A indústria de lácteos dos Estados Unidos é um pilar econômico fundamental, sustentando mais de 3,2 milhões de empregos e contribuindo com aproximadamente US$ 800 bilhões para a economia do país. Nos últimos anos, o setor fez investimentos significativos para aumentar sua capacidade de processamento, destinando mais de US$ 8 bilhões a desenvolvimentos que entrarão em operação em breve.
Surpreendentemente, enquanto os Estados Unidos eram importadores líquidos de laticínios há uma década, hoje o país se tornou uma potência na exportação do setor, vendendo US$ 8 bilhões em produtos para 145 países. No entanto, enquanto aproveita esse sucesso, a indústria agora enfrenta desafios comerciais que ameaçam suas conquistas.
Impacto econômico das exportações de lácteos dos EUA
Em 2024, as exportações de lácteos dos EUA atingiram US$ 8,2 bilhões, o segundo maior nível da história do setor. Parceiros comerciais fundamentais para esse sucesso são México e Canadá, que juntos respondem por mais de 40% das exportações de laticínios dos EUA, com importações recordes de US$ 2,47 bilhões e US$ 1,14 bilhão, respectivamente. Além disso, a China tem importado entre US$ 500 milhões e US$ 800 milhões em laticínios dos EUA nos últimos anos. No entanto, essas relações comerciais estão sob pressão devido às disputas tarifárias em andamento.
A International Dairy Foods Association (IDFA) expressou preocupação com a atual situação tarifária, destacando os possíveis danos econômicos para produtores de leite, processadores e comunidades rurais americanas. A entidade pede que o governo resolva rapidamente as disputas comerciais com Canadá, México e China. O risco é alto, pois a manutenção prolongada das tarifas pode restringir ainda mais o o ao mercado e prejudicar a competitividade dos laticínios dos EUA.
Parte do comunicado da IDFA afirma: "Pedimos fortemente à istração que resolva tanto as barreiras comerciais enfrentadas pelos laticínios dos EUA nesses mercados quanto as novas tarifas anunciadas."
Krysta Harden, presidente e CEO do U.S. Dairy Export Council (USDEC), compartilha da mesma visão. Ela ressalta que as exportações são vitais para o setor de laticínios dos EUA, com um sexto da produção diária de leite destinada ao mercado internacional. Segundo Harden, uma resolução rápida é essencial para preservar esses fluxos de exportação e garantir oportunidades para produtores e trabalhadores americanos. "Há muito em jogo", afirmou Harden.
Acrescentando à discussão, o National Milk Producers Federation (NMPF), liderado pelo presidente e CEO Gregg Doud, enfatiza a importância das relações comerciais com Canadá e México. Embora reconheça que o governo dos EUA utiliza tarifas para abordar questões maiores, como a crise dos opioides, Doud defende uma resolução rápida e propõe direcionar os esforços futuros para as negociações com a União Europeia, que historicamente tem sido resistente às preocupações dos EUA.
"Vamos resolver essas questões rapidamente para que possamos focar no fortalecimento dessas relações comerciais essenciais", disse Doud.
À medida que a indústria de lácteos dos EUA se encontra em um ponto crítico entre prosperidade e incerteza, a resolução das disputas comerciais se torna crucial. A dedicação dos líderes do setor em expandir as oportunidades globais é evidente, mas sem avanços diplomáticos, as conquistas dos produtores americanos podem estar em risco. É hora de negociações estratégicas e um foco renovado em parcerias internacionais que garantam a sustentabilidade e o crescimento dessa indústria vital.
Referências bibliográficas
As informações são do Dairy Herd Management, traduzidas pela equipe MilkPoint.