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Santa Catarina: um estado promissor na produção de leite a base de pasto

Com condições climáticas favoráveis, técnicas e manejo corretos, Santa Catarina é um estado pequeno em área, mas gigante em eficiência no sistema a pasto. Leia!

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O estado de Santa Catarina é considerado pequeno em termos de área (95.731 km2), correspondendo aproximadamente a 1,12% do território brasileiro. No entanto, se mostra um estado promissor no aspecto de produção agropecuária, principalmente no que diz respeito à produção de leite.

Em 2023, o estado ficou em quarto lugar em produção de leite, tendo uma participação de 9,1% na produção brasileira, ficando atrás apenas de Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul. Na década de 1990, a produção catarinense era inferior, também, às produções de São Paulo e Goiás, e o estado respondia por menos de 5% da produção nacional (Tabela 1).

Tabela 1. Produção de leite de vaca

BR e principais UFs

Bilhão de litros

Variação %

1993

2003

2013

2023

1993-2023

Minas Gerais

4,527

6,320

9,309

9,422

108,1

Paraná

1,363

2,141

4,347

4,558

234,4

Rio Grande do Sul

1,586

2,306

4,509

4,114

159,4

Santa Catarina

0,736

1,332

2,918

3,206

335,6

Goiás

1,406

2,523

3,777

2,981

112,0

São Paulo

2,047

1,785

1,676

1,512

-26,1

Brasil

15,591

22,254

34,255

35,375

126,9

Fonte: IBGE - Pesquisa da Pecuária Municipal

Em 2023, teve 832.658 vacas ordenhadas, produção de 3,206 bilhões de litros e produtividade média de 3.850 litros/vaca/ano, bem acima da média nacional, de 2.300 litros/vaca/ano e do mundo de 2.600 litros/vaca/ano. Das vinte microrregiões do estado, se destacam as cinco região oeste (São Miguel do Oeste, Chapecó, Concórdia, Xanxerê e Joaçaba) e a de Tubarão, que respondem por mais de 83% da produção estadual (Tabela 2).

Tabela 2. Produção de leite de vaca

Microrregião geográfica

Milhão de litros

Variação %

1993

2003

2013

2023

1993-2023

São Miguel do Oeste

92,3

270,6

606,7

759,8

723,2

Chapecó

129,6

288,9

752,4

686,1

429,4

Concórdia

51,9

148,2

356,8

360,4

594,4

Xanxerê

23,0

102,3

286,2

312,5

1258,7

Joaçaba

58,7

99,7

144,8

308,6

425,7

Tubarão

36,3

57,3

158,8

235,1

547,7

Outras

344,1

365,3

612,6

543,3

57,9

Santa Catarina

735,9

1.332,3

2.918,3

3.205,8

335,6

Fonte: IBGE - Pesquisa da Pecuária Municipal

O fato de a produção catarinense crescer a taxas superiores as observadas no País e nos principais estados produtores se deve a vários fatores. Entre estes, pode-se citar o da predominância de sistemas de produção de leite à base de pasto.

Continua depois da publicidade

Os incrementos que vem ocorrendo na produção de leite em Santa Catarina nas últimas décadas, se devem, principalmente, as técnicas de manejo de pastagens implementadas e difundidas no estado ao final dos anos 80 e início dos anos 90, quando começou a ser utilizado o sistema de Lotação Intermitente (Rotacionado), bem como a implantação de espécies forrageiras de inverno, como azevém (Lolium multiflorum), aveias (Avena sativa), trevos (Trifolium spp.), ervilhaca (Vicia sativa), cornichão (Lotus corniculatus) e mais recentemente, forrageiras tropicais, como Tifton 85 e Jiggs (Cynodon spp.), Capim-elefante cv. Pioneiro e cv. Kurumi (Pennisetum purpureum), Missioneira-gigante (Axonopus catharinensis cv. SCS315 Catarina), Amendoim-forrageiro (Arachis pintoi) e muitas outras espécies adaptadas a realidade do estado. 

As características climáticas também favorecem o estado a ter um excelente potencial produtivo de pasto, o clima subtropical úmido, com uma média de 1.800 milímetros de chuva por ano e temperatura média de 22°C, tendo as estações do ano bem definidas, permitindo que se trabalhe com forrageiras de inverno, como de verão, ou seja, garantindo produção de forragem o ano inteiro, sem correr o risco de ar pelo temido vazio forrageiro. 

