5384/" />

O alcance do bem-estar animal nos sistemas de produção

Em uma propriedade leiteira, para garantir um bem-estar animal, deve existir um ambiente saudável e confortável. Leia mais!

Publicado por: vários autores

Publicado em: - 16 minutos de leitura

Ícone para ver comentários 0
Ícone para curtir artigo 6

A produção de leite no primeiro trimestre de 2023 foi de 5,9 bilhões de litros, demonstrando uma queda de 1,2% em relação ao primeiro trimestre de 2022 (MINISTÉRIO DA FAZENDA, 2023). Nos próximos 10 anos a produção de leite deverá crescer a uma taxa entre 1,7% e 2,7%. Essas taxas correspondem a ar de uma produção de 34,1 bilhões de litros em 2023 para 40,5 bilhões no final do período das projeções (COMPRE RURAL, 2023).

O aumento significativo da produção de leite gera muitos impactos no bem-estar e na qualidade de vida dos animais e como isso influencia na produtividade. Em uma propriedade leiteira, para garantir um bem-estar animal, deve existir um ambiente saudável e confortável, aonde esses animais poderão expressar seu potencial genético em sua totalidade na produção. Compreender as necessidades e os comportamentos se torna fundamental na busca por uma qualidade de vida melhor, garantindo o bem-estar em todas as suas fases (DOS SANTOS et al., 2021).

No Brasil, o leite está entre os produtos mais importantes para a nossa economia, com uma produção que está à frente de produtos tradicionais como café e arroz. O rebanho leiteiro brasileiro é o segundo maior do mundo. Com produtores em 98% dos municípios brasileiros, a cadeia produtiva do leite emprega cerca de 4 milhões de pessoas (PORTAL E-FOOD, 2023).

Porém, em 2023 o leite ou por uma grande crise. Diante da situação do mercado brasileiro muitos produtores de leite de Santa Catarina tiveram que abandonar a atividade leiteira, pois houve um elevado número de importações de leite, causando uma queda da remuneração. As importações dos lácteos tiveram um crescimento de 212% nos meses de janeiro a maio em relação ao ano de 2022, da Argentina e do Uruguai, o Brasil já importou 850 milhões de leite (SISTEMA FAESC, 2023).

Contudo, mesmo com esse cenário desvantajoso aqueles que ainda estão dentro da atividade leiteira estão sempre procurando formas para contornar momentos difíceis, por meio de novas tecnologia e inovações. A produção leiteira pode ser uma atividade complexa que depende de vários fatores, principalmente, dos elementos de um sistema produtivo bem estruturado e planejado (LUCCA; AREND, 2020)

Bem-estar das vacas leiteiras

Nas cadeias produtivas do leite, há um desafio maior, pois, os animais são criados geralmente em sistemas intensivos de produção e am boa parte do tempo tendo contato com humanos, portanto é importante garantir boas condições de bem-estar, principalmente quando submetidos a ordenha. O manejo diário feito de forma incorreta pode resultar em situações que prejudicam o animal e seu bem-estar. Entretanto, quando bem feito, resulta em uma maior proximidade entre humanos e animais que permitem a redução do estresse e uma maior facilidade para realizar o manejo e principalmente a facilidade em detectar problemas de saúde (ANDRIOLI, 2020).

Em todas as fases de vida do animal o bem-estar deve ser garantido, visando sempre a qualidade de vida do mesmo. O estresse é um dos fatores negativos que influenciam o bem-estar animal, principalmente o estresse térmico.  Vacas com estresse térmico comem menos, a ingestão de matéria seca tende a cair em torno de 6 a 30%, tendo como resultado a redução de leite de 15 a 20% (CRUZ, 2021).

O animal precisa ter o a conforto para que possa suprir suas necessidades. Para isso é preciso que esteja livre de fome, dores, medo, estresse e outros estados desconfortáveis, é fundamental também que haja o manejo correto para evitar má nutrição e doenças. O bem-estar dos animais só é garantido quando o produtor proporciona para seu rebanho uma boa qualidade de vida.  (AMARAL et al., 2018).

Quando há diminuição do ganho de peso, atraso na reprodução, mortalidade e a diminuição da qualidade do produto final, são reflexos que indicam que algo não está indo bem na produção, ou seja, quando o bem-estar não está adequado. Sistemas que oferecem um maior bem-estar, evitam a perda de produção em um rebanho e melhora a qualidade de vida dos animais, como o uso de sistemas silvipastoris (uso de sistemas integras, árvores, pastagem e animais), desmama natural ou controlada, instalações que não sejam escorregadias e muitos outros manejos que propiciem benefícios para os animais (MODESTO, 2018).

Estresse térmico

Quando a temperatura ambiente excede a zona de conforto térmico, também chamada de zona termoneutro, a vaca estará sofrendo de estresse causado pelo excesso de calor. Na faixa de temperatura adequada a vaca não precisa lançar mão de nenhum mecanismo para eliminar calor, dispondo toda a sua atenção para a produção de leite. Assim, o estresse calórico muda o status fisiológico da vaca, o que afeta a produção de leite e também a reprodução (FUNDAÇÃO ROGE, 2020).

Segundo Viana (2020) as vacas, quando estão sofrendo com o calor, mostram alguns sintomas, como: o aumento da frequência respiratória acima de 80 movimentos por minuto, apresentam boca aberta e língua para fora, na tentativa de trocar calor com o ambiente; temperatura retal maior que 32,9°C; aumento da ingestão de água; redução do consumo de alimentos e consequente queda na produção.

Vacas com alta produção de leite são mais sensíveis ao calor do que vacas com menor produção de leite, devido ao alto incremento calórico, porém, quando diminuem a ingestão de alimentos há uma queda de produção, pois sua atenção se volta na tentativa de diminuir a produção entérica de calor, sendo assim am a não ter suas necessidades nutricionais atendidas (DIAS, 2013).

