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Herpesvírus bovino tipo - 1 (Parte 1)

Muitas pessoas têm enviado perguntas sobre a IBR, sem sombra de dúvida, um sério problema e tema de muita controvérsia em nosso meio.

Publicado em: - 3 minutos de leitura

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Muitas pessoas têm enviado perguntas sobre a IBR, sem sombra de dúvida, um sério problema e tema de muita controvérsia em nosso meio. Desta forma, os próximos artigos abordarão a IBR, suas principais características, índices no território nacional, formas clínicas, diagnóstico e controle.

Entretanto, antes de aprofundarmos o assunto é importante "dar nome aos bois". Apesar de muitas vezes utilizarmos apenas o termo IBR (rinotraqueíte infecciosa bovina), é importante determinar que esta sigla refere-se apenas a uma das manifestações clínicas do herpesvírus bovino tipo 1 (BHV-1).

Na realidade, a infecção determinada pelo herpesvírus bovino tipo 1 (BHV-1) está associada com diferentes formas clínicas. O trato respiratório, genital e o reprodutivo são os mais afetados, determinando os maiores prejuízos; mas o BHV-1 também pode estar envolvido com problemas no sistema nervoso, conjuntiva ocular e moléstias sistêmicas. Esta diversidade de sinais clínicos, que muitas vezes, são semelhantes aos sintomas de outras doenças infecciosas e parasitárias, impede a elaboração de um diagnóstico exclusivamente clínico, exigindo para uma determinação conclusiva o diagnóstico laboratorial.
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O BHV-1 é classificado em sub-tipos, esta classificação pode parecer um pouco confusa, mas é muito importante que o técnico tenha conhecimento que existem diferentes sub-tipos da doença, sendo eles:

- BHV-1.1 (IBR-like) --> relacionado com problemas respiratórios, reprodutivos e casos de conjuntivite.

- BHV-1.2A e BHV-1.2B (IPV-like) --> são mais freqüentes em infecções relacionadas com o trato genital.

- BHV-1.3A e BHV-1.2B (atualmente reclassificado como BHV-5) --> determina sintomatologia nervosa em bezerros e animais adultos, sendo responsável pelo quadro clínico de meningo-encefalite.

O BHV-1 é facilmente disseminado pelas secreções respiratórias, oculares e reprodutivas provenientes de bovinos infectados, permanecendo nos animais, após a primo-infecção, na forma latente no gânglio trigêmeo. Desta forma, os bovinos, uma vez infectados, tornam-se portadores do vírus, que pode ser reativado quando ocorre uma queda da resistência (parto, doenças, estresse). O estabelecimento de imunidade celular e humoral, pós-infecção ou pós-vacinação, não elimina o estado de latência, persistindo esta condição por toda a vida produtiva do animal. A introdução de um portador latente em um rebanho livre é a forma mais freqüente de disseminação do BHV-1.

O herpesvírus bovino tipo 1 encontra-se amplamente disseminado em rebanhos de leite e corte . A infecção apresenta caráter endêmico na América do Norte e na maioria dos países europeus. No Brasil, dados de várias pesquisas revelam uma expressiva disseminação do vírus (Tabela 1).
 

 


Recentemente, pesquisadores da Universidade Estadual de Londrina - PR, publicaram os dados obtidos com testes sorológicos para diagnóstico da infecção pelo BHV-1. Foram avaliadas 26.441 amostras de soro sanguíneo de rebanhos bovinos de corte e leite não vacinados contra IBR e com histórico de problemas reprodutivos. A Tabela 2 apresenta a freqüência de ocorrência de animais soropositivos distribuída de acordo com o Estado de onde as amostras foram provenientes.

 

 



No próximo artigo serão abordadas as principais manifestações do Herpesvírus bovino tipo - 1, seus sinais clínicos, diagnóstico e controle.

Fonte:

Alfieri, A.A. Consequências da infecção pelo Herpesvirus Bovino Tipo 1 sobre o sistema reprodutivo de bovinos. Semina: Ci. Agr. Londrina, v.19, p. 86-93, 1998.

Bradford, S.P. Tratado de Medicina Interna de Grandes Animais. 1ed. Saunders: Manole, 1993. 1661p.

Takiuchi, E.; Alfieri, A.F.; Alfieri, A.A. Herpesvírus bovino tipo 1: Tópicos sobre a infecção e métodos de diagnóstico. Semina: Ci. Agr. Londrina, v.22, p. 203-209, 2001.

Kahrs, R.F. Infectious bovine rhinotracheitis: a review and update, J. Am. Vet. Assoc., v.171, p.1055-1064, 1977.

Roehe, P.M. et al. Diferenciação entre o vírus da Rinotraqueíte Infecciosa Bobina (BHV-1) e herpesvírus da encefalite bovina (BHV-5) com anticorpos monoclonais. Pesq. Vet. Bras., v.17, n.1, p.41-44, 1997.

Sampaio, S. Rinotraqueíte infecciosa dos Bovinos. Biológico, São Paulo, 47:107-114, 1981.

Weblein, R. Agentes virais presentes no Sêmen bovino. A hora veterinária, 9 (50): 43-47, 1989.

