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Quais os novos nomes dos probióticos?

Conheça a nomenclatura dos novos probióticos de interesse no setor de lácteos.

Publicado por: MilkPoint

Publicado em: - 3 minutos de leitura

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Probióticos são microrganismos fundamentais para manutenção da saúde e bem estar, e são veiculados grande parte através de produtos lácteos. Existem diversos gêneros considerados probióticos, sendo os principais Lactobacillus, Bifidobacterium, Propionibacterium, entre outros. Desses, o gênero Lactobacillus é o que contém maior variedade de espécies, e que está comumente presente nas formulações de derivados lácteos.

A grande diversidade de espécies presentes no gênero Lactobacillus se deve a constante descoberta científica nas últimas décadas acerca de novas cepas, que por anos vinham sendo inseridas no mesmo gênero.

Nos últimos 20 anos, por exemplo, houve um aumento de pouco mais de 160% no número de espécies descritas no gênero Lactobacillus, chegando a um total de 261 espécies em março de 2020. Portanto, o aprimoramento de técnicas e equipamentos na área da taxonomia permitiu a melhor identificação desses microrganismos, sendo possível verificar a enorme heterogeneidade dessas espécies que até então estavam inseridas dentro de um mesmo grupo.

Por consequência, observou-se a necessidade de reagrupar essas espécies com a criação de novos gêneros que sejam melhor definidos e com suas particularidades descritas, facilitando o entendimento da ação do probiótico, o que pode ser benéfico para a indústria no desenvolvimento de produtos.

Pesquisadores de sete países publicaram em Abril de 2020 (Zheng et al., 2020) um estudo que descreve uma nova classificação que diz respeito a família Lactobacillaceae. Para determinação dessas novas classificações foram analidas diversos marcadores genéticos para determinarem semelhanças fisiológicas, ecológicas e metabólicas entre as espécies, para então inseri-las dentro de uma nova classificação.

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Dessa forma, o então gênero Lactobacillus a a ser dividido em 25 grupos, um deles mantendo-se como Lactobacillus, além de 24 outros grupos: ParaLactobacillus, Holzapfelia, AmyloLactobacillus, BombiLactobacillus, CompaniLactobacillus, LapidiLactobacillus, AgriLactobacillus, SchleiferiLactobacillus, Loigolactobacilus, Lacticaseibacillus, LatiLactobacillus, Dellaglioa, LiquoriLactobacillus, LigiLactobacillus, Lactiplantibacillus, FurfuriLactobacillus, PauciLactobacillus, LimosiLactobacillus, FructiLactobacillus, AcetiLactobacillus, ApiLactobacillus, LeviLactobacillus, SecundiLactobacillus e LentiLactobacillus. Também há a inclusão de gêneros antes pertencentes a família Leuconostocaceae.

A tabela abaixo mostra a nova nomenclatura de alguns probióticos de interesse em produtos lácteos e suas explicações taxonômicas.

Figura 1

Entretanto, algumas espécies não sofreram alteração em sua nomenclatura e estão inseridas no gênero Lactobacillus, conforme nova classificação, conforme alguns exemplos:

Figura 2

O grupo de pesquisa desenvolveu um site em que é possível consultar as novas nomenclaturas partindo-se das nomenclaturas antigas, bem como outras informações relevantes como estirpe, informações adicionais, e propriedades do gênero.

Essa nova nomenclatura permite ainda facilitar a classificação de bactérias que possam a vir ser descobertas, uma vez que com suas características ecológicas e funcionais bem definidas, torna-se mais eficiente e objetivo sua inclusão em determinado gênero.

Importante ressaltar que não haverá qualquer mudança quanto as questões tecnológicas, nutricionais e funcionais. O grande desafio a a ser a adaptação e atualização de documentos, listas de ingredientes, rótulos, artigos, entre outros, que necessitarão de atenção com relação a utilização da nova nomenclatura.

Da mesma maneira, os consumidores deverão se acostumar com esses novos nomes, que em breve poderão surgir em alguns rótulos de leites fermentados, queijos e sobremesas lácteas. Logo, o alcance dessas informações é fundamental para melhor entendimento e aceitação das novas nomenclaturas, sendo um trabalho a ser realizado em conjunto entre indústria e academia.

Autores

Ramon S. Rocha, Universidade Federal Fluminense, Faculdade de Medicina Veterinária e Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro, Departamento de Alimentos, Rio de Janeiro, RJ

Celso F. Balthazar, Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Engenharia de Alimentos

Jonas T. Guimarães, Universidade Federal Fluminense, Faculdade de Medicina Veterinária e

Ramon Silva, Universidade Federal Fluminense, Faculdade de Medicina Veterinária e  Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro, Departamento de Alimentos, Rio de Janeiro, RJ;

Maria Eduarda M. Soutelino, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Paraná, Paranavi, RJ

Erick A. Esmerino, Universidade Federal Fluminense, Faculdade de Medicina Veterinária

Tatiana C. Pimentel, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Paraná, Paranavi, RJ

Adriano G. Cruz,  Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro, Departamento de Alimentos, Rio de Janeiro, RJ

Referências 

Zheng J., Wittouck S., Salvetti E. et al. 2020.  A taxonomic note on the genus Lactobacillus: Description of 23 novel genera, emended description of the genus Lactobacillus Beijerink 1901, and union of Lactobacillaceae and Leuconostocaceae, International Journal of Systematic  and Evolutionary Microbiology, 70:4

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O MilkPoint é maior portal sobre mercado lácteo do Brasil. Especialista em informações do agronegócio, cadeia leiteira, indústria de laticínios e outros.

