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Como o manejo do solo interfere na sustentabilidade

Plantio direto se destaca na agropecuária por reduzir gases de efeito estufa e custos. Confira como ele contribui para a sustentabilidade e resiliência climática.

Publicado em: - 7 minutos de leitura

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As mudanças climáticas representam um dos maiores desafios globais contemporâneos, exigindo de todos os setores, práticas que promovam a sustentabilidade. No âmbito da agropecuária, campo que erroneamente é tachado como vilão, os sistemas de cultivo, como o plantio direto (PD) e o plantio convencional (PC), influenciam diretamente as emissões de gases de efeito estufa (GEE), que são contabilizados como gás carbônico equivalente (CO²-e).

Entender o comportamento desses dois sistemas na emissão desses gases é essencial para mitigar as emissões de GEE, mantendo ou aumentando a produtividade agrícola e assim, contribuindo para a segurança alimentar das fazendas.

 

Características dos Sistemas de Plantio

1. Plantio Convencional

O PC caracteriza-se pelo preparo intensivo do solo, incluindo operações de aração e gradagem. Essas práticas, que são bastante “agressivas”, têm como objetivo descompactar o solo, controlar plantas daninhas e preparar a superfície para a semeadura. Contudo, tal manejo intensivo promove a oxidação acelerada da matéria orgânica, resultando em emissões significativas de CO² para a atmosfera.

As desvantagens do Plantio Convencional incluem:

  • Maior erosão do solo: A remoção da cobertura vegetal expõe o solo à ação dos agentes erosivos.

  • Redução da retenção de água: A estrutura do solo é comprometida, dificultando a infiltração e o armazenamento hídrico.

  • Liberação de carbono na atmosfera: Aumento das emissões de GEE devido ao revolvimento do solo e liberação do carbono estocado.

  • Elevados custos operacionais: O uso frequente de maquinário resulta em maior consumo de combustíveis e desgaste de equipamentos, e no caso de serviços terceirizados, um maior desembolso com hora/máquina.

2. Plantio Direto

O PD é um sistema conservacionista que minimiza o revolvimento do solo, mantendo a palhada como cobertura vegetal permanente. As principais vantagens do Plantio Direto incluem:

  • Conservação do solo: A cobertura permanente protege contra a erosão e favorece a formação de agregados.

  • Estoque de carbono: O solo atua como um reservatório de carbono.

  • Sequestro de carbono: A forrageira utilizada para cobertura de solo sequestra carbono da atmosfera, compensando parte das emissões agrícolas.

  • Maior resiliência climática: A cobertura vegetal reduz a amplitude térmica do solo e melhora a infiltração hídrica, ajudando em épocas de veranicos.

No entanto, o sucesso do PD depende de fatores como rotação de culturas, controle de plantas daninhas e o manejo adequado da palhada, que muitas vezes é feito de forma ineficiente e o produtor com isso tem muita perda em plantabilidade, afetando negativamente o estabelecimento de seu estande de plantas.

 

Impactos na Emissão de CO² Equivalente

Um estudo realizado em uma fazenda assistida pelo Programa de Desenvolvimento da Pecuária Leiteira (PDPL) buscou avaliar o impacto desses sistemas sobre as emissões de CO²-e em áreas destinadas ao cultivo de milho para silagem. Foram comparados dois sistemas de manejo, com implantação inicial na safra 2019/2020, mas com trajetórias distintas a partir dessa safra.

Na primeira área, o sistema de plantio convencional tem sido utilizado de forma contínua desde sua abertura. O manejo da fazenda tem sido com grade aradora e grade niveladora para o preparo do solo. 

A segunda área, por sua vez, foi manejada inicialmente pelo sistema convencional na primeira safra, quando o milho foi consorciado com a braquiária ruziziensis. A partir da safra seguinte, estabeleceu-se o sistema de plantio direto na palha, na verdade uma sucessão de culturas, entre milho safra e braquiária safrinha.

