O governador Romeu Zema anunciou nesta quinta-feira (15/5), em Pedra Azul, no Vale do Jequitinhonha, o Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade do Queijo Cabacinha. Com isso, o tradicional queijo artesanal mineiro, produzido há cerca de 80 anos e reconhecido como patrimônio cultural e imaterial de Minas Gerais, a a contar com normas específicas para sua produção e comercialização.
A iniciativa, coordenada pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa), beneficia cerca de 160 produtores, que agora poderão vender formalmente seus queijos para novos mercados, agregando valor e gerando renda para a região.
“A regulamentação significa valorização desse produto que faz parte da cultura da região. O que nós queremos é reconhecer a tradição mineira na produção de queijos, e o Cabacinha, pelo formato e sabor, é um dos mais diferenciados”, afirmou o governador Romeu Zema.
Segundo ele, esse é o 15º queijo artesanal com regulamentação própria em Minas Gerais. “No meu governo, mais que dobramos esse número, que era de sete. Queremos que o Brasil e o mundo conheçam e comprem esses queijos sem igual”, completou.
Reconhecimento e valorização
A regulamentação foi oficializada pela Portaria nº 2.377 do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), baseada em estudos coordenados pela Epamig, em parceria com a Emater-MG, UFMG, UFSJ e IFNMG, com apoio de emenda parlamentar.
“Sem um regulamento específico, os produtores não podiam habilitar suas queijarias em sistemas oficiais de inspeção. Agora, damos mais um o na valorização dos queijos artesanais e na geração de emprego e renda”, explicou Thales Fernandes, secretário de Agricultura de Minas.
Além da regulamentação, a Seapa lançou o Curso de Capacitação Digital em Boas Práticas de Produção e Fabricação, disponível na plataforma Semear EAD, para apoiar a formação de produtores.
Tradição e identidade regional
A área produtora do Queijo Cabacinha inclui os municípios de Cachoeira do Pajeú, Comercinho, Divisópolis, Itaobim, Jequitinhonha, Joaíma, Medina, Pedra Azul e Ponto dos Volantes. A produção anual gira em torno de 214 toneladas, sendo mais de 90% das queijarias vinculadas à agricultura familiar.
Inspirado no caciocavallo italiano, o Queijo Cabacinha é feito de forma artesanal, com leite cru, coalho e soro-fermento lácteo. Sua massa é pré-cozida e moldada manualmente no formato de cabaça, fruto típico da cabaceira.
Exemplo de sucesso
Em Pedra Azul, o casal Renato e Adriana Rocha vive exclusivamente da produção do queijo. Adriana herdou o saber-fazer da família e Renato apostou no negócio, deixando o emprego anterior para investir na queijaria da propriedade.
Hoje, produzem cerca de 20 queijos por dia e comemoram a conquista.
“O Queijo Cabacinha está tendo uma visibilidade que nunca teve. Agora podemos vender para qualquer lugar, com segurança. E vamos poder participar de concursos e premiações”, destacou Renato.
Em 2023, o Governo de Minas declarou o Queijo Cabacinha como patrimônio cultural e imaterial, por meio da Lei nº 24.379. A produção já havia sido reconhecida em 2014 pela Portaria IMA nº 1.403.
As informações são do Governo de Minas Gerais, adaptadas pela equipe MilkPoint