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Suplementação de gordura para vacas leiteiras em pasto

A suplementação das vacas leiteiras com gordura tem se mostrado uma alternativa viável para elevar o consumo de energia. Saiba tudo sobre o assunto neste artigo!

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A produção de leite no Brasil está baseada principalmente em sistemas que exploram pastagens tropicais ao longo da maior parte do ano. Quando essas pastagens são bem manejadas e adubadas para se obter altas taxas de lotação, os teores de proteína bruta das forragens são elevados, entre 15 a 22%. Por outro lado, o teor de fibra (FDN) dessas forrageiras é normalmente alto, entre 55 a 65% de FDN. Sendo assim, elementos estruturais da planta e seu teor elevado de FDN limitam a ingestão de forragem e, portanto, limitam a ingestão de energia para a produção de leite.

O fornecimento de concentrado é a estratégia mais eficiente para elevar o consumo de energia de vacas mantidas em pastagens bem manejadas, especialmente no período inicial de lactação, quando o consumo de alimentos ainda é baixo e as vacas se encontram em balanço energético negativo. Para vacas de alto mérito genético mantidas em pastagens tropicais, é necessário o fornecimento de doses elevadas de concentrado rico em carboidratos fermentáveis no rúmen durante a fase inicial de lactação. Doses entre 8 a 12 kg por dia são fornecidas para vacas que apresentam pico de lactação entre 24 e 35 kg de leite. Doses dessa magnitude causam efeito de substituição, com redução no consumo de forragem e aumento no risco de acidose.

A suplementação dos animais com gordura tem se mostrado alternativa viável para elevar o consumo de energia em função do aumento da densidade energética da dieta, sem elevar o risco de acidose. A digestão da gordura promove menores perdas de energia na forma de calor e metano do que a de carboidratos. Além disso, existem dados mostrando que o fornecimento de gordura pode melhorar os índices reprodutivos e aumentar a quantidade de alguns constituintes do leite que são benéficos à saúde humana.

O fornecimento de gordura geralmente é feito para vacas mantidas em confinamento. Nesses animais, de acordo com publicação recente no Journal of Dairy Science de uma revisão contemplando 59 trabalhos, o fornecimento de gordura melhora a produção de leite na média em 1,0 kg por dia, mas há variações dependendo de doses e fontes utilizadas. Entretanto, pouco se sabe sobre a suplementação de gordura para vacas mantidas em pasto, especialmente em pastos tropicais. Animais mantidos em pasto podem ter um balanço negativo mais acentuado em função das limitações impostas ao consumo de nutrientes e, portanto o fornecimento adicional de energia via fornecimento de gordura poderia promover acréscimos de produção de leite até maiores do que para animais mantidos em confinamento.
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Em uma revisão de literatura, foram encontrados 16 trabalhos sobre suplementação com gordura para animais mantidos em pasto, e em apenas dois deles as pastagens utilizadas foram de clima tropical. Nos 14 trabalhos revisados com animais mantidos em pastagens de clima temperado, a suplementação com gordura elevou a produção de leite em 9,0% (2 kg por dia). A composição do leite também foi afetada, em especial o teor de gordura. Nos trabalhos compilados com pastagens de clima temperado, a adição de fontes saturadas de gordura promoveram acréscimos de 5,1% em média no teor de gordura do leite, enquanto que a suplementação com fontes insaturadas promoveram reduções médias de 8,0%. O teor de proteína do leite não foi afetado nos trabalhos consultados.

Apenas 2 dos 16 trabalhos avaliaram a resposta de vacas em pastagens tropicais à suplementação de gordura. No trabalho de Vilela et al. (2002), vacas em início de lactação foram suplementadas com 700 g por dia de gordura protegida (óleo de palma) durante 90 dias. Após esse período, todas as vacas aram a receber o mesmo concentrado sem gordura e foi avaliado o efeito residual da gordura até o final da lactação (Figura 1). Neste trabalho a produção de leite aumentou em média em 2,9 kg por dia, e os teores de gordura, proteína e sólidos totais não foram alterados durante os 90 dias de suplementação com gordura. As vacas suplementadas com gordura protegida no terço inicial de lactação apresentaram produção de leite mais elevada até o final da lactação. As vacas que receberam gordura produziram 4.778 kg de leite ao longo de uma lactação de 273 dias, enquanto que as do grupo controle produziram 4.231 kg de leite, sendo, portanto observado uma diferença de 547 kg de leite na lactação.

 
Figura 1. Produção de leite de vacas Holandesas em pastagem de coast-cross-1, durante 273 dias de lactação, em razão do não fornecimento (controle) e do fornecimento de gordura protegida nos primeiros 90 dias de lactação (Vilela et al., 2002).

Trabalho recente foi realizado no Departamento de Zootecnia da ESALQ/USP, com vacas cruzadas HPB e Jersey no início de lactação, suplementadas com 9 kg de concentrado por dia contendo ou não 400 g de uma das duas fontes de gordura protegida (óleo de palma X óleo de soja) durante 90 dias (dia 15 ao dia 105 de lactação). Após esse período foi avaliado o efeito residual da gordura até 275 dias de lactação (Tabela 1). Durante os 90 dias de suplementação com gordura, a produção de leite aumentou em 2,6 e 4,8 kg por dia quando os óleos de soja e palma foram utilizados, respectivamente, em comparação com as vacas não suplementadas com gordura. O fornecimento de óleo de soja protegido na dose de 400 g por dia reduziu drasticamente o teor de gordura do leite, de 3,48% para 2,87%. Os teores de proteína do leite foram reduzidos para ambas as fontes de gordura protegida.



No período residual, entre os dias 105 e 275 de lactação (Figura 2), os animais suplementados com gordura mantiveram maior produção de leite até o final da lactação, sem diferenças nos teores de gordura e de proteína do leite. As vacas que receberam gordura protegida de óleo de palma produziram 7.328 kg/leite em uma lactação de 275 dias, enquanto que as que receberam óleo de soja e o tratamento controle produziram 6.475 e 6.094 kg de leite, respectivamente. Além disso, os animais suplementados com gordura protegida de óleo de palma aumentaram a produção de gordura, proteína e sólidos totais no leite durante toda a lactação.


Figura 2. Produção de leite durante a lactação de vacas suplementadas no terço inicial com fontes de gordura (gordura protegida de óleo de soja -SCOS e gordura protegida de óleo de palma-SCOP).