Os resultados desse estudo são relevantes para o planejamento de sistemas agrícolas mais sustentáveis, especialmente em regiões que combinam produção agrícola e pecuária. A análise comparativa pode orientar decisões quanto ao manejo de solo e culturas, com benefícios ambientais, econômicos e sociais em longo prazo. Assim, a transição para sistemas de menor impacto, como o plantio direto, se apresenta como uma alternativa promissora para atender à crescente demanda por alimentos com menor pegada de carbono.

Com base nas características e manejos dessas duas áreas, foi realizada uma simulação para dois possíveis cenários, o primeiro em um ano com boas condições climáticas, onde se espera que os dois sistemas de plantio apresentem produtividades iguais e o segundo, onde houve veranico e consequentemente produtividades diferentes entre os dois sistemas, podendo variar até em 30% (Senar, 2017), no caso proposto foi considerado uma redução de 12,5%. Essa comparação pode ser vista na figura 1. Para mensuração da pegada de carbono usou-se a ferramenta Cool Farm Tool (CFT).

Figura 1. Comparação das emissões de CO² equivalente nos sistemas de plantio direto, plantio convencional e plantio convencional sob condições de veranico.

Figura 1

Fonte: Elaborado pelos autores utilizando o aplicativo Cool Farm Tool.

Em condições climáticas favoráveis, onde a produtividade de matéria verde é igual entre os sistemas, há uma diferença significativa nas emissões de CO² equivalente por hectare. No plantio direto, as emissões foram 1920 Kg de CO²e menores em comparação ao sistema convencional, representando uma redução expressiva.

Essa diferença está relacionada aos manejos distintos entre os dois sistemas: no sistema convencional, utiliza-se grade aradora e niveladora para o preparo do solo, enquanto no plantio direto, realiza-se a dessecação da cobertura vegetal com herbicida à base de glifosato. Além disso, a transição para o plantio direto, que ocorreu após uma primeira safra convencional, contribuiu para a adoção de um sistema agrícola mais resiliente, evidenciando um caminho eficiente para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

Ao considerar a situação de veranico, simulamos uma perda de 12,5% na produtividade do sistema de plantio convencional. Como era esperado, as emissões de CO² equivalente por hectare foram semelhantes tanto no sistema convencional quanto no convencional com veranico.

Porém, ao analisar as emissões de CO²e por tonelada produzida, percebemos um aumento de cerca de 14 kg de CO²e por tonelada. Esse aumento destaca a importância da produtividade, pois quanto maior a produção, mais fácil se torna diluir as emissões de gases de efeito estufa. Isso mostra que a busca por maior produtividade não só torna a produção mais eficiente, mas também é um caminho essencial para uma agropecuária mais sustentável, com menor impacto ambiental.

 

Viabilidade Econômica dos Sistemas

A análise econômica é um fator crucial na decisão entre sistemas de plantio, especialmente ao comparar o plantio direto e o plantio convencional, para tal análise foi coletado os dados econômicos das duas áreas através dos registros do produtor e simulado para a situação de veranico, como podemos ver nas figuras 2 e 3.

Figura 2. Comparação dos custos (R$/ha) entre os sistemas de plantio direto e convencional.

Figura 2

Fonte: Elaborado pelo autor.

Como mostrado no gráfico acima, o plantio convencional tende a demandar investimentos maiores no preparo do solo, devido ao uso intensivo de máquinas, combustível e mão de obra. Em contraste, o plantio direto, embora requeira um manejo inicial cuidadoso e a aplicação de herbicidas para dessecação, pode oferecer uma redução significativa nos custos operacionais ao longo do tempo.

Neste caso específico, a diferença entre os dois sistemas foi de R$ 840,00 por hectare, um valor expressivo. Essa economia, somada aos benefícios técnicos do plantio direto, reforça sua vantagem tanto do ponto de vista agronômico quanto econômico, proporcionando uma gestão mais vantajosa para o produtor.

Figura 3. Comparação dos custos (R$/ha), (R$/ton de matéria verde) e (R$/ton de matéria seca) nos sistemas de plantio direto e convencional, com e sem veranico.

Figura 3

Fonte: Elaborado pelo autor.

