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Do campo ao Feed: como fazendas de leite podem conquistar o consumidor moderno nas redes sociais

Do campo ao Feed: como fazendas de leite podem conquistar o consumidor moderno através da comunicação via redes sociais? Quais as oportunidades? Leia mais!

Publicado em: - 3 minutos de leitura

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A relação entre produtores de leite e consumidores nunca foi tão próxima — e, paradoxalmente, tão complexa. 

Fazendas abrem perfis em redes sociais, mas, no fim das contas, nem sabem muito bem o que fazer com elas. Em um mundo onde um único story no Instagram pode demonizar ou santificar um produto na prateleira do supermercado, as fazendas leiteiras e laticínios têm uma oportunidade única: humanizar suas marcas, criar narrativas autênticas e engajar gerações que consomem conteúdo de formas radicalmente diferentes.

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Nos EUA, gigantes como Tillamook e Organic Valley já entendem: não basta produzir leite, é preciso contar histórias que ressoem da Geração Z aos Baby Boomers.

Vamos mergulhar em estratégias práticas que transcendem posts genéricos e constroem realmente um legado. Cada geração exige um idioma próprio nas redes sociais. A chave é segmentar sem fragmentar a essência da marca.

 

Geração  Z (18-24 anos): Autenticidade > Perfeição

  • Plataformas-chave: TikTok, Instagram Reels, YouTube Shorts.  
  • Estratégia: Vídeos rápidos que mostrem o "backstage" da fazenda — coisas como bezerros brincando, ordenha tranquila, funcionários de fazenda contando sua rotina. A Geração Z valoriza transparência e impacto ambiental. Outro ponto que cativa essa geração é a quebra de teorias da conspiração, já que eles nasceram nesse ambiente caótico de muita informação e “especialistas” influencers que surgem do dia para a noite.
  • Exemplo prático: A Tillamook (EUA) usa humor em séries como "Loaf Life", onde embalagens de queijo ganham personalidade, viralizando entre jovens. Inclua desafios como "Mostre sua receita com nosso leite" para gerar UGC (-Generated Content - conteúdo gerado pelo usuário).  
     

Millennials (25-40 anos): Conexão com Propósito

  • Plataformas-chave: Instagram, Facebook, LinkedIn.  
  • Estratégia: Conteúdo educativo. Posts sobre bem-estar animal, rastreabilidade (ex.: QR code na embalagem que leva a um vídeo da vaca específica) e certificações. Os millennials buscam marcas alinhadas a seus valores.  
  • Dado que impacta: 73% deles pagariam mais por produtos sustentáveis (Nielsen). A Organic Valley (EUA) faz live tours virtuais nas fazendas, destacando práticas regenerativas.  
     

Geração X (41-56 anos): Tradição com Modernidade

  • Plataformas-chave: Facebook, YouTube, Blogs.  
  • Estratégia: Combate à desinformação. Vídeos explicativos desmistificando temas como "hormônios no leite" ou "mitos sobre lactose". A Geração X valoriza confiança e tradição, mas precisa de dados claros, palatáveis, com explicações fáceis. É importante sempre associar rostos e histórias reais ao produto em questão.
  • Case: A Cabot Creamery (EUA) criou a série "Farmers’ Stories", vinculando cada produto a um produtor específico, com depoimentos sobre a história com a vida na fazenda e o leite.
     

Baby Boomers (57+ anos): Emoção e Confiança 

  • Plataformas-chave: Facebook, WhatsApp, E-mail Marketing.  
  • Estratégia: Narrativas nostálgicas. Posts como "Como o leite chegava à sua mesa nos anos 60 vs. hoje" ou receitas familiares. Inclua testes interativos ("Qual queijo combina com seu perfil?").  
  • Dica: Parcerias com influenciadores "maduros" (ex.: chefs aposentados ou figuras locais) para reforçar credibilidade.  

 

Além das Gerações, pilares universais para uma marca forte

Definir para quem você quer comunicar: Você pode ser uma fazenda "heróica" (foco em superação), "cuidadora" (bem-estar animal) ou "visionária" (tecnologia sustentável). A persona guia o tom, o jeito como as coisas são mostradas e as histórias contadas — descontraído para o TikTok, e um pouco mais sério no LinkedIn.  

Content pillars - Pilares de conteúdo (escolha suas batalhas de forma inteligente): Organize o conteúdo em pilares temáticos (ex.: Sustentabilidade, Saúde, Cultura Rural). A Arla Foods (Dinamarca) usa 80% do conteúdo para educar e 20% para promover produtos.  