Apesar do óleo de soja protegido aumentar a produção de leite em comparação com o tratamento controle, ele não aumentou as produções de gordura, de proteína e de sólidos totais do leite nos 275 dias de lactação. O fornecimento de 400 g por dia de óleo de palma protegido aumentou a produção de gordura, de proteína e de sólidos totais do leite de forma significativa.

As vacas suplementadas com óleo de palma protegido apresentaram escore de condição corporal mais baixo nos dias 75 e 105 de lactação que as vacas do tratamento controle e óleo de soja protegido em virtude da maior produção de leite e de sólidos do leite. Ao final dos 275 de lactação não houve diferença nos escores de condição corporal (Tabela 2). Isso indica que as vacas suplementadas com diferentes fontes de gordura utilizaram a energia adicional para objetivos distintos, o que pode sugerir variações nos parâmetros reprodutivos entre as fontes utilizadas.



Desta forma, a suplementação com gordura protegida de óleo de palma para vacas no terço inicial de lactação mantidas em pastagens tropicais apresenta-se como alternativa para aumentar a ingestão de energia e a produção de leite e de sólidos do leite, porém sem melhorar a condição corporal das vacas.

Os resultados dos trabalhos com fornecimento de gordura para vacas mantidas em pastagem tropical são animadores e evidenciam um benefício residual no fornecimento de gordura no início da lactação, aumentando a produção leite e sólidos totais durante toda a lactação.


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Material escrito por:

Marina A. Camargo Danés

Marina A. Camargo Danés

Professora do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras. Engenheira Agrônoma e mestre pela ESALQ/USP. PhD em Dairy Science pela Universidade de Wisconsin-Madison, WI, EUA. www.marinadanes.com

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jonas de souza

jonas de souza

Zootecnista (UDESC) Mestrando em Ciência Animal e Pastagens (ESALQ -USP)

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Fernanda Batistel

Fernanda Batistel

Aluna de doutorado na Universidade de Illinois, EUA.

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BRUNO
BRUNO

GUIMARÂNIA - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 11/12/2020

Caro Waldir, a vaccinar produz e comercializa gordura protegida de soja e de palma.
BRUNO
BRUNO

GUIMARÂNIA - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 11/12/2020

Caro Júnior !
A vaccinar produz e comercializa a gordura protegida de soja e de palma.
BRUNO
BRUNO

GUIMARÂNIA - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 13/12/2018

Bom dia... quanto a gordura de palma, a Vaccinar também produz e comercializa.
abrahão gomes de holanda
ABRAHÃO GOMES DE HOLANDA

CAMPO GRANDE - MATO GROSSO DO SUL

EM 23/12/2014

Qual a ação da gordura protegida no acabamento de carcaça em novilho de cote principalmente no que se refere a deposição de gordura de superfície. O rebanho em questão é 1/2 Red x Nelore  em regime de pastejo rotacionado ,cujo forrageia está com 18 % de proteína na MS  ,com suplementação com 24 % de proteina e 49 % de NDT.

Os animais apresentam deficiência no acabamento apesar de Ganho Médio Diario  de

900 gramas .Os  animais de outros grupamento genéticos não apresentam esta deficiencia

até mesmo os de 1/2 sangue  Aberdim . Frisamos que as pastagens utilizadas são composta de : Colonião cultivar tanzania ,Tifton 85 e B .brizantha.
abrahão gomes de holanda
ABRAHÃO GOMES DE HOLANDA

CAMPO GRANDE - MATO GROSSO DO SUL

EM 01/12/2014

Lí o trabalho de vocês e gostei muito desta alternativa ,gordura  protegida . Gostaria de saber qual a ação  da gordura  protegida no acabamento de bovinos ,em regime de pasto ?

Informo que a pastagem em que os animais estão submetidos  está com 18 % de proteína

na MS e ainda estão recebendo um complemento com 24 % de proteína e 49 % de N D T .

O s animais  são todos de inseminação sendo constituído de 1/2 sangue  angus e outros de

3/4 zebu x 1/4 angus .Estão com 520  kgs/PV aos 16 meses de idade media dos grupos e

GMD em jejum de 14 horas  de 900  gramas .Observei que uma parte dos Angus  1/2 s

estão com acabamento  retardado ,são todos do mesmo pai.Foi aplicado um produto  

para bloquear a secreção de testosterona .Na minha opinião acho que o excesso de proteína e o  baixo teor de N D T pode interferir  no acabamento .Com a utilização da

gordura protegida  poderá melhorar o acabamento nestes animais? Solicito avaliar.

Grato ,Abrahão Gomes de Holanda   Medico veterinário



e-mail abrahaogholanda@hotmail.com



.
abrahão gomes de holanda
ABRAHÃO GOMES DE HOLANDA

CAMPO GRANDE - MATO GROSSO DO SUL

EM 26/11/2014

Prezados  pesquisadores .No velhos compêndios de bioquimica que estudei ,falava do grande potencial energético dos lipidios ,há mais de quarenta anos,mas ainda estou em plena forma como veterinário autônomo.Estou com um grande pepino para resolver:Fui solicitado para resolver problema de acabamento de carcaça em bovinos criado a pasto.

O teor de proteína da pastagem está em  18 %  na matéria seca estes animais estavam recebendo uma suplementação com 24 % de proteína e apenas 49 % de N D T  via milho .

A lotação está em 20 UA/He e incrivelmente sobrando capim . Parece que os animais

não estão nem pastejando o produtor reclama  da sobra de capim . Os pasto estão muito vigoroso todos os piquetes ,Tanzânia,Tifton 85 e Bachicaria brizantha .Observei questa desordem no acabamento é somente nos Red- Angus  F1. Os Zebuínos  1/4 estão bem

Estava havendo um problema de sodomia entre eles então mandou aplicar bom priva.

Castração quimica,. O que o produtor  pretendo é induzir gordura subcutânea nestes animais. Todos eles estão pesando 520 kgs /PV porem mal acabados .Vocês acham que somente a utilização da gordura  protegida vai resolver este problema ?

A pastagem é irrigada com chorume  de suíno diariamente.Não sou o veterinario da fazenda mas fui solicitado para essa missão .Ele não tem veterinário próprio.

Caros pesquizadores tenho 40 anos de experiencia profissional sendo este o maior problema que já encontrei . Solicito uma sugestão .

