provocar: redução no consumo de matéria seca, queda na produção de leite e perdas reprodutivas (alteração no comportamento sexual, redução no tempo de estro, na taxa de concepção, na qualidade de folículos e ovócitos, no desenvolvimento embrionário e na qualidade do sêmen)", por Karla Alves Oliveira e Laura Ferrari Monteiro Varanis, da UFU." />

O estresse por calor dias antes da cobertura afeta a taxa de concepção de vacas leiteiras?

Seção Bem-Estar: "O estresse pelo calor pode prejudicar o desempenho produtivo e reprodutivo dos bovinos leiteiros, provocando grande impacto econômico no sistema de produção. Algumas consequências que este estresse pode provocar: redução no consumo de matéria seca, queda na produção de leite e perdas reprodutivas (alteração no comportamento sexual, redução no tempo de estro, na taxa de concepção, na qualidade de folículos e ovócitos, no desenvolvimento embrionário e na qualidade do sêmen)", por Karla Alves Oliveira e Laura Ferrari Monteiro Varanis, da UFU.

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O estresse pelo calor pode prejudicar o desempenho produtivo e reprodutivo dos bovinos leiteiros, provocando grande impacto econômico no sistema de produção. Algumas consequências que este estresse pode provocar: redução no consumo de matéria seca, queda na produção de leite e perdas reprodutivas (alteração no comportamento sexual, redução no tempo de estro, na taxa de concepção, na qualidade de folículos e ovócitos, no desenvolvimento embrionário e na qualidade do sêmen).

Dentre os métodos reprodutivos existentes, a monta natural e a inseminação artificial (IA) são os mais empregados, sendo a monta natural determinada pelo acasalamento direto do macho com a fêmea bovina e a IA pela deposição manual do sêmen no aparelho genital da fêmea. Como em ambientes com altas temperaturas pode ocorrer a queda no desempenho reprodutivo, é importante considerar o estresse térmico na escolha do método de reprodução com objetivo de maximizar o desempenho. A IA tornou-se uma alternativa a monta natural em períodos quentes do ano, uma vez que, a queda na qualidade do sêmen pode ser evitada quando este é congelado. Porém, a monta natural ainda é um método bastante empregado em sistemas de produção leiteiros, devido a facilidade no manejo.
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Schüller, Burfeind e Heuwieser (2016), conduziram uma pesquisa em uma fazenda comercial de gado leiteiro na Alemanha, e determinaram a influência da exposição ao estresse por calor por períodos curtos (um dia antes) e longos (até 21 dias antes) sobre a taxa de concepção de vacas Holandesas inseminadas e cobertas por monta natural controlada. Os autores utilizaram o Índice de Temperatura e Umidade, que avalia o efeito combinado da temperatura com a umidade do ar, assumindo valor ≥73 como indicativo de estresse por calor.

O período longo de estresse por calor reduziu em 32,4% a concepção de vacas inseminadas artificialmente em comparação com o conforto térmico. Quando foi utilizada a monta natural controlada, a taxa de concepção não foi influenciada pelo estresse por calor por períodos curtos ou longos nas vacas. O uso da monta natural pode aumentar o desempenho reprodutivo do rebanho, uma vez que os touros podem detectar melhor o estro em relação ao homem (Lima et al., 2009), o que demonstra a necessidade de treinamento de mão de obra na IA evitando, assim, que ocorram erros na detecção de cio.

Os resultados desse estudo confirmam que o estresse pelo calor por longos períodos antes do dia da inseminação leva a redução do número de folículos, da concentração de estradiol e emergência mais precoce do folículo dominante. Além disso, reforçam a hipótese de que as condições meteorológicas devem ser levadas em consideração para aprimorar os programas de inseminação de fazendas leiteiras.

Portanto, conclui-se que vacas submetidas a longos períodos de estresse por calor antes da inseminação reduzem a taxa de concepção. O ambiente térmico nas fazendas leiteiras deve ser analisado ao selecionar estratégias de melhoramento para otimizar a IA. Para minimizar o estresse por calor pode-se utilizar sombreamento (natural e/ou artificial), instalações providas de ventiladores, aspersores ou nebulizadores, fornecimento de água limpa e à vontade e de alimento de boa qualidade em horários mais frescos do dia, evitando assim aglomerações dos animais.

