Como prevenir a acidose ruminal subclínica nas vacas em transição?

Confira como prevenir a acidose ruminal subclínica nas vacas em transição, clique aqui!

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Um problema comum observado em países onde a qualidade da forragem é baixa é a necessidade do aumento de amido, vindo de cereais, na dieta. Esses são fontes de energia rapidamente disponíveis no rúmen. O excesso de amido predispõe as vacas à acidose ruminal subclínica, particularmente nos animais em transição.

Isso é um pouco problemático, particularmente para os animais no periparto (pré-parto e pós-parto), porque eles já possuem uma variabilidade alta de consumo de matéria seca e, por isso, já estão predispostos à acidose ruminal. Além disso, os animais de pico, que têm um consumo muito alto, também têm maior probabilidade de acidose ruminal.

Assim, é preciso que seja feito um manejo adequado da dieta dos animais em transição para amenizar esse problema.

Acidose ruminal subclínica

A acidose ruminal subclínica é caracterizada por um pH ruminal de 5,9 ou menos por mais de 6 horas:

Figura 1

Quando o animal tem esse período extenso de pH baixo, é possível observar uma diminuição da digestibilidade de fibras e um aumento da secreção de proteínas de fase aguda. Essa resposta do animal não é somente localizada no rúmen, é sistêmica, provavelmente devido à absorção de alguns fatores, como lipopolissacarídeos, ou mesmo bactérias, que entram na corrente sanguínea.

A baixa digestibilidade de fibras está relacionada à mudança nas características das bactérias. O gráfico abaixo mostra a alteração na concentração de bactérias:

Figura 2

Quanto mais baixo o pH ruminal (direita do gráfico), maior a concentração de bactérias digestoras de amido. Quanto mais alto o pH, mais alta a concentração de bactérias digestoras de fibras. Assim, fica claro que existe uma adaptação da flora ruminal ao pH do rúmen.
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O motivo pelo qual, muitas vezes, se faz a separação de partículas para observar se há fibras necessárias no rúmen ou não é para entender melhor o que aconteceria dentro dele.

Confira a imagem abaixo:

Figura 3

As consequências de acidose ruminal subclínica são:

Figura 4

O aumento do estresse oxidativo e o estado pré-inflamatório das vacas que têm acidose ruminal apresentam, também podem afetar o sistema imunológico e o balanço de nutrientes, causando:

- balanço energético negativo mais acentuado;
- mais ácidos graxos de cadeia curta danificam o epitélio ruminal e intestinal, levando à maior absorção de E.coli e lipopolissacarídeos.

Quando ocorre uma inflamação sistêmica, seja pelo fato do animal ser obeso ou estar perdendo muito peso ou, nesse caso, devido à acidose ruminal, pode haver um aumento de Fatores de Necrose Tumoral Alfa (TNF-α), afetando o metabolismo, a resistência à insulina, entre outros fatores.

Embora isso seja uma teoria, é muito provável que a acidose subclínica tenha um efeito muito significativo, particularmente em animais no periparto, devido a essa relação.

Recomendações

De um modo geral, existe uma relação muito grande entre fibra efetiva (FDNfe) e mastigação que, por sua vez, está relacionada com salivação e temponamento do rúmen.

Confira algumas recomendações de separação de partícula:

Figura 5

Com o valor da FDNfe aproximado, é possível prever se a dieta terá capacidade de produzir mastigação e salivação suficientes para prevenir a acidose ruminal.

Figura 6

De acordo com dados de estudos recentes, conforme aumenta o FDNfe também aumenta o pH ruminal (linha azul), de forma que se atinge um pH ideal com FDNfe de cerca de 18%. Porém, não dá para alimentar uma animal com FDNfe de 20% ou 25% apenas para aumentar o pH ruminal, pois isso compromete o consumo de matéria seca (linha vermelha pontilhada).

De acordo com essa revisão, para reduzir o risco de acidose ruminal em vacas de alta produção, o FDNfe, quando usado os três painéis superiores do separador de partícula deve ser de 31,2% e quando se utiliza os dois painéis superiores do separador de partícula deve ser de 18,5%.

