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O que ainda não sabemos sobre resfriamento de vacas?

Estresse térmico é o maior desafio econômico em rebanhos leiteiros; entenda mais sobre possíveis soluções, impacto ambiental e avanços tecnológicos.

Publicado em: - 7 minutos de leitura

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Os efeitos negativos do estresse térmico e as formas de lidar com eles são atualmente uma das áreas de pesquisa mais importantes. A razão para isso é clara: o estresse térmico tornou-se a maior causa de perdas econômicas em rebanhos leiteiros, incluindo em regiões com clima relativamente temperado, que só começaram a sentir o problema nos últimos anos.

Evidências da importância dessa questão podem ser encontradas na figura a seguir, extraída de um artigo recentemente publicado, que revisa o aumento acentuado no número de artigos científicos sobre o "tema do estresse térmico", publicados na imprensa profissional nos últimos anos.

Figura 1. Aumento acentuado no número de artigos publicados sobre o tema do estresse térmico e como enfrentá-lo, especialmente nos últimos dez anos

Aumento acentuado no número de artigos publicados sobre o tema do estresse térmico e como enfrentá-lo

Fonte: 

 

Ainda assim, já sabemos tudo sobre o assunto? Ainda há algo a ser pesquisado e publicado?

Neste artigo, gostaria de apresentar o que acredito serem as lacunas de conhecimento que atualmente existem nessa área e sugerir maneiras de abordá-las. Essas lacunas de conhecimento surgemIsrael principalmente das mudanças que a indústria está enfrentando em todo o mundo, como o aumento contínuo na produção das vacas, resultado de mudanças genéticas, nutricionais e de manejo nas  fazendas leiteiras; a migração da produção de leite das regiões tradicionais, caracterizadas por clima temperado (Europa e América do Norte), para regiões com climas tropicais e subtropicais, onde ocorre a maior parte do aumento no consumo per capita de leite e seus derivados (Sudeste Asiático e América Central); e o aumento da conscientização pública sobre as consequências ambientais de lidar com o estresse térmico, principalmente o maior uso de água e eletricidade para resfriar as vacas.

1. Resfriamento de vacas em climas temperados

A necessidade de resfriar vacas em climas temperados surgiu principalmente nos últimos anos, devido ao aumento na produção por vaca (o que significa um aumento no calor que a vaca precisa dissipar para o ambiente) e, em menor grau, às mudanças climáticas (principalmente, o aumento na frequência e duração de ondas de calor durante o verão). O método de resfriamento de vacas nessas regiões pode ser diferente do utilizado em regiões quentes, onde o resfriamento das vacas é necessário continuamente, durante todas as horas do dia, por um período de 3 a 8 meses do ano.

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O verão em regiões temperadas é caracterizado por várias ondas de calor, cada uma durando vários dias, intercaladas por períodos de clima confortável que não necessariamente exigem o uso de resfriamento. O resfriamento de vacas sob essas condições ainda não foi estudado, sendo necessária uma análise do método ideal de resfriamento, tanto em termos da intensidade do resfriamento (número cumulativo total de horas por dia) quanto do método de operação (funcionamento contínuo durante todo o período de verão ou operação apenas durante eventos de ondas de calor, com início e término do uso do sistema de resfriamento feitos de forma gradual e com base nas previsões de estações meteorológicas).

2. Resfriamento de vacas em regiões tropicais e subtropicais

Até anos recentes, a produção intensiva de leite não era comum nessas regiões. O aumento na demanda por leite (devido à elevação do padrão de vida) por um lado, e o aumento nos preços do leite no mercado mundial por outro, levaram à necessidade de ampliar a produção local. Em alguns casos, isso envolve o estabelecimento de fazendas leiteiras avançadas, com vacas de alto potencial produtivo (principalmente a importação de raças europeias), com a intenção de alcançar altos níveis de produção por vaca.

Vacas nessas regiões podem estar expostas a condições de estresse térmico quase o ano todo. Regiões tropicais são caracterizadas por grandes volumes de precipitação na maioria dos meses do ano e, consequentemente, por alta umidade, o que agrava ainda mais a dificuldade das vacas em dissipar o calor. Atualmente, há pouco conhecimento (se é que existe algum) sobre produção intensiva de leite nessas condições e sobre as consequências que o resfriamento por períodos tão longos pode ter na saúde das vacas, em geral, e em aspectos específicos como a pelagem e os cascos, em particular.

