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Vacas confinadas e vacas a pasto, como se comportam?

Entenda as diferenças de comportamento das vacas confinadas e das vacas a pasto.

Publicado por: MilkPoint

Publicado em: - 3 minutos de leitura

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O monitoramento animal é um recurso que está disponível e é viável em diferentes sistemas de produção de leite: extensivo, intensivo ou semi-intensivo. No entanto ele irá se comportar de maneiras diferentes de acordo com a individualidade de cada sistema, por isso é muito importante entender o que esperar de cada um.  

Hoje vamos observar como é o comportamento de dois rebanhos monitorados pela Cowmed, sendo um rebanho de leite em sistema intensivo e um em semi-intensivo. Na figura abaixo podemos observar o comportamento de ruminação (linha verde), atividade (linha laranja) e linha de tendência (linha preta) que é calculada com base na média dos últimos 7 dias de uma fazenda em sistema intensivo. 

Avaliação de comportamento de lote de uma fazenda leiteira em sistema intensivo

Figura 1: Avaliação de comportamento de lote de uma fazenda leiteira em sistema intensivo.

Podemos observar que o comportamento de ruminação e atividade desses animais é constante, sofrendo poucas alterações durante o período avaliado, isso acontece pela estabilidade da dieta em um sistema intensivo, e pela rotina de alimentação (alimento disponível sem restrição), onde todo o fornecimento da dieta é no comedouro (DA SILVA; SANCHES, 2020).   

A dieta dos ruminantes é composta por uma fração de alimentos concentrados e uma fração de alimentos volumosos/fibrosos, sendo ofertada na em maior proporção por volumoso, mais de 60%, pois são esses alimentos essenciais para o funcionamento adequado do rúmen (JUNIOR et al., 2007).  

Em sistema intensivo a fração volumosa é geralmente oriunda de alimentos conservados, como silagem de milho, sorgo e pré-secado de pastagem (Azevém-Lolium multiflorum, Aveia- Avena Sativa, Tifton- Cinodum dactilum entre outros).  Esse processo de conservação dos alimentos permite que não ocorra uma flutuação na composição nutricional e garante a estocagem de grades quantidades, isso contribui para fornecer uma dieta mais padronizada aos animais e replete em um comportamento de ruminação mais estável, como foi observado na imagem 1 (DANIEL et al., 2011).  

Já na segunda propriedade (figura 2), o sistema utilizado é o semi-intensivo onde os animais pastejam em um período do dia e recebem suplementação em outro.  

Avaliação do comportamento de lote de uma fazenda leiteira em sistema semi-intensivo

Figura 2: Avaliação do comportamento de lote de uma fazenda leiteira em sistema semi-intensivo.

Observamos que há uma maior variabilidade da ruminação e atividade, isso acontece por essa propriedade utilizar o sistema semi-intensivo. Um fator que contribui para esse comportamento é a necessidade de os animais percorrerem diferentes distâncias para buscar alimento (geralmente pastagem). É comum observarmos em sistemas que utilizam oferta de forragem na forma de pastagem, a divisão da área em piquetes, para melhorar o aproveitamento da forragem, então é inevitável que as vacas tenham que percorrer diferentes distâncias, de acordo com o piquete selecionado, o que influência no consumo dos animais e reflete na ruminação, vacas que caminham mais, consomem menos e ruminam menos.  

Além disso outro fator que irá interferir no comportamento alimentar e de ruminação do lote é a variação na composição da forragem, pois a planta a por diferentes estágios vegetativos ao longo do seu ciclo, também fatores como disponibilidade hídrica, condições de fertilidade do solo, manejo, temperatura e luminosidade, vão interferir na qualidade da pastagem (SKONIESKI et al., 2011).  

Isso quer dizer que existe um sistema melhor que outro? Não! Existe o sistema que melhor se adapta a sua realidade. Existem diferentes características de cada sistema, ambos possuem suas vantagens e desvantagens.  

É importante, sempre, analisar as condições e as necessidades da propriedade. A escolha do melhor sistema de produção estará relacionada a diversos fatores como característica da raça dos animais, formas de manejo, sistema de alimentação e exigência imposta sobre a produtividade, bem-estar animal, genética e disponibilidade financeira para investimento (ZANIN et al., 2015).  

Algo que não muda e, inclusive, é essencial em qualquer propriedade leiteira é o comprometimento dos seus gestores, a propriedade de leite hoje em dia não pode mais ser tratada como a atividade de subsistência, mas como um negócio. Investir em tecnologias para o campo é vital para produzir de forma responsável e eficiente.  

Quer saber mais sobre o sistema de monitoramento animal COWMED? Clique aqui e e ao site ou e nossas redes digitais!

Referências disponíveis mediante solicitação.

 

Jordani Borges CardosoJordani Borges Cardoso

Zootecnista- UFPel

Analista de Sucesso do Cliente COWMED

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