Grato. Abrahão  ampo Grande 26/11/2014




waldir brasil santiago
WALDIR BRASIL SANTIAGO

ITATINGA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 01/11/2013

onde encontrar o produto?.
Oscar Julian Arroyave S
OSCAR JULIAN ARROYAVE S

INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS

EM 15/08/2013

Cumprimentar, eu tive a oportunidade de usar gordura de soja soprepasante de ovinos e caprinos suplementação, os resultados são surpreendentes em termos de retorno ao estro pós-parto.
jonas de souza
JONAS DE SOUZA

CHAPECÓ - SANTA CATARINA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 08/08/2013

Prezado Maurício,



Desculpe a demora na resposta e muito obrigado pelos questionamentos.



Bom, com relação ao seu comentário questionando as densidades de energia das dietas, realmente não eram isoenergéticas entre as fontes de gordura (SCOP e SCOS) e o controle. Essas vacas recebiam uma dieta com 9 kg de concentrado por dia. Se pensarmos que essas vacas em pasto com peso entre 450 e 500 kg provavelmente (não temos esses dados ainda) consumiam de 17 a 20 kg/MS/ dia. Ou seja, estamos com uma dieta próxima ao 50:50. Aumentar ainda mais a suplementação com alimentos concentrados (milho, etc) ocasiona um aumento no efeito de substituição e decréscimo da ingestão de pasto. Com níveis elevados de concentrado, problemas metabólicos como acidose poderiam ocorrer. A ideia do projeto foi exatamente aumentar o fornecimento de energia, via lipídios, e evitar os possíveis efeitos negativos da alta suplementação com concentrado.



Com relação a sua afirmação de que " vacas confinadas, onde geralmente a produção de leite é maior, e os efeitos de suplementação energética também deveriam de ser maior". Eu discordo um pouco. Primeiro que geralmente animais em confinamento  recebem dietas na forma de TMR, balanceadas, com condições melhores de conforto térmico. Em pasto, o animal encontra-se em um ambiente extremamente heterogêneo onde ele precisa "coletar" e selecionar seu próprio alimento e a qualidade da dieta depende muito de como você maneja o pasto. Logo, creio que o desafio a ingestão de energia também é grande para animais com alto potencial genético em pasto. Claro que se considerarmos animais de baixa produção essa resposta tende a ser menor.



Quanto ao seu questionamento "Qual a explicação biológica, pois a inclusão de lipídios poliinsaturados (óleo de soja) deveria ser melhor digerido e absorvido, aumentando o fluxo destes ácidos graxos na glândula mamária, o que reduziria a ação da enzima delta-nove dessaturase, e conseguentemente, reduziria a gordura do leite". Você esta pensando muito no pós-rúmen. Realmente os AG insaturados apresentam maior digestibilidade que os AG saturados, porém os AG insaturados são tóxicos ao microrganismos ruminais e geralmente promovem o recobrimento de partículas e redução da degradação fibrosa. Uma redução na degradação de fibra poderia aumentar o tempo de retenção e reduzir o consumo. O que provavelmente ocorreu nesse experimento foi que provavelmente houve dissociação dos sais de cálcio e desvio nas rotas de bio-hidrogenação com síntese de alguns AG que estão associados com a síntese na glândula mamária. No entanto, a delta-9, é uma enzima que dessatura AG na glândula mamária e não é responsável por síntese de AG. Se houve efeito em enzimas foram provavelmente nas relacionadas com síntese.



Por fim, se você olhar para os dados de ECC verá que os animais suplementados com a fonte insaturada perderam menos ECC, o que sugere ser um efeito positivo relacionado a reprodução desses animais.
Mauricio Stochero
MAURICIO STOCHERO

PALMEIRA DAS MISSÕES - RIO GRANDE DO SUL

EM 23/07/2013

Prezados autores, parabéns pelo artigo. No entanto, gostaria de realizar algumas perguntas:

Com base nos dados publicados na literatura com o uso de gordura protegida para vacas, em média ha aumentos de produção de 1 litro de vacas de alta produção, onde as possíveis explicação para estes efeitos seriam a redução do incremento calórico com o uso de lipídios, e a maior densidade energética dos mesmos. Portanto, gostaria de saber se a dieta controle que vocês utilizaram era deficiente em energia, pois 400g de lipídios proporcionar um aumento de quase 5 L/vaca/dia vai de encontro do que há de publicação na literatura, mesmo que seja vacas confinadas, onde geralmente a produção de leite é maior, e os efeitos de suplementação energética também deveriam de ser maior. Se os lipídios são 2,25 vezes mais energéticos que carboídratos, uma substituição de 400g de milho por 400g de gordura deveria resultar em aumentos em torno de 0,8 a 1,0 L/vaca/dia.

Outra dúvida é em relação a maior produção de leite do óleo de palma protegido quando comparado ao óleo de soja protegido. Qual a explicação biológica, pois a inclusão de lipídios poliinsaturados (óleo de soja) deveria ser melhor digerido e absorvido, aumentando o fluxo destes ácidos graxos na glândula mamária, o que reduziria a ação da enzima delta-nove dessaturase, e conseguentemente, reduziria a gordura do leite, conforme foi observado. Esta redução de gordura, deveria ser associada a um aumento da produção de leite, pois a energia que está deixando de ser excretada como gordura, deveria ser utilizada para os demais processos digestivos, e desta forma, o óleo de palma protegido e o óleo de soja protegido não deveriam diferenciar-se, ou até então, o óleo de soja deveria aumentar a produção de leite quando comparado ao óleo de palma. Qual a explicação que vocês encontraram para os resultados contrários?

Desde já agradeço a atenção.
freire júnior
FREIRE JÚNIOR

ITABAIANINHA - SERGIPE - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 19/07/2013

Gostaria de saber onde comprar óleo protegido ou como preparar e qual recomendação para utilizar em vacas a pasto se alimentando de farelo de soja mais milho.



Abraços
jonas de souza
JONAS DE SOUZA

CHAPECÓ - SANTA CATARINA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 13/07/2013

Prezado Eder,



Quanto ao seu questionamento na redução de sólidos no leite, nós observamos redução do teor de gordura no tratamento com sais de cálcio de óleo de soja e redução no teor de proteína com ambas as gorduras.



A redução no teor de gordura quando do fornecimento de lipídios na dieta já foi relacionado com a produção de ácido acético no rúmen. Essa teoria depois de muitos estudos já não é a mais aceita. Atualmente, acredita-se que o fator que ocasiona a redução da gordura do leite é a formação de alguns ácidos graxos no rúmen, intermediários da bio-hidrogenação ruminal, que deprimem a síntese de gordura na glândula mamária. Quando há o fornecimento de fontes insaturadas de lipídios como o óleo de soja, pode ocorrer aumento na síntese desses agentes redutores da gordura do leite.



