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As fazendas leiteiras estão entre os raros negócios que vendem um produto sem saber quanto vão receber por ele naquele mês. É preciso coragem e visão de futuro para prosperar.
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A agricultura é um trabalho duro, mas usar tecnologia para torná-la “inteligente” pode facilitar muito as coisas. Monitoramento de atividade, softwares reprodutivos e de gestão, dados diários de alimentação, informações sobre ruminação, temperatura e até o que está acontecendo dentro do rúmen em tempo real — tudo isso já se tornou algo comum. Mas vasculhar todos esses dados pode ser mais difícil do que esvaziar um tanque de esterco com uma pá. É aí que um bom sistema de Inteligência Artificial (IA) pode ajudar. Mas como?
Sistemas de IA jamais substituirão um bom produtor de leite com habilidade no manejo do gado. No entanto, eles conseguem ler todos os dados da fazenda, organizá-los de forma simples e transformá-los em ações diárias claras e objetivas.
Esses sistemas assumem tarefas rotineiras e repetitivas, liberando tempo dos humanos para decisões importantes de negócios e manutenção. Por exemplo, sistemas de IA podem alertar os gerentes do rebanho sobre uma vaca doente antes mesmo que ela apresente sinais visíveis, analisando vídeos em tempo real, dados de atividade e ruminação. Alguns sistemas em desenvolvimento já conseguem enviar, todas as manhãs, uma mensagem à equipe de gestão com uma lista de tarefas recomendadas para o dia: vacas que precisam de atenção, ineficiências na ordenha, listas de separação e o principal gargalo a ser resolvido.
Um desses sistemas usa câmeras para observar cochos vazios e padrões de alimentação, ajudando a criar estratégias para manter comida disponível para as vacas de forma mais constante. A IA também pode ajudar a montar um cronograma de alimentação personalizado para as necessidades específicas de cada fazenda. Ela pode gerar listas de animais para reprodução com base em dados de atividade ou vídeos noturnos, e direcioná-los automaticamente para o curral de seleção por meio de portões automáticos — tudo sem intervenção humana.
Por fim, a IA pode enviar uma lista atualizada de tarefas istrativas, como relatórios de vendas estaduais ou de conformidade para laticínios e órgãos reguladores — e até mesmo redigir esses relatórios.
Para saber exatamente o que fazer, os sistemas de IA precisam de bons dados de entrada. Mas o futuro é promissor com o avanço das tecnologias de câmeras e redes neurais de visão. Algumas empresas estão apostando totalmente na coleta de dados por vídeo, substituindo sensores. As câmeras têm custo relativamente baixo, já que são necessárias poucas por fazenda — enquanto sensores exigem vários por animal.
A pecuária leiteira é um setor desafiador — e talvez por isso seja também um dos mais resilientes. Atualmente, as fazendas mais progressistas e com visão de futuro são ousadas, buscam desafios e pensam adiante. Na pecuária leiteira, permanecer parado é ficar para trás. Usar IA com uma boa equipe é um excelente caminho para impulsionar o setor.
As informações são do Dairy Herd Management.
