Localizada em Carambeí, no Paraná, a fazenda Melkland - 37ª colocada no Levantamento Top 100 2025 MilkPoint/ABRALEITE - é hoje um dos principais exemplos de como a automação pode transformar a pecuária leiteira na América Latina.
Com 1.800 animais da raça holandesa — sendo 800 em lactação —, a fazenda operava, até pouco tempo atrás, com uma sala de ordenha convencional.No entanto, desde outubro de 2022, a família Delezuk tem promovido uma verdadeira revolução tecnológica na propriedade, com foco em eficiência, sustentabilidade e bem-estar animal.
E o próximo o já está em andamento: a construção de uma nova unidade de produção, que contará com oito robôs de ordenha e sistemas automatizados para manejo de alimentação e limpeza. A mudança representa mais do que um avanço técnico — ela consolida a Melkland como referência em inovação na produção de leite.
“Entendemos que, para continuarmos crescendo, era essencial garantir a sustentabilidade em diferentes frentes. Por isso, investimos em tecnologia e automação, não apenas para diferenciar nossa operação, mas também para atrair a nova geração ao campo”, explica Lorena Delezuk, economista e sócia-proprietária da fazenda.
Ela destaca que a região enfrenta desafios com a escassez de mão de obra, em razão da presença de várias indústrias. Nesse contexto, a tecnologia tornou-se uma aliada crucial para atrair e reter profissionais. “Ela simplifica a gestão, melhora o bem-estar dos animais e torna o dia a dia mais leve para os colaboradores — o que é fundamental para manter jovens motivados na atividade”, acrescenta.
Imagem 1. Lorena Delezuk socia-proprietária da fazenda Melkland
Aprendizado prático e crescimento
A jornada da Melkland com a automação começou com a instalação de dois robôs de ordenha Lely, ainda em 2022. Com isso, 120 vacas aram a ser ordenhadas automaticamente, enquanto outras 600 continuaram no sistema convencional. A ideia inicial era levar esses dois robôs à nova unidade, mas os resultados foram tão positivos que a decisão foi mantê-los na sede e adquirir outros oito para a expansão.
Segundo Lorena, a ordenha automatizada trouxe um ganho médio de sete litros por vaca/dia. Essa melhoria está associada a diversos fatores, como manejo cuidadoso, boa nutrição e maior conforto para os animais. “A automação garante liberdade para as vacas decidirem quando ordenhar, se alimentar ou descansar. Isso impacta diretamente a produtividade e a qualidade do leite”, explica.
A melhoria na eficiência produtiva da Melkland tornou-se evidente após a adoção da ordenha automatizada. De acordo com os dados dos Levantamentos Top 100 dos respectivos anos, em 2021 a produção média diária era de 27.073 litros de leite, valor este que apresentou significativa melhora no ano seguinte – ano da implementação da ordenha robô -, representando quase 3 mil litros a mais na média diária de um ano para o outro, se estabelecendo em 30.016 litros em 2022. A trajetória de crescimento continuou nos anos seguintes, alcançando 31.190 litros em 2023 e chegando à marca de 32.762 litros diários no último ano (Levantamento Top 100 2025).
A adoção dos equipamentos também transformou a rotina dos funcionários. Embora o processo tenha exigido treinamento, a tecnologia simplifica tarefas, trouxe previsibilidade e aumentou o engajamento da equipe. “Nosso time se adaptou bem, e conseguimos incorporar essa nova dinâmica de forma bastante natural ao nosso dia a dia”, diz Lorena.
Além das ordenhadeiras, outro sistema adotado foi o robô Collector. Uma tecnologia da Lely que possui um sistema projetado para garantir a limpeza dos dejetos nos corredores do galpão, proporcionando um ambiente mais higiênico e confortável, contribuindo para a saúde dos cascos dos animais, e, além disso, o robô aproxima os alimentos dos cochos ao longo do dia, incentivando as vacas a se alimentarem com maior frequência.
A nova unidade de produção, que terá capacidade para atender mais 480 vacas em lactação, elevará a produção para quase 1.200 vacas em ordenha até o final de 2025. Com isso, a Melkland fortalece sua posição como exemplo de que investir em automação e inovação é um caminho necessário para o futuro do leite.