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Cientistas criam pílula para regular o sono a partir do leite

Cientistas argentinos criaram pílula para regular o sono e dormir melhor a partir do leite bovino

Publicado em: - 4 minutos de leitura

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Três jovens cientistas da Argentina começaram a pesquisar e desenvolver um novo subproduto do leite bovino que, segundo eles, melhora as condições para que os seres humanos durmam melhor.

Esses três jovens fundaram uma empresa chamada Kresko RNAtech, que agora também conta com uma equipe crescente de cientistas.

O que eles investigaram foi que existem moléculas encontradas em vegetais e alimentos frescos que são muito benéficas para os seres humanos. Essas moléculas fazem parte de uma nova categoria de nutrientes, que são os RNAs dietéticos, extraídos e estabilizados para gerar esse novo produto, que está em fase de laboratório, mas logo estará no mercado.

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Uma das fundadoras desse projeto é a biotecnóloga Carla Borini, que explicou essa inovação: "Esse, nosso primeiro desenvolvimento, é baseado em RNAs dietéticos do leite bovino. Todo o nosso estudo científico por mais de 20 anos foi feito no leite materno humano, então fomos procurar essas moléculas no leite bovino e descobrimos que elas também estão presentes no leite bovino, e são as mesmas que estão no leite materno. O interessante é que elas estão presentes apenas no leite fresco e se perdem no leite do supermercado".

Borini explica que essa pesquisa detectou que essas moléculas são encontradas no leite fresco, recém-ordenhado, e que essa seria a chave para o bem-estar. A hipótese que os cientistas seguiram baseou-se na descoberta dessas moléculas no leite materno humano e disseram que, se elas estavam lá, deveria haver um motivo. Então, eles foram até sua contraparte bovina e a encontraram, a extraíram e a estabilizaram.

Depois de caracterizarem essa molécula, descobriram que ela tinha funções diferentes: "Elas têm a capacidade de regenerar tecidos, tanto no nível da pele quanto da barreira intestinal. Funciona mais no nível do estresse. Elas têm a capacidade de aumentar a sobrevivência das células que estão estressadas, além de reduzir os níveis de cortisol e aumentar os níveis de serotonina", disse Borini, listando as funções benéficas que essas moléculas geram, até o momento, em nível laboratorial.

"Quando surgiu a ideia de criar o Kresko, pensamos que isso poderia se tornar um produto, que poderia chegar às pessoas, mas para que se tornasse um produto, não poderíamos extraí-lo do leite materno. Tínhamos duas opções: usá-los sinteticamente ou extraí-los da fonte. Quando fomos procurar o leite bovino, a primeira coisa que fizemos foi verificar se as moléculas eram as mesmas. Eram as mesmas, nós as analisamos, pelo que chamamos de sequenciamento de pequenos RNAs, e confirmamos que eram as mesmas moléculas, então o que fizemos foi começar a extraí-las do leite", disse Borini.

"É um produto de bem-estar para a saúde humana. É um nutracêutico", referindo-se a produtos baseados na própria natureza que servem como alternativa a um medicamento, sem serem farmacêuticos. "Nosso objetivo é ser um suplemento nutracêutico, porque os aspectos regulatórios são muito mais simples. Eles são uma atualização do que é um alimento", disse Borini.

Esses empreendedores estão testando o produto em ensaios clínicos para distúrbios do sono, e esse será o principal produto a ser lançado, em forma de pílula. "Agora estamos fazendo isso por conta própria em escala de laboratório. A ideia é entrar no mercado com um parceiro estratégico, alguém que já esteja no setor de suplementos. Nós fornecemos o know-how até termos o pó e tudo o que vai para a pílula. E a empresa nutracêutica entra a partir daí: a embalagem, a cadeia de vendas e assim por diante", explicou Borini.

A particularidade desse produto é que não é necessário tanto leite para sua elaboração, já que o que eles fazem é concentrar essas moléculas, e elas servem para um grande lote de pílulas. É claro que essa concentração de moléculas equivale a beber muitos litros de leite fresco por dia, o que é impossível. É por isso que eles estão se preparando para lançar um produto que concentra o que há de bom em uma pequena pílula.

"Queríamos comparar o leite fresco com o leite do supermercado, e o que vimos foi muito claro que no leite do supermercado essas moléculas não estavam presentes. Não sabemos onde, mas em algum ponto do processo industrial elas são perdidas. Pegamos o leite da fazenda, analisamos em tempo zero e as moléculas estavam lá. Analisamos em uma hora e tínhamos menos moléculas. Quanto mais se o deixássemos por quatro ou cinco horas, quase não restariam moléculas. Então, o que dissemos foi que tínhamos que desenvolver um método para estabilizá-las naquele momento zero para gerar o produto. E foi isso que fizemos. Desenvolvemos um método para estabilizar as moléculas naquele momento zero", acrescenta o jovem cientista.

Além desse produto, que está prestes a ser comercializado em tabletes, eles já entraram em contato com indústrias de laticínios interessadas em conhecer sua pesquisa, com a ideia de descobrir mais sobre o momento de perda dessa molécula e, assim, poder evitá-la no processo industrial e, dessa forma, oferecer leite em sachês, mas com os RNAs dietéticos dentro, como aconteceu com os probióticos há alguns anos.

As informações são da Bichos de Campo.
 

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Material escrito por:

Juliana Santin

Juliana Santin

Médica veterinária formada pela FMVZ/USP. Contribuo com a geração de conteúdo nos portais da AgriPoint nas áreas de mercado internacional, além de ser responsável pelo Blog Novidades e Lançamentos em Lácteos do MilkPoint Indústria.

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