A rede chinesa Mixue Ice Cream & Tea, que começou com um carrinho de raspadinhas, anunciou um grande plano de expansão no Brasil. Avaliada em US$ 10 bilhões, a empresa vai investir R$ 3,2 bilhões no país até 2030. A expectativa é abrir centenas de lojas e gerar até 25 mil empregos.
Outra gigante chinesa que está chegando é a Keeta, da Meituan, focada em entregas de comida. Ela vem para disputar espaço com iFood, Rappi e a nova versão da 99Food. O anúncio acontece pouco depois de a Didi, dona da 99, revelar um investimento de R$ 1 bilhão para relançar seu serviço de delivery, agora com taxa zero para restaurantes.
Figura 1. Mixue, fast food chinês de bebidas, chás e sorvetes: fundadores começaram com barraquinha de rua
Fonte: Cheng Xin/Getty Images
Mixue: de barraca de doces na China a gigante global do sorvete
A história da Mixue começou em 1997, na China, quando Zhang Hongchao, então com 21 anos, usou um empréstimo de 3.000 yuans da avó para abrir uma barraca de doces em Zhengzhou, na província de Henan.
No início, o negócio enfrentou dificuldades por falta de experiência e pelas baixas vendas no inverno. Mas tudo mudou em 2006, quando a Mixue lançou um sorvete por apenas 1 yuan. O produto virou um sucesso imediato e impulsionou o crescimento da marca.
Com o tempo, a rede ampliou seu cardápio com chá, limonada, milkshakes e bubble tea. Também adotou o modelo de franquias, o que permitiu uma expansão acelerada. Hoje, a Mixue tem mais de 45 mil lojas em 12 países, como China, Tailândia e Singapura.
O segredo do sucesso
A Mixue já tem mais de 45 mil lojas no mundo — ultraando redes como McDonald's e Starbucks, que têm menos de 43 mil unidades cada. Esse crescimento rápido vem, principalmente, do seu modelo de franquias. A empresa expande sem precisar investir diretamente na abertura das lojas, que são operadas por franqueados.
Os franqueados compram insumos e equipamentos direto da Mixue. Com cardápio simples e preços muito baixos, a marca conquistou os jovens que buscam produtos íveis e gostosos.
O segredo está na cadeia de suprimentos. Desde 2007, a Mixue investe em fábricas próprias e logística eficiente. Isso garante controle total — da produção à entrega — e mantém os preços baixos com boa qualidade. Em 2023, a empresa já contava com 26 centros de distribuição na China, atendendo mais de 90% das suas lojas no país.
Faturamento alto e estreia com sucesso na bolsa
Apesar dos preços populares, a Mixue tem lucros impressionantes. Em 2022, a empresa registrou mais de US$ 300 milhões em lucro líquido. Em março de 2025, ela fez sua estreia na Bolsa de Valores de Hong Kong e levantou US$ 444 milhões em um IPO de sucesso.
Avaliada em mais de US$ 10 bilhões, a Mixue já é considerada a maior rede de fast food do mundo em número de unidades. E não para de crescer: a marca continua ampliando sua presença em vários países e mira agora o mercado brasileiro.
As informações são da Exame, adaptadas pela equipe MilkPoint.