Monitoramento da CCS e CBT no leite do tanque
O leite do tanque é uma ferramenta que é utilizada em muitos países e que pode trazer informações sobre a ocorrência de problemas existentes e potenciais.
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Foram avaliados 149 rebanhos durante 2 meses, perfazendo o total de 4 análises no período por rebanho, que incluíram a CCS, CBT e identificação de agentes causadores de mastite. Além das análises citadas, foi realizado amplo levantamento sobre as práticas de ordenha e de manejo empregadas nos rebanhos: número de ordenhas/dia, tipo de equipamento, tipo de cama utilizada, procedimentos de limpeza de equipamento e medidas de controle de mastite.
A CCS média dos rebanhos analisados foi de 315.000 cel/ml. Os resultados de contagem de células somáticas dos rebanhos foram agrupados em três grupos principais: baixa CCS (<200.000 cel/ml), média CCS (200.000-400.000 cel/ml) e alta CCS (> 400.000 cel/ml). Neste estudo, a CCS do tanque esteve diretamente relacionada com a ocorrência de estafilococcus coagulase-negativa (ECN), os quais causam uma inflamação branda e elevação da CCS. Deve-se ressaltar que a detecção no leite do tanque dos ECN e de outros agentes ambientais não indica exclusivamente que eles têm origem na glândula mamária, uma vez que estes microrganismos encontram-se disseminados por todo o ambiente. Por outro lado, a CCS foi menor nos rebanhos com uso de camas inorgânicas (areia) em comparação com os rebanhos que utilizavam camas orgânicas. De maneira geral, a CCS do tanque apresenta baixa relação com a contagem bacteriana. É bom lembrar que em nível individual, quando a CCS está acima de 200.000 cel/ml isto é indicativo de mastite subclínica, no entanto, este é um valor muito difícil de ser atingido para o leite do tanque, pois para a grande maioria dos rebanhos (< 15% dos rebanhos encontravam-se dentro deste limite). A CCS esteve diretamente relacionada com o isolamento de agentes contagiosos causadores de mastite, como S. aureus (SA) e S. agalactiae.
A CBT média dos rebanhos foi de 4.300 ufc/ml, o que indica uma excelente qualidade higiênica de produção do leite, pois é indicativo do número total de microrganismos no leite. Além disso, 50% dos rebanhos apresentaram CBT menor que 4.100 ufc/ml. Os rebanhos avaliados também foram divididos em três categorias: baixa CBT (<5.000 ufc/ml), média CBT (5.000-100.000 ufc/ml) e alta CBT (> 10.000 ufc/ml). A CBT dos rebanhos esteve positivamente associada com a ocorrência de infecções causadas por ECN e de estreptococos ambientais. Nos rebanhos que utilizavam o pré e o pós-dipping as CBT do tanque foram significativamente menores que nos rebanhos utilizando spray para a desinfecção dos tetos. A elevação da CBT está associada com as situações de falta de higiene durante a ordenha, tetos sujos antes da ordenha, deficiência de limpeza de equipamentos e utensílios e problemas no resfriamento do leite. A prática de pré e pós-dipping é atualmente considerada como componente crítico para a qualidade do leite e controle de mastite. Essa medida é utilizada para reduzir a população de microrganismos na extremidade do leite, o que reduz o risco de infecções intramamárias e reduz a contaminação da pele dos tetos que é transferida para o leite. No período de tempo entre as ordenhas, o contato dos tetos com o solo, barro, esterco e lama causa a sua contaminação e, desta forma, aumenta o risco de novas infecções intramamárias.
De acordo com os autores, o monitoramento da qualidade do leite e da ocorrência de mastite pode ser feito pelo uso de análise de leite do tanque e que a distribuição dos resultados de CCS e CBT em categorias (baixo, médio e alto) auxilia na identificação de problemas de mastite e qualidade em nível de rebanho.
Fonte: Journal of Dairy Science, v. 87, p.3561-3573, 2004.
Material escrito por:
Marcos Veiga Santos
Professor Associado da FMVZ-USP Qualileite/FMVZ-USP Laboratório de Pesquisa em Qualidade do Leite Endereço: Rua Duque de Caxias Norte, 225 Departamento de Nutrição e Produção Animal-VNP Pirassununga-SP 13635-900 19 3565 4260
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