Esse é um dado generalizado, sendo necessário levar em consideração mais fatores da dieta. Porém, o FDNfe é um fator que deve ser avaliado na dieta dos animais para reduzir o risco de acidose ruminal.

Confira no vídeo abaixo o professor, Ricardo Chebel, professor da Universidade da Flórida, explicando sobre essa questão:


Essa é uma das aulas do curso on-line Sanidade e monitoramento de vacas em transição, do EducaPoint. Neste curso, são apresentados os fatores de risco para doenças metabólicas e infecciosas, assim como estratégias de manejo, hormonais e nutricionais para minimizá-los.

Participe deste curso e tenha o aos resultados dos principais trabalhos de pesquisa realizados sobre o tema nos Estados Unidos. Para isso, assine o EducaPoint.

Com planos totalmente íveis, a plataforma oferece o que há de melhor e mais atual na pecuária brasileira, e os s têm o ilimitado a TODOS os cursos (já são mais de 115 temas).

Conheça os planos aqui! Ou experimente sem compromisso realizando um breve cadastro no site: EXPERIMENTE GRÁTIS!

Mais informações:
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Telefone: (19) 3432-2199
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Isso é um pouco problemático, particularmente para os animais no periparto (pré-parto e pós-parto), porque eles já possuem uma variabilidade alta de consumo de matéria seca e, por isso, já estão predispostos à acidose ruminal. Além disso, os animais de pico, que têm um consumo muito alto, também têm maior probabilidade de acidose ruminal.

Assim, é preciso que seja feito um manejo adequado da dieta dos animais em transição para amenizar esse problema.

Acidose ruminal subclínica

A acidose ruminal subclínica é caracterizada por um pH ruminal de 5,9 ou menos por mais de 6 horas:

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Quando o animal tem esse período extenso de pH baixo, é possível observar uma diminuição da digestibilidade de fibras e um aumento da secreção de proteínas de fase aguda. Essa resposta do animal não é somente localizada no rúmen, é sistêmica, provavelmente devido à absorção de alguns fatores, como lipopolissacarídeos, ou mesmo bactérias, que entram na corrente sanguínea.

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Quando ocorre uma inflamação sistêmica, seja pelo fato do animal ser obeso ou estar perdendo muito peso ou, nesse caso, devido à acidose ruminal, pode haver um aumento de Fatores de Necrose Tumoral Alfa (TNF-α), afetando o metabolismo, a resistência à insulina, entre outros fatores.

Embora isso seja uma teoria, é muito provável que a acidose subclínica tenha um efeito muito significativo, particularmente em animais no periparto, devido a essa relação.

Recomendações

De um modo geral, existe uma relação muito grande entre fibra efetiva (FDNfe) e mastigação que, por sua vez, está relacionada com salivação e temponamento do rúmen.

Confira algumas recomendações de separação de partícula:

Figura 5

Com o valor da FDNfe aproximado, é possível prever se a dieta terá capacidade de produzir mastigação e salivação suficientes para prevenir a acidose ruminal.

Figura 6

De acordo com dados de estudos recentes, conforme aumenta o FDNfe também aumenta o pH ruminal (linha azul), de forma que se atinge um pH ideal com FDNfe de cerca de 18%. Porém, não dá para alimentar uma animal com FDNfe de 20% ou 25% apenas para aumentar o pH ruminal, pois isso compromete o consumo de matéria seca (linha vermelha pontilhada).

De acordo com essa revisão, para reduzir o risco de acidose ruminal em vacas de alta produção, o FDNfe, quando usado os três painéis superiores do separador de partícula deve ser de 31,2% e quando se utiliza os dois painéis superiores do separador de partícula deve ser de 18,5%.

Esse é um dado generalizado, sendo necessário levar em consideração mais fatores da dieta. Porém, o FDNfe é um fator que deve ser avaliado na dieta dos animais para reduzir o risco de acidose ruminal.

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