Crédito: MKT GrupoMSimon
A ordenha pode ser considerada uma das tarefas mais importantes dentro de uma fazenda leiteira. A produção de leite de alta qualidade implica na necessidade de um manejo de ordenha que reduza a contaminação microbiana, química e física do leite. Tais medidas de manejo envolvem todos os aspectos da obtenção do leite de forma rápida, eficiente e sem riscos para a saúde da vaca e a qualidade do leite.
A ordenha mal feita e o uso incorreto da ordenhadeira podem diminuir significativamente a produtividade e a rentabilidade da exploração leiteira, pois podem resultar em menos leite, pior qualidade, maior incidência de mastite e consequente, aumento no custo de produção. Para que isso não ocorra, é necessário, por parte do operador, um conhecimento elementar sobre aspectos básicos da anatomia e fisiologia do úbere, manejo da lactação, funcionamento da ordenhadeira, comportamento da vaca em lactação e especialmente das normas de higiene. Somente a partir dessa conscientização permite-se, na prática, o manejo correto da ordenha.
Ordenhadores que não recebem treinamentos para ordenhar podem contribuir para que cheguem ao leite micro-organismos procedentes de mãos mal lavadas, da pele, das vias respiratórias, dos cabelos ou da própria roupa. É importante lembrar que a higiene pessoal é fundamental.
As vacas a serem ordenhadas devem ser agrupadas de acordo com a saúde da glândula mamária. Em qualquer rebanho, existem vacas de úberes saudáveis, outras de quartos infectados e outras vacas em condição desconhecida de infecção dos quartos mamários. Na ordenha manual ou mecânica, as vacas devem ser selecionadas de acordo com o estado de saúde do úbere. Podemos dividir as vacas em três grupos: vacas sadias ou com contagens de células somáticas (CCS) baixas, ou que apresentarem resultado negativo na caneca de fundo preto ou ainda no CMT (Califórnia Mastite Teste), devem ser ordenhadas por primeiro; em seguida, vacas que já tiveram algum tipo de problema no úbere e já tenham sido tratadas; e, por último, vacas com grumos no leite (mastite clínica) ou em tratamento. Esse último leite não tem qualidade, portanto, não pode ser misturado ao restante devendo ser descartado.
Antes de iniciar o processo de ordenha propriamente dito, seja ele mecânico ou manual, o ordenhador deve tomar alguns cuidados importantes como: lavar bem as mãos com água e sabão, verificar se os equipamentos ou utensílios que serão usados durante a ordenha estão bem limpos e ainda observar se os tetos da vaca a ser ordenhada já foram limpos, desinfetados e secos. Lembrando que é perfeitamente possível realizar ordenha manual e obter leite de qualidade.
Conhecimento é reado em visitas técnicas e treinamentos realizados pela empresa Reafrio
Para realizar uma ordenha com qualidade e eficiência, é importante seguir alguns os:
1. Conduzir tranquilamente as vacas para a sala de ordenha que sempre deve estar limpa e livre de impurezas, seguindo uma ordem de acordo com a saúde do úbere. O tratamento inadequado acarreta redução da produção, aumento do leite residual e mastite. Resultados de pesquisa mostram redução de 10% da produção de leite quando as vacas sofrem maus-tratos e um aumento de 5,5% na produção de leite durante o período de lactação, quando se pratica uma rotina padronizada em comparação às práticas variadas.
2. Retirar os três primeiros jatos de leite em uma caneca de fundo escuro. Essa prática permite estimular a descida do leite, diagnosticar a mastite e retirar os jatos mais contaminados por micro-organismos.
3. Se for preciso, lavar somente o teto com água potável, pois a presença de matéria orgânica nas tetas inviabiliza a ação de desinfetantes.
4. Fazer a imersão dos tetos por completo em uma solução desinfetantes à base de clorexidina, iodo ou conforme orientação técnica, aguardando 30 segundos para sua ação. Essa prática diminui e elimina de forma significativa os micro-organismos da pele dos tetos, sendo um deles os psicrotróficos que se multiplicam mesmo com o leite resfriado.
5. Secar os tetos com papel-toalha descartável. Tetos molhados prejudicam a qualidade do leite, pois ocorre o transporte de bactérias e resíduos de desinfetantes.
6. Iniciar a ordenha e ir até o final, sem nenhuma parada. A importância desse tempo deve-se ao fato de que o hormônio responsável pela liberação do leite (ocitocina) age por um período de cinco a sete minutos e é nos três a quatro minutos após a preparação que se ordenha 70% do leite da vaca.
7. Terminada a ordenha, desinfetar os tetos (mínimo 2/3 de cada teto), com produtos à base de clorexidina, iodo ou conforme orientação técnica, usando um recipiente do modelo sem retorno. Essa prática, associada à terapia da vaca seca, reduz drasticamente os casos de mastite subclínica.
8. Oferecer alimento para estimular a permanência dos animais de pé imediatamente após a ordenha e por um período de aproximadamente duas horas, pois o esfíncter fica aberto. Se as vacas se deitam, os micro-organismos do ambiente entram no canal, propiciando a ocorrência de novas infecções.
9. Resfriar o leite após ar por um coador de náilon ou material apropriado. O leite não pode ser coado em pano nem ficar fora do resfriador, por ser perecível.
10. Iniciar imediatamente a limpeza e desinfecção da sala e do equipamento de ordenha.
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