa, ela teve que aprender rapidamente as tarefas do dia a dia da produção leiteira.

“Já vinha estudando muito sobre a produção de leite, lendo revistas relacionadas ao leite e comecei a correr atras de conhecimento. Todo técnico e vendedor que vinha na fazenda eu absorvia ao máximo as informações.”, relata Marlene. Os três 3 primeiros anos foram os mais difíceis, sem condições financeiras para contratar novos funcionários, ela precisou trabalhar todos os dias. O trabalho intenso e o planejamento cuidadoso foram o caminho para quitar as dívidas e iniciar investimentos.

Entre as primeiras mudanças implementadas, além de um grande investimento em genética, a organização e a gestão se destacaram. Marlene revisou todos os processos da propriedade, desde a farmácia veterinária até a mortalidade dos bezerros. “A farmácia era muito bagunçada, organizei a farmácia, organizei planilhas do que estava entrando e saindo, por que estava morrendo bezerros na propriedade. ei um pente fino para ver onde estava o rombo”, explica a produtora.

Com todo o planejamento e gestão em prática, conseguiram quitar todas as dívidas da fazenda dentro da cooperativa em 5 anos e iniciaram os investimentos. “Fizemos uma sala de ordenha, casa para os funcionários, bezerreiro e confinamento para 250 animais.”, relata.

Imagem 2. Marlene realizando o parto de uma vaca, 3 horas antes do seu casamento.

Marlene Kaiut

Fonte: Instagram.

Paixão pela Raça Jersey

Entre as primeiras decisões, o investimento em genética conquistou seu coração e título de Rainha do Jersey. Marlene encontrou na raça Jersey uma paixão e um diferencial estratégico. Segundo a produtora, o maior teor de sólidos, rusticidade, menos problemas de casco, tornaram a raça o principal foco da propriedade. Hoje, a produção focada na qualidade do leite garante maior valor agregado e rentabilidade.

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Marlene Kaiut

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Em parceria com o marido, que cuida da agricultura e entrega a alimentação do rebanho, Marlene se dedica à pecuária leiteira. A rotina equilibrada permite que ela continue envolvida no manejo e nas operações da fazenda. “Hoje eu aprendi a fazer tudo dentro da propriedade e, sozinha, faço toda a parte de casqueamentos, mochação dos bezerros e tiro a folga dos funcionários.”, pontua.

Atualmente, com o apoio de três funcionários e um sistema de ordenha moderno, a fazenda ordenha cerca de 100 vacas em uma hora.

Sobre os novos desafios, a produtora relata que é a mão de obra. “A parte mais desafiadora hoje, tirando os custos, é a mão de obra. Mas temos uma equipe muito boa, dois funcionários já estão conosco há 4 anos, o outro tinha oito anos saiu, mas agora retornou. “, explica Marlene.

“Aprendemos a trabalhar com bonificação e metas, e assim melhoramos muito a qualidade do nosso leite. Somos bonificados pelo laticínio pelas boas práticas da fazenda, qualidade, sólidos. Ganho cerca de 3,5% a mais.”, diz Marlene.

Ela destaca que o rebanho da propriedade é focado na produção do leite A2A2, acreditando no potencial desse nicho no mercado lácteo brasileiro.

A busca por mais eficiência e qualidade também inclui modernização e sustentabilidade. A propriedade utiliza energia solar e reaproveita dejetos para adubação. Entre os planos futuros está a tecnologia com ordenhas robôs, trincheira de silos e aumentar o espaço e números de funcionários, para que ela consiga acompanhar a produção um pouco mais de longe.

Reconhecimento e empoderamento feminino

Os resultados alcançados por Marlene não aram despercebidos. Em 2014, ela conquistou o primeiro lugar no Prêmio Sebrae Mulher de Negócios na etapa estadual, destacando-se entre 953 mulheres no Paraná, e alcançou a segunda colocação na etapa nacional, concorrendo com mais de 11 mil participantes. Essas conquistas a tornaram uma referência, inspirando outras mulheres no agronegócio.

Além participar de programas de televisão e de palestrar em eventos por todo o Brasil, Marlene é empreendedora e fundadora da grife Rainha do Jersey, especializada em macacões funcionais para o trabalho no campo. Ela também utiliza suas redes sociais como plataforma para compartilhar suas experiências e incentivar a participação feminina na pecuária leiteira.


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Podão Teixeira Araújo
PODÃO TEIXEIRA ARAÚJO

ITAÍ - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 30/01/2025

Parabéns pela coragem e dedicação está luta não fácil que Deus abençoe sempre
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