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Leite: a cadeia do agro que mais se transforma hoje

Entenda mais sobre as transformações que estão ocorrendo na cadeia do leite nos últimos anos e seus impactos. Clique aqui e confira!

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Imagine alguém que não esteja envolvido com a cadeia de produção de leite no Brasil e resolva buscar informações sobre ela na mídia. Provavelmente encontrará mais referências negativas do que positivas:

  • Falta de competitividade,
  • Baixa produtividade,
  • Problemas de coordenação,
  • Déficit de produção, importações,
  • Conflitos entre os elos,
  • Saída de produtores da atividade e agenda protecionista.

Ainda que parte disso de fato ocorra, e que algumas dessas questões são muito relevantes, como a saída de produtores, deve-se tomar cuidado ao se analisar por “médias” ou por um quadro único um setor tão heterogêneo. Também, em um ambiente de grandes transformações, a ausência de dados atualizados certamente induzirá os mais incautos a concluir de forma equivocada.

Vamos a um exemplo: o último Censo Agropecuário do IBGE, de 2017, apontava a existência de 1,17 milhão de produtores de leite, com média de 53 litros/dia. Supondo uma população de 207,7 milhões de pessoas na época, uma a cada 178 pessoas no país produzia leite! Porém, a quantidade que efetivamente vendia leite era menor: cerca 634.000 produtores. Ainda assim um número muito elevado, significando escala de produção reduzida e, consequentemente, problemas de sucessão e mesmo de continuidade da atividade.

De lá para cá, as transformações foram muito significativas, ainda que não representadas em dados oficiais. Um trabalho realizado por nossa empresa, a MilkPoint Ventures, com mais de 1/3 do leite inspecionado, mostrou um processo de forte concentração em curso na produção de leite. Em 2024, apenas 1% dos produtores produziam mais de 5.000 litros/dia, mas já representavam mais de 26% do leite inspecionado. Se incluirmos os produtores acima de 2.000 litros/dia, são 3,3% do total, com 42,5% do leite.

Um produtor de leite que produz com escala e eficiência tem uma receita bruta que a de 10x a obtida por área com a soja, por exemplo. Há produtores com margens de 25-30% e retorno sobre o capital investido acima de 20-25% ao ano. Claro, não é a maioria, mas é um sinal do que virá pela frente. Nosso levantamento Top 100, que estuda os 100 maiores produtores de leite e que foi publicado hoje (27/3), apontou crescimento recorde em 2024: mais de 13% no ano. A produção total pode não mudar muito, olhando os últimos anos,  mas o leite de hoje não é o mesmo leite que se produzia há 10 anos.

Outro dado interessante é o crescimento do leite confinado. Quando fizemos o primeiro levantamento sobre sistemas de produção, 16% do leite era confinado. Esse número atingiu significativos 42% no ano ado (em uma amostragem de 35% do leite inspecionado).

Essa mudança carrega implicações importantes. O investimento fixo (Capex) para a produção confinada a de R$ 50.000/vaca alojada. Nessas condições, é absolutamente essencial ter alta produtividade animal, o que por si traz a necessidade de um pacote tecnológico de ponta, envolvendo genética, nutrição, produção de alimentos, conforto, sanidade, qualidade do leite e gestão. É muito mais dinheiro embutido em um litro de leite do que em um sistema extensivo, de baixa produtividade.

Não há dúvida que a cadeia do leite é a que a, no momento, pela maior transformação estrutural do agro brasileiro.

É algo que falo há mais de 10 anos que estava por ocorrer. Mas não é só isso: o leite brasileiro é provavelmente a cadeia que a pela maior transformação no leite mundial. E, dado seu porte – o valor bruto da produção inspecionada em 2024 foi da ordem de R$ 67 bilhões (estimativa MilkPoint Ventures) – não deveria ar despercebida.

Mas a! Todas as vezes que conversei com a “Faria Lima”, isto é, pessoas ligadas ao capital de investimento, percebi que havia um desconhecimento profundo sobre estas mudanças, mesmo entre aquelas que conheciam bem o agro. Se o capital não olha com atenção para o setor, evidentemente o ritmo de crescimento e inovação serão mais lentos.

