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A mastite subclínica deve ser tratada durante a lactação? - Parte 1

Muitos rebanhos se deparam com enormes dificuldades para um efetivo controle de mastite devido à ocorrência de infecções crônicas ao longo da lactação.

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Muitos rebanhos se deparam com enormes dificuldades para um efetivo controle de mastite devido à ocorrência de infecções crônicas ao longo da lactação. Não é incomum que alguns produtores percam os prêmios do pagamento por qualidade em função de alta CCS do leite.

Mesmo considerando que as estratégias de prevenção são mais econômicas e eficazes que o tratamento, entre as possíveis medidas para a redução do impacto de mastites crônicas está a terapia com antibióticos, cujo uso é bastante comum e freqüente. No entanto, para que seja eficiente, a decisão de tratar ou não os casos clínicos ou subclínicos precisa levar em conta uma série de fatores.
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Para os casos de mastite clínica, o diagnóstico e a identificação da vaca com o problema são bastante fáceis e rápidos, pois pode ser feito somente pela observação de alterações visuais no leite e úbere.

Nestes casos, o objetivo principal do produtor é o retorno à produção de leite normal e a eliminação dos sintomas clínicos, uma vez que o leite com grumos e outras alterações não pode ser enviado para o processamento industrial. Para o tratamento, existem diversos protocolos utilizados, muitos dos quais baseados apenas na experiência do produtor e na grande maioria sem a identificação do agente causador, mesmo que a posteriori do caso clínico.

Ainda é bastante comum o conceito de que os casos clínicos de pequena severidade (casos mais leves) não necessitam de tanta atenção quanto os casos mais severos, os quais seriam prontamente tratados. Este conceito é parcialmente ado por resultados de pesquisas indicando que para alguns casos de mastite por coliformes a taxa de cura da terapia com antibiótico é similar à taxa de cura espontânea.

No entanto, para os demais agentes, a taxa de cura espontânea é muito baixa e a demora no início do tratamento da mastite pode resultar em: maior duração da infecção, atraso no retorno à produção de leite normal, diminuição da chance de cura, maior chance de recorrência dos casos e maior exposição do resto do rebanho à transmissão do agente causador de mastite. Desta forma, a recomendação mais segura é o tratamento imediato de todos os casos clínicos, principalmente para agentes Gram-positivo, como S. aureus e Streptococcus sp.

Não dever se esquecido, contudo, que o uso de antibióticos para tratamento deve ser responsável e criterioso, para evitar o aumento da resistência bacteriana e os riscos da ocorrência de resíduos no leite. Para tanto, um critério de fundamental importância é a necessidade de identificação dos principais agentes causadores de mastite do rebanho, o que permite uma seleção mais adequada do antibiótico e de esquemas de tratamento, além de ser possível estimar quais são as reais chances de cura.

A mastite subclínica pode ser conceituada, de forma simplificada, como uma infecção intramamária na ausência de sintomas clínicos (alterações visuais do leite ou úbere), cuja freqüência é muito maior que a de casos clínicos. Como normalmente esta forma de apresentação a despercebida por longos períodos, muitas vacas apresentam a mastite subclínica crônica, que leva ao aumento da CCS e redução da produção e qualidade do leite.

Normalmente, visto que o leite destas vacas pode ser vendido e não apresenta alterações visuais, a decisão de se tratar casos subclínicos é entendida por muitos produtores como sendo menos necessária do que os tratamentos de casos clínicos.

Sendo assim, o momento mais adequado, em termos econômicos e de eficácia, para o tratamento dos casos subclínicos é na secagem, por meio do uso da terapia da vaca seca.
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Material escrito por:

Marcos Veiga Santos

Marcos Veiga Santos

Professor Associado da FMVZ-USP Qualileite/FMVZ-USP Laboratório de Pesquisa em Qualidade do Leite Endereço: Rua Duque de Caxias Norte, 225 Departamento de Nutrição e Produção Animal-VNP Pirassununga-SP 13635-900 19 3565 4260

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Marco Polo Botelho Junqueira Junior
MARCO POLO BOTELHO JUNQUEIRA JUNIOR

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 30/12/2005

Realmente o procedimento recomendado é o de sempre tratar a mastite subclínica na secagem do animal. Mas sempre me incomodou o fato de animais com alta CCS (grau 3 no CMT), crônicos, permanecerem sem tratamento toda uma lactação. Estimam-se perdas de produção da ordem de 30% para estes casos, além de não receber o pagamento por qualidade e possivelmente prejudicar a vida produtiva do animal. Para estas situações, o ganho econômico é justificável (mesmo com o descarte do leite).



<b>Resposta do autor:</b>



Prezado Marco Polo,



Obrigado pela sua participação. Na segunda parte deste radar técnico, que será publicado em breve, coloco que a decisão de tratamento também deve ser feita em relação aos benefícios do pagamento por qualidade e da redução da transmissão de casos de mastite entre as vacas. Vale lembrar, também, que um dos fatores que afetam a taxa de cura dos tratamentos é o tipo de agente causador, sendo que esta informação ainda é muito deficiente em muitos rebanhos.