Com relação ao decréscimo no teor de proteína do leite, as gorduras não são substrato ao crescimento microbiano. Além disso, em nossa dieta para inclusão das fontes de gordura, nós retiramos o milho que é fonte de carboidratos e substrato aos microrganismos ruminais.



Abraços
Fernanda Batistel
FERNANDA BATISTEL

PIRACICABA - SÃO PAULO - ESTUDANTE

EM 13/07/2013

Virgílio e Nelchior,



O óleo comum de origem vegetal pode ser utilizado, mas ele tem limitações. Quando adiciona-se níveis altos de gordura na dieta pode ocorrer redução na degradação da fibra, devido a dois efeitos principais: I) efeito tóxico dos ácidos graxos aos microrganismos ruminais e, II) redução do contato dos microrganismos com as partículas de alimento, em função do recobrimento das mesmas com gordura. Quando a gordura é fornecida na forma de sais de cálcio, em teoria as restrições do fornecimento do óleo "comum" seriam superadas, pois os ácidos graxos seriam dissociados somente após sua agem pelo rúmen.

Quanto a recomendação dos sais de cálcio, nos experimentos realizados pelo professor Flávio Portela Santos na Esalq, a dose utilizada foi de 400 gramas por dia e fornecido no terço inicial da lactação. No entanto, há necessidade de fazer mais estudos para definir o tempo e a dose ideal para animais mantidos em pasto.



Abraços,
jonas de souza
JONAS DE SOUZA

CHAPECÓ - SANTA CATARINA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 13/07/2013

Professor Dimas,

com relação a pergunta se haviam primíparas no experimento realizado na ESALQ, nós utilizamos 27 vacas, sendo 9 de primeira lactação, igualmente distribuídas nos tratamentos testados (3 primíparas por tratamento).



Quanto as referências citadas no artigo são:

1) Vilela et al., 2002. Utilização de gordura protegida durante o terço inicial da lactação de vacas leiteiras em pastagem de coast-cross. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.37, n.10, p.1503-1509, 2002.

2) Rabiee et al. 2012. Effect of fat additions to diets of dairy cattle on milk production

and components: A meta-analysis and meta-regression. J. Dairy Sci. 95 :3225-3247.



Com relação a solicitação de envio da referência do trabalho realizado na ESALQ, nós publicamos até o momento apenas os resultados parciais na forma de resumos. Aos que tiverem interesse me enviem um e-mail ao endereço: souza@zootecnista.com.br que posso enviar os resumos publicados.



Abraços
jonas de souza
JONAS DE SOUZA

CHAPECÓ - SANTA CATARINA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 13/07/2013

Com relação as perguntas em relação a usar o caroço de algodão como fonte de lipídios,  tanto o caroço de algodão como grão de soja tostado podem ser utilizados. Eles agem de forma semelhante aos sais de cálcio, pois "protegem" os ácidos graxos. No entanto, os resultados  de desempenho são contraditórios, em que em alguns experimentos observou-se efeito positivo e em outros negativos. O desafio de utilizar esses alimentos (caroço de algodão ou grão de soja) é que eles também possuem alto teor de proteína, e portanto outros ajustes na dieta em relação ao teor de proteína e quantidade de proteína degradável no rúmen são necessários.




Fernanda Batistel
FERNANDA BATISTEL

PIRACICABA - SÃO PAULO - ESTUDANTE

EM 13/07/2013

Sérgio,



No Brasil há uma normativa do Ministério da Agricultura de 2004 que proíbe a utilização de produtos e subprodutos de origem animal na alimentação de ruminantes. Portanto, podemos utilizar somente fontes de origem vegetal.



Abraços,
jonas de souza
JONAS DE SOUZA

CHAPECÓ - SANTA CATARINA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 13/07/2013

Pessoal,



muito obrigado pelos comentários!



Vou responder aos que solicitaram aonde comprar sais de cálcio.



Das fontes que utilizamos vocês conseguem comprar os sais de cálcio de óleo de soja com o pessoal da Elanco (MEGALAC) ou da Nutricorp (NUTRI GORDURA), e o óleo de palma eu conheço duas empresas que comercializam no Brasil, sendo a Tectron (MAGNAPAC) e a Nutricorp (NUTRI GORDURA LAC).

Se alguém conhece outra empresa que comercializa tais produtos, por favor se manifeste aqui. Aos interessados, podem buscar informações de preços com as empresas diretamente no site ou fazendo contato com o pessoal de vendas.



Abraços,
Fernanda Batistel
FERNANDA BATISTEL

PIRACICABA - SÃO PAULO - ESTUDANTE

EM 13/07/2013

Sidney,



Nós misturávamos os sais de cálcio no concentrado (200 gramas no concentrado da manhã e 200 gramas no concentrado da tarde). Os sais de cálcio são uma forma de proteger a utilização dos ácidos graxos pelos microrganismos ruminais, pois em geral, o fornecimento de gordura acima de 6% da dieta prejudica a digestibilidade da fibra. Os sais de cálcio estão na forma sólida e possuem partículas pequenas, o qual é facilmente misturado no concentrado.



Abraços,
Fernanda Batistel
FERNANDA BATISTEL

PIRACICABA - SÃO PAULO - ESTUDANTE

EM 13/07/2013

Prezados Tiago e Alberto,



Infelizmente neste trabalho não mensuramos aspectos reprodutivos.

Temos conhecimento de alguns trabalhos que avaliaram o efeito da utilização de diferentes fontes de ácidos graxos sobre variáveis reprodutivas para vacas no período de balanço energético negativo. Nestes trabalhos, de forma geral, a suplementação com fontes de ácidos graxos insaturados (óleo de soja, etc.) promoveram melhores resultados reprodutivos, comparados com fontes de ácidos graxos saturados (óleo de palma, etc.). Isso se deve a alguns ácidos graxos específicos presentes nas fontes insaturadas aumentarem a disponibilidade de precursores para síntese de hormônios reprodutivos, como esteroides e prostaglandinas.



Esperamos ter respondido seus questionamentos. Qualquer dúvida permanecemos a disposição.



Abraços
Fernanda Batistel
FERNANDA BATISTEL

PIRACICABA - SÃO PAULO - ESTUDANTE

EM 13/07/2013

Pessoal, bom dia!

Agradecemos os comentários e pedimos desculpas pela demora nas respostas.