3. Otimização do resfriamento para reduzir o custo de produção e o impacto negativo ao meio ambiente

A eficiência em qualquer tipo de atividade é sempre algo desejável e apropriado. Há um aspecto econômico na melhoria da eficiência do processo de resfriamento (redução do custo de produção e aumento da lucratividade da fazenda), assim como um aspecto ambiental (redução da poluição de fontes de água e ar). Ainda há muito espaço para pesquisas que possibilitem manter as vacas em uma temperatura corporal normal durante todo o ano, com uso mínimo de água, eletricidade e mão de obra.

Recentemente, foram desenvolvidos sistemas de resfriamento que combinam umedecimento e ventilação forçada, operados por sensores de detecção. Esses sistemas ativam os ventiladores e aspersores apenas quando as vacas estão presentes no local de resfriamento e, em alguns casos, utilizam sistemas de identificação computadorizados que acionam o sistema apenas para as vacas que realmente "necessitam" de resfriamento. É necessário expandir as pesquisas nessa direção.

Primeiramente, é essencial garantir que todas as vacas recebam o tratamento de resfriamento conforme necessário. Hoje, isso pode ser feito com o uso de registradores de dados (data loggers) instalados em várias partes do corpo das vacas, que monitoram e transmitem continuamente sua temperatura corporal, permitindo aos produtores avaliar a eficácia do tratamento de resfriamento e realizar os ajustes necessários para obter um resfriamento ideal.

Posteriormente, será necessário examinar até que ponto esses sistemas economizam recursos financeiros em comparação com as tecnologias convencionais atualmente utilizadas (resfriamento das vacas em grupo, levando-as a diferentes pontos de resfriamento na fazenda).

4. Adaptando o tipo de resfriamento (direto ou indireto) ao clima e às condições da fazenda

O resfriamento de vacas pode ser feito diretamente (resfriando a vaca) ou indiretamente (resfriando o galpão). Cerca de 80% das vacas no mundo que recebem algum tipo de tratamento de resfriamento são resfriadas por um método direto que combina umedecimento e ventilação forçada. As vantagens do resfriamento direto incluem o custo relativamente baixo e a capacidade de operá-lo em qualquer tipo de clima. No entanto, as principais desvantagens são a necessidade de usar água, o que gera um impacto ambiental, e o "incômodo" para as vacas, que precisam caminhar até os locais de resfriamento várias vezes por dia e permanecer lá por várias horas.

Recentemente, algumas fazendas começaram a resfriar as vacas na área de alimentação, transformando-a em um "pátio de resfriamento" ao instalar portões, duas linhas de aspersão e cortinas em ambos os lados. Esse método economiza o investimento e a necessidade de movimentar as vacas várias vezes ao dia até os locais de resfriamento, mas não elimina o fato de elas precisarem ficar em pé no local por longos períodos.

O resfriamento indireto pode evitar a movimentação das vacas e seu tempo prolongado em pé, mas geralmente envolve um investimento financeiro maior, já que requer o fechamento completo do galpão onde as vacas são alojadas. Atualmente, o método mais comum de resfriamento indireto é a evaporação de água dentro do galpão, utilizando nebulizadores de alta pressão ou "painéis evaporativos", juntamente com ventiladores para movimentar o ar, evaporar a água e reduzir a temperatura interna. Quanto maior a umidade relativa, menor é a eficiência desse método, e em regiões tropicais, ele não é viável.

Em regiões secas ou semi-secas (com algumas horas de umidade relativa de 50% ou menos), pode haver justificativa para usar esse método de resfriamento. Em áreas onde as vacas precisam ser resfriadas por menos de seis meses ao ano, o "volume do galpão" pode ser reduzido utilizando cortinas plásticas nas laterais e reduzindo o teto para uma altura de quatro metros acima do chão. Isso pode diminuir o volume do galpão que precisa ser resfriado para cerca de 30% da área original, economizando recursos de resfriamento. Dessa forma, as vacas podem ser adequadamente resfriadas no verão e aproveitar um galpão com teto alto durante os meses em que o resfriamento não é necessário.

5. A viabilidade do uso de ar-condicionado para resfriar vacas

O uso de ar-condicionado para resfriar vacas é a melhor solução possível. Essa abordagem é adequada para todas as condições climáticas e permite que as vacas mantenham o conforto térmico sem a necessidade de caminhar e permanecer em pé por longos períodos ao longo do dia. Resta apenas examinar a viabilidade econômica dessa solução.