Na tentativa de diminuir esses fatores negativos para a produção leiteira, principalmente o estresse calórico, os sistemas de produção mais tecnificados podem ser uma escolha inteligente. Contudo, muitos fatores devem ser levados em conta no momento de escolha das instalações utilizadas para alojamento de vacas leiteiras, dentre eles: potencial genético do rebanho, disponibilidade de capital a ser investido, capacidade de produção de alimentos para os animais e disponibilidade de terra para estes. A rentabilidade da propriedade está totalmente ligada a qualidade do leite produzido, então todos esses fatores devem ser avaliados cuidadosamente, pois eles afetam diretamente a viabilidade, produtividade e sanidade do rebanho (RIBEIRO et al., 2018).

Independente do sistema de produção, e do nível tecnológico adotado pela propriedade, a produção leiteira está em evolução constante, com o objetivo de elevar a produtividade preconizando o bem-estar e qualidade de vida dos animais. Em regiões de clima quente as modificações no ambiente natural podem ser benéficas para aumento nos desempenhos produtivos adequados, refletindo positivamente e diretamente no lucro da atividade (DE OLIVEIRA, 2020).

Sistemas de produção

Por meio dos sistemas de produção animal, a pecuária leiteira, vem se intensificando e se especializando, com o intuito de atender a demanda populacional. Um processo que foi necessário para acompanhar o crescimento econômico, os investimentos em pesquisa, o aumento da renda, a difusão da urbanização e o aumento populacional. Essa intensificação trouxe grandes vantagens para a bovinocultura de leite, pois aumentou a produção e a produtividade dos alimentos (DA SILVA; GAMEIRO, 2021)

Dentre os vários tipos de sistemas de criação para a bovinocultura de leite, o compost barn é um deles, onde o animal permanece em uma área coberta e em repouso coletivo, essa área deve ser seca, segura e bem arejada, possibilitando que esses animais usufruem do conforto e de uma ambiência adequada (MAZOCCO, 2019), já o sistema de free stall é composto por uma área livre destinada a alimentação, porém, também faz parte do sistema baias individuais que impedem grandes movimentações dos animais e limitam a expressão do seu comportamento natural (ZAIN et al., 2015).

Outro sistema muito importante é o silvipastoril, uma variação dos sistemas agroflorestais, apresentando um conjunto do pasto, com árvores e com a presença do rebanho em uma mesma área. A relação desses três componentes pode trazer vários benefícios relacionados a conservação ambiental como um adicional no aumento produtivo e reprodutivo dos animais (DE OLIVEIRA CAETANO; JÚNIOR, 2015).

Dentro das opções de sistemas de produção, vale ressaltar que é importante fazer a escolha adequada do sistema para que o produtor tenha sucesso na pecuária leiteira. Isso se dá pela procura de um maior aproveitamento dos recursos, que coexiste com o manejo nutricional, sanitário e reprodutivos das propriedades (VIANA, 2021).

Compost Barn

O compost barn é uma estrutura em que a cama dos animais é constituída pelos seus dejetos, misturados ao material orgânico, em constante processo de compostagem. Dentre os principais materiais utilizados, estão: maravalha, serragem, casca de café, casca de amendoim e palha de arroz (DAMASCENO et al., 2020).

Esse sistema, assim como todo sistema de confinamento para bovinos leiteiros, é necessário que tenha observação, orientação técnica e alguns cuidados para a obtenção de resultados positivos do ponto de vista produtivo e econômico. Para produtores que não possuem grandes áreas disponíveis para o desenvolvimento da atividade leiteira pode ser uma boa opção, especialmente onde a agricultura familiar é predominante (BRIGATT, 2014).

De acordo com COSTA (2021), as principais medidas de manejo que devem ser adotadas no interior do galpão são:

  • utilização de compostagem correta;
  • escolha correta do local da instalação;
  • dimensionamento adequado do sistema de ventilação;
  • boa circulação de ar e presença de luz natural;
  • boa drenagem de água em dias chuvosos;
  • revolvimento adequado da cama objetivando manter seca a parte de cima;
  • espaço disponível por animal de aproximadamente 10 m2, com intuito de evitar superlotação.

As vantagens do compost barn são inúmeras, dentre elas estão: o aumento da produção de leite, em média, de 4 a 18 litros; 1 lactação adicionada na longevidade das vacas, em média; fácil implementação de manejos que diminuem o retrabalho; redução de CCS e CBT do rebanho; diminuição dos problemas de casco; redução de 60% com custo de farmácia na fazenda; menos problemas nas glândulas mamárias; menor rotatividade de mão de obra (BERNARDES, 2020).

Em um estudo sobre interações entre índices de conforto, características fisiológicas, escore de higiene e claudicação, mostrou que não houve estresse térmico nos animais alojados no confinamento no modelo compost barn na estação de verão e do inverno. Os parâmetros fisiológicos de temperatura retal, frequência respiratória e temperatura superficial da pele, se encontram dentro dos parâmetros de conforto animal (MOTA, 2020).

Continua depois da publicidade

O compost barn ao possibilitar maiores ganhos produtivos também gera maior rentabilidade no bolso do produtor. A produção desse sistema explora o bom uso das atribuições que o animal pode oferecer, preconizando o bem-estar das vacas, caminhando com as boas práticas de manejo para uma estrutura e uma produção de respeito, que juntas vão ser fundamentais para um vantajoso resultado. Em virtude disso, o bom funcionamento do sistema se enquadra nas exigências do bem-estar direcionando a boa rentabilidade e melhores ganhos na atividade (MAZOCCO, 2019).

Compost barn

 

Free stall

No free stall os animais permanecem lado a lado em baias individuais que devem ser bem dimensionadas, com largura suficiente para o conforto animal, sem, entretanto, permitir que o mesmo se vire. O o às baias se dá na parte posterior, permitindo aos animais entrarem e saírem livremente (CAMPOS et al., 2016).

Neste complexo existem diversas variações que podem se encaixar de acordo com a realidade de cada produtor. Existem sistemas cujas laterais do galpão são abertas e fazem uso de ventilação natural que podem estar associados ou não a ventilação mecânica. Também há sistemas que fazem uso das laterais do galpão fechadas e por isso é necessário à utilização de ventilação mecânica, visto que a climatização se baseia no controle, direcionamento e refrigeração do ar (GARCIA, 2017).

