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Quantos pontos de coleta no do silo devo retirar?

Imagine você em frente a um silo com oito metros de largura e quase três de altura. Missão? Coletar uma amostra para avaliar a qualidade da silagem de milho. Certamente virá a pergunta: Quantos pontos de coleta devo retirar? Calma, esse artigo vai te ajudar nessa tarefa.

Publicado em: - 3 minutos de leitura

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 Laerte Cassoli
ESALQLab - Dep. Zootecnia – ESALQ/USP

Willian Santos
Jéssica Mariane Silveira

QCF – Dep. Zootecnia – ESALQ/USP


Imagine você em frente a um silo com oito metros de largura e quase três de altura. Missão? Coletar uma amostra para avaliar a qualidade da silagem de milho. Certamente virá a pergunta: Por onde começar? Como devo coletar a amostra?

Calma, esse artigo vai te ajudar nessa tarefa.

Já existem inúmeros procedimentos de coletas disponíveis e com diferentes variações/sugestões. Um dos pontos críticos do processo é garantir que o do silo seja amostrado de forma representativa, e uma das maneiras de fazer isso, é coletando porções aleatórias do . Aqueles que já coletaram uma amostra, sabem que a parte mais trabalhosa do processo é exatamente a coleta dessas porções. Seria muito mais fácil chegar no e retirar num único ponto. Seria necessário coletar em cinco, oito, dez ou mais pontos? Boa pergunta né?

Para respondê-la com “fatos e dados” fomos amostrar um silo com 7,5 metros de largura e cerca de 2,7 metros de altura, numa fazenda aqui próximo da ESALQ. Dividimos esse em 40 quadrantes de 70 x 70 cm, como podemos ver na imagem abaixo.

Figura 1. Quadrantes de amostragem do do silo. 


 
Foi retirada uma porção (+/- 1 kg) do centro de cada um dos 40 quadrantes. As porções foram acondicionadas em sacos e encaminhadas imediatamente para o laboratório da ESALQLab. Foi feita a determinação do teor de matéria seca (1ª. MS) em estufa a 55ºC por 48 h, seguida de moagem e análise via infravermelho (NIRS) em duplicata.

O objetivo foi verificar qual a variação observada para três principais parâmetros: MS (materia seca total), FDN (fibra em detergente neutro) e amido.
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Os resultados obtidos nas 40 porções, foram apresentados num “gráfico de superfície”, uma forma bem interessante de tornar mais visual a informação. Nas três figuras abaixo, podemos observar a variação da MS, FDN e amido no .

Figura 2. Variação do teor de Matéria Seca (MS) no (Média=32,7%). 


 
Figura 3.
Variação do teor de FDN no (Média=50,3%). 


 
Figura 4. Variação do teor de amido no (Média=22,8%). 



Retomando a pergunta inicial de quantas porções nós deveríamos coletar desse , numa análise visual a resposta seria “várias”, uma vez que existe uma variação significativa. Por exemplo, o amido variou de 15 a 25%.

Mas qual seria o número ideal? Para isso, vamos contar com a ajuda da “estatística”.

A resposta pode ser dada em função do erro que você assume como aceitável. Por exemplo, se você coletar 40 amostras, o teor de MS será de 32,7%. Essa seria a média “real” desse . A partir do momento que diminuímos o número de coletas, o erro vai aumentando. Veja abaixo o gráfico que correlaciona o erro em relação a média real, para o teor de MS, FDN e amido.

Gráfico 1. Erro esperado em relação a média real de acordo com o número de pontos de amostragem no para teor de MS, FDN e amido.


 

Como podemos observar, ao aumentarmos o número de pontos de amostragem, inicialmente o erro cai drasticamente, mas a partir de oito a dez pontos, os ganhos são reduzidos. Se considerarmos dez amostras por exemplo, o erro seria de +/- 2 unidades percentuais para MS. Para termos um erro de +/- 1 unidade, deveríamos amostrar cerca de 28 quadrantes.

Se avaliarmos o comportamento do FDN e do amido, o gráfico indica também um ganho “ótimo” ao redor de 10 amostras, com erros de +/- 2 e 1,5 unidades, respectivamente.

A definição do número de porções coletadas, a então pela definição de qual será o erro aceitável. Quanto maior o número de coletas, menor será o erro. Tenha claro qual o nível de confiança pretende obter nos resultados e defina a intensidade de coleta.

Seguiremos adiante com novos estudos em amostragem, sempre com o objetivo de gerar informações precisas para tomada de decisão.
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eduardo nabuco
EDUARDO NABUCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS

EM 07/01/2018

Ótimo estudo, mas inaplicável na prática. Quando abrimos o silo nos deparamos com uma "parede" de silagem, ando a retirar determinada quantidade para o consumo diário dos animais. Ocorre que, como não adianta pegar a amostra dessa parte visível, e é impossível destampar o silo inteiro, ou seja, tirar toda a lona para colher as amostras necessárias para uma análise correta, ou mesmo fazer vários furos na loja para o mesmo fim, pois correriamos o disco de entrada de ar, não temos como saber a qualidade de nossa silagem, já que qualquer outro tipo de coleta forneceria resultado duvidoso. Abraços.
Henrique Costa Filho
HENRIQUE COSTA FILHO

CAMPINAS - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 07/01/2018

Excelente! Parabéns pelo artigo e clareza nas informações.
Eduardo Livramento
EDUARDO LIVRAMENTO

EM 05/01/2018

Excelente reportagem. Informações e pesquisas com dados seguros tornam o erros menos frequentes e a confiabilidade na informação maior.
Clóvis Ribeiro Guimarães
CLÓVIS RIBEIRO GUIMARÃES

PAPAGAIOS - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 05/01/2018

Excelente texto. Experimento muito prático e bem feito, gerando um material de ótima aplicabilidade no campo!
Silvio de Paula Mello
SILVIO DE PAULA MELLO

ITUVERAVA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 05/01/2018

Material muito bom para ser utilizado no campo. Parabéns à equipe que elaborou o artigo.
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