A última vez que o uso de ar-condicionado para vacas foi testado foi no início dos anos 1970, pelo Dr. Bill Thatcher, da Universidade da Flórida. O estudo concluiu que, apesar da melhoria no desempenho das vacas, o uso de ar-condicionado não era economicamente justificável. Desde a publicação desse estudo, houve avanços técnicos que melhoraram a eficiência dos sistemas de ar-condicionado, e, paralelamente, o aumento na produtividade das vacas ampliou o impacto econômico das perdas causadas pela exposição ao estresse térmico, bem como os benefícios econômicos que podem resultar do resfriamento adequado.

À luz disso, acredito que há motivos para reexaminar a viabilidade da implementação de ar-condicionado para as vacas modernas. A aplicação do método de redução do "volume do galpão", descrito anteriormente neste artigo, pode possibilitar o uso de ar-condicionado no galpão apenas durante o verão, permitindo que as vacas aproveitem um galpão com teto alto no restante do ano. Dessa forma, evita-se a necessidade de construir instalações excessivamente caras.


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Material escrito por:

Israel Flamenbaum

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Especialista no estudo do estresse térmico em vacas leiteiras, professor na Hebrew University of Jerusalém, tem ministrado cursos e treinamentos sobre o assunto em diversos países.

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Os efeitos negativos do estresse térmico e as formas de lidar com eles são atualmente uma das áreas de pesquisa mais importantes. A razão para isso é clara: o estresse térmico tornou-se a maior causa de perdas econômicas em rebanhos leiteiros, incluindo em regiões com clima relativamente temperado, que só começaram a sentir o problema nos últimos anos.

Evidências da importância dessa questão podem ser encontradas na figura a seguir, extraída de um artigo recentemente publicado, que revisa o aumento acentuado no número de artigos científicos sobre o "tema do estresse térmico", publicados na imprensa profissional nos últimos anos.

Figura 1. Aumento acentuado no número de artigos publicados sobre o tema do estresse térmico e como enfrentá-lo, especialmente nos últimos dez anos

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1. Resfriamento de vacas em climas temperados

A necessidade de resfriar vacas em climas temperados surgiu principalmente nos últimos anos, devido ao aumento na produção por vaca (o que significa um aumento no calor que a vaca precisa dissipar para o ambiente) e, em menor grau, às mudanças climáticas (principalmente, o aumento na frequência e duração de ondas de calor durante o verão). O método de resfriamento de vacas nessas regiões pode ser diferente do utilizado em regiões quentes, onde o resfriamento das vacas é necessário continuamente, durante todas as horas do dia, por um período de 3 a 8 meses do ano.

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2. Resfriamento de vacas em regiões tropicais e subtropicais

Até anos recentes, a produção intensiva de leite não era comum nessas regiões. O aumento na demanda por leite (devido à elevação do padrão de vida) por um lado, e o aumento nos preços do leite no mercado mundial por outro, levaram à necessidade de ampliar a produção local. Em alguns casos, isso envolve o estabelecimento de fazendas leiteiras avançadas, com vacas de alto potencial produtivo (principalmente a importação de raças europeias), com a intenção de alcançar altos níveis de produção por vaca.

Vacas nessas regiões podem estar expostas a condições de estresse térmico quase o ano todo. Regiões tropicais são caracterizadas por grandes volumes de precipitação na maioria dos meses do ano e, consequentemente, por alta umidade, o que agrava ainda mais a dificuldade das vacas em dissipar o calor. Atualmente, há pouco conhecimento (se é que existe algum) sobre produção intensiva de leite nessas condições e sobre as consequências que o resfriamento por períodos tão longos pode ter na saúde das vacas, em geral, e em aspectos específicos como a pelagem e os cascos, em particular.

3. Otimização do resfriamento para reduzir o custo de produção e o impacto negativo ao meio ambiente

A eficiência em qualquer tipo de atividade é sempre algo desejável e apropriado. Há um aspecto econômico na melhoria da eficiência do processo de resfriamento (redução do custo de produção e aumento da lucratividade da fazenda), assim como um aspecto ambiental (redução da poluição de fontes de água e ar). Ainda há muito espaço para pesquisas que possibilitem manter as vacas em uma temperatura corporal normal durante todo o ano, com uso mínimo de água, eletricidade e mão de obra.

Recentemente, foram desenvolvidos sistemas de resfriamento que combinam umedecimento e ventilação forçada, operados por sensores de detecção. Esses sistemas ativam os ventiladores e aspersores apenas quando as vacas estão presentes no local de resfriamento e, em alguns casos, utilizam sistemas de identificação computadorizados que acionam o sistema apenas para as vacas que realmente "necessitam" de resfriamento. É necessário expandir as pesquisas nessa direção.