A análise dos dados revela diferenças significativas entre os sistemas de plantio. Embora o custo por hectare (R$/ha) seja o mesmo entre o plantio convencional e o plantio convencional sob condições de veranico (R$ 9.084,00/ha), o plantio direto apresenta uma vantagem notável, com um custo reduzido de R$ 8.244,00/ha. Essa diferença já aponta para um benefício financeiro relevante.

Quando avaliamos os custos por tonelada produzida, as vantagens do plantio direto se tornam ainda mais evidentes, tanto para a produção de matéria verde quanto de matéria seca. No caso da matéria verde, o custo por tonelada no plantio direto é de R$ 183,00, o que representa uma redução de cerca de 10% em comparação com o plantio convencional (R$ 202,00) e de 18% em relação ao plantio convencional sob veranico (R$ 224,00).

Essa economia se reafirma na produção de matéria seca. O custo no sistema de plantio direto é de R$ 523,00 por tonelada, enquanto no plantio convencional esse valor aumenta para R$ 577,00. Sob as condições de veranico, o custo no sistema convencional sobe ainda mais, atingindo R$ 641,00 por tonelada.

 

Conclusão

Em síntese, a escolha entre o plantio direto (PD) e o plantio convencional (PC) vai além de uma simples técnica agrícola, sendo uma decisão estratégica que impacta diretamente a sustentabilidade do sistema de produção. O PD emerge como uma alternativa indispensável para mitigar emissões de CO²-e, preservar o solo e fortalecer a resiliência climática das áreas agrícolas. No entanto, a eficácia dessa prática depende de uma gestão eficiente da produção dentro da fazenda, que envolve desde o planejamento adequado até a correta implementação das tecnologias disponíveis.

Dessa forma, a tomada de decisão, baseada em análises criteriosas e o a informações técnicas de qualidade, é fundamental para alinhar os objetivos econômicos com a preservação ambiental. Nesse contexto, a adoção do PD não apenas reduz custos operacionais, como também contribui para a longevidade produtiva do solo, promovendo uma agricultura verde, no campo e no bolso do produtor

Referências bibliográficas

CONFEDERAÇÃO DA AGRICULTURA E PECUÁRIA DO BRASIL. Plantio direto pode aumentar a produtividade em até 30%. 2023.

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Plantio direto se destaca na agropecuária por reduzir gases de efeito estufa e custos. Confira como ele contribui para a sustentabilidade e resiliência climática.

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As mudanças climáticas representam um dos maiores desafios globais contemporâneos, exigindo de todos os setores, práticas que promovam a sustentabilidade. No âmbito da agropecuária, campo que erroneamente é tachado como vilão, os sistemas de cultivo, como o plantio direto (PD) e o plantio convencional (PC), influenciam diretamente as emissões de gases de efeito estufa (GEE), que são contabilizados como gás carbônico equivalente (CO²-e).

Entender o comportamento desses dois sistemas na emissão desses gases é essencial para mitigar as emissões de GEE, mantendo ou aumentando a produtividade agrícola e assim, contribuindo para a segurança alimentar das fazendas.

 

Características dos Sistemas de Plantio

1. Plantio Convencional

O PC caracteriza-se pelo preparo intensivo do solo, incluindo operações de aração e gradagem. Essas práticas, que são bastante “agressivas”, têm como objetivo descompactar o solo, controlar plantas daninhas e preparar a superfície para a semeadura. Contudo, tal manejo intensivo promove a oxidação acelerada da matéria orgânica, resultando em emissões significativas de CO² para a atmosfera.

As desvantagens do Plantio Convencional incluem:

  • Maior erosão do solo: A remoção da cobertura vegetal expõe o solo à ação dos agentes erosivos.

  • Redução da retenção de água: A estrutura do solo é comprometida, dificultando a infiltração e o armazenamento hídrico.

  • Liberação de carbono na atmosfera: Aumento das emissões de GEE devido ao revolvimento do solo e liberação do carbono estocado.

  • Elevados custos operacionais: O uso frequente de maquinário resulta em maior consumo de combustíveis e desgaste de equipamentos, e no caso de serviços terceirizados, um maior desembolso com hora/máquina.

