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Rentabilidade e eficiência no sistema a pasto

Os sistemas a pasto podem gerar boa rentabilidade ao produtor, mas dependem de alguns fatores para garantir o sucesso. Veja quais são!

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Publicado em: - 6 minutos de leitura

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Em um país de dimensões continentais como o Brasil, onde há significativas variações de relevo, edafoclimáticas e mercado, o debate entre sistemas de produção de leite a pasto ou confinado é recorrente. Contudo, a pergunta que se impõe não é qual o melhor sistema, mas sim: “Por que escolher entre um e outro, se é possível compatibilizar os dois?”

A resposta para essa questão depende de fatores regionais, como os acima comentados, além das potencialidades de cada propriedade e das condições específicas de produção. Em algumas localidades, a combinação de estratégias pode oferecer vantagens competitivas para ambos. Em outras, é necessária uma abordagem mais exclusiva.

Em regiões como o leste de Minas Gerais e o centro-norte do Espírito Santo, aspectos como baixa altitude, relevo inclinado, entre outros, proporcionam limitações na produção de silagem de milho, que aliado a um elevado preço de aquisição dos alimentos concentrados, tornam o sistema a pasto uma alternativa mais competitiva, segundo o engenheiro agrônomo e consultor autônomo Lúcio Cunha.

Produtor há 35 anos e consultor há 29, Lúcio destaca que, com pastagens irrigadas, é possível garantir uma produção estável ao longo do ano, com lotações médias de 6 a 8 vacas por hectare e picos de 10 a 12 vacas por hectare no verão. Além disso, o custo da matéria seca da pastagem é bem menor (cerca de R$ 0,60/kg) em comparação à silagem de milho (entre R$ 1,50 e R$ 1,70/kg), assim como suas dietas corrigidas.

Imagem 1. Vacas no sistema a pasto.

Vacas no sistema a pasto.

Foto: Lúcio Cunha.

Um exemplo prático é uma propriedade atendida por Lúcio, que, utilizando somente pastagem irrigada como volumoso e concentrado apenas durante a ordenha, alcançou 110 litros de leite por hectare por dia nos últimos 10 meses, com custo operacional de R$ 1,47/litro e preço de venda de R$ 2,97/litro, propiciando uma margem bruta de 50% ou R$1,50/litro.

“Com produção e manejo adequados do pasto, é possível montar uma dieta rica, eficiente e de custo reduzido, o que nos torna mais competitivos e rentáveis, em nossa realidade”, afirma Lúcio.

Estratégias de manejo e gestão

O sucesso do sistema a pasto depende da identificação das potencialidades e gargalos da propriedade, seguido de um planejamento detalhado e de uma gestão eficiente. Segundo Lúcio, é essencial fugir da “teoria do puxadinho” e adotar a “teoria da casa planejada”, estruturando o sistema desde o início para atender às demandas específicas da produção de cada propriedade. “O sistema tem que ser olhado e trabalhado como um todo e não de forma segmentada”, afirma. 

“Eu sempre explico aos produtores que o leite não é rápido, fácil nem barato. Produzir leite exige entender e atender suas demandas para, então, definir as ações necessárias para se tornar competitivo. Não há espaço para o ‘eu acho, eu quero, eu gosto’ no setor. O que importa é o que o sistema exige, para ser competitivo e rentável”, enfatiza.

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Após entender as condições da propriedade e traçar um planejamento com metas de curto, médio e longo prazo, o acompanhamento continuado é fundamental, pois evita o ciclo de “constrói e desmancha” do “puxadinho” e minimiza desvios de foco e rota, durante sua implantação. 

Entre as estratégias apontadas por Lúcio para o manejo bem-sucedido da pastagem, destacam-se:

1. Fertilidade do solo: investir na construção da fertilidade do solo por meio de adubação e correção adequadas, maximizando a produção de pastagem.

2. Irrigação: uso de sistemas eficientes para garantir a oferta de pastagem durante todo o ano, mesmo em períodos de estiagem.

3. Manejo de pastejo: divisão em piquetes, pastejo de ponta e ree, pastejo em faixas, com cercas fixas ou móveis, além do fundamental: período de descanso do pasto variável, conforme a época do ano! 

