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Espaçamento de cocho para animais em início de lactação

Uma questão comumente levantada pelos produtores e constantemente debatida por técnicos diz respeito ao espaçamento ideal de cocho para cada animal em produção.

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Ao visitarmos propriedades, uma questão comumente levantada pelos produtores e constantemente debatida por técnicos diz respeito ao espaçamento ideal de cocho para cada animal em produção. Hoje, praticamente, há um consenso em relação ao valor de 0,60 m a 0,70 m de cocho por animal. Mas será que determinados animais, com determinada produção de leite e fase da lactação não se beneficiam de espaçamento maior?

Com o intuito de melhor esclarecer esta questão e verificar se estes conceitos são válidos, trazemos informações de uma fazenda norte-americana, a Hill Top Dairy, em Dakota, com 1400 animais ordenhados três vezes ao dia, alojados em dois free-stalls, projetados de acordo com os padrões adequados para garantia de conforto dos animais. Cada lote tem à disposição 74,4 metros de cocho livre. O consumo de MS da dieta total (TMR) é avaliado em todos os lotes diariamente e a dieta é revolvida (para estimular consumo) 10 vezes ao dia.
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O lote 1 é formado apenas por animais em início de lactação (recém-paridas) recebendo dieta para alta produção, acrescida de feno de alta digestibilidade. O consumo de MS no lote de animais em pré-parto oscila entre 13 e 14 kg de MS/vaca/dia e nos animais em lactação, entre 21 e 23,5 kg de MS/vaca/dia. A produção de leite média oscila entre 34,5 a 37,1 litros de leite/vaca/dia, com cerca de 45% do rebanho em produção foi constituído por animais de primeira cria.

Os proprietários da fazenda informam que havia grande oscilação no consumo, provavelmente associada ao espaçamento oferecido de cocho para o lote em início de lactação. O comprimento efetivo do cocho, de 74,4m, seria adequado para 122 vacas com 0,61 m de cocho para cada vaca.

Porém, em um dado momento, quando o lote 1 atingiu 122 animais recém-paridos, foram removidas 25 vacas para o lote 2. Tal mudança gerou um aumento imediato no consumo de MS, entre 0,900 e 1,350 kg de MS/vaca/dia.

Posteriormente, foram removidas mais 25 vacas, restando apenas 72 vacas com mais de 1m de cocho disponível/cabeça para alimentação. Novamente foi verificado um novo aumento imediato no consumo de MS, também entre 0,900 e 1,350 kg de MS/vaca/dia. Este teste foi realizado por mais quatro ocasiões, apresentando a mesma tendência de aumento médio de ingestão de MS de 1 kg/cabeça/dia.

Para os es da propriedade, os resultados obtidos foram surpreendentes, uma vez que aparentemente não estaria havendo limitação do espaço de cocho: sempre havia locais vazios e em nenhum momento houve falta de comida no cocho, mesmo no lote com 122 vacas. Porém, as vacas “disseram” o contrário.

Segundo os mesmos, seria interessante a observação de pesquisas semelhantes com animais em início de lactação em outras propriedades. A incidência de deslocamento de abomaso também foi bem superior quando se tinha 122 vacas em comparação a 72 vacas no lote pós-parto.

Comentário MilkPoint: trata-se de um teste de campo, mas com dados interessantes. Normalmente, as vacas pós-parto representam uma pequena parcela do rebanho, de forma que mantê-las com maior espaço de cocho é algo factível, ainda que não tenhamos dados de pesquisa suficentes para embasar tal decisão.

Fonte: Hoard’s Dairyman, setembro 2001

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João Paulo V. Alves dos Santos

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Com o intuito de melhor esclarecer esta questão e verificar se estes conceitos são válidos, trazemos informações de uma fazenda norte-americana, a Hill Top Dairy, em Dakota, com 1400 animais ordenhados três vezes ao dia, alojados em dois free-stalls, projetados de acordo com os padrões adequados para garantia de conforto dos animais. Cada lote tem à disposição 74,4 metros de cocho livre. O consumo de MS da dieta total (TMR) é avaliado em todos os lotes diariamente e a dieta é revolvida (para estimular consumo) 10 vezes ao dia.
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O lote 1 é formado apenas por animais em início de lactação (recém-paridas) recebendo dieta para alta produção, acrescida de feno de alta digestibilidade. O consumo de MS no lote de animais em pré-parto oscila entre 13 e 14 kg de MS/vaca/dia e nos animais em lactação, entre 21 e 23,5 kg de MS/vaca/dia. A produção de leite média oscila entre 34,5 a 37,1 litros de leite/vaca/dia, com cerca de 45% do rebanho em produção foi constituído por animais de primeira cria.

Os proprietários da fazenda informam que havia grande oscilação no consumo, provavelmente associada ao espaçamento oferecido de cocho para o lote em início de lactação. O comprimento efetivo do cocho, de 74,4m, seria adequado para 122 vacas com 0,61 m de cocho para cada vaca.

Porém, em um dado momento, quando o lote 1 atingiu 122 animais recém-paridos, foram removidas 25 vacas para o lote 2. Tal mudança gerou um aumento imediato no consumo de MS, entre 0,900 e 1,350 kg de MS/vaca/dia.

Posteriormente, foram removidas mais 25 vacas, restando apenas 72 vacas com mais de 1m de cocho disponível/cabeça para alimentação. Novamente foi verificado um novo aumento imediato no consumo de MS, também entre 0,900 e 1,350 kg de MS/vaca/dia. Este teste foi realizado por mais quatro ocasiões, apresentando a mesma tendência de aumento médio de ingestão de MS de 1 kg/cabeça/dia.

Para os es da propriedade, os resultados obtidos foram surpreendentes, uma vez que aparentemente não estaria havendo limitação do espaço de cocho: sempre havia locais vazios e em nenhum momento houve falta de comida no cocho, mesmo no lote com 122 vacas. Porém, as vacas “disseram” o contrário.

Segundo os mesmos, seria interessante a observação de pesquisas semelhantes com animais em início de lactação em outras propriedades. A incidência de deslocamento de abomaso também foi bem superior quando se tinha 122 vacas em comparação a 72 vacas no lote pós-parto.

Comentário MilkPoint: trata-se de um teste de campo, mas com dados interessantes. Normalmente, as vacas pós-parto representam uma pequena parcela do rebanho, de forma que mantê-las com maior espaço de cocho é algo factível, ainda que não tenhamos dados de pesquisa suficentes para embasar tal decisão.

Fonte: Hoard’s Dairyman, setembro 2001

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