Vale a pena ler de novo! Seleção de reprodutores e matrizes
A seleção de animais é uma prática comum aos sistemas de produção. Emprega-se em situações como, escolha de animais para: introdução no rebanho ou para serem descartados; inscrição em sociedades de registro genealógico; participação em exposições, provas zootécnicas ou programas de reprodução e; destinados à venda. Os critérios a serem utilizados nesta avaliação podem ser vários e basear-se em dados da genealogia, conformação corporal, desempenho e teste de progênie. Em geral, a melhor opção é associar os métodos de avaliação para seleção dos animais.
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A reprodução é um dos principais pilares do sistema produtivo. Para tanto, a ideal seleção de reprodutores e matrizes fundamenta a garantia de alta eficiência produtiva da exploração. Além disso, machos e fêmeas são responsáveis a transferência de material genético para suas crias e consequente desempenho do rebanho futuro.
A seleção pela genealogia consiste em diferenciar animais pelo nome dos seus ascendentes (ex.: pais, avós, bisavós). Estes dados são fornecidos pelo Serviço de Registro Genealógico e constam no Registro dos Animais Puro de Origem. A utilização deste instrumento deve auxiliar a seleção, sendo interessante sua associação aos dados de desempenho.
A seleção pela conformação baseia-se no julgamento do exterior do animal, procurando-se encontrar indivíduos com qualidades desejáveis para a formação do plantel. As características mais aplicadas a esta seleção são: raciais, aprumos, número de pares de tetas (fêmeas), aparelho genital (machos e fêmeas), harmonia das formas, e capacidade corporal. Esta última pode ser relacionada ao desempenho do indivíduo. Características como tórax largo e profundo (bom arqueamento de costelas), podem indicar boa capacidade respiratória e circulatória, assim como uma maior capacidade digestória. Da mesma forma, o ângulo e a largura da garupa facilitam o parto e; a melhor implantação e maior volume do úbere. Na avaliação do aparelho genital, estes devem apresentar-se bem desenvolvidos, sadios e sem a presença de defeitos.
A seleção de reprodutores e matrizes pelo desempenho utiliza os dados de produção dos mesmos. As avaliações são realizadas ao longo da vida dos animais e são considerados índices, como: idade ao nascimento, ao desmame e ao primeiro ano; ganho de peso; conversão ou eficiência alimentar; assim como, características da eficiência reprodutiva.
A seleção pela progênie avalia o animal reprodutor pelo desempenho de seus descendentes. São escolhidos os animais cujos filhos apresentaram os melhores resultados nas características de interesse. A escolha de animais pelo desempenho e pela progênie é, sem dúvida, as que permitem mais confiabilidade, entretanto, só podem ser utilizadas tardiamente.
Para a escolha de reprodutores, independentemente do critério de seleção utilizado é fundamental associar o exame andrológico e avaliação da libido, conforme o artigo publicado nesta seção, em 16/04/2009, intitulado "Exame andrológico e avaliação da libido".
Algumas características são consideradas desclassificatórias na seleção dos animais.
Defeitos desclassificatórios aos reprodutores:
- albinismo;
- cegueira parcial ou total;
- retrognatismo ou prognatismo;
- lordose, escoliose e cifose acentuadas;
- membros fracos ou maus aprumos;
- monosquidismo ou criptorquidismo;
- testículos atrofiados;
- hipo ou hiperplasia testicular uni ou bilateral;
- politetia;
- intersexo;
- feminilidade
- defeitos que impeçam a reprodução.
Defeitos desclassificatórios as matrizes:
- albinismo;
- cegueira parcial ou total;
- retrognatismo ou prognatismo;
- lordose, escoliose e cifose acentuadas;
- membros fracos ou maus aprumos;
- úbere com assimetria acentuada ou excessivamente pendulosos;
- tetas extras funcionais;
- vulva infantil e ancas estreitas;
- masculinidade
- esterilidade comprovado ou defeitos que impeçam a reprodução.
Contudo, é importante ter sempre em mente que nenhum animal desempenhará todo seu potencial se as condições gerais de criação referentes à sanidade, alimentação, instalações e manejo não forem adequadas. Da mesma forma, a introdução ou permanência de animais improdutivos ao rebanho afetará a rentabilidade do sistema de produção. Portanto, a melhor forma de avaliação e escolha dos animais está baseada em uma boa escrituração zootécnica.
Referências bibliográficas
-HAFEZ, E. S. E. Reprodução Animal. 6ª edição, Editora Manole ltda, 582p., 1995.
-LIMA, G. F. C.; HOLANDA JUNIOR, E. V.; MACIEL, F. C.; BARROS, N. N.; AMORIM, M. V.; CONFESSOR JUNIOR, A. A. Criação familiar de Caprinos e Ovinos no Rio Grande do Norte - Orientações para viabilização do negócio rural. EMATER-RN/EMPARN/Embrapa Caprinos, 426p., 2006.
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RIO MAIOR - SANTARÉM - PRODUÇÃO DE OVINOS DE CORTE
EM 12/08/2015
Seria possível facultarem-me mais informação sobre as causas do prognatismo?
Obrigada

SOBRADINHO - BAHIA - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
EM 05/03/2014

RIO GRANDE DO SUL
EM 24/10/2013
JABOTICABAL - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO
EM 14/10/2013
Grata por sua participação.
Maria Emilia
ANGATUBA - SÃO PAULO - OVINOS/CAPRINOS
EM 14/10/2013

EM 14/10/2013

OEIRAS - PIAUÍ - ESTUDANTE
EM 26/08/2013
JABOTICABAL - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO
EM 06/08/2010
Pelo interesse no assunto, proponho continuarmos debatendo-o na sequência de publicações.
Grata, Maria Emilia Franco Oliveira

ITUIUTABA - MINAS GERAIS
EM 06/08/2010
ARARUAMA - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE OVINOS
EM 29/07/2010

CAMPOS DOS GOYTACAZES - RIO DE JANEIRO - OVINOS/CAPRINOS
EM 28/07/2010
TANGARÁ DA SERRA - MATO GROSSO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
EM 28/07/2010
Parabéns pela iniciativa de abordar o assunto e pela objetividade, pois a matéria é oportuna e significativamente abrangente. Fico imaginando o tamanho da evolução da ovinocultura de corte nacional, em curto e médio prazo, se, numa situação utópica, 100 % dos ovinocultores brasileiros lessem, pelo menos uma vez, este seu artigo.
Um abraço.

LORENA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 28/07/2010