Por isso uma das funções mais interessantes de instalações do tipo free stall é barrar a entrada da radiação solar como intuito de diminuir a carga térmica do animal permitindo o manejo adequado para auxiliá-lo a manter sua temperatura corporal constante e, portanto, permitir que o animal tenha conforto para que o consumo de alimentos seja potencializado. As instalações quando corretas permitem manter animais saudáveis e com o mínimo de estresse (MOTA et al., 2017).

Além disso, vale ressaltar que devido ao manejo das vacas quando não estão sendo ordenhadas onde elas podem ficar andando livremente em um grande espaço aberto com o o a comida com facilidade, o sistema free stall foi bastante recomendado e se tornou uma prática popular entre os produtores (MOTA et al., 2017).

Free stall

Silvipastoril

O silvipastoril fundamenta-se na combinação promissora de árvores, pastagem e rebanho em uma mesma área e ao mesmo tempo, manejados de forma integral, onde a finalidade é de aumentar a produtividade por unidade de área, buscando trazer mais lucratividade, menos mão de obra e mais recursos naturais, preconizando a diminuição da degradação do solo para recuperar sua capacidade produtiva (GEHRKE et al., 2022).

Devido as melhoras na pastagem, vai haver um aumento da matéria seca, da energia e dos minerais, o que leva ao acréscimo de duas a cinco vezes na produção de carne e principalmente na produção de leite (RIVERA-HERRERA 2017). O conforto térmico no sistema silvipastoril pode caracteriza-se pela presença da pastagem, dos arbustos com folhas comestíveis e das árvores com a mesma característica.

Em decorrência disso, o conforto térmico é proporcionado pelo bloqueio da incidência de radiação solar, além da melhoria nutricional, da condição corporal e da saúde dos animais, e por último e não menos importante, o aumento de predadores de ectoparasitas e endoparasitas (Broom, 2017).

O fornecimento de sombreamento e conforto térmico para os animais de produção deste sistema, tem sido fatores que tornam ele uma alternativa viável para os produtores de leite. As vacas em lactação têm grande sensibilidade às altas temperaturas do ambiente e quando estão sob estresse diminuem a quantidade e qualidade do leite. Dessa forma, o sombreamento oferecido pelos sistemas silvipastoris favorece o conforto e reduz o estresse térmico de vacas leiteiras, influenciando positivamente nos ganhos da produção (DE SOUSA REIS et al., 2021).

Em resumo, das vantagens que esse sistema oferece, destaca-se: uma melhor capacidade de produção dos animais e, principalmente, das pastagens; o aumento da fertilidade do solo; diminuição da compactação e de erosões do solo; o aumento do consumo de forragem; aumento da fertilidade e do ganho de peso dos animais (SANSON; DOS SANTOS, 2010).

ILPF

 

Gostou do conteúdo? Deixe seu like e seu comentário, isso nos ajuda a saber que conteúdos são mais interessantes para você.

 

 

Referências

AMARAL, B. B., et al. Impactos das mudanças climáticas e manejos para melhoria do bem-estar animal do gado leiteiro. In: VII JORNACITEC – Jornada Científica e Tecnológica. 2018.

ANDRIOLI, M. et al. Efeitos da interação humano-animal no bem-estar de ruminantes leiteiros: Uma revisão. Veterinária e Zootecnia, v. 27, p. 1-14, 2020.

BERNARDES, A. Compost Barn: o que é, manejo e como fazer em pequenas propriedades. 2020. Disponível em: . o em: 18 ago. 2023.

BRIGATTI, A. M. 2014. Compost Barn e a produtividade leiteira. IEPEC.

BROOM, D. M. Components of sustainable animal production and the use of silvopastoral systems. 2017. Revista Brasileira de Zootecnia, 46(8), 683-688.

CAMPOS, A. T.; KLOSOWSKI, E. S. Construções para gado de leite: Instalações para novilhas. Artigo em Hypertexto. Disponível em:. o em: 18 ago. 2023.

COMPRE RURAL. |Conheça os benefícios do sistema silvipastoril na zona rural. São Paulo,17 de junho de 2022. Disponível em: < https://www.comprerural.com/conheca-os-beneficios-do-sistema-silvipastoril-na-zona-rural/>. o em: 08 ago. 2023.

COMPRE RURAL. Produção de leite deverá crescer nos próximos 10 anos. São Paulo, 21 julho 2023. Disponível em: . o em: 08 ago. 2023.

COSTA, C. C. VIABILIDADE ECONÔMICA DA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE COMPOST BARN EM UMA PROPRIEDADE RURAL EM SANTA CRUZ DO RIO PARDO - SP. Revista de gestão estratégica. Vol. 3, n.1, ISSN: 2674-6743, 2021.

CRUZ, D. Como prover conforto, bem-estar animal e produtividade na propriedade leiteira. Portal CheckMilk, 02 setembro 2021. Disponível em: https://www.checkmilk.com.br/post/como-promover-conforto-bem-estar-animal-e-produtividade-na-propriedade-leiteira/. o em: 09 ago. 2023.

DA SILVA, M. F.; GAMEIRO, A. H. indicadores de sustentabilidade para produção de leite: uma revisão de literatura. Revista Livre de Sustentabilidade e Empreendedorismo, v. 6, n. 5, p. 208-237, set-out, 2021. Disponível em: < http://www.relise.eco.br/index.php/relise/article/view/547/550>. o em: 24 ago. 2023.

DAMASCENO, F. A. et al. Compost barn como uma alternativa para a pecuária leiteira. Gulliver, 2020.

DE OLIVEIRA CAETANO, G. A.; JÚNIOR, M. B. C. Influência do sistema silvipastoril na puberdade de novilhas. PubVet, v. 9, p. 195-251, 2015.

DE OLIVEIRA, C. D. S. Importância do sombreamento na produção de leite. 2020. Disponível em: . o em: 18 ago. 2023.