“No verão, elevadas temperaturas e fotoperíodo, aceleram o crescimento vegetativo e o ponto de pastejo do capim, tornando o período de descanso mais curto. No inverno, esse período precisa ser mais longo. O que fazemos é: ajustar ao máximo o ponto de pastejo, para conciliar elevada quantidade e a qualidade da pastagem ao longo do ano, minimizando perdas de pastejo e dependência de intervenções como a roçagem”, explica.

A combinação desses fatores possibilita a oferta de uma dieta otimizada e mais ível para os animais, reduzindo custos e aumentando a eficiência do sistema. 

 4. Conforto e ambiência animal: estruturar sombras amplas corretamente direcionadas, aterrar e abaular corredores para minimizar a lama, além de proporcionar resfriamento eficiente na sala de espera.

5. Monitoramento contínuo: uso de planilhas zootécnicas e econômicas, para monitorar os índices de eficiência e rentabilidade do sistema, ajustando as estratégias sempre que necessário.

Imagem 2. Pastagem irrigada.

Pastagem irrigada.

Foto: Lúcio Cunha.

 

Benefícios nutricionais

Segundo Lúcio, alguns capins tropicais irrigados podem alcançar elevados índices bromatológicos, com proteína bruta entre 18% e 20% e digestibilidade acima de 65%. Isso reduz a necessidade de concentrados proteicos sem comprometer a produtividade animal.

“Buscamos manejos que melhorem a qualidade da pastagem e tornem a dieta menos dependente de concentrados, especialmente proteicos. Isso aumenta nossa competitividade”, explica.

Em algumas propriedades atendidas pelo consultor, com médias de produção entre 18 e 22 litros por vaca, somente os melhores lotes consomem pouca ou nenhuma soja, alimentando-se basicamente de fontes energéticas e minerais complementares.

Além disso, o conforto animal também desempenha papel fundamental. “Mitigar lama e calor, melhorar os corredores e ampliar áreas de descanso com sombra contribuem diretamente para a produtividade,” ressalta Lúcio.

Imagem 3. Área de sombra.

Área de sombra em pastagens

Foto: Lúcio Cunha.

 

O sucesso do sistema a pasto também está relacionado à escolha de um rebanho adaptado. “O uso de raças especializadas para leite, puras ou cruzadas entre si, como por exemplo o Jersolando, preferencialmente oriundas de regiões que há séculos as selecionam para esse fim, como a Nova Zelândia, têm se mostrado eficientes”, pontua.

“Investir em um rebanho especializado para o sistema leite a pasto, que consigam maior eficiência alimentar (litro de leite por kg de peso vivo), adequando as instalações e equipamentos auxiliam a aumentar a produtividade.”, afirma Lúcio.

Rentabilidade e sustentabilidade

Para Lúcio, o sucesso no sistema a pasto está em se implantar e seguir um rigoroso, mas funcional, esquema de rotina, onde é crucial que, todos os processos, sejam realizados todos os dias, nas mesmas horas, da mesma forma e com a mesma vontade e disposição. E uma de suas principais características são os “5 dades”: simplicidade, funcionalidade, produtividade, rentabilidade e sustentabilidade.

“Simplicidade, pois o sistema se resume em pasto irrigado, com um curral centralizado, áreas de sombra e corredores bem planejadas, que demandam uma rotina funcional, com reduzida demanda por equipamentos e instalações complexas. Além disso, a elevada produtividade da pastagem tropical permite lotações expressivas, inclusive durante o inverno, minimizando ou eliminando a necessidade de volumosos no cocho. A qualidade bromatológica da pastagem e sua elevada taxa de lotação ao longo do ano, propicia produtividade por área cultivada, que aliada a uma gestão profissional, garante rentabilidade constante, mesmo em períodos de crise na atividade. Quando está bom, ganha-se muito, quando está ruim, ganha-se menos, mas ganha-se sempre. Isso é o que assegura a sustentabilidade do negócio.”, conclui Lúcio.

A pastagem irrigada, aliada a uma estrutura planejada e à escolha de uma genética especializada e adaptada, podem ser uma opção eficiente e rentável para a produção de leite no Brasil. Com simplicidade, estratégia e foco em resultados e, principalmente bem acompanhado de um bom consultor técnico, é possível alcançar alta produtividade e competitividade no mercado leiteiro.