Atenciosamente,



Marcos Veiga
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Muitos rebanhos se deparam com enormes dificuldades para um efetivo controle de mastite devido à ocorrência de infecções crônicas ao longo da lactação. Não é incomum que alguns produtores percam os prêmios do pagamento por qualidade em função de alta CCS do leite.

Mesmo considerando que as estratégias de prevenção são mais econômicas e eficazes que o tratamento, entre as possíveis medidas para a redução do impacto de mastites crônicas está a terapia com antibióticos, cujo uso é bastante comum e freqüente. No entanto, para que seja eficiente, a decisão de tratar ou não os casos clínicos ou subclínicos precisa levar em conta uma série de fatores.
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Para os casos de mastite clínica, o diagnóstico e a identificação da vaca com o problema são bastante fáceis e rápidos, pois pode ser feito somente pela observação de alterações visuais no leite e úbere.

Nestes casos, o objetivo principal do produtor é o retorno à produção de leite normal e a eliminação dos sintomas clínicos, uma vez que o leite com grumos e outras alterações não pode ser enviado para o processamento industrial. Para o tratamento, existem diversos protocolos utilizados, muitos dos quais baseados apenas na experiência do produtor e na grande maioria sem a identificação do agente causador, mesmo que a posteriori do caso clínico.

Ainda é bastante comum o conceito de que os casos clínicos de pequena severidade (casos mais leves) não necessitam de tanta atenção quanto os casos mais severos, os quais seriam prontamente tratados. Este conceito é parcialmente ado por resultados de pesquisas indicando que para alguns casos de mastite por coliformes a taxa de cura da terapia com antibiótico é similar à taxa de cura espontânea.

No entanto, para os demais agentes, a taxa de cura espontânea é muito baixa e a demora no início do tratamento da mastite pode resultar em: maior duração da infecção, atraso no retorno à produção de leite normal, diminuição da chance de cura, maior chance de recorrência dos casos e maior exposição do resto do rebanho à transmissão do agente causador de mastite. Desta forma, a recomendação mais segura é o tratamento imediato de todos os casos clínicos, principalmente para agentes Gram-positivo, como S. aureus e Streptococcus sp.

Não dever se esquecido, contudo, que o uso de antibióticos para tratamento deve ser responsável e criterioso, para evitar o aumento da resistência bacteriana e os riscos da ocorrência de resíduos no leite. Para tanto, um critério de fundamental importância é a necessidade de identificação dos principais agentes causadores de mastite do rebanho, o que permite uma seleção mais adequada do antibiótico e de esquemas de tratamento, além de ser possível estimar quais são as reais chances de cura.

A mastite subclínica pode ser conceituada, de forma simplificada, como uma infecção intramamária na ausência de sintomas clínicos (alterações visuais do leite ou úbere), cuja freqüência é muito maior que a de casos clínicos. Como normalmente esta forma de apresentação a despercebida por longos períodos, muitas vacas apresentam a mastite subclínica crônica, que leva ao aumento da CCS e redução da produção e qualidade do leite.

Normalmente, visto que o leite destas vacas pode ser vendido e não apresenta alterações visuais, a decisão de se tratar casos subclínicos é entendida por muitos produtores como sendo menos necessária do que os tratamentos de casos clínicos.

Sendo assim, o momento mais adequado, em termos econômicos e de eficácia, para o tratamento dos casos subclínicos é na secagem, por meio do uso da terapia da vaca seca.
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Professor Associado da FMVZ-USP Qualileite/FMVZ-USP Laboratório de Pesquisa em Qualidade do Leite Endereço: Rua Duque de Caxias Norte, 225 Departamento de Nutrição e Produção Animal-VNP Pirassununga-SP 13635-900 19 3565 4260

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EM 30/12/2005

Realmente o procedimento recomendado é o de sempre tratar a mastite subclínica na secagem do animal. Mas sempre me incomodou o fato de animais com alta CCS (grau 3 no CMT), crônicos, permanecerem sem tratamento toda uma lactação. Estimam-se perdas de produção da ordem de 30% para estes casos, além de não receber o pagamento por qualidade e possivelmente prejudicar a vida produtiva do animal. Para estas situações, o ganho econômico é justificável (mesmo com o descarte do leite).



<b>Resposta do autor:</b>



Prezado Marco Polo,



Obrigado pela sua participação. Na segunda parte deste radar técnico, que será publicado em breve, coloco que a decisão de tratamento também deve ser feita em relação aos benefícios do pagamento por qualidade e da redução da transmissão de casos de mastite entre as vacas. Vale lembrar, também, que um dos fatores que afetam a taxa de cura dos tratamentos é o tipo de agente causador, sendo que esta informação ainda é muito deficiente em muitos rebanhos.



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