Vamos tentar responder todos os questionamentos.
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Suplementação de gordura para vacas leiteiras em pasto

A suplementação das vacas leiteiras com gordura tem se mostrado uma alternativa viável para elevar o consumo de energia. Saiba tudo sobre o assunto neste artigo!

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A produção de leite no Brasil está baseada principalmente em sistemas que exploram pastagens tropicais ao longo da maior parte do ano. Quando essas pastagens são bem manejadas e adubadas para se obter altas taxas de lotação, os teores de proteína bruta das forragens são elevados, entre 15 a 22%. Por outro lado, o teor de fibra (FDN) dessas forrageiras é normalmente alto, entre 55 a 65% de FDN. Sendo assim, elementos estruturais da planta e seu teor elevado de FDN limitam a ingestão de forragem e, portanto, limitam a ingestão de energia para a produção de leite.

O fornecimento de concentrado é a estratégia mais eficiente para elevar o consumo de energia de vacas mantidas em pastagens bem manejadas, especialmente no período inicial de lactação, quando o consumo de alimentos ainda é baixo e as vacas se encontram em balanço energético negativo. Para vacas de alto mérito genético mantidas em pastagens tropicais, é necessário o fornecimento de doses elevadas de concentrado rico em carboidratos fermentáveis no rúmen durante a fase inicial de lactação. Doses entre 8 a 12 kg por dia são fornecidas para vacas que apresentam pico de lactação entre 24 e 35 kg de leite. Doses dessa magnitude causam efeito de substituição, com redução no consumo de forragem e aumento no risco de acidose.

A suplementação dos animais com gordura tem se mostrado alternativa viável para elevar o consumo de energia em função do aumento da densidade energética da dieta, sem elevar o risco de acidose. A digestão da gordura promove menores perdas de energia na forma de calor e metano do que a de carboidratos. Além disso, existem dados mostrando que o fornecimento de gordura pode melhorar os índices reprodutivos e aumentar a quantidade de alguns constituintes do leite que são benéficos à saúde humana.

O fornecimento de gordura geralmente é feito para vacas mantidas em confinamento. Nesses animais, de acordo com publicação recente no Journal of Dairy Science de uma revisão contemplando 59 trabalhos, o fornecimento de gordura melhora a produção de leite na média em 1,0 kg por dia, mas há variações dependendo de doses e fontes utilizadas. Entretanto, pouco se sabe sobre a suplementação de gordura para vacas mantidas em pasto, especialmente em pastos tropicais. Animais mantidos em pasto podem ter um balanço negativo mais acentuado em função das limitações impostas ao consumo de nutrientes e, portanto o fornecimento adicional de energia via fornecimento de gordura poderia promover acréscimos de produção de leite até maiores do que para animais mantidos em confinamento.
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Em uma revisão de literatura, foram encontrados 16 trabalhos sobre suplementação com gordura para animais mantidos em pasto, e em apenas dois deles as pastagens utilizadas foram de clima tropical. Nos 14 trabalhos revisados com animais mantidos em pastagens de clima temperado, a suplementação com gordura elevou a produção de leite em 9,0% (2 kg por dia). A composição do leite também foi afetada, em especial o teor de gordura. Nos trabalhos compilados com pastagens de clima temperado, a adição de fontes saturadas de gordura promoveram acréscimos de 5,1% em média no teor de gordura do leite, enquanto que a suplementação com fontes insaturadas promoveram reduções médias de 8,0%. O teor de proteína do leite não foi afetado nos trabalhos consultados.

Apenas 2 dos 16 trabalhos avaliaram a resposta de vacas em pastagens tropicais à suplementação de gordura. No trabalho de Vilela et al. (2002), vacas em início de lactação foram suplementadas com 700 g por dia de gordura protegida (óleo de palma) durante 90 dias. Após esse período, todas as vacas aram a receber o mesmo concentrado sem gordura e foi avaliado o efeito residual da gordura até o final da lactação (Figura 1). Neste trabalho a produção de leite aumentou em média em 2,9 kg por dia, e os teores de gordura, proteína e sólidos totais não foram alterados durante os 90 dias de suplementação com gordura. As vacas suplementadas com gordura protegida no terço inicial de lactação apresentaram produção de leite mais elevada até o final da lactação. As vacas que receberam gordura produziram 4.778 kg de leite ao longo de uma lactação de 273 dias, enquanto que as do grupo controle produziram 4.231 kg de leite, sendo, portanto observado uma diferença de 547 kg de leite na lactação.

 
Figura 1. Produção de leite de vacas Holandesas em pastagem de coast-cross-1, durante 273 dias de lactação, em razão do não fornecimento (controle) e do fornecimento de gordura protegida nos primeiros 90 dias de lactação (Vilela et al., 2002).

Trabalho recente foi realizado no Departamento de Zootecnia da ESALQ/USP, com vacas cruzadas HPB e Jersey no início de lactação, suplementadas com 9 kg de concentrado por dia contendo ou não 400 g de uma das duas fontes de gordura protegida (óleo de palma X óleo de soja) durante 90 dias (dia 15 ao dia 105 de lactação). Após esse período foi avaliado o efeito residual da gordura até 275 dias de lactação (Tabela 1). Durante os 90 dias de suplementação com gordura, a produção de leite aumentou em 2,6 e 4,8 kg por dia quando os óleos de soja e palma foram utilizados, respectivamente, em comparação com as vacas não suplementadas com gordura. O fornecimento de óleo de soja protegido na dose de 400 g por dia reduziu drasticamente o teor de gordura do leite, de 3,48% para 2,87%. Os teores de proteína do leite foram reduzidos para ambas as fontes de gordura protegida.



No período residual, entre os dias 105 e 275 de lactação (Figura 2), os animais suplementados com gordura mantiveram maior produção de leite até o final da lactação, sem diferenças nos teores de gordura e de proteína do leite. As vacas que receberam gordura protegida de óleo de palma produziram 7.328 kg/leite em uma lactação de 275 dias, enquanto que as que receberam óleo de soja e o tratamento controle produziram 6.475 e 6.094 kg de leite, respectivamente. Além disso, os animais suplementados com gordura protegida de óleo de palma aumentaram a produção de gordura, proteína e sólidos totais no leite durante toda a lactação.


Figura 2. Produção de leite durante a lactação de vacas suplementadas no terço inicial com fontes de gordura (gordura protegida de óleo de soja -SCOS e gordura protegida de óleo de palma-SCOP).

