O paladar da geração Z, que abrange jovens nascidos entre 1995 e 2010, vem influenciando o portfólio de produtos disponíveis no mercado, à medida que essa faixa etária tem cada vez mais poder de decisão sobre o que vai para o seu prato. Esse movimento é visto como uma tendência sem volta, conforme surgem novos hábitos de consumo.
Segundo especialistas, há uma demanda crescente por alimentos com origem reconhecida, novas aparências e sabores, em vez dos produtos tradicionais, e a sustentabilidade tornou-se uma exigência.
“Do ponto de vista do alimento e do sabor, as duas características mais importantes são a segurança na produção e o apelo saudável”, disse s Dillard, vice-presidente de marketing da Driscoll’s, uma das maiores produtoras de frutas silvestres nos EUA, as chamadas berries (morangos, mirtilos e amoras) e também gigante no processamento e distribuição de alimentos como café, massas, carnes e vegetais congelados.
“Não é necessariamente sobre a saúde, mas a perspectiva de melhorar a qualidade da oferta para o consumidor. Então amos a oferecer produtos muito menos processados. Além disso, hoje em dia as pessoas realmente se importam com a maneira como os alimentos são produzidos”, afirmou ela no sábado (8), em Austin, no Texas, durante o SXSW (South by Southwest), o maior evento global a reunir festivais de cinema, música, tecnologia, empreendedorismo e inovação — a conferência, que contou entre seus painéis com temas do agro.
As tendências para atender os anseios das novas gerações estão no centro das atenções da Driscoll’s, que hoje domina um terço da demanda por frutas slvestres nos EUA. Segundo Dillard, a geração Z apresenta drásticas mudanças em relação à anterior (geração X), quando o assunto é comida, exigindo adaptações no âmbito do varejo. A pesquisa e o desenvolvimento de novos produtos alimentícios, portanto, são prioritários para a empresa.
“É uma faixa etária quase do mesmo tamanho dos millennials, mas eles têm algumas características que surpreendem. Temos observado suas preferências, de como compram, onde compram e o que de fato importa para eles”, disse. “Em nosso modelo de negócio, somos donos da genética das sementes que usamos e compramos as frutas dos produtores que as utilizam.” A executiva destaca que a inovação em termos de sabores é uma questão de planejamento a longo prazo e que necessita da ciência para se ajustar ao “mindset do varejo”.
Jonna Parker, responsável pelas pesquisas na área de alimentos frescos da Circana, consultoria especializada em comportamento do consumidor, com sede em Chicago, Illinois, explica que os jovens dos dias atuais herdaram o ceticismo da geração antecessora, que lutou para ter visões mais realistas sobre a produção mundial e local de alimentos, inclusive no combate à fome. “Essa geração criou seus filhos para serem incrivelmente conscientes do que está na comida deles”, afirmou a especialista.
As informações são da Forbes Agro, adaptadas pela equipe MilkPoint.