2. Plantio Direto

O PD é um sistema conservacionista que minimiza o revolvimento do solo, mantendo a palhada como cobertura vegetal permanente. As principais vantagens do Plantio Direto incluem:

  • Conservação do solo: A cobertura permanente protege contra a erosão e favorece a formação de agregados.

  • Estoque de carbono: O solo atua como um reservatório de carbono.

  • Sequestro de carbono: A forrageira utilizada para cobertura de solo sequestra carbono da atmosfera, compensando parte das emissões agrícolas.

  • Maior resiliência climática: A cobertura vegetal reduz a amplitude térmica do solo e melhora a infiltração hídrica, ajudando em épocas de veranicos.

No entanto, o sucesso do PD depende de fatores como rotação de culturas, controle de plantas daninhas e o manejo adequado da palhada, que muitas vezes é feito de forma ineficiente e o produtor com isso tem muita perda em plantabilidade, afetando negativamente o estabelecimento de seu estande de plantas.

 

Impactos na Emissão de CO² Equivalente

Um estudo realizado em uma fazenda assistida pelo Programa de Desenvolvimento da Pecuária Leiteira (PDPL) buscou avaliar o impacto desses sistemas sobre as emissões de CO²-e em áreas destinadas ao cultivo de milho para silagem. Foram comparados dois sistemas de manejo, com implantação inicial na safra 2019/2020, mas com trajetórias distintas a partir dessa safra.

Na primeira área, o sistema de plantio convencional tem sido utilizado de forma contínua desde sua abertura. O manejo da fazenda tem sido com grade aradora e grade niveladora para o preparo do solo. 

A segunda área, por sua vez, foi manejada inicialmente pelo sistema convencional na primeira safra, quando o milho foi consorciado com a braquiária ruziziensis. A partir da safra seguinte, estabeleceu-se o sistema de plantio direto na palha, na verdade uma sucessão de culturas, entre milho safra e braquiária safrinha.

Os resultados desse estudo são relevantes para o planejamento de sistemas agrícolas mais sustentáveis, especialmente em regiões que combinam produção agrícola e pecuária. A análise comparativa pode orientar decisões quanto ao manejo de solo e culturas, com benefícios ambientais, econômicos e sociais em longo prazo. Assim, a transição para sistemas de menor impacto, como o plantio direto, se apresenta como uma alternativa promissora para atender à crescente demanda por alimentos com menor pegada de carbono.

Com base nas características e manejos dessas duas áreas, foi realizada uma simulação para dois possíveis cenários, o primeiro em um ano com boas condições climáticas, onde se espera que os dois sistemas de plantio apresentem produtividades iguais e o segundo, onde houve veranico e consequentemente produtividades diferentes entre os dois sistemas, podendo variar até em 30% (Senar, 2017), no caso proposto foi considerado uma redução de 12,5%. Essa comparação pode ser vista na figura 1. Para mensuração da pegada de carbono usou-se a ferramenta Cool Farm Tool (CFT).

Figura 1. Comparação das emissões de CO² equivalente nos sistemas de plantio direto, plantio convencional e plantio convencional sob condições de veranico.

Figura 1

Fonte: Elaborado pelos autores utilizando o aplicativo Cool Farm Tool.

Em condições climáticas favoráveis, onde a produtividade de matéria verde é igual entre os sistemas, há uma diferença significativa nas emissões de CO² equivalente por hectare. No plantio direto, as emissões foram 1920 Kg de CO²e menores em comparação ao sistema convencional, representando uma redução expressiva.

Essa diferença está relacionada aos manejos distintos entre os dois sistemas: no sistema convencional, utiliza-se grade aradora e niveladora para o preparo do solo, enquanto no plantio direto, realiza-se a dessecação da cobertura vegetal com herbicida à base de glifosato. Além disso, a transição para o plantio direto, que ocorreu após uma primeira safra convencional, contribuiu para a adoção de um sistema agrícola mais resiliente, evidenciando um caminho eficiente para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

Ao considerar a situação de veranico, simulamos uma perda de 12,5% na produtividade do sistema de plantio convencional. Como era esperado, as emissões de CO² equivalente por hectare foram semelhantes tanto no sistema convencional quanto no convencional com veranico.

