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A China é aqui (também)!

Há outras "Chinas" no leite brasileiro que, num futuro talvez não tão distante, sejam também bastante relevantes nos volumes produzidos de leite no país. Leia!

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Na recente análise “O 'mistério' da região que cresce a taxas chinesas no leite”, o Marcelo discutiu o crescimento “chinês” da região Centro Oriental do Paraná, a conhecida região das cooperativas holandesas (Castrolanda, Frísia e Capal), desde sempre “o” polo de excelência na produção de leite no Brasil e certamente com indicadores comparáveis aos das melhores regiões de produção de leite no mundo!

Um ambiente de negócios altamente favorável ao crescimento do leite e de outras atividades do Agro: pesquisas aplicadas às condições locais de produção, forte atuação de cooperativas que “entregam” serviços que trazem efetiva competitividade aos seus cooperados e que acabam fortalecendo uma cultura de fidelidade e participação dos produtores nas suas cooperativas; para colaborar ainda mais, condições climáticas extremamente favoráveis.

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Mas, há outras “Chinas” no leite brasileiro que, num futuro talvez não tão distante, sejam também bastante relevantes nos volumes produzidos de leite no país. Veja o gráfico 1, que traz o índice de crescimento da produção de leite em algumas mesorregiões brasileiras (considerando a produção em 2010 como base).

Gráfico 1. Índice de produção de leite em diferentes mesorregiões (2010 = 100)

Índice de produção de leite em diferentes meso regiões (2010 = 100) 
Fonte: elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados da Pesquisa Pecuária Municipal

Impressiona bastante o crescimento da produção em algumas mesorregiões no Nordeste, ainda que o Nordeste (como região) tenha crescido mais do que a produção brasileira como um todo. O Centro Sul Cearense cresceu em média 13,5% ao ano desde 2010; o Agreste Alagoano, 8,9% e a meso chamada Jaguaribe, também no Ceará, teve 9,5% de crescimento na sua produção total de leite entre 2010 e 2022. As três cresceram mais do que a região centro Oriental do Paraná, que no mesmo período teve crescimento médio anual de 7,3% em seus volumes produzidos.

É claro que este crescimento nas 3 mesorregiões citadas no Nordeste aconteceu sobre uma base de produção (ainda) bastante menor do que os volumes verificados na região Centro Oriental do Paraná; as 3 mesos nordestinas produzem, juntas, cerca de 2 milhões de litros diários enquanto que o volume de produção no Centro Oriental do Paraná é de cerca de 2,75 milhões diários (numa área geográfica bastante menor) - dados da Pesquisa Pecuária Municipal do IBGE para 2022 (última informação disponível).

Interessante notar que, possivelmente, os motivos que geraram o crescimento na região Centro Oriental do Paraná não foram os mesmos que vem fazendo crescer a produção de leite no Nordeste. No Nordeste certamente os desafios produtivos são bastante maiores – produtores, em média, ainda bastante menores, com pouco o a grãos e questões climáticas e histórico de falta de chuvas que certamente trazem mais dificuldades na produção.

De acordo com técnicos especialistas que atuam na região, o uso da palma aparentemente vem sendo positivo para amenizar estes desafios climáticos; ao mesmo tempo, grandes projetos de produção de leite em confinamento e utilizando irrigação vem crescendo em diferentes regiões nordestinas, também apoiando o crescimento da região como um todo. Por outro lado, a região Nordeste do Brasil tem uma imensa demanda por leite (basta dizer que a região consome quase 60% do leite em pó do mercado).

Assim, as dimensões continentais do nosso mercado permitem a existência de várias “Chinas” dentro de um mesmo país, com diferentes características em seus sistemas de produção e diferentes necessidades nos seus mercados finais. Um enorme desafio e uma grande oportunidade ao mesmo tempo!

 

A coluna "Um gráfico, uma análise" traz aos leitores uma informação rápida e ao mesmo tempo educativa, provocando reflexões e ideias. Se você tem uma sugestão para realizarmos uma breve análise, envie pra gente através deste formulário. 