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Maria Luíza Terra

Maria Luíza Terra

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Lucio Antonio Oliveira Cunha

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Marciel Martins da costa
MARCIEL MARTINS DA COSTA

ATALÉIA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 06/02/2025

Muito boa a materia gostei bastante, muito bm explicada
Edineive
EDINEIVE

CONTAGEM - MINAS GERAIS

EM 05/02/2025

Boa tarde! Maria Luiza e Lucio Antônio, parabéns pela excelente matéria. Texto muito provocativo: O que importa é o que o sistema exige, para ser competitivo e rentável.
Gostaria de pedir se for possível, compartilhar os números dessa propriedade que vocês utilizaram para ilustrar o texto.
Estrutura de rebanho. Quantos animais rodam neste sistema?
Área destinada a pecuária de leite
Módulos de rotacionado
Números produtivos e reprodutivos
Estas informações ajudam a decifrar o modelo de negócio e aumentam o nível de reflexão...!!!
Grande abraço,
Lucio Antonio Oliveira Cunha
LUCIO ANTONIO OLIVEIRA CUNHA

AIMORÉS - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 06/02/2025

Olá Edineive, atualmente a propriedade tem um plantel composto por 85 vacas, sendo 71 em lactação e produção diária de 1531 litros. Não fazemos recria nessa propriedade. Portanto temos 100% de animais adultos, com 83,5% de vacas em lactação e média atual de 21,5litros/vaca e estamos com 13,2 meses de IEP. A área destinada à atividade leite é de 12ha, sendo totalmente com pastagem irrigada. Ou seja, amos o ano com essa lotação de 7 vacas/ha, inclusive no inverno. A dieta dessas vacas é exclusivamente pastagem como forragem e concentrado na ordenha, no sistema que denominamos no Programa Balde Cheio, só qual faço parte, de COCHO ZERO.
A área é dividida em 4 módulos de piquetes, sendo 1 módulo para vacas solteiras e 3 para vacas em lactação. Destes 3, o Lote 1 faz pastejo de ponta nos módulos 1 e 2, com o Lote 3 fazendo pastejo de ree em seguida, na mesma área. E o lote 2, pasteja exclusivamente no módulo 3. Trabalhamos com os capins Zuri e as Braquiárias brizantas MG5 e Marandu. Nossa produtividade atual está em 40 a 45 mil litros de leite/ha ano. Att.
Qual a sua dúvida hoje?

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Os sistemas a pasto podem gerar boa rentabilidade ao produtor, mas dependem de alguns fatores para garantir o sucesso. Veja quais são!

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Em um país de dimensões continentais como o Brasil, onde há significativas variações de relevo, edafoclimáticas e mercado, o debate entre sistemas de produção de leite a pasto ou confinado é recorrente. Contudo, a pergunta que se impõe não é qual o melhor sistema, mas sim: “Por que escolher entre um e outro, se é possível compatibilizar os dois?”

A resposta para essa questão depende de fatores regionais, como os acima comentados, além das potencialidades de cada propriedade e das condições específicas de produção. Em algumas localidades, a combinação de estratégias pode oferecer vantagens competitivas para ambos. Em outras, é necessária uma abordagem mais exclusiva.

Em regiões como o leste de Minas Gerais e o centro-norte do Espírito Santo, aspectos como baixa altitude, relevo inclinado, entre outros, proporcionam limitações na produção de silagem de milho, que aliado a um elevado preço de aquisição dos alimentos concentrados, tornam o sistema a pasto uma alternativa mais competitiva, segundo o engenheiro agrônomo e consultor autônomo Lúcio Cunha.

Produtor há 35 anos e consultor há 29, Lúcio destaca que, com pastagens irrigadas, é possível garantir uma produção estável ao longo do ano, com lotações médias de 6 a 8 vacas por hectare e picos de 10 a 12 vacas por hectare no verão. Além disso, o custo da matéria seca da pastagem é bem menor (cerca de R$ 0,60/kg) em comparação à silagem de milho (entre R$ 1,50 e R$ 1,70/kg), assim como suas dietas corrigidas.

Imagem 1. Vacas no sistema a pasto.

