As indústrias de laticínios devem se atentar às tendências e comportamentos de consumo. Em 2021, estas inovações vão desde à incorporação de novos ingredientes até a comunicação com os consumidores.
2021 começou e com ele a expectativa de dias melhores. Começa também a necessidade de encarar o novo e buscar as novas tendências para os 365 dias que virão. No ramo de alimentos e bebidas, o ano de 2021 deve fortalecer algumas tendências que se destacaram durante a pandemia, que são:
- A popularidade dos produtos e bebidas à base de plantas
- Busca por fortalecimento do sistema imune
- Perda de peso
- Sustentabilidade
Produtos e bebidas à base de plantas
Embora o setor lácteo mundial tenha observado o crescimento do consumo em 2020, a popularidade dos produtos ou bebidas vegetais, ou seja, à base de plantas, está aumentando. No início da pandemia, esses produtos alternativos dos lácteos ficaram encalhados nas prateleiras dos supermercados. Mas, agora a demanda por eles aumentou, de forma que a Global Market Insights estima que esse segmento deve chegar a US$ 21 bilhões em 2026.
No mercado brasileiro, os produtos à base de plantas já são encontrados em grande número e variedade. E não se restringem só a bebidas. Atualmente, já se encontram também no Brasil: iogurtes, queijos e manteiga.
E a base desses produtos, não se limita apenas à soja, como era na década ada. Existem também produtos à base de arroz, amêndoa, coco, castanha de caju e aveia. No mercado internacional, é possível encontrar ainda produtos que são um mix de vegetais e leite de vaca, o que mostra que o setor está se reinventando.
Sistema imune
Mas as principais inovações no setor lácteo em 2021 devem ser no sentido de oferecer produtos voltados para o fortalecimento do sistema imune. Com a pandemia, a busca por este tipo de produto aumentou e isso deve continuar em 2021.
De acordo com Innova Consumer Survey, 6 de cada 10 consumidores no mundo estão buscando alimentos e bebidas para aumentar a sua imunidade. Assim, pelo menos no início do ano, as inovações e oportunidades para os lácteos devem focar na adição de ingredientes para aumentar a imunidade, como por exemplo, vitaminas C, B6 e ômega 3.
Isso reforça a oportunidade para alimentos de alta densidade nutricional, como os lácteos. Os iogurtes, em especial, devem se beneficiar dessa tendência, visto que já são reconhecidos como alimentos que aumentam a imunidade. A empresa de pesquisa de mercado Technavio estima uma taxa composta de crescimento anual de mais de 5% para o mercado de iogurte.
Ainda na tendência de fortalecimento da imunidade, as cores e sabores se tornam atrativos para os consumidores, pois, por exemplo, cores vibrantes e sabores cítricos remetem à vitamina C, enquanto o roxo está associado aos superalimentos (batata doce, mirtilos, couve-roxa, etc).
A preocupação com a saúde intestinal e cerebral deve permanecer em alta, numa abordagem mais holística da saúde. A busca por alimentos que beneficiem a saúde intestinal já vem há algum tempo, com produtos direcionados para atuação na microbiota intestinal, mas que resultam em melhorias de problemas metabólicos, controle de peso, melhoria da imunidade e bem-estar emocional. Neste contexto, os lácteos têm uma vantagem, já que são ótimos veículos para prebióticos, probióticos e simbióticos, atuando assim, na saúde intestinal.
Além do intestino, a saúde cerebral começa a ganhar destaque desde o ano ado. Mesmo antes da pandemia, os alimentos nootrópicos estavam no radar da indústria de alimentos. Alimentos nootrópicos são aqueles que têm efeito sobre o desempenho cognitivo, seja através da memória, concentração, motivação e atenção.
Como os idosos se tornaram a atenção da sociedade durante a pandemia, este tipo de alimento que fortalece e previne um dos problemas relacionados à velhice, ajudando a envelhecer bem, deve se sobressair, embora em proporção muito menor do que os alimentos destinados ao fortalecimento do sistema imune.
Perda de peso
Outra questão que está no centro das atenções dos consumidores atualmente é o ganho de peso extra durante a quarentena. Os americanos criaram até um termo para se referir a esse ganho de peso: "Quarantine 15."
Assim, para perder esses Quarantine 15, os consumidores devem buscar os exercícios físicos associados a alimentos que auxiliem na perda de peso, ou que forneçam mais benefícios em menos calorias. Nesse sentido, os lácteos, em especial, os lácteos funcionais, se sobressaem oferecendo proteínas, além de muitos outros nutrientes essenciais.
Sustentabilidade
Por fim, a pandemia fortaleceu uma tendência que já existe há um certo tempo: a sustentabilidade. Estudos mostram que cerca de dois terços dos consumidores desejam ter um impacto positivo no meio ambiente por meio de suas ações diárias. E isso inclui as compras de alimentos e bebidas.
Assim, as indústrias de laticínios devem demonstrar seu compromisso com a sustentabilidade em todo o ciclo do produto, pois os consumidores querem conhecer os bastidores da produção. Nesse setor tão rotulado pela emissão de gases de efeito estufa e maus tratos aos animais, a chave para o sucesso pode estar na forma de comunicar os esforços de sustentabilidade para o consumidor final.
Em suma, existe muito espaço para inovação no setor de laticínios em 2021. Essa inovação pode se dar por novos produtos, incorporação de ingredientes, comunicação com o consumidor, investimentos em novas cores, sabores, benefícios e formatos. Mas, no fim, o que consumidor de 2021 está buscando são produtos de maior valor agregado.
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*Fonte da foto do artigo: Freepik