DE SOUZA, R. L. et al. Produção de leite em sistema silvipastoril: Revisão. Pesquisa, Sociedade e Desenvolvimento, v. 10, n. 4, 2021.

DIAS, T. P. et al. Produção de leite de vacas submetidas a diferentes períodos de exposição à radiação solar no sul do Piauí. Agrarian, v. 6, n. 21, p. 320-325, 2013.

DOS SANTOS, B.; NEVES, A. Z.; RIBEIRO, L. F. Importância do bem-estar animal na bovinocultura de leite. Revista GeTeC, v. 10, n. 26, 2021.

FEILFER. Sistema free-stall. 2017. Disponível em: . o em: 18 ago. 2023.

FUNDAÇÃO ROGE. Como o estresse calórico impacta na produção de leiteira. São Paulo, 27 março 2020. Disponível em: . o em: 18 ago. 2023.

GARCIA, P. R. Galpão Free-stall com sistema de resfriamento evaporativo e ventilação cruzada: desempenho térmico, zootécnico e o nível de bem-estar animal. Tese (Doutorado em Ciências) – USP: Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Piracicaba, 2017.

GEHRKE, A. S. et al. Sistema silvipastoril em bacia leiteira. Mostra Interativa da Produção Estudantil em Educação Científica e Tecnológica, 2022.

LUCCA, E. J.; AREND, S. C. A pecuária leiteira e o desenvolvimento da Região Noroeste do Rio Grande do Sul. Revista Brasileira de Desenvolvimento Regional, v. 7, n. 3, p. 107-142, 2020.

MAZOCCO, C. C. Compost-barn na atividade leiteira. 15 abril de 2019. Disponível em: < https://certifiedhumanebrasil.org/compost-barn-na-bovinocultura-de-leite-assegura-bem-estar-animal/>. o em: 24 ago. 2023.

MAZZOCO, C. C. Compost-Barn na atividade leiteira. 15 abril 2019. Disponível em: < https://certifiedhumanebrasil.org/compost-barn-na-bovinocultura-de-leite-assegura-bem-estar-animal/ >. o em: 20 ago. 2023.

MINISTÉRIO DA FAZENDA. Pesquisa Trimestral da Pecuária: Primeiro Trimestre 2023.  06 junho 2023. Disponível em: . o em: 08 ago. 2023.

MODESTO, E. C. Bem-estar animal. Instituto do bem-estar, Porto Alegre- RS, 29 julho 2018. Disponível em: . o em: 07 ago. 2023.

MOTA, C.V. et al. Confinamento para bovinos leiteiros: histórico e características. Pubvet, v.11, p.433-442, 2017.

MOTA, V. C.; DE ANDRADE, E. T.; LEITE, D. F. Sistema de confinamento Compost Barn: interações entre índices de conforto, características fisiológicas, escore de higiene e claudicação. Arquivos de Ciências Veterinárias e Zoologia da UNIPAR, v. 23, n. 1cont, 2020.

PORTAL E-FOOD. Especialistas explicam o motivo do leite ser protagonista na alimentação dos brasileiros. São Paulo, 01 junho 2023. Disponível em: . o em: 08 ago. 2023.

REHAGRO. Compost barn: O que é e quais são seus benefícios. Disponível em: . o em: 08 ago. 2023.

RIBEIRO, V. S.; ANDRADE, J. P. N.; GRACIOSA, M. G. Importância da ambiência para o desempenho produtivo e reprodutivo de vacas leiteiras. Saber Digital, v.11, p.67-76, 2018.

Rivera-Herrera, J.  E., Molina-Botero, I., Chára-Orozco, J., Murgueitio-Restrepo, E., & Barahona-Rosales, R.  (2017).  Intensive silvopastoral systems with Leucaena   leucocephala (Lam.)   De   Wit:   productive   alternative   in   the   tropic   in   view   of   the   climate   change. Pastos   y   Forragens, 40(3), 171-183. Disponível em: . o em: 20 ago. 2023.

SANSON, R. M. M.; DOS SANTOS, S. F. Sistemas silvipastoris e sua potencialidade de uso no semi-árido. 16 março 2023. Disponível em: < /artigos/producao-de-leite/sistemas-silvipastoris-e-suas-potencialidades-de-uso-no-semiarido-61270n.aspx>. o em: 24 ago. 2023.

SISTEMA FAESC/SENAR-SC. Importações excessivas geram crise inédita na cadeia do leite em sc. São Paulo, 29 julho 2023. Disponível em: . o em: 24 ago. 2023.

VIANA, E. P. Saiba como o estresse térmico afeta as vacas leiteiras e qual impacto ele causa na produção de leite. Viçosa/MG, 2020.

VIANA, E. Sistemas de produção na pecuária leiteira. Viçosa, 18 agosto 2023. Disponível em: < https://esteiogestao.com.br/sistemas-de-producao-na-pecuaria-leiteira/>. o em: 24 ago. 2023.

ZANIN, A.; FAVRETTO, J.; POSSA, A.; MAZZIONI, S.; ZONATTO, V. C. S. Apuração de Custos e resultado econômico no manejo da produção leiteira: uma análise comparativa entre o sistema tradicional e o sistema free stall. 2015. Revista Organizações Rurais & Agroindustriais on-line, v. 17, n. 4, p. 431-444. Disponível em:< http://www.revista.dae.ufla.br/index.php/ora/article/view/1085/503>. o em: 24 ago. 2023.

 
QUER AR O CONTEÚDO? É GRATUITO!

Para continuar lendo o conteúdo entre com sua conta ou cadastre-se no MilkPoint.

Tenha o a conteúdos exclusivos gratuitamente!

Ícone para ver comentários 0
Ícone para curtir artigo 6

Material escrito por:

Maria Eduarda Macedo Vieira

Maria Eduarda Macedo Vieira

ar todos os materiais
Ludmilla Farias dos Santos

Ludmilla Farias dos Santos

ar todos os materiais
Nathan Ferreira da Silva

Nathan Ferreira da Silva

ar todos os materiais

Deixe sua opinião!

Foto do usuário

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração.

Qual a sua dúvida hoje?