Apesar do óleo de soja protegido aumentar a produção de leite em comparação com o tratamento controle, ele não aumentou as produções de gordura, de proteína e de sólidos totais do leite nos 275 dias de lactação. O fornecimento de 400 g por dia de óleo de palma protegido aumentou a produção de gordura, de proteína e de sólidos totais do leite de forma significativa.

As vacas suplementadas com óleo de palma protegido apresentaram escore de condição corporal mais baixo nos dias 75 e 105 de lactação que as vacas do tratamento controle e óleo de soja protegido em virtude da maior produção de leite e de sólidos do leite. Ao final dos 275 de lactação não houve diferença nos escores de condição corporal (Tabela 2). Isso indica que as vacas suplementadas com diferentes fontes de gordura utilizaram a energia adicional para objetivos distintos, o que pode sugerir variações nos parâmetros reprodutivos entre as fontes utilizadas.



Desta forma, a suplementação com gordura protegida de óleo de palma para vacas no terço inicial de lactação mantidas em pastagens tropicais apresenta-se como alternativa para aumentar a ingestão de energia e a produção de leite e de sólidos do leite, porém sem melhorar a condição corporal das vacas.

Os resultados dos trabalhos com fornecimento de gordura para vacas mantidas em pastagem tropical são animadores e evidenciam um benefício residual no fornecimento de gordura no início da lactação, aumentando a produção leite e sólidos totais durante toda a lactação.


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Material escrito por:

Marina A. Camargo Danés

Marina A. Camargo Danés

Professora do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras. Engenheira Agrônoma e mestre pela ESALQ/USP. PhD em Dairy Science pela Universidade de Wisconsin-Madison, WI, EUA. www.marinadanes.com

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jonas de souza

jonas de souza

Zootecnista (UDESC) Mestrando em Ciência Animal e Pastagens (ESALQ -USP)

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Fernanda Batistel

Fernanda Batistel

Aluna de doutorado na Universidade de Illinois, EUA.

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BRUNO
BRUNO

GUIMARÂNIA - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 11/12/2020

Caro Waldir, a vaccinar produz e comercializa gordura protegida de soja e de palma.
BRUNO
BRUNO

GUIMARÂNIA - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 11/12/2020

Caro Júnior !
A vaccinar produz e comercializa a gordura protegida de soja e de palma.
BRUNO
BRUNO

GUIMARÂNIA - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 13/12/2018

Bom dia... quanto a gordura de palma, a Vaccinar também produz e comercializa.
abrahão gomes de holanda
ABRAHÃO GOMES DE HOLANDA

CAMPO GRANDE - MATO GROSSO DO SUL

EM 23/12/2014

Qual a ação da gordura protegida no acabamento de carcaça em novilho de cote principalmente no que se refere a deposição de gordura de superfície. O rebanho em questão é 1/2 Red x Nelore  em regime de pastejo rotacionado ,cujo forrageia está com 18 % de proteína na MS  ,com suplementação com 24 % de proteina e 49 % de NDT.

Os animais apresentam deficiência no acabamento apesar de Ganho Médio Diario  de

900 gramas .Os  animais de outros grupamento genéticos não apresentam esta deficiencia

até mesmo os de 1/2 sangue  Aberdim . Frisamos que as pastagens utilizadas são composta de : Colonião cultivar tanzania ,Tifton 85 e B .brizantha.
abrahão gomes de holanda
ABRAHÃO GOMES DE HOLANDA

CAMPO GRANDE - MATO GROSSO DO SUL

EM 01/12/2014

Lí o trabalho de vocês e gostei muito desta alternativa ,gordura  protegida . Gostaria de saber qual a ação  da gordura  protegida no acabamento de bovinos ,em regime de pasto ?

Informo que a pastagem em que os animais estão submetidos  está com 18 % de proteína

na MS e ainda estão recebendo um complemento com 24 % de proteína e 49 % de N D T .

O s animais  são todos de inseminação sendo constituído de 1/2 sangue  angus e outros de

3/4 zebu x 1/4 angus .Estão com 520  kgs/PV aos 16 meses de idade media dos grupos e

GMD em jejum de 14 horas  de 900  gramas .Observei que uma parte dos Angus  1/2 s

estão com acabamento  retardado ,são todos do mesmo pai.Foi aplicado um produto  

para bloquear a secreção de testosterona .Na minha opinião acho que o excesso de proteína e o  baixo teor de N D T pode interferir  no acabamento .Com a utilização da

gordura protegida  poderá melhorar o acabamento nestes animais? Solicito avaliar.

Grato ,Abrahão Gomes de Holanda   Medico veterinário



e-mail abrahaogholanda@hotmail.com



.
abrahão gomes de holanda
ABRAHÃO GOMES DE HOLANDA

CAMPO GRANDE - MATO GROSSO DO SUL

EM 26/11/2014

Prezados  pesquisadores .No velhos compêndios de bioquimica que estudei ,falava do grande potencial energético dos lipidios ,há mais de quarenta anos,mas ainda estou em plena forma como veterinário autônomo.Estou com um grande pepino para resolver:Fui solicitado para resolver problema de acabamento de carcaça em bovinos criado a pasto.

O teor de proteína da pastagem está em  18 %  na matéria seca estes animais estavam recebendo uma suplementação com 24 % de proteína e apenas 49 % de N D T  via milho .

A lotação está em 20 UA/He e incrivelmente sobrando capim . Parece que os animais

não estão nem pastejando o produtor reclama  da sobra de capim . Os pasto estão muito vigoroso todos os piquetes ,Tanzânia,Tifton 85 e Bachicaria brizantha .Observei questa desordem no acabamento é somente nos Red- Angus  F1. Os Zebuínos  1/4 estão bem

Estava havendo um problema de sodomia entre eles então mandou aplicar bom priva.

Castração quimica,. O que o produtor  pretendo é induzir gordura subcutânea nestes animais. Todos eles estão pesando 520 kgs /PV porem mal acabados .Vocês acham que somente a utilização da gordura  protegida vai resolver este problema ?

A pastagem é irrigada com chorume  de suíno diariamente.Não sou o veterinario da fazenda mas fui solicitado para essa missão .Ele não tem veterinário próprio.

Caros pesquizadores tenho 40 anos de experiencia profissional sendo este o maior problema que já encontrei . Solicito uma sugestão .