Em Santa Catarina a produção de leite a base de pasto, baseia-se principalmente em pastagens perenes, garantindo sustentabilidade econômica ao sistema e preservação ambiental, gerando um alto potencial de competitividade no mercado interno e externo. O manejo correto das pastagens tende a melhorar as características, físicas, químicas e biológicas do solo. Mas, vale lembrar que, nenhuma planta forrageira poderá expressar seu potencial produtivo e qualitativo, se não contar com as condições adequadas (correção do solo e adubação) e principalmente de manejo.

Na imagem abaixo é possível ver a comprovação da possibilidade do consorcio entre Gramíneas e Leguminosas, tanto perenes, como anuais, sejam estas de inverno ou verão, resultando em uma grande diversidade florística, em quanto que alguns locais no globo, tem na sua base alimentar do rebanho, poucas espécies forrageiras adaptadas.

Pasto consorciado
Foto: Eng. Agr. Clayrton Silveira.

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Referências

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Observatório Agro Catarinense

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Alexandre Guilherme Lenzi de Oliveira

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Em 2023, o estado ficou em quarto lugar em produção de leite, tendo uma participação de 9,1% na produção brasileira, ficando atrás apenas de Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul. Na década de 1990, a produção catarinense era inferior, também, às produções de São Paulo e Goiás, e o estado respondia por menos de 5% da produção nacional (Tabela 1).

Tabela 1. Produção de leite de vaca

BR e principais UFs

Bilhão de litros

Variação %

1993

2003

2013

2023

1993-2023

Minas Gerais

4,527

6,320

9,309

9,422

108,1

Paraná

1,363

2,141

4,347

4,558

234,4

Rio Grande do Sul

1,586

2,306

4,509

4,114

159,4

Santa Catarina

0,736

1,332

2,918

3,206

335,6

Goiás

1,406

2,523

3,777

2,981

112,0

São Paulo

2,047

1,785

1,676

1,512

-26,1

Brasil

15,591

22,254

34,255

35,375

126,9

Fonte: IBGE - Pesquisa da Pecuária Municipal

Em 2023, teve 832.658 vacas ordenhadas, produção de 3,206 bilhões de litros e produtividade média de 3.850 litros/vaca/ano, bem acima da média nacional, de 2.300 litros/vaca/ano e do mundo de 2.600 litros/vaca/ano. Das vinte microrregiões do estado, se destacam as cinco região oeste (São Miguel do Oeste, Chapecó, Concórdia, Xanxerê e Joaçaba) e a de Tubarão, que respondem por mais de 83% da produção estadual (Tabela 2).

Tabela 2. Produção de leite de vaca

Microrregião geográfica

Milhão de litros

Variação %

1993

2003

2013

2023

1993-2023

São Miguel do Oeste

92,3

270,6

606,7

759,8

723,2

Chapecó

129,6

288,9

752,4

686,1

429,4

Concórdia

51,9

148,2

356,8

360,4

594,4

Xanxerê

23,0

102,3

286,2

312,5

1258,7

Joaçaba

58,7

99,7

144,8

308,6

425,7

Tubarão

36,3

57,3

158,8

235,1

547,7

Outras

344,1

365,3

612,6

543,3

57,9

Santa Catarina

735,9

1.332,3

2.918,3

3.205,8

335,6

Fonte: IBGE - Pesquisa da Pecuária Municipal

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As características climáticas também favorecem o estado a ter um excelente potencial produtivo de pasto, o clima subtropical úmido, com uma média de 1.800 milímetros de chuva por ano e temperatura média de 22°C, tendo as estações do ano bem definidas, permitindo que se trabalhe com forrageiras de inverno, como de verão, ou seja, garantindo produção de forragem o ano inteiro, sem correr o risco de ar pelo temido vazio forrageiro. 

Em Santa Catarina a produção de leite a base de pasto, baseia-se principalmente em pastagens perenes, garantindo sustentabilidade econômica ao sistema e preservação ambiental, gerando um alto potencial de competitividade no mercado interno e externo. O manejo correto das pastagens tende a melhorar as características, físicas, químicas e biológicas do solo. Mas, vale lembrar que, nenhuma planta forrageira poderá expressar seu potencial produtivo e qualitativo, se não contar com as condições adequadas (correção do solo e adubação) e principalmente de manejo.

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