Vacas no sistema a pasto.

Foto: Lúcio Cunha.

Um exemplo prático é uma propriedade atendida por Lúcio, que, utilizando somente pastagem irrigada como volumoso e concentrado apenas durante a ordenha, alcançou 110 litros de leite por hectare por dia nos últimos 10 meses, com custo operacional de R$ 1,47/litro e preço de venda de R$ 2,97/litro, propiciando uma margem bruta de 50% ou R$1,50/litro.

“Com produção e manejo adequados do pasto, é possível montar uma dieta rica, eficiente e de custo reduzido, o que nos torna mais competitivos e rentáveis, em nossa realidade”, afirma Lúcio.

Estratégias de manejo e gestão

O sucesso do sistema a pasto depende da identificação das potencialidades e gargalos da propriedade, seguido de um planejamento detalhado e de uma gestão eficiente. Segundo Lúcio, é essencial fugir da “teoria do puxadinho” e adotar a “teoria da casa planejada”, estruturando o sistema desde o início para atender às demandas específicas da produção de cada propriedade. “O sistema tem que ser olhado e trabalhado como um todo e não de forma segmentada”, afirma. 

“Eu sempre explico aos produtores que o leite não é rápido, fácil nem barato. Produzir leite exige entender e atender suas demandas para, então, definir as ações necessárias para se tornar competitivo. Não há espaço para o ‘eu acho, eu quero, eu gosto’ no setor. O que importa é o que o sistema exige, para ser competitivo e rentável”, enfatiza.

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Entre as estratégias apontadas por Lúcio para o manejo bem-sucedido da pastagem, destacam-se:

1. Fertilidade do solo: investir na construção da fertilidade do solo por meio de adubação e correção adequadas, maximizando a produção de pastagem.

2. Irrigação: uso de sistemas eficientes para garantir a oferta de pastagem durante todo o ano, mesmo em períodos de estiagem.

3. Manejo de pastejo: divisão em piquetes, pastejo de ponta e ree, pastejo em faixas, com cercas fixas ou móveis, além do fundamental: período de descanso do pasto variável, conforme a época do ano! 

“No verão, elevadas temperaturas e fotoperíodo, aceleram o crescimento vegetativo e o ponto de pastejo do capim, tornando o período de descanso mais curto. No inverno, esse período precisa ser mais longo. O que fazemos é: ajustar ao máximo o ponto de pastejo, para conciliar elevada quantidade e a qualidade da pastagem ao longo do ano, minimizando perdas de pastejo e dependência de intervenções como a roçagem”, explica.

A combinação desses fatores possibilita a oferta de uma dieta otimizada e mais ível para os animais, reduzindo custos e aumentando a eficiência do sistema. 

 4. Conforto e ambiência animal: estruturar sombras amplas corretamente direcionadas, aterrar e abaular corredores para minimizar a lama, além de proporcionar resfriamento eficiente na sala de espera.

5. Monitoramento contínuo: uso de planilhas zootécnicas e econômicas, para monitorar os índices de eficiência e rentabilidade do sistema, ajustando as estratégias sempre que necessário.

Imagem 2. Pastagem irrigada.

Pastagem irrigada.

Foto: Lúcio Cunha.

 

Benefícios nutricionais

Segundo Lúcio, alguns capins tropicais irrigados podem alcançar elevados índices bromatológicos, com proteína bruta entre 18% e 20% e digestibilidade acima de 65%. Isso reduz a necessidade de concentrados proteicos sem comprometer a produtividade animal.

“Buscamos manejos que melhorem a qualidade da pastagem e tornem a dieta menos dependente de concentrados, especialmente proteicos. Isso aumenta nossa competitividade”, explica.

Em algumas propriedades atendidas pelo consultor, com médias de produção entre 18 e 22 litros por vaca, somente os melhores lotes consomem pouca ou nenhuma soja, alimentando-se basicamente de fontes energéticas e minerais complementares.

Além disso, o conforto animal também desempenha papel fundamental. “Mitigar lama e calor, melhorar os corredores e ampliar áreas de descanso com sombra contribuem diretamente para a produtividade,” ressalta Lúcio.

Imagem 3. Área de sombra.

Área de sombra em pastagens

Foto: Lúcio Cunha.

 

O sucesso do sistema a pasto também está relacionado à escolha de um rebanho adaptado. “O uso de raças especializadas para leite, puras ou cruzadas entre si, como por exemplo o Jersolando, preferencialmente oriundas de regiões que há séculos as selecionam para esse fim, como a Nova Zelândia, têm se mostrado eficientes”, pontua.

“Investir em um rebanho especializado para o sistema leite a pasto, que consigam maior eficiência alimentar (litro de leite por kg de peso vivo), adequando as instalações e equipamentos auxiliam a aumentar a produtividade.”, afirma Lúcio.

Rentabilidade e sustentabilidade

Para Lúcio, o sucesso no sistema a pasto está em se implantar e seguir um rigoroso, mas funcional, esquema de rotina, onde é crucial que, todos os processos, sejam realizados todos os dias, nas mesmas horas, da mesma forma e com a mesma vontade e disposição. E uma de suas principais características são os “5 dades”: simplicidade, funcionalidade, produtividade, rentabilidade e sustentabilidade.

“Simplicidade, pois o sistema se resume em pasto irrigado, com um curral centralizado, áreas de sombra e corredores bem planejadas, que demandam uma rotina funcional, com reduzida demanda por equipamentos e instalações complexas. Além disso, a elevada produtividade da pastagem tropical permite lotações expressivas, inclusive durante o inverno, minimizando ou eliminando a necessidade de volumosos no cocho. A qualidade bromatológica da pastagem e sua elevada taxa de lotação ao longo do ano, propicia produtividade por área cultivada, que aliada a uma gestão profissional, garante rentabilidade constante, mesmo em períodos de crise na atividade. Quando está bom, ganha-se muito, quando está ruim, ganha-se menos, mas ganha-se sempre. Isso é o que assegura a sustentabilidade do negócio.”, conclui Lúcio.

A pastagem irrigada, aliada a uma estrutura planejada e à escolha de uma genética especializada e adaptada, podem ser uma opção eficiente e rentável para a produção de leite no Brasil. Com simplicidade, estratégia e foco em resultados e, principalmente bem acompanhado de um bom consultor técnico, é possível alcançar alta produtividade e competitividade no mercado leiteiro.

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EM 06/02/2025

Muito boa a materia gostei bastante, muito bm explicada
Edineive
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CONTAGEM - MINAS GERAIS

EM 05/02/2025

Boa tarde! Maria Luiza e Lucio Antônio, parabéns pela excelente matéria. Texto muito provocativo: O que importa é o que o sistema exige, para ser competitivo e rentável.
Gostaria de pedir se for possível, compartilhar os números dessa propriedade que vocês utilizaram para ilustrar o texto.
Estrutura de rebanho. Quantos animais rodam neste sistema?
Área destinada a pecuária de leite
Módulos de rotacionado
Números produtivos e reprodutivos
Estas informações ajudam a decifrar o modelo de negócio e aumentam o nível de reflexão...!!!
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EM 06/02/2025

Olá Edineive, atualmente a propriedade tem um plantel composto por 85 vacas, sendo 71 em lactação e produção diária de 1531 litros. Não fazemos recria nessa propriedade. Portanto temos 100% de animais adultos, com 83,5% de vacas em lactação e média atual de 21,5litros/vaca e estamos com 13,2 meses de IEP. A área destinada à atividade leite é de 12ha, sendo totalmente com pastagem irrigada. Ou seja, amos o ano com essa lotação de 7 vacas/ha, inclusive no inverno. A dieta dessas vacas é exclusivamente pastagem como forragem e concentrado na ordenha, no sistema que denominamos no Programa Balde Cheio, só qual faço parte, de COCHO ZERO.
A área é dividida em 4 módulos de piquetes, sendo 1 módulo para vacas solteiras e 3 para vacas em lactação. Destes 3, o Lote 1 faz pastejo de ponta nos módulos 1 e 2, com o Lote 3 fazendo pastejo de ree em seguida, na mesma área. E o lote 2, pasteja exclusivamente no módulo 3. Trabalhamos com os capins Zuri e as Braquiárias brizantas MG5 e Marandu. Nossa produtividade atual está em 40 a 45 mil litros de leite/ha ano. Att.
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