O alcance do bem-estar animal nos sistemas de produção

Em uma propriedade leiteira, para garantir um bem-estar animal, deve existir um ambiente saudável e confortável. Leia mais!

Publicado por: vários autores

Publicado em: - 16 minutos de leitura

Ícone para ver comentários 0
Ícone para curtir artigo 6

A produção de leite no primeiro trimestre de 2023 foi de 5,9 bilhões de litros, demonstrando uma queda de 1,2% em relação ao primeiro trimestre de 2022 (MINISTÉRIO DA FAZENDA, 2023). Nos próximos 10 anos a produção de leite deverá crescer a uma taxa entre 1,7% e 2,7%. Essas taxas correspondem a ar de uma produção de 34,1 bilhões de litros em 2023 para 40,5 bilhões no final do período das projeções (COMPRE RURAL, 2023).

O aumento significativo da produção de leite gera muitos impactos no bem-estar e na qualidade de vida dos animais e como isso influencia na produtividade. Em uma propriedade leiteira, para garantir um bem-estar animal, deve existir um ambiente saudável e confortável, aonde esses animais poderão expressar seu potencial genético em sua totalidade na produção. Compreender as necessidades e os comportamentos se torna fundamental na busca por uma qualidade de vida melhor, garantindo o bem-estar em todas as suas fases (DOS SANTOS et al., 2021).

No Brasil, o leite está entre os produtos mais importantes para a nossa economia, com uma produção que está à frente de produtos tradicionais como café e arroz. O rebanho leiteiro brasileiro é o segundo maior do mundo. Com produtores em 98% dos municípios brasileiros, a cadeia produtiva do leite emprega cerca de 4 milhões de pessoas (PORTAL E-FOOD, 2023).

Porém, em 2023 o leite ou por uma grande crise. Diante da situação do mercado brasileiro muitos produtores de leite de Santa Catarina tiveram que abandonar a atividade leiteira, pois houve um elevado número de importações de leite, causando uma queda da remuneração. As importações dos lácteos tiveram um crescimento de 212% nos meses de janeiro a maio em relação ao ano de 2022, da Argentina e do Uruguai, o Brasil já importou 850 milhões de leite (SISTEMA FAESC, 2023).

Contudo, mesmo com esse cenário desvantajoso aqueles que ainda estão dentro da atividade leiteira estão sempre procurando formas para contornar momentos difíceis, por meio de novas tecnologia e inovações. A produção leiteira pode ser uma atividade complexa que depende de vários fatores, principalmente, dos elementos de um sistema produtivo bem estruturado e planejado (LUCCA; AREND, 2020)

Bem-estar das vacas leiteiras

Nas cadeias produtivas do leite, há um desafio maior, pois, os animais são criados geralmente em sistemas intensivos de produção e am boa parte do tempo tendo contato com humanos, portanto é importante garantir boas condições de bem-estar, principalmente quando submetidos a ordenha. O manejo diário feito de forma incorreta pode resultar em situações que prejudicam o animal e seu bem-estar. Entretanto, quando bem feito, resulta em uma maior proximidade entre humanos e animais que permitem a redução do estresse e uma maior facilidade para realizar o manejo e principalmente a facilidade em detectar problemas de saúde (ANDRIOLI, 2020).

Em todas as fases de vida do animal o bem-estar deve ser garantido, visando sempre a qualidade de vida do mesmo. O estresse é um dos fatores negativos que influenciam o bem-estar animal, principalmente o estresse térmico.  Vacas com estresse térmico comem menos, a ingestão de matéria seca tende a cair em torno de 6 a 30%, tendo como resultado a redução de leite de 15 a 20% (CRUZ, 2021).

O animal precisa ter o a conforto para que possa suprir suas necessidades. Para isso é preciso que esteja livre de fome, dores, medo, estresse e outros estados desconfortáveis, é fundamental também que haja o manejo correto para evitar má nutrição e doenças. O bem-estar dos animais só é garantido quando o produtor proporciona para seu rebanho uma boa qualidade de vida.  (AMARAL et al., 2018).

Quando há diminuição do ganho de peso, atraso na reprodução, mortalidade e a diminuição da qualidade do produto final, são reflexos que indicam que algo não está indo bem na produção, ou seja, quando o bem-estar não está adequado. Sistemas que oferecem um maior bem-estar, evitam a perda de produção em um rebanho e melhora a qualidade de vida dos animais, como o uso de sistemas silvipastoris (uso de sistemas integras, árvores, pastagem e animais), desmama natural ou controlada, instalações que não sejam escorregadias e muitos outros manejos que propiciem benefícios para os animais (MODESTO, 2018).

Estresse térmico

Quando a temperatura ambiente excede a zona de conforto térmico, também chamada de zona termoneutro, a vaca estará sofrendo de estresse causado pelo excesso de calor. Na faixa de temperatura adequada a vaca não precisa lançar mão de nenhum mecanismo para eliminar calor, dispondo toda a sua atenção para a produção de leite. Assim, o estresse calórico muda o status fisiológico da vaca, o que afeta a produção de leite e também a reprodução (FUNDAÇÃO ROGE, 2020).

Segundo Viana (2020) as vacas, quando estão sofrendo com o calor, mostram alguns sintomas, como: o aumento da frequência respiratória acima de 80 movimentos por minuto, apresentam boca aberta e língua para fora, na tentativa de trocar calor com o ambiente; temperatura retal maior que 32,9°C; aumento da ingestão de água; redução do consumo de alimentos e consequente queda na produção.

Vacas com alta produção de leite são mais sensíveis ao calor do que vacas com menor produção de leite, devido ao alto incremento calórico, porém, quando diminuem a ingestão de alimentos há uma queda de produção, pois sua atenção se volta na tentativa de diminuir a produção entérica de calor, sendo assim am a não ter suas necessidades nutricionais atendidas (DIAS, 2013).

