Nível de vácuo na teteira afeta a velocidade de ordenha
É consenso entre os especialistas que o local mais adequado para uma avaliação do efeito do nível de vácuo sobre a saúde da glândula mamária e eficácia de ordenha é no copo da teteira, quando o sistema está sob uma condição normal de uso. O vácuo médio na teteira, quando avaliado durante o pico de fluxo de leite, é um parâmetro para saber se as vacas são ordenhadas de forma gentil (sem agressões ao tecido mamário), rápida e completa.
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De maneira resumida, a medição do nível de vácuo no sistema de ordenha pode fornecer informações importantes sobre o sistema de produção (bomba de vácuo) e regulação (regulador) de vácuo. É consenso entre os especialistas que o local mais adequado para uma avaliação do efeito do nível de vácuo sobre a saúde da glândula mamária e eficácia de ordenha é no copo da teteira, quando o sistema está sob uma condição normal de uso.
A interpretação dos resultados da flutuação de vácuo no copo da teteira depende dos procedimentos realizados, sendo que a recomendação é que as avaliações sejam feitas no mínimo de 5 a 20 segundos, durante o pico de fluxo de extração de leite das vacas. É recomendável a avaliação de um mínimo de 10 vacas por rebanho, selecionadas aleatoriamente.
O vácuo médio na teteira, quando avaliado durante o pico de fluxo de leite, é um parâmetro para saber se as vacas são ordenhadas de forma gentil (sem agressões ao tecido mamário), rápida e completa. As recomendações de faixas de variação para esse parâmetro, de acordo com a Norma ISO, é de 32 kPa a 42 kPa, enquanto que o NMC recomenda faixa de variação de 35 a 42 kPa. É importante destacar que ambas as faixas descritas são apenas recomendações e não exigências rígidas e absolutas, uma vez que diversos fatores podem interferir nesses resultados, como: a velocidade de ordenha, a extração completa do leite, o tipo de teteira e o tipo de equipamento usado.
Pode-se perceber que as faixas de variação recomendadas para as normas ISO são ligeiramente menores que para os EUA. Entre as razões para esta diferença, temos a tendência de maior tamanho dos rebanhos e maior demanda por ordenhas rápidas nos rebanhos americanos. Deve-se levar em conta, contudo, que:
- Níveis de vácuo maiores aumentam a velocidade de ordenha, mas podem ser mais agressivos e resultar em ordenha incompleta.
- Níveis de vácuo menores proporcionam uma ordenha mais tranqüila (gentil) e completa, mas mais demorada.
É interessante notar que o vácuo na teteira é inversamente proporcional ao fluxo médio de leite, já que com o aumento do fluxo de leite ocorre redução do nível de vácuo na teteira. Quando a unidade de ordenha é colocada na vaca antes do início da ordenha ocorre grande aumento no nível de vácuo, e na medida em que o fluxo de leite aumenta esse vácuo sofre redução. Quando se aproxima do final da ordenha, momento no qual o fluxo de leite é reduzido, o nível de vácuo aumenta e tende a se aproximar do vácuo de trabalho do sistema.
Em um rebanho leiteiro, em razão da diversidade de velocidade de ordenha das vacas, o nível médio de vácuo na teteira deve ser ajustado visando atender um objetivo específico de cada rebanho em termos de velocidade de ordenha, sem prejudicar a saúde das vacas. Sendo assim, a recomendação dos especialistas é de que rebanhos que tem prioridade no aumento da velocidade de ordenha devem ajustar o sistema de ordenha de modo que o nível médio de vácuo da teteira fique acima do limite inferior (32 ou 35 kPa) para as vacas com ordenha mais rápida (com maiores taxas de fluxo de leite). Já os produtores com maior preocupação com a ordenha completa e gentil podem ajustar o sistema de ordenha para que o vácuo na teteira fique logo abaixo do limite superior (40 ou 42 kPa) para as vacas com ordenha mais lenta (menores fluxos de leite).
Fonte:
Claw vacuum is most direct measure of milking system´s effect on the cow. Udder Toppics (NMC), v.31, n.5, p.2, 2008.
Douglas J. Reinemann, Norman Schuring, and Robert D. Bade. Methods for Measuring and Interpreting Milking Vacuum, ASABE International Dairy Housing Conference, Minneapolis, Minnesota, USA, (2007).
Material escrito por:
Marcos Veiga Santos
Professor Associado da FMVZ-USP Qualileite/FMVZ-USP Laboratório de Pesquisa em Qualidade do Leite Endereço: Rua Duque de Caxias Norte, 225 Departamento de Nutrição e Produção Animal-VNP Pirassununga-SP 13635-900 19 3565 4260
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EM 20/03/2018
Uma ordenha acima do nível do mar a bomba de vácuo sofre interferência na ordenha ou seja gastando mais energia por conta da elevação na chave disjuntora e por conta disto gerando um consumo maior.
Estou em Inácio Martins PR a 1240 metros do nível do mar e eventualmente temos falta de energia e por conta disto usamos geradores de energia para esta falta e meu gerador vem apresentando falhas um técnico local me informou que é por conta do nível do mar que afeta a bomba de vácuo a tornando mais lenta e com isto o aumento da amperagem e gasto de energia e do gerador.
Pode por gentileza me orientar...
Obrigado desde de já.
PIRASSUNUNGA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO
EM 26/03/2018
EM 30/01/2018
PIRASSUNUNGA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO
EM 05/02/2015
O nível de vácuo é sim um dos fatores que, quando estiver fora dos limites recomendados (muito alto ou muito baixo), pode resultar em aumento de risco de novos casos de mastite.
Dentre os principais problemas associados com alteração dos níveis de vácuo do sistema, podemos destacar: mau dimensionamento de bomba de vácuo e regulador de vácuo; deficiência de funcionamento de regulador de vácuo.
As recomendações de níveis de vácuo, de acordo com o sistema de ordenha são:
Linha alta 44-50 kPa
Linha com garrafão central 44-50 kPa
Linha baixa 42-46 kPa
Balde ao pé 44-50 kPa
No entanto, gostaria de destacar que o funcionamento do equipamento de ordenha é apenas um dos fatores (geralmente não é o principal) que podem resultar em aumento da mastite e consequentemente da CCS do rebanho. Sendo assim, a minha sugestão é de que o equipamento de ordenha seja avaliado por uma pessoa especializada para definir a necessidade ou não de manutenção, para adequação do nível de vácuo do sistema ou de outros problemas (pulsação, troca de teteiras, dminesionamento).
Atenciosamente, Marcos Veiga
MARINGÁ - PARANÁ - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS
EM 05/02/2015