Olhando nosso papel na cadeia do leite e o que poderíamos fazer diante dessas transformações, idealizamos aquela que é a nossa iniciativa mais ousada em muitos anos: o Milk Pro Summit, um evento projetado para ser “o melhor evento do mundo” que trata da produção de leite em escala. Reuniremos nos dias 15 e 16 de maio alguns dos grandes nomes do Brasil e de fora, em um programa feito para quem já não tem grandes questões técnicas ou mesmo gerenciais a resolver, mas que quer saber sobre novas tecnologias, inteligência artificial, tendências de mercado, sustentabilidade e carbono, casos de sucesso, liderança e modelos de negócio envolvendo a atividade.

Colocamos toda a nossa expertise e toda a nossa rede de relacionamento, criada ao longo dos últimos 25 anos, para construir algo que possa efetivamente criar um diferencial para quem participar. Um evento que não é voltado para os Top 100, mas para os Top 1000: produtores próximos ou acima de 5000 litros/dia.

De certa forma, a proposta do evento é darmos uma espiada no futuro e voltar para cá para construí-lo a partir dessa experiência. Mas é preciso reconhecer que, pela sua heterogeneidade, que apresenta problemas diferentes dependendo da escala, região, sistema e estrutura de gestão, um evento como o Summit não trata do problema da maior parte dos produtores de leite. Por isso, o Interleite Brasil, nosso evento mais tradicional e que será realizado em Goiânia nos dias 20 e 21 de agosto, terá como tema “Como fazer mais produtores participarem do futuro do leite no Brasil?”. Uma programação inédita, toda voltada para soluções visando esse público amplo e que tem muitos desafios de continuidade.

Dessa forma, conseguimos segmentar o conteúdo de acordo com os diferentes perfis de produtores.

A verdade é uma só: seja produtor de pequeno porte, familiar, ou grande porte empresarial, todos precisarão acompanhar as mudanças para continuarem no jogo.

Há, sem dúvida, desafios, mas uma cadeia em transformação sempre oferece muitas oportunidades para quem está antenado e sempre evoluindo. Seja em Atibaia/SP, nos dias 15 e 16 de maio, ou em Goiânia/GO nos dias 20 e 21 de agosto, estaremos juntos, ajudando a guiar o leite a um futuro de sucesso.

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Material escrito por:

Marcelo Pereira de Carvalho

Marcelo Pereira de Carvalho

Fundador e CEO da MilkPoint Ventures.

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Ainda que parte disso de fato ocorra, e que algumas dessas questões são muito relevantes, como a saída de produtores, deve-se tomar cuidado ao se analisar por “médias” ou por um quadro único um setor tão heterogêneo. Também, em um ambiente de grandes transformações, a ausência de dados atualizados certamente induzirá os mais incautos a concluir de forma equivocada.

Vamos a um exemplo: o último Censo Agropecuário do IBGE, de 2017, apontava a existência de 1,17 milhão de produtores de leite, com média de 53 litros/dia. Supondo uma população de 207,7 milhões de pessoas na época, uma a cada 178 pessoas no país produzia leite! Porém, a quantidade que efetivamente vendia leite era menor: cerca 634.000 produtores. Ainda assim um número muito elevado, significando escala de produção reduzida e, consequentemente, problemas de sucessão e mesmo de continuidade da atividade.

De lá para cá, as transformações foram muito significativas, ainda que não representadas em dados oficiais. Um trabalho realizado por nossa empresa, a MilkPoint Ventures, com mais de 1/3 do leite inspecionado, mostrou um processo de forte concentração em curso na produção de leite. Em 2024, apenas 1% dos produtores produziam mais de 5.000 litros/dia, mas já representavam mais de 26% do leite inspecionado. Se incluirmos os produtores acima de 2.000 litros/dia, são 3,3% do total, com 42,5% do leite.

Um produtor de leite que produz com escala e eficiência tem uma receita bruta que a de 10x a obtida por área com a soja, por exemplo. Há produtores com margens de 25-30% e retorno sobre o capital investido acima de 20-25% ao ano. Claro, não é a maioria, mas é um sinal do que virá pela frente. Nosso levantamento Top 100, que estuda os 100 maiores produtores de leite e que foi publicado hoje (27/3), apontou crescimento recorde em 2024: mais de 13% no ano. A produção total pode não mudar muito, olhando os últimos anos,  mas o leite de hoje não é o mesmo leite que se produzia há 10 anos.

Outro dado interessante é o crescimento do leite confinado. Quando fizemos o primeiro levantamento sobre sistemas de produção, 16% do leite era confinado. Esse número atingiu significativos 42% no ano ado (em uma amostragem de 35% do leite inspecionado).

Essa mudança carrega implicações importantes. O investimento fixo (Capex) para a produção confinada a de R$ 50.000/vaca alojada. Nessas condições, é absolutamente essencial ter alta produtividade animal, o que por si traz a necessidade de um pacote tecnológico de ponta, envolvendo genética, nutrição, produção de alimentos, conforto, sanidade, qualidade do leite e gestão. É muito mais dinheiro embutido em um litro de leite do que em um sistema extensivo, de baixa produtividade.

Não há dúvida que a cadeia do leite é a que a, no momento, pela maior transformação estrutural do agro brasileiro.

É algo que falo há mais de 10 anos que estava por ocorrer. Mas não é só isso: o leite brasileiro é provavelmente a cadeia que a pela maior transformação no leite mundial. E, dado seu porte – o valor bruto da produção inspecionada em 2024 foi da ordem de R$ 67 bilhões (estimativa MilkPoint Ventures) – não deveria ar despercebida.

Mas a! Todas as vezes que conversei com a “Faria Lima”, isto é, pessoas ligadas ao capital de investimento, percebi que havia um desconhecimento profundo sobre estas mudanças, mesmo entre aquelas que conheciam bem o agro. Se o capital não olha com atenção para o setor, evidentemente o ritmo de crescimento e inovação serão mais lentos.

Olhando nosso papel na cadeia do leite e o que poderíamos fazer diante dessas transformações, idealizamos aquela que é a nossa iniciativa mais ousada em muitos anos: o Milk Pro Summit, um evento projetado para ser “o melhor evento do mundo” que trata da produção de leite em escala. Reuniremos nos dias 15 e 16 de maio alguns dos grandes nomes do Brasil e de fora, em um programa feito para quem já não tem grandes questões técnicas ou mesmo gerenciais a resolver, mas que quer saber sobre novas tecnologias, inteligência artificial, tendências de mercado, sustentabilidade e carbono, casos de sucesso, liderança e modelos de negócio envolvendo a atividade.

Colocamos toda a nossa expertise e toda a nossa rede de relacionamento, criada ao longo dos últimos 25 anos, para construir algo que possa efetivamente criar um diferencial para quem participar. Um evento que não é voltado para os Top 100, mas para os Top 1000: produtores próximos ou acima de 5000 litros/dia.

De certa forma, a proposta do evento é darmos uma espiada no futuro e voltar para cá para construí-lo a partir dessa experiência. Mas é preciso reconhecer que, pela sua heterogeneidade, que apresenta problemas diferentes dependendo da escala, região, sistema e estrutura de gestão, um evento como o Summit não trata do problema da maior parte dos produtores de leite. Por isso, o Interleite Brasil, nosso evento mais tradicional e que será realizado em Goiânia nos dias 20 e 21 de agosto, terá como tema “Como fazer mais produtores participarem do futuro do leite no Brasil?”. Uma programação inédita, toda voltada para soluções visando esse público amplo e que tem muitos desafios de continuidade.

Dessa forma, conseguimos segmentar o conteúdo de acordo com os diferentes perfis de produtores.

A verdade é uma só: seja produtor de pequeno porte, familiar, ou grande porte empresarial, todos precisarão acompanhar as mudanças para continuarem no jogo.

Há, sem dúvida, desafios, mas uma cadeia em transformação sempre oferece muitas oportunidades para quem está antenado e sempre evoluindo. Seja em Atibaia/SP, nos dias 15 e 16 de maio, ou em Goiânia/GO nos dias 20 e 21 de agosto, estaremos juntos, ajudando a guiar o leite a um futuro de sucesso.

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