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Material escrito por:

Renata de Oliveira Souza Dias

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marcelo alves ferreira
MARCELO ALVES FERREIRA

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL

EM 09/10/2012

Bom dia, Dra Renata!
Excelente artigo. Preciso também saber tudo sobre Papilomatose Bovina, principalmente sobre tratamento. Este é um assunto que comenta-se pouco, mas é muito frenquente no mundo das novilhas. Por favor, caso tenha alguma orientação sobre tratamento efetivo, me envie. OK. Muito obrigado. Marcelo MKf.
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Muitas pessoas têm enviado perguntas sobre a IBR, sem sombra de dúvida, um sério problema e tema de muita controvérsia em nosso meio. Desta forma, os próximos artigos abordarão a IBR, suas principais características, índices no território nacional, formas clínicas, diagnóstico e controle.

Entretanto, antes de aprofundarmos o assunto é importante "dar nome aos bois". Apesar de muitas vezes utilizarmos apenas o termo IBR (rinotraqueíte infecciosa bovina), é importante determinar que esta sigla refere-se apenas a uma das manifestações clínicas do herpesvírus bovino tipo 1 (BHV-1).

Na realidade, a infecção determinada pelo herpesvírus bovino tipo 1 (BHV-1) está associada com diferentes formas clínicas. O trato respiratório, genital e o reprodutivo são os mais afetados, determinando os maiores prejuízos; mas o BHV-1 também pode estar envolvido com problemas no sistema nervoso, conjuntiva ocular e moléstias sistêmicas. Esta diversidade de sinais clínicos, que muitas vezes, são semelhantes aos sintomas de outras doenças infecciosas e parasitárias, impede a elaboração de um diagnóstico exclusivamente clínico, exigindo para uma determinação conclusiva o diagnóstico laboratorial.
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O BHV-1 é classificado em sub-tipos, esta classificação pode parecer um pouco confusa, mas é muito importante que o técnico tenha conhecimento que existem diferentes sub-tipos da doença, sendo eles:

- BHV-1.1 (IBR-like) --> relacionado com problemas respiratórios, reprodutivos e casos de conjuntivite.

- BHV-1.2A e BHV-1.2B (IPV-like) --> são mais freqüentes em infecções relacionadas com o trato genital.

- BHV-1.3A e BHV-1.2B (atualmente reclassificado como BHV-5) --> determina sintomatologia nervosa em bezerros e animais adultos, sendo responsável pelo quadro clínico de meningo-encefalite.

O BHV-1 é facilmente disseminado pelas secreções respiratórias, oculares e reprodutivas provenientes de bovinos infectados, permanecendo nos animais, após a primo-infecção, na forma latente no gânglio trigêmeo. Desta forma, os bovinos, uma vez infectados, tornam-se portadores do vírus, que pode ser reativado quando ocorre uma queda da resistência (parto, doenças, estresse). O estabelecimento de imunidade celular e humoral, pós-infecção ou pós-vacinação, não elimina o estado de latência, persistindo esta condição por toda a vida produtiva do animal. A introdução de um portador latente em um rebanho livre é a forma mais freqüente de disseminação do BHV-1.

O herpesvírus bovino tipo 1 encontra-se amplamente disseminado em rebanhos de leite e corte . A infecção apresenta caráter endêmico na América do Norte e na maioria dos países europeus. No Brasil, dados de várias pesquisas revelam uma expressiva disseminação do vírus (Tabela 1).
 

 


Recentemente, pesquisadores da Universidade Estadual de Londrina - PR, publicaram os dados obtidos com testes sorológicos para diagnóstico da infecção pelo BHV-1. Foram avaliadas 26.441 amostras de soro sanguíneo de rebanhos bovinos de corte e leite não vacinados contra IBR e com histórico de problemas reprodutivos. A Tabela 2 apresenta a freqüência de ocorrência de animais soropositivos distribuída de acordo com o Estado de onde as amostras foram provenientes.

 

 



No próximo artigo serão abordadas as principais manifestações do Herpesvírus bovino tipo - 1, seus sinais clínicos, diagnóstico e controle.

Fonte:

Alfieri, A.A. Consequências da infecção pelo Herpesvirus Bovino Tipo 1 sobre o sistema reprodutivo de bovinos. Semina: Ci. Agr. Londrina, v.19, p. 86-93, 1998.

Bradford, S.P. Tratado de Medicina Interna de Grandes Animais. 1ed. Saunders: Manole, 1993. 1661p.

Takiuchi, E.; Alfieri, A.F.; Alfieri, A.A. Herpesvírus bovino tipo 1: Tópicos sobre a infecção e métodos de diagnóstico. Semina: Ci. Agr. Londrina, v.22, p. 203-209, 2001.

Kahrs, R.F. Infectious bovine rhinotracheitis: a review and update, J. Am. Vet. Assoc., v.171, p.1055-1064, 1977.

Roehe, P.M. et al. Diferenciação entre o vírus da Rinotraqueíte Infecciosa Bobina (BHV-1) e herpesvírus da encefalite bovina (BHV-5) com anticorpos monoclonais. Pesq. Vet. Bras., v.17, n.1, p.41-44, 1997.

Sampaio, S. Rinotraqueíte infecciosa dos Bovinos. Biológico, São Paulo, 47:107-114, 1981.

Weblein, R. Agentes virais presentes no Sêmen bovino. A hora veterinária, 9 (50): 43-47, 1989.

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MARCELO ALVES FERREIRA

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL

EM 09/10/2012

Bom dia, Dra Renata!
Excelente artigo. Preciso também saber tudo sobre Papilomatose Bovina, principalmente sobre tratamento. Este é um assunto que comenta-se pouco, mas é muito frenquente no mundo das novilhas. Por favor, caso tenha alguma orientação sobre tratamento efetivo, me envie. OK. Muito obrigado. Marcelo MKf.
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