EM 04/02/2015
Desde ja agradeço se for atendido. Pois estou muito preocupado com a alta da CCS no meu rebanho.
MARINGÁ - PARANÁ - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS
EM 06/11/2014

EM 02/08/2014

JURUENA - MATO GROSSO - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 20/03/2012
e tambem não sei se tem algo a ver não sei o nome correto mas quando estou ordenhando tem uns estralinhos, tem um determinado numero de batida por minuto algo assim? Me desculpe a ignorancia mas não tem especialista na cidade.
TEIXEIRA DE FREITAS - BAHIA - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
EM 11/01/2009
Desculpem se o assuto não esta realcioando ao artigo!
<b>Resposta do autor:</b>
Prezado Rogerio Lima,
O teste do CMT tem como função principal diagnosticar indiretamente as vacas acometidas por mastite subclínica, conforme você menciona na sua mensagem. Sendo assim, um primeiro aspecto do monitoramento da mastite subclínica e saber quantas vacas têm o problema (qual a porcentagem) e nesse caso se considera as vacas positivas (acima de uma cruz: +). Por outro lado, os dados do CMT podem ser classificados em termos de intensidade, o que significa sim que um resultado +++ indica uma intensidade de reação (e consequentemente da lesão ao tecido e das perdas de produção) maiores que uma vaca com reação +.
A intensidade da reação serve para estimar as possíveis perdas de produção e para identificar as vacas com mastite mais intensa (não se pode falar em mais ou menos doente, mas em uma doença em maior ou menor grau de intensidade e de perdas), as quais podem ser selecionadas para cultura microbiológica e posteriormente a outros procedimentos.
Faz muita diferença para o controle de mastite ter maior ou menor porcentagem de vacas com + ou +++ de escore de resultado de CMT. Fica mais fácil entender quanto temos os dados da CCS (eletrônica), que tem uma relação direta com as perdas de produção da vaca (quanto maior a CCS, maior a perda).
No entanto, não se pode garantir ou concluir que uma vaca com CMT +++ terá ou não um caso clínico, pois isso depende dos fatores ligados a capacidade de resposta da vaca e do tipo de agente causador. Esse timo de afirmativa é difícil de ser feita, mas pode-se estimar que uma vaca com mastite clínica tem alta CCS (CMT +++).
Atenciosamente, Marcos Veiga
LAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO
EM 07/01/2009
Não entendi muito bem o procedimento prático dessa conferência do nível de vácuo, será que o senhor poderia detalhar um pouco mais?
Como realizo a medida do vácuo no copo da teteira?
Muito obrigada,
Marina
<b>Resposta do autor:</b>
Prezado Marina de Arruda Camargo Danés,
Essa avaliação deve ser feita por uma pessoa especializada em checagem de equipamento de ordenha, pois é necessário um vacúometro calibrado. A maneira mais simples de fazer essa avaliação é introduzir uma agulha ligada a uma mangueira, a qual se conecta ao vacuometro, e fazer a avaliação da flutuação de vácuo (próximo a extremidade do teto) durante a ordenha.
A minha sugestão seria procurar o pessoal especializado das revendas e das empresas de equipamentos de ordenha que têm essa capacitação.
Atenciosamente, Marcos Veiga