Porém, ao analisar as emissões de CO²e por tonelada produzida, percebemos um aumento de cerca de 14 kg de CO²e por tonelada. Esse aumento destaca a importância da produtividade, pois quanto maior a produção, mais fácil se torna diluir as emissões de gases de efeito estufa. Isso mostra que a busca por maior produtividade não só torna a produção mais eficiente, mas também é um caminho essencial para uma agropecuária mais sustentável, com menor impacto ambiental.

 

Viabilidade Econômica dos Sistemas

A análise econômica é um fator crucial na decisão entre sistemas de plantio, especialmente ao comparar o plantio direto e o plantio convencional, para tal análise foi coletado os dados econômicos das duas áreas através dos registros do produtor e simulado para a situação de veranico, como podemos ver nas figuras 2 e 3.

Figura 2. Comparação dos custos (R$/ha) entre os sistemas de plantio direto e convencional.

Figura 2

Fonte: Elaborado pelo autor.

Como mostrado no gráfico acima, o plantio convencional tende a demandar investimentos maiores no preparo do solo, devido ao uso intensivo de máquinas, combustível e mão de obra. Em contraste, o plantio direto, embora requeira um manejo inicial cuidadoso e a aplicação de herbicidas para dessecação, pode oferecer uma redução significativa nos custos operacionais ao longo do tempo.

Neste caso específico, a diferença entre os dois sistemas foi de R$ 840,00 por hectare, um valor expressivo. Essa economia, somada aos benefícios técnicos do plantio direto, reforça sua vantagem tanto do ponto de vista agronômico quanto econômico, proporcionando uma gestão mais vantajosa para o produtor.

Figura 3. Comparação dos custos (R$/ha), (R$/ton de matéria verde) e (R$/ton de matéria seca) nos sistemas de plantio direto e convencional, com e sem veranico.

Figura 3

Fonte: Elaborado pelo autor.

A análise dos dados revela diferenças significativas entre os sistemas de plantio. Embora o custo por hectare (R$/ha) seja o mesmo entre o plantio convencional e o plantio convencional sob condições de veranico (R$ 9.084,00/ha), o plantio direto apresenta uma vantagem notável, com um custo reduzido de R$ 8.244,00/ha. Essa diferença já aponta para um benefício financeiro relevante.

Quando avaliamos os custos por tonelada produzida, as vantagens do plantio direto se tornam ainda mais evidentes, tanto para a produção de matéria verde quanto de matéria seca. No caso da matéria verde, o custo por tonelada no plantio direto é de R$ 183,00, o que representa uma redução de cerca de 10% em comparação com o plantio convencional (R$ 202,00) e de 18% em relação ao plantio convencional sob veranico (R$ 224,00).

Essa economia se reafirma na produção de matéria seca. O custo no sistema de plantio direto é de R$ 523,00 por tonelada, enquanto no plantio convencional esse valor aumenta para R$ 577,00. Sob as condições de veranico, o custo no sistema convencional sobe ainda mais, atingindo R$ 641,00 por tonelada.

 

Conclusão

Em síntese, a escolha entre o plantio direto (PD) e o plantio convencional (PC) vai além de uma simples técnica agrícola, sendo uma decisão estratégica que impacta diretamente a sustentabilidade do sistema de produção. O PD emerge como uma alternativa indispensável para mitigar emissões de CO²-e, preservar o solo e fortalecer a resiliência climática das áreas agrícolas. No entanto, a eficácia dessa prática depende de uma gestão eficiente da produção dentro da fazenda, que envolve desde o planejamento adequado até a correta implementação das tecnologias disponíveis.

Dessa forma, a tomada de decisão, baseada em análises criteriosas e o a informações técnicas de qualidade, é fundamental para alinhar os objetivos econômicos com a preservação ambiental. Nesse contexto, a adoção do PD não apenas reduz custos operacionais, como também contribui para a longevidade produtiva do solo, promovendo uma agricultura verde, no campo e no bolso do produtor

Referências bibliográficas

CONFEDERAÇÃO DA AGRICULTURA E PECUÁRIA DO BRASIL. Plantio direto pode aumentar a produtividade em até 30%. 2023.

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