Grato. Abrahão  ampo Grande 26/11/2014




waldir brasil santiago
WALDIR BRASIL SANTIAGO

ITATINGA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 01/11/2013

onde encontrar o produto?.
Oscar Julian Arroyave S
OSCAR JULIAN ARROYAVE S

INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS

EM 15/08/2013

Cumprimentar, eu tive a oportunidade de usar gordura de soja soprepasante de ovinos e caprinos suplementação, os resultados são surpreendentes em termos de retorno ao estro pós-parto.
jonas de souza
JONAS DE SOUZA

CHAPECÓ - SANTA CATARINA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 08/08/2013

Prezado Maurício,



Desculpe a demora na resposta e muito obrigado pelos questionamentos.



Bom, com relação ao seu comentário questionando as densidades de energia das dietas, realmente não eram isoenergéticas entre as fontes de gordura (SCOP e SCOS) e o controle. Essas vacas recebiam uma dieta com 9 kg de concentrado por dia. Se pensarmos que essas vacas em pasto com peso entre 450 e 500 kg provavelmente (não temos esses dados ainda) consumiam de 17 a 20 kg/MS/ dia. Ou seja, estamos com uma dieta próxima ao 50:50. Aumentar ainda mais a suplementação com alimentos concentrados (milho, etc) ocasiona um aumento no efeito de substituição e decréscimo da ingestão de pasto. Com níveis elevados de concentrado, problemas metabólicos como acidose poderiam ocorrer. A ideia do projeto foi exatamente aumentar o fornecimento de energia, via lipídios, e evitar os possíveis efeitos negativos da alta suplementação com concentrado.



Com relação a sua afirmação de que " vacas confinadas, onde geralmente a produção de leite é maior, e os efeitos de suplementação energética também deveriam de ser maior". Eu discordo um pouco. Primeiro que geralmente animais em confinamento  recebem dietas na forma de TMR, balanceadas, com condições melhores de conforto térmico. Em pasto, o animal encontra-se em um ambiente extremamente heterogêneo onde ele precisa "coletar" e selecionar seu próprio alimento e a qualidade da dieta depende muito de como você maneja o pasto. Logo, creio que o desafio a ingestão de energia também é grande para animais com alto potencial genético em pasto. Claro que se considerarmos animais de baixa produção essa resposta tende a ser menor.



Quanto ao seu questionamento "Qual a explicação biológica, pois a inclusão de lipídios poliinsaturados (óleo de soja) deveria ser melhor digerido e absorvido, aumentando o fluxo destes ácidos graxos na glândula mamária, o que reduziria a ação da enzima delta-nove dessaturase, e conseguentemente, reduziria a gordura do leite". Você esta pensando muito no pós-rúmen. Realmente os AG insaturados apresentam maior digestibilidade que os AG saturados, porém os AG insaturados são tóxicos ao microrganismos ruminais e geralmente promovem o recobrimento de partículas e redução da degradação fibrosa. Uma redução na degradação de fibra poderia aumentar o tempo de retenção e reduzir o consumo. O que provavelmente ocorreu nesse experimento foi que provavelmente houve dissociação dos sais de cálcio e desvio nas rotas de bio-hidrogenação com síntese de alguns AG que estão associados com a síntese na glândula mamária. No entanto, a delta-9, é uma enzima que dessatura AG na glândula mamária e não é responsável por síntese de AG. Se houve efeito em enzimas foram provavelmente nas relacionadas com síntese.



Por fim, se você olhar para os dados de ECC verá que os animais suplementados com a fonte insaturada perderam menos ECC, o que sugere ser um efeito positivo relacionado a reprodução desses animais.
Mauricio Stochero
MAURICIO STOCHERO

PALMEIRA DAS MISSÕES - RIO GRANDE DO SUL

EM 23/07/2013

Prezados autores, parabéns pelo artigo. No entanto, gostaria de realizar algumas perguntas:

Com base nos dados publicados na literatura com o uso de gordura protegida para vacas, em média ha aumentos de produção de 1 litro de vacas de alta produção, onde as possíveis explicação para estes efeitos seriam a redução do incremento calórico com o uso de lipídios, e a maior densidade energética dos mesmos. Portanto, gostaria de saber se a dieta controle que vocês utilizaram era deficiente em energia, pois 400g de lipídios proporcionar um aumento de quase 5 L/vaca/dia vai de encontro do que há de publicação na literatura, mesmo que seja vacas confinadas, onde geralmente a produção de leite é maior, e os efeitos de suplementação energética também deveriam de ser maior. Se os lipídios são 2,25 vezes mais energéticos que carboídratos, uma substituição de 400g de milho por 400g de gordura deveria resultar em aumentos em torno de 0,8 a 1,0 L/vaca/dia.

Outra dúvida é em relação a maior produção de leite do óleo de palma protegido quando comparado ao óleo de soja protegido. Qual a explicação biológica, pois a inclusão de lipídios poliinsaturados (óleo de soja) deveria ser melhor digerido e absorvido, aumentando o fluxo destes ácidos graxos na glândula mamária, o que reduziria a ação da enzima delta-nove dessaturase, e conseguentemente, reduziria a gordura do leite, conforme foi observado. Esta redução de gordura, deveria ser associada a um aumento da produção de leite, pois a energia que está deixando de ser excretada como gordura, deveria ser utilizada para os demais processos digestivos, e desta forma, o óleo de palma protegido e o óleo de soja protegido não deveriam diferenciar-se, ou até então, o óleo de soja deveria aumentar a produção de leite quando comparado ao óleo de palma. Qual a explicação que vocês encontraram para os resultados contrários?

Desde já agradeço a atenção.
freire júnior
FREIRE JÚNIOR

ITABAIANINHA - SERGIPE - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 19/07/2013

Gostaria de saber onde comprar óleo protegido ou como preparar e qual recomendação para utilizar em vacas a pasto se alimentando de farelo de soja mais milho.



Abraços
jonas de souza
JONAS DE SOUZA

CHAPECÓ - SANTA CATARINA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 13/07/2013

Prezado Eder,



Quanto ao seu questionamento na redução de sólidos no leite, nós observamos redução do teor de gordura no tratamento com sais de cálcio de óleo de soja e redução no teor de proteína com ambas as gorduras.



A redução no teor de gordura quando do fornecimento de lipídios na dieta já foi relacionado com a produção de ácido acético no rúmen. Essa teoria depois de muitos estudos já não é a mais aceita. Atualmente, acredita-se que o fator que ocasiona a redução da gordura do leite é a formação de alguns ácidos graxos no rúmen, intermediários da bio-hidrogenação ruminal, que deprimem a síntese de gordura na glândula mamária. Quando há o fornecimento de fontes insaturadas de lipídios como o óleo de soja, pode ocorrer aumento na síntese desses agentes redutores da gordura do leite.



