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Mulheres: o sexo forte no consumo de lácteos

As mulheres consomem mais produtos lácteos do que os homens. Por ano, elas ingerem cerca de 1,4 kg a mais de derivados do leite do que o sexo oposto.

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Publicado em: - 2 minutos de leitura

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No mês das mulheres, nada melhor do que falar de consumo, pois se tem uma coisa que as mulheres gostam muito de fazer é comprar. E no setor lácteo não é diferente. Os dados mostram que as mulheres consomem mais produtos lácteos do que os homens. Por ano, as brasileiras ingerem cerca de 1,4 kg a mais de derivados do leite do que o sexo oposto.

No entanto, a preferência feminina varia de acordo com o produto. A Figura 1 mostra o perfil de consumo de lácteos das mulheres.

Figura 1. Perfil de consumo de lácteos das mulheres brasileiras.

 

Figura 1
Fonte: resultados da pesquisa.

 

O produto lácteo mais consumido pelas brasileiras é o leite fluido. Elas consomem, em média, quase 7 litros de leite por ano, o que é 5% acima do consumo masculino.

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O segundo derivado do leite mais consumido pelo sexo feminino são as bebidas lácteas, que englobam os leites saborizados ou aromatizados e achocolatados. São mais de 5 litros de bebidas lácteas consumidos, em média, por cada brasileira por ano.

Em seguida, tem-se o iogurte. As mulheres ingerem 3,7 Kg de iogurte por ano, o que corresponde a 56% a mais do que os homens. Com isso, é possível notar que o consumo feminino no Brasil é mais focado em produtos lácteos que têm maior apelo de saudabilidade. Juntos, leite, bebidas lácteas e iogurte, respondem por 82,2% do consumo de lácteos do público feminino no Brasil, ou 16,2 Kg/ano.

Some-se a isso o fato de as mulheres serem maioria na população brasileira. Assim, torna-se importante conhecer o perfil e características desse público.

Estudos apontam que mulheres são mais detalhistas, gastam mais tempo nas compras e têm memória melhor. Com essas características, o público feminino é mais propenso a estabelecer vínculos com as marcas.

A história mostra que tudo isso está relacionado com hábitos ancestrais. Até 8.000 a.C., os homens caçavam animais selvagens e as mulheres eram responsáveis por colher os alimentos disponíveis na natureza.

Como os animais selvagens não apareciam com frequência, mesmo naquela época, as mulheres já eram responsáveis por prover 80% da comida do grupo. Atualmente, no Brasil, segundo a Nielsen, as mulheres são responsáveis pela decisão de compra em 96% dos lares do país. Nos setores de vestuário feminino, produtos de beleza, produtos para a casa (incluindo alimentação) e serviços de educação para os filhos, o sexo feminino responde por 83% das decisões de compra.

Não é à toa, que o setor automobilístico, assim como o cervejeiro e outros, já vem há tempos investindo em produtos específicos para as mulheres. Assim, como diz Bridget Brennan, autora do livro “Why she buys”, considerado um Bestseller internacional, “teríamos um cenário apocalíptico para as empresas e as economias se, de repente, as mulheres resolvessem adotar o jeito masculino de fazer compras”.

Portanto, a dica para o setor lácteo neste momento seria observar melhor essas consumidoras e buscar atender as suas necessidades, seja na forma de embalagens, na praticidade, na saudabilidade ou em qualquer característica que valorize os derivados do leite aos olhos femininos. Pois, as mulheres são o sexo forte no consumo de lácteos.

 

Autores:

Kennya Siqueira, Pesquisadora na Embrapa Gado de Leite

João Pedro Junqueira Schettino, Estudante de estatística da UFJF

Marcel de Toledo Vieira, Professor do Departamento de Estatística da UFJF

 

 
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Material escrito por:

Kennya Siqueira

Kennya Siqueira

Pesquisadora da Embrapa Gado de Leite

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João Pedro Junqueira Schettino

João Pedro Junqueira Schettino

Graduando em estatística pela UFJF.

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Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração.

Paulo Martins
PAULO MARTINS

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 31/03/2022

Excelente artigo! Ao revelar que as mulheres consomem mais leite, o artigo traz insights importantes para a construção de campanhas publicitárias, que nunca foram focalizas no gênero. Ademais, são as mulheres que decidem, em grande proporção, o que será consumido em casa e até mesmo o que os filhos gostarão. Quer um exemplo? ei toda a minha infância, adolescência e vida de solteiro não gostando de jiló, porque minha mãe nunca me serviu e falava mal. Foi só eu casar com uma apreciadora, que hoje como jiló com satisfação. As empresas e instituições poderão explorar em muito a contribuição que a equipe liderada pela pesquisadora Kennya tem trazido, de modo original, para que possamos entender quem é o consumidor e a consumidora de leite, que atributos busca e como corresponder a suas expectativas. Parabéns aos autores!!
Qual a sua dúvida hoje?