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Henrique Costa Filho
HENRIQUE COSTA FILHO

CAMPINAS - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 14/05/2024

No meu entendimento, essas bacias leiteiras do nordeste estão voltando a um volume de leite que já produziram no ado mas, que devido à seca prolongada por vários anos, tiveram uma redução bastante significativa.
Cooperativa dos Produtores de Leite de Esmeraldas Ltda
COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE LEITE DE ESMERALDAS LTDA

ESMERALDAS - MINAS GERAIS

EM 06/05/2024

Bem interessante este artigo , mostra que ha possibilidades do crescimento do volume de leite brasileiro, minhas dúvidas são:
1 Minas Gerais não apresentou uma região de crescimento mas pode haver?
2 Como apresentam a qualidade do leite desta regiões que apresentaram crescimentos
Obrigado.
André Costa.
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Índice de produção de leite em diferentes meso regiões (2010 = 100) 
Fonte: elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados da Pesquisa Pecuária Municipal

Impressiona bastante o crescimento da produção em algumas mesorregiões no Nordeste, ainda que o Nordeste (como região) tenha crescido mais do que a produção brasileira como um todo. O Centro Sul Cearense cresceu em média 13,5% ao ano desde 2010; o Agreste Alagoano, 8,9% e a meso chamada Jaguaribe, também no Ceará, teve 9,5% de crescimento na sua produção total de leite entre 2010 e 2022. As três cresceram mais do que a região centro Oriental do Paraná, que no mesmo período teve crescimento médio anual de 7,3% em seus volumes produzidos.

É claro que este crescimento nas 3 mesorregiões citadas no Nordeste aconteceu sobre uma base de produção (ainda) bastante menor do que os volumes verificados na região Centro Oriental do Paraná; as 3 mesos nordestinas produzem, juntas, cerca de 2 milhões de litros diários enquanto que o volume de produção no Centro Oriental do Paraná é de cerca de 2,75 milhões diários (numa área geográfica bastante menor) - dados da Pesquisa Pecuária Municipal do IBGE para 2022 (última informação disponível).

Interessante notar que, possivelmente, os motivos que geraram o crescimento na região Centro Oriental do Paraná não foram os mesmos que vem fazendo crescer a produção de leite no Nordeste. No Nordeste certamente os desafios produtivos são bastante maiores – produtores, em média, ainda bastante menores, com pouco o a grãos e questões climáticas e histórico de falta de chuvas que certamente trazem mais dificuldades na produção.

De acordo com técnicos especialistas que atuam na região, o uso da palma aparentemente vem sendo positivo para amenizar estes desafios climáticos; ao mesmo tempo, grandes projetos de produção de leite em confinamento e utilizando irrigação vem crescendo em diferentes regiões nordestinas, também apoiando o crescimento da região como um todo. Por outro lado, a região Nordeste do Brasil tem uma imensa demanda por leite (basta dizer que a região consome quase 60% do leite em pó do mercado).

Assim, as dimensões continentais do nosso mercado permitem a existência de várias “Chinas” dentro de um mesmo país, com diferentes características em seus sistemas de produção e diferentes necessidades nos seus mercados finais. Um enorme desafio e uma grande oportunidade ao mesmo tempo!

 

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EM 14/05/2024

No meu entendimento, essas bacias leiteiras do nordeste estão voltando a um volume de leite que já produziram no ado mas, que devido à seca prolongada por vários anos, tiveram uma redução bastante significativa.
Cooperativa dos Produtores de Leite de Esmeraldas Ltda
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EM 06/05/2024

Bem interessante este artigo , mostra que ha possibilidades do crescimento do volume de leite brasileiro, minhas dúvidas são:
1 Minas Gerais não apresentou uma região de crescimento mas pode haver?
2 Como apresentam a qualidade do leite desta regiões que apresentaram crescimentos
Obrigado.
André Costa.
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