Na tentativa de diminuir esses fatores negativos para a produção leiteira, principalmente o estresse calórico, os sistemas de produção mais tecnificados podem ser uma escolha inteligente. Contudo, muitos fatores devem ser levados em conta no momento de escolha das instalações utilizadas para alojamento de vacas leiteiras, dentre eles: potencial genético do rebanho, disponibilidade de capital a ser investido, capacidade de produção de alimentos para os animais e disponibilidade de terra para estes. A rentabilidade da propriedade está totalmente ligada a qualidade do leite produzido, então todos esses fatores devem ser avaliados cuidadosamente, pois eles afetam diretamente a viabilidade, produtividade e sanidade do rebanho (RIBEIRO et al., 2018).

Independente do sistema de produção, e do nível tecnológico adotado pela propriedade, a produção leiteira está em evolução constante, com o objetivo de elevar a produtividade preconizando o bem-estar e qualidade de vida dos animais. Em regiões de clima quente as modificações no ambiente natural podem ser benéficas para aumento nos desempenhos produtivos adequados, refletindo positivamente e diretamente no lucro da atividade (DE OLIVEIRA, 2020).

Sistemas de produção

Por meio dos sistemas de produção animal, a pecuária leiteira, vem se intensificando e se especializando, com o intuito de atender a demanda populacional. Um processo que foi necessário para acompanhar o crescimento econômico, os investimentos em pesquisa, o aumento da renda, a difusão da urbanização e o aumento populacional. Essa intensificação trouxe grandes vantagens para a bovinocultura de leite, pois aumentou a produção e a produtividade dos alimentos (DA SILVA; GAMEIRO, 2021)

Dentre os vários tipos de sistemas de criação para a bovinocultura de leite, o compost barn é um deles, onde o animal permanece em uma área coberta e em repouso coletivo, essa área deve ser seca, segura e bem arejada, possibilitando que esses animais usufruem do conforto e de uma ambiência adequada (MAZOCCO, 2019), já o sistema de free stall é composto por uma área livre destinada a alimentação, porém, também faz parte do sistema baias individuais que impedem grandes movimentações dos animais e limitam a expressão do seu comportamento natural (ZAIN et al., 2015).

Outro sistema muito importante é o silvipastoril, uma variação dos sistemas agroflorestais, apresentando um conjunto do pasto, com árvores e com a presença do rebanho em uma mesma área. A relação desses três componentes pode trazer vários benefícios relacionados a conservação ambiental como um adicional no aumento produtivo e reprodutivo dos animais (DE OLIVEIRA CAETANO; JÚNIOR, 2015).

Dentro das opções de sistemas de produção, vale ressaltar que é importante fazer a escolha adequada do sistema para que o produtor tenha sucesso na pecuária leiteira. Isso se dá pela procura de um maior aproveitamento dos recursos, que coexiste com o manejo nutricional, sanitário e reprodutivos das propriedades (VIANA, 2021).

Compost Barn

O compost barn é uma estrutura em que a cama dos animais é constituída pelos seus dejetos, misturados ao material orgânico, em constante processo de compostagem. Dentre os principais materiais utilizados, estão: maravalha, serragem, casca de café, casca de amendoim e palha de arroz (DAMASCENO et al., 2020).

Esse sistema, assim como todo sistema de confinamento para bovinos leiteiros, é necessário que tenha observação, orientação técnica e alguns cuidados para a obtenção de resultados positivos do ponto de vista produtivo e econômico. Para produtores que não possuem grandes áreas disponíveis para o desenvolvimento da atividade leiteira pode ser uma boa opção, especialmente onde a agricultura familiar é predominante (BRIGATT, 2014).

De acordo com COSTA (2021), as principais medidas de manejo que devem ser adotadas no interior do galpão são:

  • utilização de compostagem correta;
  • escolha correta do local da instalação;
  • dimensionamento adequado do sistema de ventilação;
  • boa circulação de ar e presença de luz natural;
  • boa drenagem de água em dias chuvosos;
  • revolvimento adequado da cama objetivando manter seca a parte de cima;
  • espaço disponível por animal de aproximadamente 10 m2, com intuito de evitar superlotação.

As vantagens do compost barn são inúmeras, dentre elas estão: o aumento da produção de leite, em média, de 4 a 18 litros; 1 lactação adicionada na longevidade das vacas, em média; fácil implementação de manejos que diminuem o retrabalho; redução de CCS e CBT do rebanho; diminuição dos problemas de casco; redução de 60% com custo de farmácia na fazenda; menos problemas nas glândulas mamárias; menor rotatividade de mão de obra (BERNARDES, 2020).

Em um estudo sobre interações entre índices de conforto, características fisiológicas, escore de higiene e claudicação, mostrou que não houve estresse térmico nos animais alojados no confinamento no modelo compost barn na estação de verão e do inverno. Os parâmetros fisiológicos de temperatura retal, frequência respiratória e temperatura superficial da pele, se encontram dentro dos parâmetros de conforto animal (MOTA, 2020).

Continua depois da publicidade

O compost barn ao possibilitar maiores ganhos produtivos também gera maior rentabilidade no bolso do produtor. A produção desse sistema explora o bom uso das atribuições que o animal pode oferecer, preconizando o bem-estar das vacas, caminhando com as boas práticas de manejo para uma estrutura e uma produção de respeito, que juntas vão ser fundamentais para um vantajoso resultado. Em virtude disso, o bom funcionamento do sistema se enquadra nas exigências do bem-estar direcionando a boa rentabilidade e melhores ganhos na atividade (MAZOCCO, 2019).

Compost barn

 

Free stall

No free stall os animais permanecem lado a lado em baias individuais que devem ser bem dimensionadas, com largura suficiente para o conforto animal, sem, entretanto, permitir que o mesmo se vire. O o às baias se dá na parte posterior, permitindo aos animais entrarem e saírem livremente (CAMPOS et al., 2016).

Neste complexo existem diversas variações que podem se encaixar de acordo com a realidade de cada produtor. Existem sistemas cujas laterais do galpão são abertas e fazem uso de ventilação natural que podem estar associados ou não a ventilação mecânica. Também há sistemas que fazem uso das laterais do galpão fechadas e por isso é necessário à utilização de ventilação mecânica, visto que a climatização se baseia no controle, direcionamento e refrigeração do ar (GARCIA, 2017).