Mulheres: o sexo forte no consumo de lácteos

As mulheres consomem mais produtos lácteos do que os homens. Por ano, elas ingerem cerca de 1,4 kg a mais de derivados do leite do que o sexo oposto.

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No mês das mulheres, nada melhor do que falar de consumo, pois se tem uma coisa que as mulheres gostam muito de fazer é comprar. E no setor lácteo não é diferente. Os dados mostram que as mulheres consomem mais produtos lácteos do que os homens. Por ano, as brasileiras ingerem cerca de 1,4 kg a mais de derivados do leite do que o sexo oposto.

No entanto, a preferência feminina varia de acordo com o produto. A Figura 1 mostra o perfil de consumo de lácteos das mulheres.

Figura 1. Perfil de consumo de lácteos das mulheres brasileiras.

 

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Fonte: resultados da pesquisa.

 

O produto lácteo mais consumido pelas brasileiras é o leite fluido. Elas consomem, em média, quase 7 litros de leite por ano, o que é 5% acima do consumo masculino.

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O segundo derivado do leite mais consumido pelo sexo feminino são as bebidas lácteas, que englobam os leites saborizados ou aromatizados e achocolatados. São mais de 5 litros de bebidas lácteas consumidos, em média, por cada brasileira por ano.

Em seguida, tem-se o iogurte. As mulheres ingerem 3,7 Kg de iogurte por ano, o que corresponde a 56% a mais do que os homens. Com isso, é possível notar que o consumo feminino no Brasil é mais focado em produtos lácteos que têm maior apelo de saudabilidade. Juntos, leite, bebidas lácteas e iogurte, respondem por 82,2% do consumo de lácteos do público feminino no Brasil, ou 16,2 Kg/ano.

Some-se a isso o fato de as mulheres serem maioria na população brasileira. Assim, torna-se importante conhecer o perfil e características desse público.

Estudos apontam que mulheres são mais detalhistas, gastam mais tempo nas compras e têm memória melhor. Com essas características, o público feminino é mais propenso a estabelecer vínculos com as marcas.

A história mostra que tudo isso está relacionado com hábitos ancestrais. Até 8.000 a.C., os homens caçavam animais selvagens e as mulheres eram responsáveis por colher os alimentos disponíveis na natureza.

Como os animais selvagens não apareciam com frequência, mesmo naquela época, as mulheres já eram responsáveis por prover 80% da comida do grupo. Atualmente, no Brasil, segundo a Nielsen, as mulheres são responsáveis pela decisão de compra em 96% dos lares do país. Nos setores de vestuário feminino, produtos de beleza, produtos para a casa (incluindo alimentação) e serviços de educação para os filhos, o sexo feminino responde por 83% das decisões de compra.

Não é à toa, que o setor automobilístico, assim como o cervejeiro e outros, já vem há tempos investindo em produtos específicos para as mulheres. Assim, como diz Bridget Brennan, autora do livro “Why she buys”, considerado um Bestseller internacional, “teríamos um cenário apocalíptico para as empresas e as economias se, de repente, as mulheres resolvessem adotar o jeito masculino de fazer compras”.

Portanto, a dica para o setor lácteo neste momento seria observar melhor essas consumidoras e buscar atender as suas necessidades, seja na forma de embalagens, na praticidade, na saudabilidade ou em qualquer característica que valorize os derivados do leite aos olhos femininos. Pois, as mulheres são o sexo forte no consumo de lácteos.

 

Autores:

Kennya Siqueira, Pesquisadora na Embrapa Gado de Leite

João Pedro Junqueira Schettino, Estudante de estatística da UFJF

Marcel de Toledo Vieira, Professor do Departamento de Estatística da UFJF

 

 
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Kennya Siqueira

Kennya Siqueira

Pesquisadora da Embrapa Gado de Leite

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Graduando em estatística pela UFJF.

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Paulo Martins
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JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 31/03/2022

Excelente artigo! Ao revelar que as mulheres consomem mais leite, o artigo traz insights importantes para a construção de campanhas publicitárias, que nunca foram focalizas no gênero. Ademais, são as mulheres que decidem, em grande proporção, o que será consumido em casa e até mesmo o que os filhos gostarão. Quer um exemplo? ei toda a minha infância, adolescência e vida de solteiro não gostando de jiló, porque minha mãe nunca me serviu e falava mal. Foi só eu casar com uma apreciadora, que hoje como jiló com satisfação. As empresas e instituições poderão explorar em muito a contribuição que a equipe liderada pela pesquisadora Kennya tem trazido, de modo original, para que possamos entender quem é o consumidor e a consumidora de leite, que atributos busca e como corresponder a suas expectativas. Parabéns aos autores!!
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