Um novo relatório sobre a indústria leiteira da Nova Zelândia destaca a sua importância crucial para a economia nacional como fonte de exportação e criadora de empregos.
A indústria é o maior setor de produção de bens da Nova Zelândia, respondendo por NZ$ 11,3 bilhões (US$ 6,65 bilhões) (3,2%) do PIB no ano até março de 2023, afirma o relatório Solid Foundations – Dairy’s Economic Contribution to New Zealand.
Desse total, a pecuária leiteira contribui com NZ$ 8 bilhões (US$ 4,71 bilhões) (2,2% do PIB) e o processamento de laticínios contribui com NZ$ 3,4 bilhões (US$ 2 bilhões) (0,9%).
O relatório foi produzido pela Dairy Companies Association of New Zealand (DCANZ) e pela DairyNZ.
A diretora executiva da DCANZ, Kimberly Crewther, disse que o relatório mostra que o cenário de longo prazo para o setor de laticínios é sólido e continuará contribuindo significativamente para a economia da Nova Zelândia. “Os laticínios geraram quase NZ$ 26 bilhões (US$ 15,31 bilhões) em receitas de exportação no ano até abril de 2023, o que representa cerca de um em cada quatro dólares de exportação ganhos pela Nova Zelândia”, disse Crewther.
“O valor das exportações de lacticínios cresceu 45% nos últimos cinco anos, o que ajudou a apoiar a economia nacional durante a pandemia”, completa a diretora executiva.
O chefe de economia da DairyNZ, Mark Storey, disse que a disseminação das fazendas por todo o país permite que os laticínios apoiem as economias regionais, mantendo alguns gastos locais mesmo quando os preços do leite caem.
“As receitas de exportação dos produtos lácteos traduzem-se em empregos bem remunerados no setor e permitem a compra de bens e serviços de outros setores. Haverá inevitavelmente um impacto da recente queda no preço do leite, com os produtores limitando despesas não essenciais e suas compras a curto prazo, sempre que possível. No entanto, esta análise mostra que o próprio setor absorve alguns dos impactos nos lucros dos produtores de leite”, disse Storey.
“Apesar dos preços mais baixos do leite, os produtores de leite continuarão contratando pessoal e adquirindo produtos essenciais para istrar suas fazendas”, complementa o chefe de economia.
A indústria também é um empregador fundamental em muitas regiões.
Em Waimate, um em cada três empregos está no setor de lácteos – e é um em cada quatro em South Taranaki, um em cada quatro empregos e meio em Westland, um em cada cinco em Southland e um em cada seis em Matamata-Piako.
“É difícil imaginar algumas destas economias rurais sem os lácteos. Eles seriam muito diferentes”, disse John Ballingall, da Sense Partners, autor do relatório.
O relatório também destacou a contribuição que o agronegócio Maori desempenha, possuindo cerca de NZ$ 4,9 bilhões (US$ 2,88 bilhões) em ativos no setor de laticínios.
De acordo com a Statistics New Zealand, as empresas operadas pelas autoridades Maori exportaram NZ$ 207 milhões (US$ 121,86 milhões) em leite em pó, manteiga e queijo em 2021.
Isto representou um aumento de 35,3% em 2020. As fazendas operadas por empresas de propriedade Maori representavam 3% do total de terras agrícolas. O tamanho médio de cada fazenda, de 569 ha, era 3,8 vezes maior do que a média da fazenda em toda a Nova Zelândia, de 148 ha.
As fazendas de propriedade dos Maori representavam 1,4% do rebanho leiteiro – 87.900 cabeças de gado, das quais 72.100 eram vacas leiteiras e novilhas.
Em termos de emprego, o setor de lácteos sustentou 54.787 empregos em março de 2023, com 38.462 na produção primária e 16.325 no processamento.
Os Maori representavam 16,5% dos empregados da pecuária leiteira e dos autônomos, contra 12,7% em 2015. O número de empregados Maori aumentou de 3.693 em 2015 para 4.040 em 2021.
O relatório mostrou que o valor das exportações de lácteos aumentou em 45% (NZ$ 7,9 bihões/US$ 4,65 bilhões) nos cinco anos até abril de 2023, e agora ultraa os NZ$ 25,7 bilhões (US$ 15,13 bilhões). A indústria gera mais de um em cada quatro dólares das receitas cambiais da Nova Zelândia provenientes das exportações de bens e serviços.
É o maior exportador de bens da Nova Zelândia por uma margem significativa, representando 35% das exportações de bens. Os produtos lácteos individuais são maiores do que muitos outros setores de exportação.
O leite em pó integral, com 31,6% das exportações de lácteos em valor, continua sendo o principal produto lácteo exportado, seguido pela manteiga e margarinas (contendo gordura do leite), com 17,7%, produtos proteicos, com 13,2% e queijo, com 11,1%.
Com um total combinado de NZ$ 4,6 bilhões (US$ 2,71 bilhões) em exportações, a manteiga, a AMF (gordura anidra do leite) e margarinas representam, por si só, mais do que a horticultura (NZ$ 3,8 bilhões/US$ 2,24 bilhões) e as exportações de vinho (NZ$ 2,8 bilhões/US$ 1,65 bilhão).
A Nova Zelândia exporta produtos lácteos para mais de 140 mercados e está menos concentrada nos principais mercados do que normalmente se imagina, com 54,1% das exportações do setor lácteo vendidas para os seus cinco principais mercados – China, Indonésia, Austrália, Estados Unidos e Japão.
Esta é a concentração mais baixa dos 10 principais setores de exportação da Nova Zelândia, por alguma margem.
Grande parte do mercado global de lácteos continua altamente limitado pelas tarifas: 57% do consumo global de laticínios está submetido a tarifas superiores a 20%, e 87% do consumo de lácteos possui tarifas de 10% ou mais.
Embora os acordos comerciais bilaterais e regionais da Nova Zelândia tenham sido altamente benéficos, uma série de tarifas ainda se aplica às exportações de produtos lácteos no âmbito deles. O relatório estimou que as tarifas pagas sobre as exportações de produtos lácteos para os 20 principais mercados da Nova Zelândia rondam os NZ$ 1,5 bilhão (US$ 883 milhões).
Além disso, o relatório estima que as medidas não tarifárias impõem custos de cerca de NZ$ 7,8 bilhões (US$ 4,59 bilhões) às exportações de produtos lácteos da Nova Zelândia.
As informações são do Farmers Weekly, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint.