Era janeiro de 1985 e eu estava prestes a completar 15 anos. Fui para o Rio de Janeiro, assistir ao primeiro Rock in Rio. Todos os jovens mais ou menos dessa idade estavam obcecados pela possibilidade de ver de perto seus ídolos do rock pela primeira vez.
Antes disso, era muito raro ter shows de grandes artistas internacionais. E era um outro mundo. Para contextualizar, a internet só surgiria comercialmente uns 10 anos depois. Era, portanto, um mundo pré-internet, e o o à informação, escasso. O Brasil era um país fechado – Collor só veio a abrir a economia no início da década de 90. A possibilidade de ver meus ídolos frente a frente, ainda que eles no palco e eu misturado na multidão, era simplesmente surreal para um garoto de 15 anos.
Analisando hoje, a decisão de fazer um festival dessa magnitude, em um país claramente subdesenvolvido e, de certa forma, não integrado com o mundo, foi altamente ousada, fruto do empreendedorismo do Roberto Medina.
Figura 1. Rock In Rio 1985
Fonte: Vinil Records
Quem, em sã consciência, iria imaginar que seria possível trazer Queen, Iron Maiden, Ozzy, AC/DC, Scorpions, Whitesnake e muitos outros para essas paragens, em um megaevento?
O MVP (Produto Mínimo Viável) do Rock in Rio era bem precário: chegar ao local do evento em si já era uma epopeia. Lá, poucos serviços e um “gramado” que, após dias de chuva e 100 mil pessoas em cima, virou um verdadeiro lamaçal.
Mas o que importa é que o evento aconteceu e, mais importante, eu fui! Tive a “full experience” de ir (veja nas observações ao final, o porque disso). Muitos amigos não foram, seja porque seus pais não deixaram, seja porque talvez fosse caro, seja porque faltou algo para dar aquele empurrãozinho para querer ir. E talvez tenham ficado anos se lamentando.
No ano ado, o Rock in Rio fez 40 anos, mas só teve uma primeira edição. E eu estava lá.
No próximo mês, faremos a primeira edição do Milk Pro Summit, um evento também inovador e que pode parecer à frente do seu tempo, como foi o Rock in Rio lá em 1985. Um evento feito para quem está investindo em escala de produção e está interessado em entender para onde a bola do jogo vai, não onde ela está hoje.
Assim como o Rock in Rio lá em 1985, criamos um programa com gente muito qualificada, do Brasil e do exterior. Uma programação que, para quem mostramos inclusive no exterior, diz: “Uau”!
Assim como o Rock in Rio fez com o posicionamento do Rock junto ao Brasil, o Milk Pro Summit veio para criar uma nova história no leite brasileiro: "nosso objetivo é mostrar que a atividade pode ser rentável e atrair capital que nos permita crescer de forma competitiva, acelerando a meta de nos tornarmos exportadores".
É mostrar que o Brasil pode ser um dos grandes do leite mundial – em volume, já é, mas em eficiência, profissionalismo e competitividade. É jogar para nosso setor parte dos holofotes que são sempre diferenciados para o agro em geral.
Parei para pensar: como será o leite no Brasil daqui 40 anos? Certamente muito diferente. Minha visão de futuro é que o Summit terá sido um divisor de águas, o evento que vai marcar um novo momento do leite no Brasil. Claro, não é ele que faz ou fará a transformação, mas é o evento que deixará mais evidente esse processo, mudando nossa forma de olhar a cadeia.
Assim como o Rock in Rio, o Milk Pro Summit já é um sucesso. 80% das vagas estão preenchidas, mas você ainda pode garantir sua presença. Mais de 60 produtores entre os 100 maiores já se inscreveram, muitos com várias pessoas. Conseguir idealizar um evento em que esses grandes produtores tenham interesse de ir é em si uma vitória.
Agora, falta você.
Lembre-se: só teremos uma primeira edição, e você irá querer fazer parte disso.
OBS 1: agradeço ao Miguel Cavalcanti por esse insight de fazer o paralelo com o Rock in Rio. O Miguel foi meu sócio por 10 anos e estará no Summit falando sobre Liderança e Cultura. Para ter uma amostra da qualidade do conteúdo dele, veja essa live que fizemos juntos.
OBS 2: há coisas que só acontecem se você estiver lá. Os artistas estavam todos no Copacabana Palace (algumas coisas não mudam), e obviamente, não se podia entrar a não ser que você fosse hóspede. Na porta do hotel, umas 300 pessoas, a maioria cabeludos fãs de heavy metal, ficavam esperando para ao menos ver de relance os monstros sagrados do Rock. Minha avó, que tinha parentes no RJ, foi quem me levou à cidade. Tive então uma ideia: será que alguém barraria uma senhora que queria levar seu neto para tomar um chá da tarde? Dito e feito. Entramos no hotel e fiquei umas 2 horas coletando autógrafos de todos eles (como você pode imaginar, foi muito antes de tirarmos selfies). Inclusive do Ozzy, que era meu ídolo máximo naquela época. Se você duvida, confira no G1. O mundo acontece fora da sua rotina, e só esbarra em algo bom quem está em movimento!