Data-driven decisions: Ferramentas como Meta Analytics e Hootsuite identificam horários de pico e conteúdos mais engajadores. Nos EUA, 60% das fazendas usam CRM integrado às redes para segmentar anúncios por idade e interesse.  

 

O futuro já acontece: cases globais para inspirar

  • Fairlife (EUA): Revolucionou o mercado com vídeos de inovação (leite ultrafiltrado) no YouTube, focando em performance atlética para Millennials e Geração Z.  
  • Fonterra (Nova Zelândia): Usa realidade aumentada no Instagram para mostrar o caminho do leite da fazenda ao copo, atraindo famílias (Gen X e Millennials).  
  • Estratégia local com impacto global: Na Holanda, a marca "Bemmel’s Best" permite que consumidores "adotem" uma vaca via app, recebendo atualizações personalizadas — modelo replicável para fidelizar Boomers e Millennials.  
     

Construir relações via redes sociais não é sobre panfletar seu produto, é sobre cultivar comunidades.

Nos EUA, as fazendas que lideram o mercado são aquelas que entendem que um consumidor de 20 anos quer entretenimento rápido, enquanto um de 60 busca confiança — mas ambos exigem autenticidade. O segredo? Unir dados demográficos a uma narrativa coerente, onde cada post, vídeo ou comentário reforça que “por trás da marca, há pessoas, vacas felizes e um compromisso que atravessa gerações”. Ou seja, dedicar tempo e se desprender de conceitos antigos sobre comunicação na hora de mostrar a cara no mercado.


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Material escrito por:

Hayla Fernandes

Hayla Fernandes

Descrição: Médica veterinária pela UFG, mestre em sustentabilidade e pecuária e consultora técnica. Proprietária do perfil @vaca_feliz_oficial no Instagram. Contato: (62) 99949-5588.

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Fernanda krieger Bacelar Pereira
FERNANDA KRIEGER BACELAR PEREIRA

ARAPOTI - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 29/03/2025

Muito bom
Alexandre M. Pedroso
ALEXANDRE M. PEDROSO

PIRACICABA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 25/03/2025

Excelente, Hayla!!! Aliás, como sempre!
Hayla Fernandes
HAYLA FERNANDES

GOIÂNIA - GOIÁS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 25/03/2025

Muitíssimo obrigada!
Qual a sua dúvida hoje?

Do campo ao Feed: como fazendas de leite podem conquistar o consumidor moderno nas redes sociais

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A relação entre produtores de leite e consumidores nunca foi tão próxima — e, paradoxalmente, tão complexa. 

Fazendas abrem perfis em redes sociais, mas, no fim das contas, nem sabem muito bem o que fazer com elas. Em um mundo onde um único story no Instagram pode demonizar ou santificar um produto na prateleira do supermercado, as fazendas leiteiras e laticínios têm uma oportunidade única: humanizar suas marcas, criar narrativas autênticas e engajar gerações que consomem conteúdo de formas radicalmente diferentes.

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Nos EUA, gigantes como Tillamook e Organic Valley já entendem: não basta produzir leite, é preciso contar histórias que ressoem da Geração Z aos Baby Boomers.

Vamos mergulhar em estratégias práticas que transcendem posts genéricos e constroem realmente um legado. Cada geração exige um idioma próprio nas redes sociais. A chave é segmentar sem fragmentar a essência da marca.

 

Geração  Z (18-24 anos): Autenticidade > Perfeição

  • Plataformas-chave: TikTok, Instagram Reels, YouTube Shorts.  
  • Estratégia: Vídeos rápidos que mostrem o "backstage" da fazenda — coisas como bezerros brincando, ordenha tranquila, funcionários de fazenda contando sua rotina. A Geração Z valoriza transparência e impacto ambiental. Outro ponto que cativa essa geração é a quebra de teorias da conspiração, já que eles nasceram nesse ambiente caótico de muita informação e “especialistas” influencers que surgem do dia para a noite.
  • Exemplo prático: A Tillamook (EUA) usa humor em séries como "Loaf Life", onde embalagens de queijo ganham personalidade, viralizando entre jovens. Inclua desafios como "Mostre sua receita com nosso leite" para gerar UGC (-Generated Content - conteúdo gerado pelo usuário).  
     