Por isso uma das funções mais interessantes de instalações do tipo free stall é barrar a entrada da radiação solar como intuito de diminuir a carga térmica do animal permitindo o manejo adequado para auxiliá-lo a manter sua temperatura corporal constante e, portanto, permitir que o animal tenha conforto para que o consumo de alimentos seja potencializado. As instalações quando corretas permitem manter animais saudáveis e com o mínimo de estresse (MOTA et al., 2017).

Além disso, vale ressaltar que devido ao manejo das vacas quando não estão sendo ordenhadas onde elas podem ficar andando livremente em um grande espaço aberto com o o a comida com facilidade, o sistema free stall foi bastante recomendado e se tornou uma prática popular entre os produtores (MOTA et al., 2017).

Free stall

Silvipastoril

O silvipastoril fundamenta-se na combinação promissora de árvores, pastagem e rebanho em uma mesma área e ao mesmo tempo, manejados de forma integral, onde a finalidade é de aumentar a produtividade por unidade de área, buscando trazer mais lucratividade, menos mão de obra e mais recursos naturais, preconizando a diminuição da degradação do solo para recuperar sua capacidade produtiva (GEHRKE et al., 2022).

Devido as melhoras na pastagem, vai haver um aumento da matéria seca, da energia e dos minerais, o que leva ao acréscimo de duas a cinco vezes na produção de carne e principalmente na produção de leite (RIVERA-HERRERA 2017). O conforto térmico no sistema silvipastoril pode caracteriza-se pela presença da pastagem, dos arbustos com folhas comestíveis e das árvores com a mesma característica.

Em decorrência disso, o conforto térmico é proporcionado pelo bloqueio da incidência de radiação solar, além da melhoria nutricional, da condição corporal e da saúde dos animais, e por último e não menos importante, o aumento de predadores de ectoparasitas e endoparasitas (Broom, 2017).

O fornecimento de sombreamento e conforto térmico para os animais de produção deste sistema, tem sido fatores que tornam ele uma alternativa viável para os produtores de leite. As vacas em lactação têm grande sensibilidade às altas temperaturas do ambiente e quando estão sob estresse diminuem a quantidade e qualidade do leite. Dessa forma, o sombreamento oferecido pelos sistemas silvipastoris favorece o conforto e reduz o estresse térmico de vacas leiteiras, influenciando positivamente nos ganhos da produção (DE SOUSA REIS et al., 2021).

Em resumo, das vantagens que esse sistema oferece, destaca-se: uma melhor capacidade de produção dos animais e, principalmente, das pastagens; o aumento da fertilidade do solo; diminuição da compactação e de erosões do solo; o aumento do consumo de forragem; aumento da fertilidade e do ganho de peso dos animais (SANSON; DOS SANTOS, 2010).

ILPF

 

Gostou do conteúdo? Deixe seu like e seu comentário, isso nos ajuda a saber que conteúdos são mais interessantes para você.

 

 

Referências

AMARAL, B. B., et al. Impactos das mudanças climáticas e manejos para melhoria do bem-estar animal do gado leiteiro. In: VII JORNACITEC – Jornada Científica e Tecnológica. 2018.

ANDRIOLI, M. et al. Efeitos da interação humano-animal no bem-estar de ruminantes leiteiros: Uma revisão. Veterinária e Zootecnia, v. 27, p. 1-14, 2020.

BERNARDES, A. Compost Barn: o que é, manejo e como fazer em pequenas propriedades. 2020. Disponível em: . o em: 18 ago. 2023.

BRIGATTI, A. M. 2014. Compost Barn e a produtividade leiteira. IEPEC.

BROOM, D. M. Components of sustainable animal production and the use of silvopastoral systems. 2017. Revista Brasileira de Zootecnia, 46(8), 683-688.

CAMPOS, A. T.; KLOSOWSKI, E. S. Construções para gado de leite: Instalações para novilhas. Artigo em Hypertexto. Disponível em:. o em: 18 ago. 2023.

COMPRE RURAL. |Conheça os benefícios do sistema silvipastoril na zona rural. São Paulo,17 de junho de 2022. Disponível em: < https://www.comprerural.com/conheca-os-beneficios-do-sistema-silvipastoril-na-zona-rural/>. o em: 08 ago. 2023.

COMPRE RURAL. Produção de leite deverá crescer nos próximos 10 anos. São Paulo, 21 julho 2023. Disponível em: . o em: 08 ago. 2023.

COSTA, C. C. VIABILIDADE ECONÔMICA DA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE COMPOST BARN EM UMA PROPRIEDADE RURAL EM SANTA CRUZ DO RIO PARDO - SP. Revista de gestão estratégica. Vol. 3, n.1, ISSN: 2674-6743, 2021.

CRUZ, D. Como prover conforto, bem-estar animal e produtividade na propriedade leiteira. Portal CheckMilk, 02 setembro 2021. Disponível em: https://www.checkmilk.com.br/post/como-promover-conforto-bem-estar-animal-e-produtividade-na-propriedade-leiteira/. o em: 09 ago. 2023.

DA SILVA, M. F.; GAMEIRO, A. H. indicadores de sustentabilidade para produção de leite: uma revisão de literatura. Revista Livre de Sustentabilidade e Empreendedorismo, v. 6, n. 5, p. 208-237, set-out, 2021. Disponível em: < http://www.relise.eco.br/index.php/relise/article/view/547/550>. o em: 24 ago. 2023.

DAMASCENO, F. A. et al. Compost barn como uma alternativa para a pecuária leiteira. Gulliver, 2020.

DE OLIVEIRA CAETANO, G. A.; JÚNIOR, M. B. C. Influência do sistema silvipastoril na puberdade de novilhas. PubVet, v. 9, p. 195-251, 2015.

DE OLIVEIRA, C. D. S. Importância do sombreamento na produção de leite. 2020. Disponível em: . o em: 18 ago. 2023.