Primeiramente, é essencial garantir que todas as vacas recebam o tratamento de resfriamento conforme necessário. Hoje, isso pode ser feito com o uso de registradores de dados (data loggers) instalados em várias partes do corpo das vacas, que monitoram e transmitem continuamente sua temperatura corporal, permitindo aos produtores avaliar a eficácia do tratamento de resfriamento e realizar os ajustes necessários para obter um resfriamento ideal.

Posteriormente, será necessário examinar até que ponto esses sistemas economizam recursos financeiros em comparação com as tecnologias convencionais atualmente utilizadas (resfriamento das vacas em grupo, levando-as a diferentes pontos de resfriamento na fazenda).

4. Adaptando o tipo de resfriamento (direto ou indireto) ao clima e às condições da fazenda

O resfriamento de vacas pode ser feito diretamente (resfriando a vaca) ou indiretamente (resfriando o galpão). Cerca de 80% das vacas no mundo que recebem algum tipo de tratamento de resfriamento são resfriadas por um método direto que combina umedecimento e ventilação forçada. As vantagens do resfriamento direto incluem o custo relativamente baixo e a capacidade de operá-lo em qualquer tipo de clima. No entanto, as principais desvantagens são a necessidade de usar água, o que gera um impacto ambiental, e o "incômodo" para as vacas, que precisam caminhar até os locais de resfriamento várias vezes por dia e permanecer lá por várias horas.

Recentemente, algumas fazendas começaram a resfriar as vacas na área de alimentação, transformando-a em um "pátio de resfriamento" ao instalar portões, duas linhas de aspersão e cortinas em ambos os lados. Esse método economiza o investimento e a necessidade de movimentar as vacas várias vezes ao dia até os locais de resfriamento, mas não elimina o fato de elas precisarem ficar em pé no local por longos períodos.

O resfriamento indireto pode evitar a movimentação das vacas e seu tempo prolongado em pé, mas geralmente envolve um investimento financeiro maior, já que requer o fechamento completo do galpão onde as vacas são alojadas. Atualmente, o método mais comum de resfriamento indireto é a evaporação de água dentro do galpão, utilizando nebulizadores de alta pressão ou "painéis evaporativos", juntamente com ventiladores para movimentar o ar, evaporar a água e reduzir a temperatura interna. Quanto maior a umidade relativa, menor é a eficiência desse método, e em regiões tropicais, ele não é viável.

Em regiões secas ou semi-secas (com algumas horas de umidade relativa de 50% ou menos), pode haver justificativa para usar esse método de resfriamento. Em áreas onde as vacas precisam ser resfriadas por menos de seis meses ao ano, o "volume do galpão" pode ser reduzido utilizando cortinas plásticas nas laterais e reduzindo o teto para uma altura de quatro metros acima do chão. Isso pode diminuir o volume do galpão que precisa ser resfriado para cerca de 30% da área original, economizando recursos de resfriamento. Dessa forma, as vacas podem ser adequadamente resfriadas no verão e aproveitar um galpão com teto alto durante os meses em que o resfriamento não é necessário.

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O uso de ar-condicionado para resfriar vacas é a melhor solução possível. Essa abordagem é adequada para todas as condições climáticas e permite que as vacas mantenham o conforto térmico sem a necessidade de caminhar e permanecer em pé por longos períodos ao longo do dia. Resta apenas examinar a viabilidade econômica dessa solução.

A última vez que o uso de ar-condicionado para vacas foi testado foi no início dos anos 1970, pelo Dr. Bill Thatcher, da Universidade da Flórida. O estudo concluiu que, apesar da melhoria no desempenho das vacas, o uso de ar-condicionado não era economicamente justificável. Desde a publicação desse estudo, houve avanços técnicos que melhoraram a eficiência dos sistemas de ar-condicionado, e, paralelamente, o aumento na produtividade das vacas ampliou o impacto econômico das perdas causadas pela exposição ao estresse térmico, bem como os benefícios econômicos que podem resultar do resfriamento adequado.

À luz disso, acredito que há motivos para reexaminar a viabilidade da implementação de ar-condicionado para as vacas modernas. A aplicação do método de redução do "volume do galpão", descrito anteriormente neste artigo, pode possibilitar o uso de ar-condicionado no galpão apenas durante o verão, permitindo que as vacas aproveitem um galpão com teto alto no restante do ano. Dessa forma, evita-se a necessidade de construir instalações excessivamente caras.


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