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Júlia Nazaré Lopes Rodrigues
JÚLIA NAZARÉ LOPES RODRIGUES

VIÇOSA - MINAS GERAIS - ESTUDANTE

EM 11/02/2021

Muito interessante!!
Qual a sua dúvida hoje?

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A grande diversidade de espécies presentes no gênero Lactobacillus se deve a constante descoberta científica nas últimas décadas acerca de novas cepas, que por anos vinham sendo inseridas no mesmo gênero.

Nos últimos 20 anos, por exemplo, houve um aumento de pouco mais de 160% no número de espécies descritas no gênero Lactobacillus, chegando a um total de 261 espécies em março de 2020. Portanto, o aprimoramento de técnicas e equipamentos na área da taxonomia permitiu a melhor identificação desses microrganismos, sendo possível verificar a enorme heterogeneidade dessas espécies que até então estavam inseridas dentro de um mesmo grupo.

Por consequência, observou-se a necessidade de reagrupar essas espécies com a criação de novos gêneros que sejam melhor definidos e com suas particularidades descritas, facilitando o entendimento da ação do probiótico, o que pode ser benéfico para a indústria no desenvolvimento de produtos.

Pesquisadores de sete países publicaram em Abril de 2020 (Zheng et al., 2020) um estudo que descreve uma nova classificação que diz respeito a família Lactobacillaceae. Para determinação dessas novas classificações foram analidas diversos marcadores genéticos para determinarem semelhanças fisiológicas, ecológicas e metabólicas entre as espécies, para então inseri-las dentro de uma nova classificação.

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A tabela abaixo mostra a nova nomenclatura de alguns probióticos de interesse em produtos lácteos e suas explicações taxonômicas.

Figura 1

Entretanto, algumas espécies não sofreram alteração em sua nomenclatura e estão inseridas no gênero Lactobacillus, conforme nova classificação, conforme alguns exemplos:

Figura 2

O grupo de pesquisa desenvolveu um site em que é possível consultar as novas nomenclaturas partindo-se das nomenclaturas antigas, bem como outras informações relevantes como estirpe, informações adicionais, e propriedades do gênero.

Essa nova nomenclatura permite ainda facilitar a classificação de bactérias que possam a vir ser descobertas, uma vez que com suas características ecológicas e funcionais bem definidas, torna-se mais eficiente e objetivo sua inclusão em determinado gênero.

Importante ressaltar que não haverá qualquer mudança quanto as questões tecnológicas, nutricionais e funcionais. O grande desafio a a ser a adaptação e atualização de documentos, listas de ingredientes, rótulos, artigos, entre outros, que necessitarão de atenção com relação a utilização da nova nomenclatura.

Da mesma maneira, os consumidores deverão se acostumar com esses novos nomes, que em breve poderão surgir em alguns rótulos de leites fermentados, queijos e sobremesas lácteas. Logo, o alcance dessas informações é fundamental para melhor entendimento e aceitação das novas nomenclaturas, sendo um trabalho a ser realizado em conjunto entre indústria e academia.

Autores

Ramon S. Rocha, Universidade Federal Fluminense, Faculdade de Medicina Veterinária e Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro, Departamento de Alimentos, Rio de Janeiro, RJ

Celso F. Balthazar, Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Engenharia de Alimentos

Jonas T. Guimarães, Universidade Federal Fluminense, Faculdade de Medicina Veterinária e

Ramon Silva, Universidade Federal Fluminense, Faculdade de Medicina Veterinária e  Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro, Departamento de Alimentos, Rio de Janeiro, RJ;

Maria Eduarda M. Soutelino, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Paraná, Paranavi, RJ

Erick A. Esmerino, Universidade Federal Fluminense, Faculdade de Medicina Veterinária

Tatiana C. Pimentel, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Paraná, Paranavi, RJ

Adriano G. Cruz,  Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro, Departamento de Alimentos, Rio de Janeiro, RJ

Referências 

Zheng J., Wittouck S., Salvetti E. et al. 2020.  A taxonomic note on the genus Lactobacillus: Description of 23 novel genera, emended description of the genus Lactobacillus Beijerink 1901, and union of Lactobacillaceae and Leuconostocaceae, International Journal of Systematic  and Evolutionary Microbiology, 70:4

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Júlia Nazaré Lopes Rodrigues
JÚLIA NAZARÉ LOPES RODRIGUES

VIÇOSA - MINAS GERAIS - ESTUDANTE

EM 11/02/2021

Muito interessante!!
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