DE SOUZA, R. L. et al. Produção de leite em sistema silvipastoril: Revisão. Pesquisa, Sociedade e Desenvolvimento, v. 10, n. 4, 2021.

DIAS, T. P. et al. Produção de leite de vacas submetidas a diferentes períodos de exposição à radiação solar no sul do Piauí. Agrarian, v. 6, n. 21, p. 320-325, 2013.

DOS SANTOS, B.; NEVES, A. Z.; RIBEIRO, L. F. Importância do bem-estar animal na bovinocultura de leite. Revista GeTeC, v. 10, n. 26, 2021.

FEILFER. Sistema free-stall. 2017. Disponível em: . o em: 18 ago. 2023.

FUNDAÇÃO ROGE. Como o estresse calórico impacta na produção de leiteira. São Paulo, 27 março 2020. Disponível em: . o em: 18 ago. 2023.

GARCIA, P. R. Galpão Free-stall com sistema de resfriamento evaporativo e ventilação cruzada: desempenho térmico, zootécnico e o nível de bem-estar animal. Tese (Doutorado em Ciências) – USP: Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Piracicaba, 2017.

GEHRKE, A. S. et al. Sistema silvipastoril em bacia leiteira. Mostra Interativa da Produção Estudantil em Educação Científica e Tecnológica, 2022.

LUCCA, E. J.; AREND, S. C. A pecuária leiteira e o desenvolvimento da Região Noroeste do Rio Grande do Sul. Revista Brasileira de Desenvolvimento Regional, v. 7, n. 3, p. 107-142, 2020.

MAZOCCO, C. C. Compost-barn na atividade leiteira. 15 abril de 2019. Disponível em: < https://certifiedhumanebrasil.org/compost-barn-na-bovinocultura-de-leite-assegura-bem-estar-animal/>. o em: 24 ago. 2023.

MAZZOCO, C. C. Compost-Barn na atividade leiteira. 15 abril 2019. Disponível em: < https://certifiedhumanebrasil.org/compost-barn-na-bovinocultura-de-leite-assegura-bem-estar-animal/ >. o em: 20 ago. 2023.

MINISTÉRIO DA FAZENDA. Pesquisa Trimestral da Pecuária: Primeiro Trimestre 2023.  06 junho 2023. Disponível em: . o em: 08 ago. 2023.

MODESTO, E. C. Bem-estar animal. Instituto do bem-estar, Porto Alegre- RS, 29 julho 2018. Disponível em: . o em: 07 ago. 2023.

MOTA, C.V. et al. Confinamento para bovinos leiteiros: histórico e características. Pubvet, v.11, p.433-442, 2017.

MOTA, V. C.; DE ANDRADE, E. T.; LEITE, D. F. Sistema de confinamento Compost Barn: interações entre índices de conforto, características fisiológicas, escore de higiene e claudicação. Arquivos de Ciências Veterinárias e Zoologia da UNIPAR, v. 23, n. 1cont, 2020.

PORTAL E-FOOD. Especialistas explicam o motivo do leite ser protagonista na alimentação dos brasileiros. São Paulo, 01 junho 2023. Disponível em: . o em: 08 ago. 2023.

REHAGRO. Compost barn: O que é e quais são seus benefícios. Disponível em: . o em: 08 ago. 2023.

RIBEIRO, V. S.; ANDRADE, J. P. N.; GRACIOSA, M. G. Importância da ambiência para o desempenho produtivo e reprodutivo de vacas leiteiras. Saber Digital, v.11, p.67-76, 2018.

Rivera-Herrera, J.  E., Molina-Botero, I., Chára-Orozco, J., Murgueitio-Restrepo, E., & Barahona-Rosales, R.  (2017).  Intensive silvopastoral systems with Leucaena   leucocephala (Lam.)   De   Wit:   productive   alternative   in   the   tropic   in   view   of   the   climate   change. Pastos   y   Forragens, 40(3), 171-183. Disponível em: . o em: 20 ago. 2023.

SANSON, R. M. M.; DOS SANTOS, S. F. Sistemas silvipastoris e sua potencialidade de uso no semi-árido. 16 março 2023. Disponível em: < /artigos/producao-de-leite/sistemas-silvipastoris-e-suas-potencialidades-de-uso-no-semiarido-61270n.aspx>. o em: 24 ago. 2023.

SISTEMA FAESC/SENAR-SC. Importações excessivas geram crise inédita na cadeia do leite em sc. São Paulo, 29 julho 2023. Disponível em: . o em: 24 ago. 2023.

VIANA, E. P. Saiba como o estresse térmico afeta as vacas leiteiras e qual impacto ele causa na produção de leite. Viçosa/MG, 2020.

VIANA, E. Sistemas de produção na pecuária leiteira. Viçosa, 18 agosto 2023. Disponível em: < https://esteiogestao.com.br/sistemas-de-producao-na-pecuaria-leiteira/>. o em: 24 ago. 2023.

ZANIN, A.; FAVRETTO, J.; POSSA, A.; MAZZIONI, S.; ZONATTO, V. C. S. Apuração de Custos e resultado econômico no manejo da produção leiteira: uma análise comparativa entre o sistema tradicional e o sistema free stall. 2015. Revista Organizações Rurais & Agroindustriais on-line, v. 17, n. 4, p. 431-444. Disponível em:< http://www.revista.dae.ufla.br/index.php/ora/article/view/1085/503>. o em: 24 ago. 2023.

 
QUER AR O CONTEÚDO? É GRATUITO!

Para continuar lendo o conteúdo entre com sua conta ou cadastre-se no MilkPoint.

Tenha o a conteúdos exclusivos gratuitamente!

Ícone para ver comentários 0
Ícone para curtir artigo 6

Material escrito por:

Maria Eduarda Macedo Vieira

Maria Eduarda Macedo Vieira

ar todos os materiais
Ludmilla Farias dos Santos

Ludmilla Farias dos Santos

ar todos os materiais
Nathan Ferreira da Silva

Nathan Ferreira da Silva

ar todos os materiais

Deixe sua opinião!

Foto do usuário

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração.

Qual a sua dúvida hoje?