Em meio ao turbilhão de informações que temos recebido diariamente sobre o tema “emissões de metano na pecuária” e a necessidade mundial para redução, fortalecem-se as pesquisas e consequentemente o desenvolvimento de tecnologias e produtos promissores.
Com isso, ficamos em meio a uma “corda de força” entre maior produtividade ou sustentabilidade? Mas será que realmente esses conceitos/objetivos estão em lados opostos? O que nos mostram as tecnologias? Precisamos realmente optar por um ou por outro?
Não! Não precisamos. As pesquisas nos mostram cada vez mais, que podemos sim contribuir, e muito! Com a tecnologia cada vez mais a nosso favor, apresentando ferramentas capazes de se conectar no dia a dia da pecuária, a atividade será sim, produtiva e sustentável.
Mas, para qual estratégia caminhamos?
Os modelos intensivos de produção se mostram como uma alternativa para atender a demanda de produtividade, aliada a uma estratégia de sustentabilidade. Neste tipo de sistema temos maior controle sobre o processo, como: dieta/nutrição, manejo dos animais e outros. Além disso, temos um aumento na proporção de concentrado da dieta, reduzindo assim o consumo de volumosos (pastagens, silagens e outros) pelos animais. Ou seja, otimizamos as vias metabólicas, devido a menor necessidade de degradação da celulose e consequentemente temos uma redução na produção de metano pelo animal.
Mesmo quando consideramos os modelos intensivos, bem estruturados, de produção de leite a pasto, o % de participação da forragem na dieta é reduzido, pois temos uma oferta de concentrado no cocho pós-ordenha elevada, devido a necessidade de atender as exigências nutricionais desses animais, alavancar as produções e, assim, garantir a eficiência e lucratividade da atividade.
Mas podemos dizer que o metano é 100% eliminado? A resposta é clara, não!
O metano não se reduz a zero, mesmo sob baixa ingestão de volumosos. Ele é minimizado apenas, mas eliminado, não! Pois mesmo que considerarmos um animal consumindo 100% de concentrado (sem qualquer tipo de volumosos na dieta), o processo natural de fermentação dos grãos produz metano, em especial a fase inicial de fermentação, onde ocorre liberação de hidrogênio no rúmen e esse tem como destino a produção de metano - CH4.
Resumindo, o processo de migração de sistemas extensivos para intensivos é um grande o para a redução de emissões de metano entérico pelos animais. E claro, a qualidade da dieta é um fator fundamental para atingir bons resultados e ar os pilares propostos: produtividade, eficiência e sustentabilidade. Vale destacar que durante o processo devemos estar atentos a alguns fatores que podem atual como “ajustes finos” e contribuir para tornar o processo ainda mais satisfatório: qualidade da forragem, teor de grãos, processamento, teor de gordura e aditivos alimentares
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Referências
ASBRAM - Associação brasileira das industrias de suplementos minerais. Terminação intensiva no contexto da agenda climática nacional e internacional. Novembro, 2022. IX Congresso Brasileiro de Qualidade do Leite. Inovação, sustentabilidade e oportunidades. Setembro, 2022.