As chuvas que assolam o Rio Grande do Sul durante toda a semana tem gerado problemas para os produtores de leite e indústrias do estado. A queda de barreiras em estradas e vias vicinais e os alagamentos estão isolando propriedades rurais pelo interior.
Segundo Marcos Tang, presidente da Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando), a situação é grave pelas propriedades gaúchas. "Muitas estão alagadas e isoladas devido à queda de barreiras, o que significa o não recolhimento de leite e, portanto, o não abastecimento à indústria que, por sua vez, não tem mais embalagens para o envasamento do pouco produto que chega", observa.
O dirigente relata também que as propriedades estão ficando sem combustível e alimentação para as vacas. "Sei de propriedades, com grande número de vacas, que estão ordenhando uma vez ao dia só porque têm pouquíssimo combustível. Não conseguem buscar mais e estão tocando os geradores com este combustível. Os produtores estão fazendo alguns trajetos a pé, pegando óleo em pequenas quantidades, enquanto for possível. Temos relatos de uma enorme diminuição de ração para os animais, pois faltará o produto em alguns estabelecimentos", reforça.
Tang chama a atenção para o momento de ajuda, em primeiro lugar, às vidas humanas, mas também recorda que esta é mais uma tragédia vivida pelo setor. "Realmente é muito difícil e estamos esperando que as chuvas diminuam para que as estradas possam ser abertas, pelo menos, para dar o à chegada de comida, assim como também de embalagens para a indústria, e desta forma atender ao consumidor. ou de uma enchente para uma catástrofe geral", avalia.
A situação das chuvas tem dificultado o o a propriedades e também tem sido crítica no Vale do Taquari, onde cerca de 30% da captação de leite na região foi afetado, conforme relata Guilherme Portella, presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios do Estado (Sindlat-RS).
"É um problema que estamos tentando resolver, neste momento mais concentrado na região do Vale do Taquari ." pontua o presidente do Sindilat-RS.
Houve ainda impacto temporário nas atividades de plantas. A unidade da Lactalis, em Teutônia, por exemplo, precisou paralisar a operação por cerca de oito horas, entre 8h e 16h, por questão de segurança. A subestação de energia foi atingida pelas águas, mas posteriormente, foi possível retomar as atividades. A planta tem capacidade para recebimento de até 1 milhão de litros de leite por dia.
As informações são da Assessoria de Comunicação da Gadolando e do Sindilat-RS, adaptadas pela equipe MilkPoint.
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