Millennials (25-40 anos): Conexão com Propósito

  • Plataformas-chave: Instagram, Facebook, LinkedIn.  
  • Estratégia: Conteúdo educativo. Posts sobre bem-estar animal, rastreabilidade (ex.: QR code na embalagem que leva a um vídeo da vaca específica) e certificações. Os millennials buscam marcas alinhadas a seus valores.  
  • Dado que impacta: 73% deles pagariam mais por produtos sustentáveis (Nielsen). A Organic Valley (EUA) faz live tours virtuais nas fazendas, destacando práticas regenerativas.  
     

Geração X (41-56 anos): Tradição com Modernidade

  • Plataformas-chave: Facebook, YouTube, Blogs.  
  • Estratégia: Combate à desinformação. Vídeos explicativos desmistificando temas como "hormônios no leite" ou "mitos sobre lactose". A Geração X valoriza confiança e tradição, mas precisa de dados claros, palatáveis, com explicações fáceis. É importante sempre associar rostos e histórias reais ao produto em questão.
  • Case: A Cabot Creamery (EUA) criou a série "Farmers’ Stories", vinculando cada produto a um produtor específico, com depoimentos sobre a história com a vida na fazenda e o leite.
     

Baby Boomers (57+ anos): Emoção e Confiança 

  • Plataformas-chave: Facebook, WhatsApp, E-mail Marketing.  
  • Estratégia: Narrativas nostálgicas. Posts como "Como o leite chegava à sua mesa nos anos 60 vs. hoje" ou receitas familiares. Inclua testes interativos ("Qual queijo combina com seu perfil?").  
  • Dica: Parcerias com influenciadores "maduros" (ex.: chefs aposentados ou figuras locais) para reforçar credibilidade.  

 

Além das Gerações, pilares universais para uma marca forte

Definir para quem você quer comunicar: Você pode ser uma fazenda "heróica" (foco em superação), "cuidadora" (bem-estar animal) ou "visionária" (tecnologia sustentável). A persona guia o tom, o jeito como as coisas são mostradas e as histórias contadas — descontraído para o TikTok, e um pouco mais sério no LinkedIn.  

Content pillars - Pilares de conteúdo (escolha suas batalhas de forma inteligente): Organize o conteúdo em pilares temáticos (ex.: Sustentabilidade, Saúde, Cultura Rural). A Arla Foods (Dinamarca) usa 80% do conteúdo para educar e 20% para promover produtos.  

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O futuro já acontece: cases globais para inspirar

  • Fairlife (EUA): Revolucionou o mercado com vídeos de inovação (leite ultrafiltrado) no YouTube, focando em performance atlética para Millennials e Geração Z.  
  • Fonterra (Nova Zelândia): Usa realidade aumentada no Instagram para mostrar o caminho do leite da fazenda ao copo, atraindo famílias (Gen X e Millennials).  
  • Estratégia local com impacto global: Na Holanda, a marca "Bemmel’s Best" permite que consumidores "adotem" uma vaca via app, recebendo atualizações personalizadas — modelo replicável para fidelizar Boomers e Millennials.  
     

Construir relações via redes sociais não é sobre panfletar seu produto, é sobre cultivar comunidades.

Nos EUA, as fazendas que lideram o mercado são aquelas que entendem que um consumidor de 20 anos quer entretenimento rápido, enquanto um de 60 busca confiança — mas ambos exigem autenticidade. O segredo? Unir dados demográficos a uma narrativa coerente, onde cada post, vídeo ou comentário reforça que “por trás da marca, há pessoas, vacas felizes e um compromisso que atravessa gerações”. Ou seja, dedicar tempo e se desprender de conceitos antigos sobre comunicação na hora de mostrar a cara no mercado.


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Descrição: Médica veterinária pela UFG, mestre em sustentabilidade e pecuária e consultora técnica. Proprietária do perfil @vaca_feliz_oficial no Instagram. Contato: (62) 99949-5588.

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Fernanda krieger Bacelar Pereira
FERNANDA KRIEGER BACELAR PEREIRA

ARAPOTI - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 29/03/2025

Muito bom
Alexandre M. Pedroso
ALEXANDRE M. PEDROSO

PIRACICABA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 25/03/2025

Excelente, Hayla!!! Aliás, como sempre!
Hayla Fernandes
HAYLA FERNANDES

GOIÂNIA - GOIÁS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 25/03/2025

Muitíssimo obrigada!
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