Referências bibliográficas:

CRUZ, L. V.; ANGRIMANI, D. S. R.; RUI, B. R.; SILVA, M. A. Efeitos do estresse térmico na produção leiteira: revisão de literatura. Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária, 2011, ano 9, n. 16, 18 p.
LIMA, F. S., C. A. RISCO, M. J. THATCHER, M. E. BENZAQUEN, L. F. ARCHBALD, J. E. SANTOS, W. W. THATCHER. Comparison of reproductive performance in lactating dairy cows bred by natural service or timed artificial insemination. Journal of Dairy Science, 2009, v. 92, n. 11, p. 5456-5466.

SCHÜLLER, L. K.; BURFEIND, O.; HEUWIESER, W. Effect of short- and long-term heat stress on the conception risk of dairy cows under natural service and artificial insemination breeding programs. Journal of Dairy Science, 2016, v. 99, n. 4, p. 1-7.
 
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O estresse pelo calor pode prejudicar o desempenho produtivo e reprodutivo dos bovinos leiteiros, provocando grande impacto econômico no sistema de produção. Algumas consequências que este estresse pode provocar: redução no consumo de matéria seca, queda na produção de leite e perdas reprodutivas (alteração no comportamento sexual, redução no tempo de estro, na taxa de concepção, na qualidade de folículos e ovócitos, no desenvolvimento embrionário e na qualidade do sêmen).

Dentre os métodos reprodutivos existentes, a monta natural e a inseminação artificial (IA) são os mais empregados, sendo a monta natural determinada pelo acasalamento direto do macho com a fêmea bovina e a IA pela deposição manual do sêmen no aparelho genital da fêmea. Como em ambientes com altas temperaturas pode ocorrer a queda no desempenho reprodutivo, é importante considerar o estresse térmico na escolha do método de reprodução com objetivo de maximizar o desempenho. A IA tornou-se uma alternativa a monta natural em períodos quentes do ano, uma vez que, a queda na qualidade do sêmen pode ser evitada quando este é congelado. Porém, a monta natural ainda é um método bastante empregado em sistemas de produção leiteiros, devido a facilidade no manejo.
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O período longo de estresse por calor reduziu em 32,4% a concepção de vacas inseminadas artificialmente em comparação com o conforto térmico. Quando foi utilizada a monta natural controlada, a taxa de concepção não foi influenciada pelo estresse por calor por períodos curtos ou longos nas vacas. O uso da monta natural pode aumentar o desempenho reprodutivo do rebanho, uma vez que os touros podem detectar melhor o estro em relação ao homem (Lima et al., 2009), o que demonstra a necessidade de treinamento de mão de obra na IA evitando, assim, que ocorram erros na detecção de cio.

Os resultados desse estudo confirmam que o estresse pelo calor por longos períodos antes do dia da inseminação leva a redução do número de folículos, da concentração de estradiol e emergência mais precoce do folículo dominante. Além disso, reforçam a hipótese de que as condições meteorológicas devem ser levadas em consideração para aprimorar os programas de inseminação de fazendas leiteiras.

Portanto, conclui-se que vacas submetidas a longos períodos de estresse por calor antes da inseminação reduzem a taxa de concepção. O ambiente térmico nas fazendas leiteiras deve ser analisado ao selecionar estratégias de melhoramento para otimizar a IA. Para minimizar o estresse por calor pode-se utilizar sombreamento (natural e/ou artificial), instalações providas de ventiladores, aspersores ou nebulizadores, fornecimento de água limpa e à vontade e de alimento de boa qualidade em horários mais frescos do dia, evitando assim aglomerações dos animais.

Referências bibliográficas:

CRUZ, L. V.; ANGRIMANI, D. S. R.; RUI, B. R.; SILVA, M. A. Efeitos do estresse térmico na produção leiteira: revisão de literatura. Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária, 2011, ano 9, n. 16, 18 p.
LIMA, F. S., C. A. RISCO, M. J. THATCHER, M. E. BENZAQUEN, L. F. ARCHBALD, J. E. SANTOS, W. W. THATCHER. Comparison of reproductive performance in lactating dairy cows bred by natural service or timed artificial insemination. Journal of Dairy Science, 2009, v. 92, n. 11, p. 5456-5466.

SCHÜLLER, L. K.; BURFEIND, O.; HEUWIESER, W. Effect of short- and long-term heat stress on the conception risk of dairy cows under natural service and artificial insemination breeding programs. Journal of Dairy Science, 2016, v. 99, n. 4, p. 1-7.
 
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