Com relação ao decréscimo no teor de proteína do leite, as gorduras não são substrato ao crescimento microbiano. Além disso, em nossa dieta para inclusão das fontes de gordura, nós retiramos o milho que é fonte de carboidratos e substrato aos microrganismos ruminais.



Abraços
Fernanda Batistel
FERNANDA BATISTEL

PIRACICABA - SÃO PAULO - ESTUDANTE

EM 13/07/2013

Virgílio e Nelchior,



O óleo comum de origem vegetal pode ser utilizado, mas ele tem limitações. Quando adiciona-se níveis altos de gordura na dieta pode ocorrer redução na degradação da fibra, devido a dois efeitos principais: I) efeito tóxico dos ácidos graxos aos microrganismos ruminais e, II) redução do contato dos microrganismos com as partículas de alimento, em função do recobrimento das mesmas com gordura. Quando a gordura é fornecida na forma de sais de cálcio, em teoria as restrições do fornecimento do óleo "comum" seriam superadas, pois os ácidos graxos seriam dissociados somente após sua agem pelo rúmen.

Quanto a recomendação dos sais de cálcio, nos experimentos realizados pelo professor Flávio Portela Santos na Esalq, a dose utilizada foi de 400 gramas por dia e fornecido no terço inicial da lactação. No entanto, há necessidade de fazer mais estudos para definir o tempo e a dose ideal para animais mantidos em pasto.



Abraços,
jonas de souza
JONAS DE SOUZA

CHAPECÓ - SANTA CATARINA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 13/07/2013

Professor Dimas,

com relação a pergunta se haviam primíparas no experimento realizado na ESALQ, nós utilizamos 27 vacas, sendo 9 de primeira lactação, igualmente distribuídas nos tratamentos testados (3 primíparas por tratamento).



Quanto as referências citadas no artigo são:

1) Vilela et al., 2002. Utilização de gordura protegida durante o terço inicial da lactação de vacas leiteiras em pastagem de coast-cross. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.37, n.10, p.1503-1509, 2002.

2) Rabiee et al. 2012. Effect of fat additions to diets of dairy cattle on milk production

and components: A meta-analysis and meta-regression. J. Dairy Sci. 95 :3225-3247.



Com relação a solicitação de envio da referência do trabalho realizado na ESALQ, nós publicamos até o momento apenas os resultados parciais na forma de resumos. Aos que tiverem interesse me enviem um e-mail ao endereço: souza@zootecnista.com.br que posso enviar os resumos publicados.



Abraços
jonas de souza
JONAS DE SOUZA

CHAPECÓ - SANTA CATARINA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 13/07/2013

Com relação as perguntas em relação a usar o caroço de algodão como fonte de lipídios,  tanto o caroço de algodão como grão de soja tostado podem ser utilizados. Eles agem de forma semelhante aos sais de cálcio, pois "protegem" os ácidos graxos. No entanto, os resultados  de desempenho são contraditórios, em que em alguns experimentos observou-se efeito positivo e em outros negativos. O desafio de utilizar esses alimentos (caroço de algodão ou grão de soja) é que eles também possuem alto teor de proteína, e portanto outros ajustes na dieta em relação ao teor de proteína e quantidade de proteína degradável no rúmen são necessários.




Fernanda Batistel
FERNANDA BATISTEL

PIRACICABA - SÃO PAULO - ESTUDANTE

EM 13/07/2013

Sérgio,



No Brasil há uma normativa do Ministério da Agricultura de 2004 que proíbe a utilização de produtos e subprodutos de origem animal na alimentação de ruminantes. Portanto, podemos utilizar somente fontes de origem vegetal.



Abraços,
jonas de souza
JONAS DE SOUZA

CHAPECÓ - SANTA CATARINA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 13/07/2013

Pessoal,



muito obrigado pelos comentários!



Vou responder aos que solicitaram aonde comprar sais de cálcio.



Das fontes que utilizamos vocês conseguem comprar os sais de cálcio de óleo de soja com o pessoal da Elanco (MEGALAC) ou da Nutricorp (NUTRI GORDURA), e o óleo de palma eu conheço duas empresas que comercializam no Brasil, sendo a Tectron (MAGNAPAC) e a Nutricorp (NUTRI GORDURA LAC).

Se alguém conhece outra empresa que comercializa tais produtos, por favor se manifeste aqui. Aos interessados, podem buscar informações de preços com as empresas diretamente no site ou fazendo contato com o pessoal de vendas.



Abraços,
Fernanda Batistel
FERNANDA BATISTEL

PIRACICABA - SÃO PAULO - ESTUDANTE

EM 13/07/2013

Sidney,



Nós misturávamos os sais de cálcio no concentrado (200 gramas no concentrado da manhã e 200 gramas no concentrado da tarde). Os sais de cálcio são uma forma de proteger a utilização dos ácidos graxos pelos microrganismos ruminais, pois em geral, o fornecimento de gordura acima de 6% da dieta prejudica a digestibilidade da fibra. Os sais de cálcio estão na forma sólida e possuem partículas pequenas, o qual é facilmente misturado no concentrado.



Abraços,
Fernanda Batistel
FERNANDA BATISTEL

PIRACICABA - SÃO PAULO - ESTUDANTE

EM 13/07/2013

Prezados Tiago e Alberto,



Infelizmente neste trabalho não mensuramos aspectos reprodutivos.

Temos conhecimento de alguns trabalhos que avaliaram o efeito da utilização de diferentes fontes de ácidos graxos sobre variáveis reprodutivas para vacas no período de balanço energético negativo. Nestes trabalhos, de forma geral, a suplementação com fontes de ácidos graxos insaturados (óleo de soja, etc.) promoveram melhores resultados reprodutivos, comparados com fontes de ácidos graxos saturados (óleo de palma, etc.). Isso se deve a alguns ácidos graxos específicos presentes nas fontes insaturadas aumentarem a disponibilidade de precursores para síntese de hormônios reprodutivos, como esteroides e prostaglandinas.



Esperamos ter respondido seus questionamentos. Qualquer dúvida permanecemos a disposição.



Abraços
Fernanda Batistel
FERNANDA BATISTEL

PIRACICABA - SÃO PAULO - ESTUDANTE

EM 13/07/2013

Pessoal, bom dia!

Agradecemos os comentários e pedimos desculpas pela demora nas respostas.

Vamos tentar responder todos os questionamentos.
Qual a sua dúvida hoje?